

MAGAZINE CEN
Junho 2012
Edição de Carlos Leite Ribeiro
- 12º Bloco -
pág. 13

GILBERTO PETER CARAMÃO
SÃO SEPÉ-RIO GRANDE DO SUL/BR
AURORAS DE UMA NOVA VIDA
Certo dia
nossos caminhos se cruzaram
através dum terno e alegre olhar.
Teus olhos verdes - nobres esmeraldas -
me enfeitiçaram,
me fizeram a luz voltar.
Daquele dia
até hoje, minha linda,
em minha alma passastes a habitar
transformastes o meu coração tão duro
em leveza pura,
aberto para amar.
Ao dizer-te uma palavra,
já basta para que me entendas.
Diferenças não existem na comunicação.
A harmonia nos faz tão perto
embora os olhares
de há muito não se encontrem,
mas os interiores, sempre tão juntos,
comungam do mesmo sentimento,
de aconchego e carinho
Hoje navego
meus pensamentos
nas asas da imaginação de ti
te sinto perto quando te penso
nas luzidias auroras da nova vida.
GilbertoPeter Caramão |

C O R A Ç Ã O
Coração batendo forte,
coração todo emoção.
Coração devagarinho,
trilha os caminhos da paixão.
E o amor que tem lá dentro,
todo ele pra repartir.
Coração, ah! Sofrimento
quando é hora do despedir.
Seu compasso descompassa
quanto está a cerca de ti.
Suas agruras são ternuras
quanto te sente a sorrir.
Na beleza do sorriso
se enternecem suas emoções.
Suas preces são carícias
sempre cheias de primícias
a despertar ilusões.
GilbertoPeter
Caramão |

António Andrade Lopes Tavares (N’KRUMACHEKING
Praia - Cabo Verde
O SONHO QUE
SONHEI
O Sonho que sonhei… foi o de dar a continuidade
As obras dos nossos heróis Africanos…
Tombados pelo grito da paz, da justiça e da
liberdade…
Vendidos, Explorados, massacrados… na sociedade
Sob o olhar atento dos defensores da humanidade
Esse sonho continua hoje vivo e bem presente…
Cada vez que um SER HUMANO sofre injustamente.
Este foi… é… e será… o meu sonho e o meu desejo
final.
O Sonho que sonhei… foi o de dar a visibilidade
Ao grito de muitos Migrantes… pela dignidade
Desesperados pelos maltratos e arbitrariedade
Violadora dos seus direitos e deveres… na
ilegalidade
Esse sonho continua hoje vivo e bem presente
Cada vez que um SER HUMANO sofre Injustamente.
Este foi… é… e será… o meu sonho e o meu desejo
final.
O sonho que sonhei… foi o de protestar contra a
marginalidade
Vivenciado pelas diversidades lutando pela
prosperidade
Sofrendo pela cor da pele que os impede à igualdade…
Privando-os até de exercerem as suas próprias
criatividade
Esse sonho continua vivo e bem presente
Cada vez que um SER HUMANO sofre Injustamente.
Este foi… é… e será… o meu sonho e o meu desejo
final.
O Sonho que sonhei…. Foi o de uma diplomacia de
proximidade
Onde cada Estado vele pela vida do seu povo na
integralidade
Reconhecendo também uma imigração feita pela
intelectualidade
Solicitando inserção, respeito e consideração à
terra da hospitalidade
Esse sonho continua vivo e bem presente
Cada vez que um SER HUMANO sofre Injustamente.
Este foi… é… e será… o meu sonho e o meu desejo
final
António Andrade Lopes Tavares (N’KRUMACHEKING)
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LUTA KU
SUFRIMENTU
Pa tudu kês ki sata luta ku sufrimentu
Kondenado num linxamentu publiku
Sem sabi difendi si vida um só momentu
Nha reverência, Nha consideraçon, nha rispetu…
Pa kês ki nunca ka pude difendi si cabeça…
kontra mentira… calunia … intriga… Difamaçon
Ki nterral bibu ou dexal condenadu livre na
peça…
Nha consideraçon… Nha solidariedade… nha
gratidon
Pa kes ki foi kondenado sem ser ouvido
injustamente
Ki papia ninguém ka obil…
Ki Grita ninguém ka skutal…
Ki sata lida pa skrebi… Pê podi ser obidu…
Nha admiraçon… na comprençon…
Nha djuda si bu mesten…
Pa tudo kês ki d’um forma o d’otu
kolabora, Diseja, fazi ou provoca mal…
Ki dêxa fidjus di paridas distruido…
Na ses sonho… ses criatividades…
Ses Inteligencia…
Nha perdon… Nha sentimento di pena…
Nha solidariedade… Nha sacrifício…
António Andrade Lopes Tavares (N’KRUMACHEKING)
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Helenita Scherma
É HORA...
No perfil esmaecido dos teus anos,
marcas demarcam as datas e danos,
cavando sulcos, pelos prantos idos.
E no gris da raiz, teus desenganos
mancham-te a fronte sépia, dos outonos
que o calendários conta pelas dores!
Os pés pregam-se ao chão, e a dor arrastas,
enquanto a mente vai buscar, no sono,
memórias mortas, de amor e rancores...
Trazes nas mãos, agora já tão gastas,
os atos de afeição – já esquecidos
pelos que os colheram, distraídos,
num tempo que nem sabe... tão distante!
E as garras, com que tu te seguraste
no penhasco dessa vida inconstante,
hoje não te sustentam... por desgaste!
O olhar já não vê, mais, o que está fora;
olha pro fim do sofrimento, agora,
porque a alma, esgarçada, já não sonha!
Resta-lhe apenas saudades e adeus
e uma vontade grande e tão tristonha
de, finalmente, se encontrar com Deus...
Helenita Scherma
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VAZIO
Já nada traz-me à vida, a confiança
Do que um dia sonhei: felicidade.
Caminho pelas sombras da saudade,
Sob o luto de uma falsa esperança...
O meu destino, esse algoz implacável,
Pôs-me, na mão, o que era provisório;
Já que o sonho é tão breve e ilusório,
E assim fez-me sentir tão miserável!
No meu presente arde rancoroso
O coração, ferido e magoado,
Que outrora fora ingênuo e amoroso...
Pois que, de perdas, tenho cheias as mãos!
Cheias... de vazios! Ah, que pesado
É este fardo de Nadas e de Nãos!
Helenita Scherma
http://www.cancaodosonhoacabado.blogspot.com/
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Maria da Conceição Silveira Hipólito
MOTIVAÇÃO
Tu és o inefável
O ENORME,o sentimento
Que nasce no coração da gente
Como brotando do ser
Mesmo por um não SER
de uma vivencia INCERTA
e da pressão que nos cerca
e que nos faz Te desconhecer...
Conceição Hyppolito
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TU PODES
ESTAR PRESENTE
No meio da romaria
Que GRITA por ANISTIA
E que segue, sem saber
Se pode ter ou não ter
Um prato farto na mesa?
Tu podes estar presente
No meio dos flagelados
Dos ricos,dos condenados
Dos homens que tem poder?
E do VICIO que nos consome
Das feridas e das dores
Do parto de um novo homem
Que nasce p´ra se perder?...
Tu podes estar presente
no grito de uma MASSA
que no sufoco se arrasta
sem saber como agir
sem não ter p´ra onde fugir
sem esperanças de GLÓRIA
pois,quem a tem,na desforra
guarda a mesma p´ra si...
TU PODES ESTAR PRESENTE??!!
(Conceição Hyppolito
Voo Independente 10 pag.126/127-publicação AGEI
2011)
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Ana Isabel Rosa
Ponta Delgada-Açores/PORTUGAL
Nas Asas de um
Condor
Nas asas de um Condor
Encontro a força
Da luminosidade
Nas planícies despidas,
Que afogueiam o desejo
No encontro perfeito
Encoberto pelo horizonte!
Nas asas de um Condor
Contemplo,
A paisagem existente
O romper do voo,
A leveza que se impregna
Na sensação presente,
Tendo como companhia
A liberdade!
Nas asas de um Condor
Observo o espirito da essência
Que percorre um espaço
Num voo delicado,
Adoçando a coragem
Que brilha na passagem,
Planando no firmamento
Absorvendo o momento!
Ana Isabel Rosa
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O Tempo em
Desalinho
O tempo em desalinho
Lança,
Lembranças remotas
Enumeradas com o coração
Que persistem, vivem,
Surripiando o silêncio da alma
Que grita a suavidade
Da rudeza da realidade!
Pauta da vida que suspira
Por um dia diferente!
Existência sem plena consciência
Da realidade que se assiste
Que hasta uma verdade
A resistência,
Está na firmeza em acreditar
No resgate de sentimentos apreendidos
E leva-los à exaustão
Concebendo um poema de emoção!
Ana Isabel Rosa
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Angela Guerra
Rio de Janeiro, Brasil
HAPPY BIRTHDAY
TO ME!
E maio retorna ao nosso convívio...
Mês de aniversário, anniversaire,
birthday, Geburtstag,cumpleaños, compleanno...
Sim, sou Taurina!...
Birthday e Geburtstag nos remetem àquele dia feliz,
em que Deus nos colocou, pela primeira vez,
nos braços carinhosos de nossos amados pais,
(birth e Geburt, significando: nascimento; day e Tag:
dia).
Cumpleaños e compleanno nos tornam nostálgicos,
pois traduzem, claramente, que mais um ano se
completou
na linha de tempo de nossa existência...
Será que conseguiremos realizar todos os nossos
sonhos?
O tempo parece correr mais e mais, com o passar dos
anos...
Como demorava pra chegar o grande dia, na infância,
na adolescência!...
Com que ansiedade aguardávamos a Festa de 15 anos –
tradição quase esquecida no mundo moderno, que,
agora, está sendo resgatada...
E os 18 e os 21, que garantiriam, cada vez mais, a
nossa independência!?...
Depois, quando me dei conta, já estava nos “ENTA”...
Qualquer dia, deixo de ser “sexy” (=sexagenária)...
E tão de repente!...
Nem me dei conta!...
Resta o consolo da imortalidade da alma...
Se imortal, permanece jovem, para todo o sempre...
Igualzinha ao meu espírito, que se renova a cada
dia,
ao receber um sorriso de criança e o carinho de um
ente querido;
perceber um casal apaixonado;
sentir o calor do sol me aquecer o corpo, a brisa
fresca e o cheirinho do mar;
acompanhar o crescimento de um brotinho, folha ou
flor;
ouvir o livre canto dos passarinhos, alvoroço,
latidos
e, pra me receber, um rabinho abanando, pra lá e pra
cá, sem parar;
debruçar-me à janela enluarada, para ver o céu,
coalhadinho de estrelas,
e me deslumbrar, pela zilionésima vez, com a
romântica lua cheia ...
- obras do Divino Criador!..
Angela Guerra
|

SOLIDÃO
Solidão dói fundo, bem fundo, no coração...
Vai chegando de mansinho e, quando se percebe,
já fincou um cruel punhal na alma da gente...
A alegria dos casais, das famílias, não mais
ilumina nossa vida amarga;
ao contrário, aumenta o vazio e tenta esconder
sob seu manto
a aparente injustiça dessa má distribuição de
benesses...
Tem-se a sensação de invisibilidade;
todos passam e nem vêem que há alguém ali...
Estou aqui!!! Socorro!!!
É quando você pergunta as horas,
ou pede informação,
só para estabelecer contato
e ter a impressão de que
está trocando idéias com um amigo, um irmão...
Telefone, computador, correspondência
recebida...
Ou, pelo menos, em casa, o som da televisão!...
Graças a Deus!... Salvação!!!...
Angela Guerra
|

Mara Teresinha de Souza
Balneário Camboriú - S.C.
Apelo
O som mágico das ondas do mar
penetram pela fresta da janela
e a suave brisa, como companheira
balança suavemente as cortinas rendadas.
A música que se insinua dessa união
é como flauta tocada com maestria
manuseando desejos e emoções
no corpo novamente despertado.
O ruído sensual com gemidos sinfônicos
é um convite a prazeres noturnos
criados na mais casta imaginação.
O apelo do mar, erótico e carinhoso
como beijos aquecidos pela entrega
suaves e lentos
como movimento do prazer adormecido.
Marah Guedes
|

Procura
Te procuro por rua desertas
vazias de sonho e de vida
ocas de sentimentos e de emoção.
Te vejo em rostos estranhos
em corpos anônimos
que se arrastam ao meu lado
Te procuro....
O vento me trás teu cheiro
e isso me desespera
olho em volta e
somente o silêncio me faz companhia.
Marah Guedes.
|

Maria de Lourdes Sousa Maciel
Caruaru-PE./BR
OMISSÃO
Não deixe o beijo
sem dar
Nem a palavra presa
sem falar
Se há um abraço
Por que não abraçar?
E um sorriso
pra tudo iluminar?
A gente se omite
se oprime
E o tempo passa
sem retorno
nem favor
Aproveitemos pois,
cada instante
Fazendo de cada gesto
ato de amor.
Malude Maciel
(Membro da Academia Caruaruense de Cultura, Ciências
e Letras.)
|

Maria de Lourdes Scottini Heiden
Blumenau-SC-Brasil
VIVER
O diagrama do existir
Conduz meus passos...
Entre turmalinas e ágatas.
Componho elegias
Para desassossegar o coração.
Na ampulheta a areia escorre
Eu me diluo no vai e vem das horas.
Envelheço...
Deponho a canga
Na beirada do caminho.
É preciso enfrentar o enduro
E se aproximar da repartição.
Alfândega alguma pode controlar
O que levo na alma e no coração.
Há cheiro de alfazema no ar,
Mas o alçapão ali está
Aguardando...
Não há como escapar.
Não se sai da vida com vida
Prolongar o tempo...
Cada ano que entra ou sai
Uma partícula a mais
Uma estação a mais
Depois...
A escuridão.
Maria de Lourdes Scottini Heiden
|

DEPOIS...
(CRÔNICA)
Depois eu faço...
Depois eu decido...
Depois eu dou um jeito...
É depois pra lá, pra cá, em todo o lugar.
Um depois me faz refletir nos muitos depois
ouvidos ou dados na vida.
Coisa mais limitante este depois. Oferecer ao
futuro, ao amanhã com todas as suas incertezas,
a responsabilidade de solucionar algo.
Um depois traz consigo a inércia de não se
resolver no agora o que se pode, e ficar na
expectativa, diante do que se deveria fazer, mas
não se faz.
Um depois, assim dito, sem pensar, soa como uma
justificativa malograda de não envolvimento, de
descaso com a necessidade de quem conta comigo.
Um depois não tem valor, porque o minuto
seguinte ainda não me pertence e eu não posso
dispor sobre ele.
O depois é um muro coberto de musgos,
intransponível a desafiar-me repetido-se
eternamente:
-Depois... depois.... depois...
Eco cruel e insano a que o homem, desprevenido,
insiste em repetir como se fosse ladainha em dia
dos finados.
-Depois... depois... depois...
Mas o depois não acontece, vira fumaça, se perde
no vai e vem das horas, minutos e segundos
desperdiçados.
Enquanto isso...
Não escrevemos. Não realizamos. Não viajamos.
Não estudamos...
Depois, sim., tudo será feito. O livro escrito,
o trabalho realizado, a viagem e o estudo
também...
Grande ironia! Pobres sonhadores!
O depois não nos alcança... tem asas, voa no
comboio do tempo e arrasta consigo o destino
cruel de quem fornece ao depois a
responsabilidade do presente.
O depois é um caixão que enterra sonhos e
ressuscita arrependimentos...
Eternos e inúteis.
Maria de Lourdes Scottini Heiden |

Heralda Víctor
Volúpia
Quisera Trocar as folhas verdes do meu colo
Pelo azul- celeste dos teus olhos.
Cavalgar na tua pele passo a passo
Embriagar-me em cada onda de suor
Degustar o doce dos teus lábios
Ficar presa no aconchego de um abraço
Colher e saborear o teu melhor...
Quisera possuir na madrugada
Teu gemido satisfeito ao meu apelo
Entrelaçando de beijos meu cabelo.
Quisera no embalo do teu corpo apaixonado
Beijar o teu sorriso de menino.
Fazer de ti meu homem ser tua mulher
E no murmúrio da melodia dos amantes
Amar até o fim e te deixar adormecer dentro de mim.
Heralda Víctor
|

Promessa
Se acaso não chegares, entenderei.
Se não voltares, aceitarei.
Depois da noite surge novo dia.
Guardarei a rosa que colhi...
Entanto, se te encontrar vestido para o amor
Acolherei teu riso com cravo e jasmim.
Cantarolando nossa melodia prepararei para o
jantar
Um manjar de iguarias, vinho e velas para
celebrar.
Com alegria perfumarei lençóis, vestirei cetim,
Acenderei incenso, usarei batom e aguardarei
Na calada da noite para silenciosamente
Ao apagar das luzes, te fazer feliz, prometo...
Heralda Víctor
|
Heralda Víctor
Grupo de Poetas Livres-GPL/ www.poetaslivres.com.br
Associação Literária Florinopolitana-ALIFOR- http://aliflorfpolis.blogspot.com.br
Academia Catarinense de Letras e Artes-ACLA-
www.acla.org.br
Academia Desterrense de Letras- ADL/
Portal CEN- Ponte Literária entre Brasil e Portugal-
http://www.npdbrasil.com.br
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