Caramuru, teria nascido em Vieira do
Minho (Viana do Castelo). Tendo seguido
viagem para as Índias, naufragou nas
costas da Baía de Todos os Santos
(Bahia), em 1510. Passou a viver entre
os indígenas, alcunhado de Caramuru,
nome de um peixe das costas brasileiras.
Dominando a língua e os costumes dos
indígenas, auxiliou Tomé de Sousa e os
jesuítas que vieram para a catequese na
fundação dos primeiros estabelecimentos
e na aproximação com os índios. Casou
com uma linda índia Paraguaçu, filha de
um dos chefes tupinambás. Esta, mais
tarde, foi baptizada em França como o
nome de Catarina. Foi sepultado no
Mosteiro dos Jesuítas, em Salvador BA.
Deixou quatro filhos, que deram origem à
família Torres, celebrizada pela
opulência.
Diogo Alvares Correia "Caramuru" – um
português caiu nas graças de uma tribo
nativa e casou com a filha do cacique.
Branco, encontrado nu, faminto, cansado
e camuflado com sargaços, foi,
inicialmente, ridicularizado pelos
nativos que o chamavam de "Caramuru" –
um peixe semelhante a moreia que se
escondia nos recifes. Porém, foi poupado
do sacrifício da morte e de ser devorado
pela tribo. Seu conhecimento sobre os
interesses dos europeus nas terras do
Brasil, sua habilidade no trato com os
nativos e sua diplomacia acabaram por
transforma-lo na figura mais importante
da primeira metade do século XVI na
Bahia. "Caramuru" intermediava os
negócios e facilitava os contactos entre
navegantes, comerciantes europeus e
nativos, alem de ajudar no abastecimento
e recuperação das embarcações que
seguiam pelo litoral brasileiro com
destino ao Rio da Prata e ao Oriente, na
rota das especiarias.
(*) Catarina Alvares "Paraguaçu" – Filha
DO CACIQUE Taparica, chefe da tribo que
encontrou o naufrago "Caramuru", foi uma
líder de seu povo. Sua curiosidade a
levou a interrogar os europeus que eram
capturados pela tribo. Tornou-se a
principal companheira de Diogo Alvares
"Caramuru", com quem se casou
oficialmente na França logo após ser
baptizada na Igreja Católica em 1527.
Sua devoção à Mãe de Jesus levou à
construção da Igreja da Graça e sua
herança territorial foi legada à Ordem
Beneditina da Bahia. Morreu em 1583.
A Casa da Torre tem como suas origens,
no Brasil, Diogo Álvares Caramuru e sua
mulher Catarina Alvares Caramuru (Paraguassú),
uma tupinambá batizada na França com o
nome de Catherine du Brézil - primeiro
casal cristão do Brasil. Sua
descendência entrelaçou-se, não só na
progénie de Garcia D'Avila com a Índia
D. Francisca Rodrigues, como na geração
de Jerónimo de Albuquerque com a filha
da aldeia de Olinda - Muira-Ubi - Maria
do Espírito-Santo Arcoverde.
Vinculou-se, mais tarde, com os
descendentes de Domingos Pires de
Carvalho casado com Maria da Silva, com
a geração de Felipe Cavalcanti casado
com Catarina de Albuquerque e com a
descendência do casal José Pires de
Carvalho - Tereza Vasconcellos
Cavalcanti de Albuquerque Deus-Dará,
formando o arcabouço da aristocracia do
Recôncavo Baiano.
Cararuru, passou a vida entre os índios
e facilitou o contato deles com os
primeiros administradores e missionários
portugueses. Foi apelidado de Caramuru
pelos tupinambás. É considerado o
fundador da cidade de Cachoeira.
Originário do norte de Portugal, arribou
à Bahia, entre 1509 e 1511, como
náufrago, segundo uma antiga tradição.
Foi bem acolhido pelos Tupinambás,
tendo-lhe o respectivo morubixaba
concedido uma das filhas, Paraguaçu, de
quem teve larga descendência. Ao longo
de cerca de duas décadas manteve
contactos com navios europeus que
aportavam à Bahia. As relações
comerciais que estabeleceu com normandos
levaram-no, entre 1526-1528, a visitar a
França, onde a mulher foi baptizada,
passando a chamar-se Catarina. No
decurso do governo do donatário
Francisco Pereira Coutinho, recebeu
importante sesmaria, tendo procurado
exercer uma função mediadora entre os
colonos e os ameríndios, não
conseguindo, todavia, evitar o recontro
de Itaparica, onde aquele perdeu a vida.
Em 1548, tendo D. João III a intenção de
instituir o Governo-Geral,
recomendou-lhe que criasse condições
para que a expedição fosse bem recebida,
facto revelador da importância que havia
alcançado. Tomé de Sousa armou
cavaleiros três dos seus filhos (Gaspar,
Gabriel e Jorge) e um dos seus genros
(João de Figueiredo) pelos serviços
prestados à Coroa Portuguesa. Dispensou
importante colaboração aos jesuítas,
servindo como intérprete na pregação,
doutrina e confissão.
Acerca do aparecimento de Caramuru -
cujo verdadeiro nome era Diogo Álvares
Correia - existe a seguinte lenda: Em
1509 ou 1510, um navio português
naufragou junto da actual Bahia de Todos
os Santos. Quase todos os homens
morreram afogados ou foram devorados
pelos índios Tupinambás. Entre os poucos
deixados para serem sacrificados
posteriormente, em espectáculo festivo,
estava Diogo Álvares Correia. Quando se
aproximava a hora de ser ele
sacrificado, uma ideia relampejante
salvou-lhe a vida: Disparou Diogo o
mosquete que retivera do naufrágio e
matou um pássaro em pleno voo. Os
selvagens que presenciavam a cena foram
tomados de grande terror, pondo-se a
gritar: "Caramuru! Caramuru!", o que, na
sua língua, significava "homem do fogo"
ou "filho do trovão". (Há quem
considere, talvez com mais acerto, que o
apelido Caramuru se deriva do fato de
ser esse o nome com que os indígenas
designavam um peixe comum no Recôncavo
da Bahia, a moreia, frequentadora das
águas baixas das locas, numa das quais
teria sido encontrado Diogo Álvares
depois do naufrágio). Passou logo Diogo
Álvares Correia a ser altamente
considerado pelos índios que, daí em
diante, o respeitavam como a um chefe.
Mais tarde, casou-se Caramuru com
Paraguassu, filha do chefe Taparicá, com
o que se tornaram mais íntimas e sólidas
as suas relações com os indígenas.
Quando da chegada de Martim Afonso de
Souza, Caramuru serviu de intérprete e
elemento de ligação entre esse primeiro
Governador do Brasil e os chefes índios,
acertando medidas para a introdução de
trabalhos agrícolas na região com o
aproveitamento de sementes trazidas por
Martim Afonso. Papel ainda mais saliente
desempenhou Caramuru a partir de 1538,
no período do primeiro Capitão-mor,
D.Francisco Pereira Coutinho, cujo
governo decorreu tumultuoso, em virtude
de sucessivos desentendimentos entre os
portugueses e os indígenas. Tão grande
se tornou a fama de Caramuru e tão alto
o seu prestígio junto ao Governo de
Portugal, que, ao ser nomeado, em 1548,
o primeiro Governador Geral do Brasil -
Tomé de Souza - o rei dirigiu-se em
carta a Caramuru, pedindo sua
imprescindível cooperação, nestes
termos:
"Diogo Álvares. Eu, El-Rei, vos envio
muito saudar. Eu ora mando Tomé de
Souza, fidalgo da minha Casa, a essa
Bahia de Todos os Santos... E porque sou
informado pela muita prática que tendes
dessas terras e da gente e costumes
delas o sabereis bem ajudar e conciliar,
vos mando que, tanto o dito Tomé de
Souza lá chegar, vos vades para êle e o
ajudeis no que lhe deveis cumprir e vos
encarregar, porque fazeis nisso muito
serviço... Sendo necessária vossa
companhia e ajuda, encomendo-vos que
ajudeis no que virdes que cumpre, como
creio que o fareis. Bartolomeu Fernandes
a fêz em Lisbôa a 19 de novembro de
1548. Rei".
Caramuru atendeu ao pedido do rei e tão
proveitoso foi o auxílio prestado a Tomé
de Souza que, em meio a uma plena
cooperação dos índios, pode rapidamente
ser fundada, em 1549, a cidade do
Salvador, Capital do País, no lugar onde
anteriormente Caramuru estabelecera a
aldeia "Vila Velha".
Quanto à origem judaica de Caramuru, na
falta de quaisquer provas, muitos
historiadores a admitem levados por
simples presunções, inclusive pelo fato
de que, segundo muitas indicações, era
tradicionalmente israelita o nome de
família Álvares Correia.