Carlos Paião, compositor e
cançonetista português, nasceu a 1 de
Novembro de 1957 em Coimbra e morreu num
acidente de automóvel na Ponte da
Amieira (Rio Maior – Santarém) no dia 26
de Agosto de 1988. Em 1983, concluiu o
curso de Medicina. Em música foi
praticamente um autodidacta. A vitória
no Festival de Ílhavo lançou-o na
carreira de Cançonetista. A consagração
obteve-a ao vencer o Festival de RTP da
Canção em 1981. Em 1985 concorreu ao
Festival de Tóquio, tendo sido a sua
canção uma das 18 seleccionadas, entre
mais de 2000 representativas de 58
países. Compositor, intérprete,
instrumentista e produtor, fez mais de
meio milhar de cantigas, sempre com
música e letra da sua autoria. Entre as
suas canções, contam-se êxitos populares
como “Cinderela”; “Play-Back” ; “Pó de
Arroz”; “Pião das Nicas” ; “Zero a Zero”
; “Versos de Amor” ; “Arco-Íris” ;
“Cegonha” ; “Quando as Nuvens Chorarem”
e tantos outros !
Cinderela - de Carlos Paião
Eles são duas crianças a viver
esperanças, a saber sorrir.
Ela tem cabelos louros, ele tem tesouros
para repartir.
Numa outra brincadeira passam mesmo à
beira sempre sem falar.
Uns olhares envergonhados e são
namorados sem ninguém pensar.
Foram juntos outro dia, como por magia,
no autocarro, em pé.
Ele la lhe disse, a medo: "O meu nome é
Pedro e o teu qual é?"
Ela corou um pouquinho e respondeu
baixinho: "Sou a Cinderela".
Quando a noite o envolveu ele adormeceu
e sonhou com ela...
Então,
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor.
Crescer,
vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor.
Cinderela das histórias a avivar
memórias, a deixar mistério
Já o fez andar na lua, no meio da rua e
a chover a sério.
Ela, quando lá o viu, encharcado e frio,
quase o abraçou.
Com a cara assim molhada ninguém deu por
nada, ele até chorou...
Então,
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor.
Crescer,
vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor.
E agora, nos recreios, dão os seus
passeios, fazem muitos planos.
E dividem a merenda, tal como uma prenda
que se da nos anos.
E, num desses momentos, houve
sentimentos a falar por si.
Ele pegou na mão dela: "Sabes Cinderela,
eu gosto de ti..."
Então,
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor.
Crescer,
vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor.
Carlos Paião - Fonte: Wikipédia, a
enciclopédia livre.
Carlos Manuel de Marques Paião Nasceu em
Coimbra a 1 de Novembro de 1957e morreu
em Rio Maior, 26 de Agosto de 1988. Foi
um cantor e compositor português. Nasceu
acidentalmente em Coimbra, passando toda
a sua infância e juventude entre Ílhavo
(Aveiro) terra natal de seus pais, em
Lisboa. Licenciou-se em Medicina pela
Universidade de Lisboa em 1983, acabando
por se dedicar exclusivamente à música.
Desde muito cedo Carlos Paião demonstrou
ser um compositor prolífico, sendo que
no ano de 1978 tinha já escritas mais de
duzentas canções. Nesse ano obteve o
primeiro reconhecimento público ao
vencer o Festival da Canção do Illiabum
Clube, com o tema Play-Back. Em 1981
decide enviar algumas delas ao Festival
RTP da Canção, numa altura em que este
certame representava uma plataforma para
o sucesso e a fama no mundo da música
portuguesa. Playback ganhou o Festival
RTP da Canção de 1981 com a esmagadora
pontuação de 203 pontos, deixando para
trás concorrentes tão fortes como as
Doce. A canção, uma crítica divertida,
mas contundente, aos artistas que cantam
em play-back, ficou em penúltimo lugar
no Festival da Eurovisão de 1981, que se
realizou nesse ano em Dublin, na
República da Irlanda. Tal classificação
não "beliscou" minimamente a
popularidade do cantor e compositor,
pois Carlos Paião, ainda nesse ano,
editou outro single de sucesso e que
mantém a sua popularidade até hoje: Pó
de Arroz. O êxito que se seguiu foi a
Marcha do Pião das Nicas, canção na qual
o cantor voltava a deixar patente o seu
lado satírico. Algarismos em 1982, foi o
seu primeiro LP, que não obteve, no
entanto, o reconhecimento desejado.
Surgiu entretanto a oportunidade de
participar no programa de televisão
Foguete, com António Sala e Luís Arriaga.
Num outro programa, Hermanias em 1984,
Carlos Paião compôs a totalidade das
músicas e letras de Serafim Saudade, uma
caricatura criada por Herman José, já
então uma das figuras mais populares da
televisão portuguesa. Em 1983, cantava
ao lado de Cândida Branca Flor, com quem
interpretou um dueto muito patriótico
intitulado Vinho do Porto, Vinho de
Portugal, que ficou em 3.º lugar no
Festival RTP da canção. Em 1985,
concorreu ao Festival Mundial de Música
Popular de Tóquio (World Popular Song
Festival of Tokio), tendo a sua canção
sido uma das 18 seleccionadas em mais de
2000 representativas de 58 países. A
editora EMI - Valentim de Carvalho tinha
inclusive chegado a encomendar a Carlos
Paião canções para outros artistas,
entre os quais o próprio Herman José,
que viria a alcançar grande êxito com A
Canção do Beijinho, e Amália Rodrigues,
para quem escreveu O Senhor
Extra-Terrestre (1982), cuja letra
chegou mesmo a constar dum manual para
alunos de escola primária. A 26 de
Agosto de 1988, a caminho de um
espectáculo em Penalva do Castelo, morre
em um violento acidente de automóvel, na
antiga estrada EN1, actual IC2. Na
altura, surgiu o boato de que na ocasião
de seu funeral não estaria morto, mas
sim em coma, porém a violência do
acidente por si nega o boato, pois a
sobrevivência a este seria impossível.
No entanto, o boato sobre o artista ter
sido sepultado vivo permanece até os
dias actuais. Por ter morrido, no dia
seguinte ao incêndio do Chiado, a sua
morte passou de certa forma
despercebida. Nesta altura, estava a
preparar um novo álbum intitulado
Intervalo, que acabou por ser editado em
Setembro desse ano, e cujo tema de maior
sucesso foi Quando as nuvens chorarem.
Compositor, intérprete e instrumentista,
Carlos Paião produziu mais de quinhentas
canções, tendo sido homenageado em 2003,
com um CD comemorativo dos 15 anos do
seu desaparecimento - Carlos Paião:
Letra e Música - 15 anos depois
(Valentim de Carvalho). Em 2008, por
altura da comemoração dos 20 anos do
desaparecimento do músico, vários
músicos e bandas reinterpretam alguns
temas do autor na edição de um álbum de
tributo, "Tributo a Carlos Paião".