Trabalho e
pesquisa de
Carlos Leite
Ribeiro
Formatação:
Iara Melo
Décimo quarto
Rei de
Portugal, nasceu
em Alcochete (Ribatejo
- Portugal) no
dia 30 de Maio
de 1469.
" Rei de
Portugal e dos
Algarves daquém
e dalém Mar, em
África, Senhor
da Guiné e
Senhor da
Conquista,
Navegação, e
Comércio da
Etiópia, Arábia,
Pérsia e Índia."
Herdou uma
monarquia
autocrática
firmemente
estabelecida e
uma rápida
expansão do
império do
ultramar, graças
ao trabalho de
João II.
Pela necessidade
de defender os
interesses do
ultramar, tratou
com Espanha o
Tratado de
Tordesilhas em
1494, ao qual
juntou o desejo
de juntar a
península sob a
Casa de Avis,
casando com
Isabel, filha
mais velha de
Fernando e
Isabel a
Católica, que no
entanto, morreu
em 1498 ao dar à
luz o seu filho
Miguel da Paz.
Esta criança foi
reconhecida como
herdeira de
Portugal,
Castela e Aragão
mas morreu na
sua infância.
Manuel I casou
então com a irmã
de Isabel,
Maria, morta em
1517 e a
terceira vez com
Leonor, irmã do
Imperador Carlos
V.
Como condição do
seu casamento
com Isabel,
foi-lhe pedido
para "purificar"
Portugal dos
Judeus. João II
tinha recebido
muitos
refugiados
judeus expulsos
da Espanha
em1492,
cobrou-lhes
pesadas taxas,
mas
forneceu-lhes
barcos para
deixarem
Portugal. Como
isto não se fez,
Manuel I, em
Outubro de 1487,
ordenou aos
judeus que
abandonassem
Portugal, num
prazo máximo de
10 meses. Quando
se juntaram em
Lisboa, foram
feitos grandes
esforços para
conseguir a sua
conversão com
promessas e pela
força. Alguns
resistiram à
ideia dessa
conversão e
foram
autorizados a
sair, mas os
restantes foram
"convertidos"
com a promessa
de que nenhum
inquérito seria
feito às suas
crenças, antes
de passarem 20
anos. Como
"Cristãos", não
podiam ser
obrigados a
emigrar, e foram
até proibidos de
deixar Portugal.
Em Abril de
1506, um grande
número desses
"novos Cristãos,
ou marranos,"
foi massacrado
em Lisboa
durante uma
desordem, mas
Manuel I
protegeu-os, e
permitiu que
emigrassem para
a Holanda, onde
puseram a
experiência
adquirida do
comércio dos
Portugueses ao
serviço dos
Holandeses.
D. Manuel I,
morreu em
Lisboa a 13 de
Dezembro de
1521. Era filho
do príncipe
Fernando de
Portugal, duque
de Viseu, e de
Beatriz de
Aveiro, princesa
de Portugal.
Manuel sucedeu
ao primo direito
João II de
Portugal em
1495. Foi
cognominado de O
Venturoso, O
Bem-Aventurado
ou O Afortunado,
pelos eventos
felizes que
ocorreram no seu
reinado,
designadamente a
descoberta do
caminho marítimo
para a Índia e
do Brasil.
Neste reinado,
foram construído
vários
monumentos, como
o Mosteiro dos
Jerónimos e
Torre de Belém,
em Lisboa;
Capelas
Incompletas, no
Mosteiro da
Batalha; Castelo
da Pena, em
Sintra (mais
tarde
transformado em
palácio);
Convento de
Cristo, em
Tomar.
D. Manuel I foi
aclamado rei em
27 de Outubro de
1495, logo após
a morte de D.
João II que
deixara a sua
sucessão lavrada
em testamento.
Mereceu o
cognome de
Venturoso e não
há dúvida que
fez jus a este
epíteto, tal
foram as
circunstâncias
que o levaram ao
trono de
Portugal e os
felizes
acontecimentos
que marcaram o
seu reinado. D.
Manuel era o 9º
filho do infante
D. Fernando,
irmão de D.
Afonso V e,
quando nasceu em
Alcochete, a 30
de Maio de 1469,
só de forma
muito remota
poderia
pensar-se que
viria a ser rei
de Portugal. D.
João II tinha
apenas um filho
legítimo, para
quem fizera
planos de uma
enorme grandeza:
o príncipe
casara com uma
filha dos reis
católicos e
poderia vir a
herdar, não só a
coroa de
Portugal, como
toda a Espanha.
Contudo, um
estúpido
acidente de
cavalo
roubara-lhe a
vida em 13 de
Julho de 1491.
Entretanto, os
irmãos de D.
Manuel –
eventuais
candidatos por
serem netos de
D. Duarte —
viriam a morrer
em
circunstâncias
várias (um deles
foi morto pelo
próprio rei D.
João II, acusado
de traição) e,
de um momento
para o outro, D.
Manuel vê-se
como o primeiro
candidato ao
trono. O seu
antecessor ainda
tentou pôr no
trono D. Jorge,
seu filho
bastardo, mas
pressões de
diversa ordem
não o permitiram
e no testamento
que deixou
privilegiou o
primo, que já
herdara os
títulos de Duque
de Viseu e de
Beja, para além
de vantagens
várias que
pertenciam aos
seus falecidos
irmãos. Nasceu
pois com uma boa
estrela, como é
usual dizer-se.
A Marinha
Portuguesa, no
reinado de D.
Manuel, irá
viver um dos
seus períodos
mais notáveis e,
sobretudo,
aquele em que a
sua acção mais
se fez sentir na
História de
Portugal. Na
verdade foi ela
o instrumento
fundamental do
"sonho
português"
E com uma boa
estrela que o
iria acompanhar
na actividade
governativa,
revelando-se na
realização quase
imediata dos
sonhos do
Príncipe
Perfeito. Ainda
não tinham
passado três
anos sobre a sua
aclamação,
quando partiu a
esquadra de
Vasco da Gama a
caminho da
Índia, e o
dobrar do século
trazia a notícia
do encontro de
um novo
continente, com
a expedição de
Cabral. Os anos
sequentes foram
marcados pelo
estabelecimento
de um poder
efectivo no
Oriente e é
fácil de
adivinhar como
isso teria de
ser feito à
custa de bons
navios e bem
armados.
D. Manuel soube
esperar
pacientemente
pela sua sorte,
enquanto os seus
irmãos e primos
se extinguiram
em conspirações
contra o rei.
Mesmo na fase
final da vida do
Príncipe
Perfeito, quando
este tentava que
a sucessão
coubesse ao seu
filho bastardo,
D. Manuel
esperou sem um
murmúrio.
Esperou que a
rainha sua irmã
manobrasse a seu
favor, que
fossem feitas
todas as
pressões
necessárias e
que, finalmente,
D. João II
acabasse por
reconhecer que
devia ser ele o
futuro rei de
Portugal. E D.
Manuel acreditou
que o seu
prodigioso
percurso era
obra de uma
força superior,
uma força que
afastara todos
os obstáculos
para que fosse
ele a colher o
doce fruto. Toda
a sua vida é
marcada por um
enorme
misticismo
(messianismo)
intimamente
ligado a esta
espécie de
prodígio do
destino.
Sentiu-se
escolhido e
aceitou a glória
de ter sido o
soberano que
conseguiu a
ligação marítima
directa com a
Índia, com o
espírito de quem
cumpriu uma
missão histórica
para Portugal e
para a
cristandade.
Quando morreu D.
João II, alguns
dos preparativos
da viagem de
Vasco da Gama já
estavam
começados.
Provavelmente já
teria sido
escolhido o
próprio
capitão-mor da
esquadra. Mas
quando D. Manuel
reuniu o seu
Conselho para
que apreciasse
as vantagens da
expedição, a sua
opinião foi a de
que a mesma não
se devia
realizar. A
Índia era longe
e o caminho
incerto. Aqui
mesmo ao pé, no
Norte de África,
havia um espaço
que servia às
mil maravilhas
as aspirações da
nobreza
portuguesa. Só
com um grande
optimismo e com
o tal espírito
de que o levava
a sentir-se
predestinado
para uma missão
transcendente,
ultrapassou
todas as vozes
discordantes e
mandou seguir o
Gama. Alguns
anos mais tarde,
já no século
XVI, o Conselho
voltou a
dizer-lhe que
devia abandonar
o projecto do
Oriente, mas o
rei mantinha-se
obstinado. Seria
a ideia de
chegar a
Jerusalém? de
que seria
imperador do
Oriente? de que
chegaria a
acordo com o
Preste João? ou,
tão somente, de
que conseguiria
estabelecer um
poder naval que
lhe traria
grandes
benefícios,
apanhando um
comércio que
estivera
dividido pelos
marinheiros do
Índico, pelas
caravanas da
Arábia e pelos
mercadores do
Mediterrâneo,
durante séculos?
Foi sem dúvida
com uma grande
energia que
conseguiu
transmitir a
muitos dos seus
súbditos, e com
as contingências
próprias do país
e do momento.
Baseado na obra
de :J. Semedo de
Matos
Este monarca era
irmão da Rainha
D. Leonor e
primo do Rei D.
João II. Antes
de ser Rei teve
a dignidade de
Duque de Beja.
Teve o reinado
mais brilhante
de toda a nossa
História.
- Vasco da Gama
atingiu a Índia
em 1498,
comandando uma
frota já
preparada pelo
seu antecessor.
- Pedro Álvares
Cabral descobriu
o Brasil em
1500. A armada
dirigia-se à
Índia, tendo
atingido o
Brasil por
desvio de rota
que se pensa ter
sido programado.
Não foi este o
último
descobrimento,
mas dos
posteriores já
pouco se costuma
falar.
A propósito,
podemos recordar
que descobrimos
ainda as ilhas
de Ascensão e
Santa Helena,
certas zonas da
costa dos
Estados Unidos e
do Canadá, e
diversas ilhas
da Oceânia.
Para comemorar o
descobrimento do
caminho marítimo
para a Índia, D.
Manuel edificou
o majestoso
Mosteiro dos
Jerónimos, em
Lisboa; foi
assim chamado
por ter sido
entregue à
Congregação de
S. Jerónimo.
Construiu-se
igualmente a
Torre de Belém,
que deveria ser
uma fortaleza
mas veio a ser
uma das nossas
mais
interessantes
construções
arquitectónicas.
Vulgarizou-se
uma forma de
decoração que
nós conhecemos
um tanto ou
quanto
inexactamente
por Estilo
Manuelino, pois
não chega a ser
um estilo
definido.
Com o ouro do
primeiro tributo
cobrado ao
potentado de
Quíloa, na costa
africana do
Índico, foi
construída a
famosa Custódia
de Belém, que
passa por ser o
mais perfeito
exemplar da
joalharia
portuguesa e se
diz ter sido
executada por
Gil Vicente,
certamente o que
se distinguiu no
teatro.
Iniciámos a
ocupação
territorial na
Índia,
conquistando
entre outras as
cidades de Ormuz,
Goa, Malaca,
etc.
Notabilizaram-se
aqui, na Índia,
muitas
individualidades
portuguesas,
sendo as
principais Vasco
da Gama,
Francisco de
Almeida, Afonso
de Albuquerque e
João de Castro.
Foi feita nova
compilação de
leis,
actualizando a
anterior, tendo
recebido a
denominação de
Ordenações
Manuelinas.
Neste período
começou a
empregar-se em
Portugal a nova
e revolucionária
invenção, a
imprensa,
utilizada
sobretudo para a
edição de livros
devotos, em boa
parte com a
protecção de sua
irmã, a
Rainha-viúva, D.
Leonor (por
antonomásia
chamada
"Princesa
Perfeitíssima").
D. Leonor, viúva
de D. João II,
fundou a
instituição
chamada
Irmandade de
Nossa Senhora da
Misericórdia.
D. Manuel umas
vezes protegeu e
outras vezes
perseguiu os
mouros e judeus,
sendo levado a
isso pelo seu
relacionamento
familiar com os
Reis Católicos,
devido aos seus
sucessivos
casamentos com
princesas
espanholas.
Casou realmente
três vezes,
sempre na
situação de Rei
e com princesas
castro-
aragonesas. A
primeira esposa
era D. Isabel de
Castela e
Aragão, viúva de
seu sobrinho D.
Afonso, atrás
referido. A
segunda esposa
foi D. Maria de
Castela e
Aragão, as duas
filhas dos Reis
Católicos. A
terceira era D.
Leonor da
Áustria, filha
de D. Filipe I e
de D.
Joana-a-Louca e
irmã do
imperador Carlos
Vede.
Durante a sua
infância e
juventude,
Manuel assistiu
à guerra de
intriga e
conspiração
entre a
aristocracia
portuguesa e o
rei João II
muito cioso do
seu poder.
Alguns homens do
seu círculo
próximo foram
mortos ou
exilados,
incluindo o seu
irmão mais velho
Diogo, Duque de
Viseu,
assassinado pelo
rei em pessoa.
Portanto, quando
em 1493 recebeu
uma ordem real
de comparência
no paço, Manuel
estava no mínimo
preocupado. Sem
razão, porque o
propósito de
João II era
nomeá-lo
herdeiro da
coroa, depois da
morte do seu
filho Afonso de
Portugal e das
tentativas
frustradas de
legitimar o
bastardo Jorge
de Lencastre.
Manuel provou
ser um sucessor
à altura de João
II, apoiando os
descobrimentos
portugueses e o
desenvolvimento
dos monopólios
comerciais.
Durante o seu
reinado, Vasco
da Gama
descobriu o
caminho marítimo
para a Índia
(1498), Pedro
Álvares Cabral
descobre o
Brasil (1500),
Francisco de
Almeida torna-se
no primeiro
vice-rei da
Índia (1505) e o
almirante Afonso
de Albuquerque
assegura o
controlo das
rotas comerciais
do Oceano Índico
e Golfo Pérsico
para Portugal.
Tudo isto
contribuiu para
a constituição
do Império
português que
fez de Portugal
um dos países
mais ricos e
poderosos do
mundo. Manuel
utilizou a
riqueza obtida
pelo comércio
para construir
edifícios reais
no estilo
manuelino (o
Mosteiro dos
Jerónimos é um
exemplo) e
atrair
cientistas para
a corte de
Lisboa. Durante
o seu reinado
estabeleceram-se
tratados
comerciais e
relações
diplomáticas com
a China e a
Pérsia e foi
enviada uma
monumental
embaixada a
Roma, para
impressionar o
Papa com as
riquezas
acumuladas.
Na vida política
interna, D.
Manuel seguiu as
pisadas de João
II e tornou-se
quase num rei
absoluto. As
cortes foram
reunidas apenas
três vezes
durante o seu
reinado de mais
de vinte e cinco
anos e sempre no
paço de Lisboa.
D. Manuel
dedicou-se à
reforma dos
tribunais e do
sistema
tributário,
adaptando-o ao
progresso
económico que
Portugal então
vivia.
D. Manuel era um
homem bastante
religioso que
investiu uma boa
parte da fortuna
do país na
construção de
igrejas e
mosteiros, bem
como no
patrocínio da
evangelização
das novas
colónias através
dos missionários
católicos. O seu
reinado ficará
também lembrado
pela perseguição
feita a judeus e
muçulmanos em
Portugal,
particularmente
nos anos de 1496
a 1498. Esta
política
extremista foi
talvez tomada
por forma a
agradar aos reis
católicos e uma
das cláusulas do
seu contrato de
casamento com a
herdeira de
Espanha, Isabel
de Aragão.
Manuel procurou,
no entanto,
acabar com a
distinção
jurídica entre
Cristãos Velhos
e Cristãos Novos
(os convertidos)
e pôr fim à
perseguição
continuada dos
que aceitavam o
baptismo e
conversão. Nada
disto porém
evitou um
massacre de
judeus em
Lisboa,
perpetrado em
1506.
Isabel morreu em
1498, durante um
difícil trabalho
de parto, pondo
fim ao velho
sonho de João II
de unir as
coroas ibéricas
em mãos
portuguesas. A
segunda mulher
de Manuel, Maria
de Aragão era
outra das filhas
dos reis
católicos, mas
já não a
princesa
herdeira, que
era por morte de
Isabel, Joana, a
Louca casada com
o herdeiro dos
Habsburgos.
Manuel morreu em
1521 e
encontra-se
sepultado no
Mosteiro dos
Jerónimos.
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