Trabalho e pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro
Formatação: Iara Melo
Filho de um valido do Duque de Aveiro,
nasceu em Alenquer este que é talvez uma dos
casos mais proteicos e europeizantes do
Quinhentismo português.
Pajem do rei D. Manuel I, secretário da
feitoria portuguesa em Antuérpia, foram-lhe
cometidas importantes missões na Holanda,
Polónia, Alemanha, Itália, Escandinávia,
tendo visto e conversado “com todos os reis,
príncipes, fidalgos e povos da cristandade”,
como diz António Galvão.
Por mais de vinte anos deambulou pelo
estrangeiro, relacionando-se com o movimento
humanista e com os seus principais
representantes: foi amigo de Erasmo e de
Durer, que lhe pintou o retrato, conheceu
Juan Luís Vives, os cardeais Sadoletto e
Bembo, correspondeu-se com Melanchton e,
dada a sua influência particular junto dos
chefes do protestantismo, colaborou como
intermediário nas diligências conciliatórias
entre Lutero e Roma, em 1536.
Regressado a Portugal, em 1545, a convite de
D. João III, ocupou as funções de mestre do
príncipe e guarda-mor da Torre de Tombo,
sendo, em 1558, nessa qualidade incumbido
por D. Henrique da redacção da “Crónica do
Felicíssimo Rei D. Manuel”.
Denunciado à Inquisição, acabaria por
perder, primeiro o cargo de mestre do
infante e por ser mais tarde, em 1571,
condenado a “cárcere perpétuo” no Mosteiro
da Batalha, donde pouco depois saiu, vindo a
falecer em sua casa em Alenquer, em 1574, em
circunstâncias não elucidadas,
suspeitando-se mesmo que tenha sido
assassinado.
Humanista e historiador consciencioso, é o
último continuador de uma crónica crítica a
Fernão Lopes. Traduziu Cícero.
Sua Obra (Historiografia):
“Crónica de Felicíssimo Rei D. Manuel, 1ª e
2ª parte, em 1566, e, a 3ª e 4ª partes em
1567” -;- “Crónica do Príncipe D. João, em
1567” -;- Tratados em latim: “De Bello
Cambaico”, “Hispania”, “Fides”, “Religio”,
“moresque Aethiopium”.
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
– Marinha Grande – Portugal