A 21
de março, comemora-se o Dia
Mundial da Poesia
O Dia Mundial da Poesia
celebra-se a 21 de março, foi
criado na XXX Conferência Geral
da UNESCO em 16 de Novembro de
1999. O propósito deste dia é
promover a leitura, escrita,
publicação e ensino da poesia
através do mundo.
A poesia,
ou gênero lírico, ou lírica é
uma das sete artes tradicionais,
pela qual a linguagem humana é
utilizada com fins estéticos, ou
seja, ela retrata algo que tudo
pode acontecer dependendo da
imaginação do autor como a do
leitor. "Poesia, segundo o modo
de falar comum, quer dizer duas
coisas. A arte, que a ensina, e
a obra feita com a arte; a arte
é a poesia, a obra poema, o
poeta o artífice." O sentido da
mensagem poética também pode ser
importante (principalmente se o
poema for em louvor de algo ou
alguém, ou o contrário: também
existe poesia satírica), ainda
que seja a forma estética a
definir um texto como poético. A
poesia compreende aspectos
metafísicos (no sentido de sua
imaterialidade) e da
possibilidade de esses elementos
transcenderem ao mundo fático.
Esse é o terreno que compete
verdadeiramente ao poeta.
Num contexto mais alargado, a
poesia aparece também
identificada com a própria arte,
o que tem razão de ser já que
qualquer arte é, também, uma
forma de linguagem (ainda que,
não necessariamente, verbal).
História
A tábua Dilúvio da Epopeia de
Gilgamesh em acadiano, por volta
do segundo milênio a.C..
A poesia como uma forma de arte
pode ser anterior à escrita.
Muitas obras antigas, desde os
vedas indianos (1700-1200 a.C.)
e os Gathas de Zoroastro
(1200-900 aC), até a Odisseia
(800 - 675 a.C.), parecem ter
sido compostas em forma poética
para ajudar a memorização e a
transmissão oral nas sociedades
pré-históricas e antigas. A
poesia aparece entre os
primeiros registros da maioria
das culturas letradas, com
fragmentos poéticos encontrados
em antigos monolitos, pedras
rúnicas e estelas.
O poema épico mais antigo
sobrevivente é a Epopeia de
Gilgamesh, originado no terceiro
milênio a.C. na Suméria (na
Mesopotâmia, atual Iraque), que
foi escrito em escrita
cuneiforme em tabletes de argila
e, posteriormente, papiro.
Outras antigas poesias épicas
incluem os épicos gregos Ilíada.
e Odisseia, os livros iranianos
antigos Gathas Avesta e Yasna, o
épico nacional romano Eneida, de
Virgílio, e os épicos indianos
Ramayana e Mahabharata.
Os esforços dos pensadores
antigos em determinar o que faz
a poesia uma forma distinta, e o
que distingue a poesia boa da
má, resultou na "poética", o
estudo da estética da poesia.
Algumas sociedades antigas, como
a chinesa através do Shi Jing,
um dos Cinco Clássicos do
confucionismo, desenvolveu
cânones de obras poéticas que
tinham ritual bem como
importância estética.
Mais recentemente, estudiosos
têm se esforçado para encontrar
uma definição que possa abranger
diferenças formais tão grandes
como aquelas entre The
Canterbury Tales de Geoffrey
Chaucer e Oku no Hosomichi de
Matsuo Basho, bem como as
diferenças no contexto que
abrangem a poesia religiosa
Tanakh, poesia romântica e rap.
O contexto pode ser essencial
para a poética e para o
desenvolvimento do gênero e da
forma poética. Poesias que
registram os eventos históricos
em termos épicos, como Gilgamesh
ou o Shahnameh, de Ferdusi,
serão necessariamente longas e
narrativas, enquanto a poesia
usada para propósitos litúrgicos
(hinos, salmos, suras e hadiths)
é suscetível de ter um tom de
inspiração, enquanto que elegia
e tragédia são destinadas a
invocar respostas emocionais
profundas. Outros contextos
incluem cantos gregorianos, o
discurso formal ou diplomático,
retórica e invectiva políticas,
cantigas de roda alegres e
versos fantásticos, e até mesmo
textos médicos.
O historiador polonês de
estética Wladyslaw Tatarkiewicz,
em um trabalho acadêmico sobre
"O Conceito de Poesia", traça a
evolução do que são na verdade
dois conceitos de poesia.
Tatarkiewicz assinala que o
termo é aplicado a duas coisas
distintas que, como o poeta Paul
Valéry observou, "em um certo
ponto encontram união. [...] A
poesia é uma arte baseada na
linguagem. Mas a poesia também
tem um significado mais geral
[...] que é difícil de definir,
porque é menos determinado: a
poesia expressa um certo estado
da mente.
Gêneros poéticos
Permitem uma classificação dos
poemas conforme suas
características. Por exemplo, o
poema épico é, geralmente,
narrativo, de longa extensão,
eloquente, abordando temas como
a guerra ou outras situações
extremas.
Dentro do gênero épico,
destaca-se a epopéia. Já o poema
lírico pode ser muito curto,
podendo querer apenas retratar
um momento, um flash da vida, um
instante emocional. Poesia é a
expressão de um sentimento, como
por exemplo o amor. Vários
poemas falam de amor. O poema, é
o seu sentimento expressado em
belas palavras, palavras que
tocam a alma. Poesia é diferente
de poema. o Poema é a forma que
se está escrito e a poesia é o
que dá a emoção ao texto.
Licença poética
A poesia pode fazer uso da
chamada licença poética, que é a
permissão para extrapolar o uso
da norma culta da língua,
tomando a liberdade necessária
para recorrer a recursos como o
uso de palavras de baixo-calão,
desvios da norma ortográfica que
se aproximam mais da linguagem
falada ou a utilização de
figuras de estilo como a
hipérbole ou outras que assumem
o carácter "fingidor" da poesia,
de acordo com a conhecida
fórmula de Fernando Pessoa ("O
poeta é um fingidor").
A matéria-prima do poeta é a
palavra e, assim como o escultor
extrai a forma de um bloco, o
escritor tem toda a liberdade
para manipular as palavras,
mesmo que isso implique romper
com as normas tradicionais da
gramática.
Limitar a poética às tradições
de uma língua é não reconhecer,
também, a volatilidade das
falas.
Poesia de Portugal
A poesia portuguesa tem raízes
recuadas, ainda antes da
afirmação da nacionalidade.
Poesia arábica em território
nacional
Poesia na idade média cristã
Renascimento
Barroco e poesia arcádica
O século do Romantismo
Século XX
Poesia arábica em território
nacional
Entre os árabes, enquanto estes
povoavam o território que mais
tarde viria a ser Portugal,
encontramos um punhado de poetas
de grande valor, o que era
constante, aliás, na civilização
islâmica da altura, muito
dedicada à poesia. Al-Mu'tamid
(rei do Taifa de Sevilha), Ibn
Bassam (em Santarém, na altura
chamada Xantarim), Ibn'Amar e
Ibn Harbun (de Silves) são
alguns exemplos.
Trovadores: imagem do
Cancioneiro da Ajuda, século
XIII
Poesia na idade média cristã
Com a Reconquista Cristã e a
fundação da nacionalidade,
inicia-se a época da poesia
galaico-portuguesa. As cantigas
de amigo; as cantigas de amor e
as cantigas de escárnio e
maldizer, foram compiladas em
antologias da época,
manuscritas, a que se deu o nome
de Cancioneiros. Podemos fazer
referência a alguns dos mais
importantes:
Cancioneiro da Ajuda - Compilado
em Portugal no final do século
XIII ou no princípio do século
XIV.
Cancioneiro da Vaticana -
Compilado em Itália no fim do
século XV ou no princípio do
século XVI.
Cancioneiro Colocci-Brancutti ou
Cancioneiro da Biblioteca
Nacional - Compilado em Itália
no fim do século XV ou no
princípio do século XVI.
O trovadores e jograis
(feminino: jogralesas)
cultivaram ainda outros géneros
poéticos, como as tenções, as
cantigas de seguir, as cantigas
de vilão, as pastorelas, os
prantos, os descordos, os lais.
Existe uma época da história
desta poesia, considerada como
uma idade de ouro, que
compreende um período afonsino
(de 1240 a 1280), com os
reinados de Afonso X de Castela
(autor das Cantigas de Santa
Maria) e de Afonso III de
Portugal. Segue-se o período
dionisíaco, com o reinado de D.
Dinis (filho de Afonso III). O
seu filho bastardo, Dom Pedro,
Conde de Barcelos (que morre em
1354), autor de algumas cantigas
que encerram um período de
florescimento poético.
A poesia galego-portuguesa
passa, então, por um período de
decadência, desde fins do século
XIV e ao longo do século XV.
Forma-se uma escola
castelhano-portuguesa
(escrevendo-se nos dois idiomas
emergentes). Será Garcia de
Resende a efetuar a compilação
desta produção poética no seu
Cancioneiro Geral, em 1516.
A par desta poesia lírica,
outros jograis divulgavam as
gestas, poemas de cariz épico e
hagiográfico, muitas vezes
utilizadas como fontes de
informação para os cronistas da
época. Alguns estudiosos desta
manifestação cultural, como
António José Saraiva, Lindley
Cintra e Diego Catalán acreditam
que terá existido um poema
épico, cantado pelos jograis,
onde se narrariam os feitos de
D. Afonso Henriques. Transmitido
oralmente, parece ter servido de
mote para cronistas portugueses
e castelhanos, que a
transformaram e prosa (a forma
poética tem também a função de
tornar mais fácil de memorizar
os longos relatos). O Romanceiro
português alia o épico ao lírico
nos seus romances bastante
diversificados. O alaúde era um
instrumento muito usado na
época.
Renascimento
Os poetas portugueses
representados no Cancioneiro de
Garcia de Resende demonstram
algum conhecimento de outras
poéticas: Dante Alighieri,
Petrarca, Juan de Mena, Marquês
de Santillana, além de autores
do classicismo romano.
Gil
Vicente e Francisco de Sá de
Miranda marcam, na poesia, o
início do Renascimento em
Portugal, onde também se destaca
António Ferreira.
Luís Vaz
de Camões é, contudo, o vulto
maior da poesia portuguesa. Os
Lusíadas, 1572 é o poema
nacional por excelência. Não se
deve, porém, esquecer a sua
poesia lírica, a todos os níveis
incomparável, reunida nas Rimas,
postuamente, em 1595.
É com Camões que se faz, também,
a nível de estilo e conteúdo,
passagem para o Maneirismo, de
uma poesia melancólica e de
profundo questionamento
existencial que já se verifica
em Camões (onde a temática do
exílio, na sua lírica, e a
crítica aos aspectos menos
heróicos de Portugal, como o
"gosto d'hua austera, apagada e
vil tristeza", n'Os Lusíadas, já
faz entrever). Diogo Bernardes,
Vasco Mouzinho de Quevedo,
Baltasar Estaço, D. Manuel de
Portugal, Sá de Miranda e
Francisco Rodrigues Lobo são
alguns dos nomes mais
importantes deste período que
irá desembocar no Barroco.
Luis de Góngora, na Espanha, a
par com Francisco de Quevedo, é
o modelo a imitar, no que diz
respeito à poesia Barroca. Os
poetas portugueses da altura,
como Jerónimo Baía, Barbosa
Bacelar e D. Tomás de Noronha
(entre muitos anónimos), sem o
mesmo brilho dos mestres
espanhóis, glosam, então, num
virtuosismo formal intrincado,
os temas da Morte, e da
inconstância da Sorte e da
Fortuna, transmitindo um
sentimento que marcava, também,
a religião na Península Ibérica,
na altura.
Marquesa
de Alorna: representante da
Arcádia Lusitana Barroco e
poesia arcádica
Como reacção ao Barroco,
seguindo o lema Inutilia truncat
(cortar o inútil) o
Neoclassicismo, inspirado nos
modelos gregos e latinos (e no
próprio Renascimento), inicia-se
com Pedro António Correia Garção
(pseudónimo arcádico: Córidon
Erimanteu), na segunda metade do
século XVII. A Arcádia Lusitana
vai ser o movimento poético mais
importante desta época até à
primeira metade do século XIX,
reunindo os nomes de Francisco
Manuel do Nascimento (mais
conhecido pelo pseudónimo
arcádico Filinto Elísio), Manuel
Maria Barbosa Du Bocage,
Francisco Joaquim Bingre,
Marquesa de Alorna, José
Anastácio da Cunha, José
Agostinho de Macedo, Nicolau
Tolentino de Almeida, António
Dinis da Cruz e Silva, entre
outros.
O século do
Romantismo
O século XIX trouxe consigo
alguns dos maiores vultos da
poesia portuguesa. Ainda que não
tivesse sido pródigo na
quantidade, este foi o século de
Almeida Garrett, Antero de
Quental, Gomes Leal, António
Nobre, João de Deus, Cesário
Verde, Guerra Junqueiro...
O século XX, no entanto, é,
segundo as palavras de um dos
grandes poetas contemporâneos (Eugénio
de Andrade), o século de ouro da
poesia portuguesa.
A quantidade e qualidade é,
realmente, assombrosa.
Destacam-se Florbela Espanca,
Teixeira de Pascoais, Fernando
Pessoa, Mário de Sá-Carneiro,
Almada Negreiros, Camilo
Pessanha, António Botto, Afonso
Duarte, Irene Lisboa, Edmundo de
Bettencourt, Vitorino Nemésio,
José Régio, Saúl Dias, António
Gedeão, Miguel Torga, Sophia de
Mello Breyner Andresen, Jorge de
Sena, Carlos de Oliveira,
Natália Correia, Mário Cesariny,
Alexandre O'Neill, António Ramos
Rosa, Albano Martins, David
Mourão-Ferreira, António Manuel
Couto Viana, Alberto de Lacerda,
António Maria Lisboa, Fernando
Echevarria, Rui Knopfli, Ruy
Belo, João Pedro Grabato Dias,
António Osório, Liberto Cruz,
José Carlos Ary dos Santos,
Manuel Alegre, Fernando Assis
Pacheco, Luiza Neto Jorge, Vasco
Graça Moura, João Miguel
Fernandes Jorge, Joaquim Manuel
de Magalhães, António Franco
Alexandre, Carlos Eurico da
Costa, Nuno Júdice, Al Berto,
Luís Filipe Castro Mendes,
Adília Lopes, Ana Hatherly,
Herberto Helder, Luís Miguel
Nava, António Franco Alexandre,
Daniel Faria , Casimiro de
Brito, Gastão Cruz, Pedro
Sena-Lino, José Carlos González,
Natercia Freire.
Poesia do Brasil
A história da poesia do Brasil
começa no século XVI, o primeiro
século da colonização, com a
chegada dos padres da Companhia
de Jesus ou, mais exatamente com
José de Anchieta, jovem jesuíta
das Canárias, evangelizador e
mestre, que, segundo a tradição,
escreveu 4072 versos latinos à
Virgem nas areias da praia de
Iperoig, atual Ubatuba, em São
Paulo, com seu bastão. Ao longo
dos séculos, a poesia brasileira
passou por várias escolas, até
chegar ao final do século XX,
com o chamado de pós-modernismo.
Poesia existencial
Poesia lírica
Poesia social
Poesia existencial
Poesia cujos temas são grandes
experiências da vida, como a
angústia, a dúvida, a solidão, a
velhice, a morte. Os poetas da
segunda geração do modernismo
brasileiro, a chamada "geração
de 1930" (Drummond, Murilo
Mendes, Vinícius de Moraes),
oferecem em sua obra grandes
exemplos dessa tendência.
Drummond, sobretudo, tematiza,
em poemas célebres, o impasse
existencial (E agora José?), a
velhice (Dentaduras duplas e
Versos à boca da noite, por
exemplo), a dúvida e o desengano
filosófico (A máquina do mundo,
etc).
Poesia lírica
Centrada na primeira pessoa do
discurso (o eu lírico, que não
deve ser confundido com o
poeta), sua expressão é marcada
por subjetividade.
Geralmente, mas não sempre, o
conteúdo do poema lírico são
emoções do sujeito (o eu lírico)
expressas em forma musical (por
isso o nome lírica, que, na
Antiguidade, indicava o
acompanhamento musical da lira).
O poema lírico tende a ser breve
como a canção e obedece a um
ritmo associativo (conexão
emocional dos sentidos e das
imagens).
Tematiza questões políticas e
sociais. No Brasil, grandes
exemplos são, no Romantismo, a
poesia abolicionista de Castro
Alves e, no Modernismo, os
poemas de Carlos Drummond de
Andrade, escritos na altura da
Segunda Guerra Mundial e
publicados em seu livro A rosa
do povo (1945).
Quinhentismo (1500-1600)
O Quinhentismo corresponde ao
estilo literário que abrange
todas as manifestações
literárias produzidas no Brasil
à época de seu descobrimento,
durante o século XVI. É um
movimento paralelo ao
Classicismo português e possui
idéias relacionadas ao
Renascimento, que vivia o seu
auge na Europa.
A literatura do Quinhentismo tem
como tema central os próprios
objetivos da expansão marítima:
a conquista material, na forma
da literatura informativa das
Grandes Navegações, e a
conquista espiritual, resultante
da política portuguesa da
Contra-Reforma e representada
pela literatura jesuítica da
Companhia de Jesus.
Barroco (1601
– 1768)
O Barroco sucedeu o
Renascimento, abrangendo do
final do século XVI ao final do
século XVIII, estendendo-se a
todas as manifestações culturais
e artísticas europeias e
latino-americanas. O momento
final do Barroco, o Rococó é
considerado um barroco exagerado
e exuberante, e para alguns, a
decadência do movimento.
Não há um consenso quanto a
origem da palavra Barroco. A
mais aceita diz que o termo
deriva da palavra Barróquia,
nome de uma região da Índia,
grande produtora de uma pérola
de superfície irregular e áspera
com manchas escuras, conhecida
pelos portugueses como barroco.
Aproximando-se assim do estilo,
que segundo os clássicos era um
estilo "irregular",
"defeituoso", de "mau gosto".
Em sua estética, o barroco
revela a busca da novidade e da
surpresa; o gosto pela
dificuldade, pregando a ideia de
que se nada é estável tudo deve
ser decifrado; a tendência ao
artifício e ao engenho; a noção
de que no inacabado reside o
ideal supremo de uma obra
artística.
A literatura barroca se
caracteriza pelo uso da
linguagem dramática expressa no
exagero de figuras de linguagem,
de hipérboles, metáforicos,
anacolutos e antíteses.
Arcadismo no Brasil (1769 –
1789)
O Arcadismo desenvolveu-se no
Brasil do século XVIII e se
prendeu ao estado de Minas
Gerais, onde se havia descoberto
ouro, fato que marcou o local
como centro econômico e,
portanto, cultural da colônia
portuguesa.
No apogeu da produção aurífera,
entre as 1740 e 1760, Vila Rica
(hoje Ouro Preto) e o Rio de
Janeiro substituíram a cidade de
Salvador como os dois pólos da
produção e divulgação de idéias.
Os ideais do Iluminismo francês
eram trazidos da Europa pelos
poucos membros da burguesia
letrada brasileira - juristas
formados em Coimbra, padres,
comerciantes, militares.
Alguns autores destacados desse
momento são Cláudio Manuel da
Costa, Tomás Antônio Gonzaga,
Basílio da Gama e José de Santa
Rita Durão.
O Arcadismo, também chamado
Neoclassicismo, terminou em
1836, no Brasil, e abriu as
portas para o Romantismo.
Romantismo no
Brasil
O Romantismo no Brasil teve como
marco fundador a publicação do
livro "Suspiros poéticos e
saudades", de Gonçalves de
Magalhães, em 1836, e durou 45
anos terminando em 1881 com a
publicação de Memórias Póstumas
de Brás Cubas, por Machado de
Assis. O Romantismo foi sucedido
pelo Realismo.
Modernismo no Brasil (1922 -
1945)
O modernismo brasileiro foi um
amplo movimento cultural que
repercutiu fortemente sobre a
cena artística e a sociedade
brasileira na primeira metade do
século XX, sobretudo no campo da
literatura e das artes
plásticas.
Comparado a outros movimentos
modernistas, o brasileiro foi
desencadeado tardiamente, na
década de 1920. Este foi
resultado, em grande parte, da
assimilação de tendências
culturais e artísticas lançadas
pelas vanguardas europeias no
período que antecedeu a Primeira
Guerra Mundial, tendo como
exemplo do Cubismo e do
Futurismo, refletindo, então, na
procura da abolição de todas as
regras anteriores e a procura da
novidade e da velocidade.
Contudo, pode-se dizer que a
assimilação dessas ideias
europeias deu-se de forma
seletiva, rearranjando elementos
artísticos de modo a ajustá-los
às singularidades culturais
brasileiras. Considera-se a
Semana de Arte Moderna,
realizada em São Paulo, em 1922,
como ponto de partida do
modernismo no Brasil. Porém, nem
todos os participantes desse
evento eram modernistas:
Graça Aranha, um pré-modernista,
por exemplo, foi um dos
oradores. Não sendo dominante
desde o início, o modernismo,
com o tempo, suplantou os
anteriores. Foi marcado,
sobretudo, pela liberdade de
estilo e aproximação com a
linguagem falada, sendo os da
primeira fase mais radicais em
relação a esse marco.
Didaticamente, divide-se o
Modernismo em três fases: a
primeira fase, mais radical e
fortemente oposta a tudo que foi
anterior, cheia de irreverência
e escândalo; uma segunda mais
amena, que formou grandes
romancistas e poetas; e uma
terceira, também chamada
Pós-Modernismo por vários
autores, que se opunha de certo
modo a primeira e era por isso
ridicularizada com o apelido de
neoparnasianismo.
Parnasianismo
O parnasianismo é uma escola
literária ou um movimento
literário essencialmente
poético, contemporâneo do
Realismo-Naturalismo. Um estilo
de época que se desenvolveu na
poesia a partir de 1850, na
França.
Simbolismo
Simbolismo é uma tendência
literária da poesia e das outras
artes que surgiu na França, no
final do século XIX, como
oposição ao Realismo, ao
Naturalismo e ao Positivismo da
época.
Poesia concreta
Poesia concreta é um tipo de
poesia vanguardista, de caráter
experimental, basicamente
visual, que procura estruturar o
texto poético escrito a partir
do espaço do seu suporte, sendo
ele a página de um livro ou não,
buscando a superação do verso
como unidade rítmico-formal.
Surgiu na década de 1950 no
Brasil e na Suíça, tendo sido
primeiramente nomeada, tal qual
a conhecemos, por Augusto de
Campos na revista Noigandres de
número 2, de 1955, publicada por
um grupo de poetas homônimo à
revista e que produziam uma
poesia afins.
Também é chamada de (ou
confundida com) Poesia visual em
algumas partes do mundo.
Pós-Modernismo
Pós-modernidade é a condição
sócio-cultural e estética que
prevalece no capitalismo
contemporâneo após a queda do
Muro de Berlim e a consequente
crise das ideologias que
dominaram o século xx. O uso do
termo se tornou corrente, embora
haja controvérsias quanto ao seu
significado e a sua pertinência.
Algumas escolas de pensamento
tem-na como fundamento do
alegado esgotamento do movimento
modernista, que dominou a
estética e a cultura até final
do século XX. Assim,
substituindo a modernidade.
Enquanto, outros afirmam que a
pós-modernidade seria a extensão
da modernidade, englobando-a,
para cobrir o desenvolvimento no
mundo, onde houve a perda da
aura do objeto artístico pela
sua reprodução em múltiplas
formas: fotografias, vídeos,
etc. (Walter Benjamin).
Pós-modernidade pode significar
uma resposta pessoal para uma
sociedade pós-moderna, as
condições na sociedade que
fazem-na pós-moderna ou o estado
de ser que é associado a uma
sociedade pós-moderna. Em muitos
contextos, poderia ser
distinguido de pós-modernismo, a
consciente adoção de filosofias
pós-modernas ou traços na arte,
literatura e sociedade.
O crítico brasileiro Mário
Pedrosa foi um dos primeiros a
utilizar este termo em 1964
(Madeira, A. p.1). Em importante
artigo sobre a arte de Hélio
Oiticica Pedrosa afirmava na
ocasião (Pedrosa,1981:205): A
esse novo ciclo de vocação
antiarte chamaria de arte
pós-moderna.
Pós-modernidade pode significar
uma resposta pessoal para a
sociedade pós-moderna. As
condições nas quais a sociedade
faz-se pós-moderna ou o estado
de ser que é associado com uma
sociedade pós-moderna. Na
maioria dos contextos pode ser
distinguida de pós-modernismo, a
consciente adoção de filosofias
pós-modernas ou traços na arte,
literatura e sociedade.
Poesia
contemporânea de âmbito lusofóno
na Internet: um novo futuro
(1.998 palabras - 9 páginas)
José
Ángel Martínez Usero
©Diplomado em
Biblioteconomia na
Universidad de Murcia -
Espaha
Patrícia
Martins Pereira ©Graduada em
Biblioteconomia pela (UFG)
Universidade Federal de
Goiás - Brasil e Doutoranda
na Departamento de Ciencias
de la Información, da
Universidad de La Laguna,
Islas Canarias
A ligação dos conceitos
poesia contemporânea e
Internet, à primeira vista
parece inconcebível, mas
vamos ver que não é bem
assim. Além de apresentar as
relações poesia/tecnologia,
constitui o nosso objetivo
analisar as possibilidades
que a rede Internet oferece
para o desenvolvimento da
poesia atual, assim como
proporcionar um guia básico
para a navegação pela Rede
neste âmbito.
Ao nível científico,
considera-se poesia
contemporânea o movimento
lírico que nasce no fim do
século XIX e chega até os
nosso dias, abarcando
portanto, diversas
tendências, nomeadamente a
literatura científica que
identifica de forma geral
as seguintes: Neo -
Romantismo, simbolismo -
Decadetismo, Geração de "Orpeheu",
Geração de "Presença", Novas
Tendências Realistas e
finalmente a denominada
Poesia Experimental.
Para os nossos objetivos é
preciso tornar claras as
diferenças entre o que se
denomina poesia
contemporânea e aquilo que
poderia ser denominada
"poesia de última geração",
considerando esta última
como uma das tendências
líricas atuais representada
pelos poetas que desenvolvem
a sua obra nos últimos 10 -
20 anos.
"E se bem é patente - hoje
faz-se mais visível - a
existência dum grupo de
poetas novos com uma
expressão poética nova nos
últimos anos, cujos
contributos artísticos
corresponde serem estudados
e analisados pela crítica
uma vez que o tempo outorgue
perspectiva necessária".
Uns poetas de última
geração, cuja característica
diferenciadora e de ruptura
com respectivo à anteriores
tendências concretiza-se no
desconhecimento global da
sua obra; tanto por parte da
maioria dos leitores, como
também, de muitos veteranos
pertencentes aos "circuitos
literários". Uns novos
poetas que vivem num
ambiente de contínuo
desenvolvimento tecnológico,
uns poetas que veem
restringida a difusão da sua
obra a um círculo vicioso
mais ou menos fechado, uns
poetas que ouvem a sua
poesia da boca do cantor em
voga, tantos outros poetas
buscam novos meios de
difusão.
Estes poetas e o conjuntos
dos setores que giram à sua
volta (leitores, editores,
livrarias, associações,
bibliotecas, etc.) começam a
aproveitar as possibilidades
que as novas tecnologias da
informação lhes oferecem.
Nascem, portanto, os "cyberpoetas"e
como consequência disto a "cyberpoesia".
Esta cyberpoesia está
obtendo um grande sucesso no
âmbito lusófono, incluindo
portanto o conjunto de
poetas que escrevem em
língua portuguesa,
independente da sua
nacionalidade ou "contimentalidade",
estamos a falar,
nomeadamente, dos poetas de
Portugal, Galiza, Brasil,
Angola, Moçambique, Cabo
Verde, São Tomé e Príncipe,
Guiné-Bissau, Macau e Timor
Leste.
Não só estamos falando de
poetas mas também de todos
os setores implicados na
manifestação poética,
claramente influenciados
pela revolução das
tecnologias da informação.
A já mencionada relação
Poesia - Internet oferece
múltiplas possibilidades em
todos os sentidos e para os
agentes que participam nesta
revolução.
Os leitores convencionais,
agora "poetnautas", podem
ler, imprimir ou gravar
qualquer obra do seu autor
preferido; comunicar com o
próprio autor; enviar uma
sugestão, comentário,
inclusive algum poema
próprio; assinar no livro de
visitas; consultar revistas
especializadas,
comprar todo tipo de
documentos, assim como criar
uma página Web com os seus
autores preferidos e muito
mais.
Os autores têm a
possibilidade de difundir a
sua obra ao resto da
comunidade ligada à Rede
através de exposições
virtuais; estabelecer
contato com outros autores,
leitores, associações,
editoras, etc.; publicar em
revistas, oferecer os seus
serviços à comunidade; obter
informações sobre concursos,
encontros, congressos, etc.
As Editoras, Livrarias e
Associações podem oferecer e
vender os seus produtos;
lançar novidades, inserir
publicidade; difundir
autores; promover
acontecimentos culturais;
editar folhetos ou revistas
eletrônicas, enfim fazer
tudo aquilo que seja
possível imaginar.
As Bibliotecas e Centros de
Documentação podem e devem
conhecer e difundir os
diferentes serviços e
produtos; elaborar
documentos de referência
(listas, dossiers, índices,
diretórios, etc.) neste
âmbito; colaborar
pontualmente com o resto dos
agentes implicados na
realização de atividades
culturais, sites com DSI –
Disseminação Seletiva da
Informação eletrônicos e
muitos mais.
O rol da Biblioteca e
Centros de Documentação são
os principais acolhedores e
difusores dos fenômenos que
estão acontecendo na
Internet. Uma biblioteca ou
sistema de Difusão usando a
Internet como fonte de
pesquisa com o objetivo de
fornecer mais uma ferramenta
de informação, formação e
cultura para os seus
usuários. Os Centros de
Documentação e Bibliotecas
podem desenvolver parcerias,
bem como produtos, serviços
e animações, tais como:
- Elaborar dossiers
temáticos.
- Realizar exposições.
- Organizar encontros de
Cyberpoetas veteranos e
recém chegados no mundo da
Internet ou poesia.
- Projetar, organizar e
promover campanhas de
marketing.
Como: enviar guardanapos com
mensagens, citações de
cyberpoetas e difundir os
poetas e sua Cyberpoesia.
Em Goiânia (Brasil),em bares
e tabernas, por exemplo: no
Flower Cave, Alemdalenda,
Pátio Verde, Tem Arte
Ateliê, Oficina de
Expressão, Don Sebastian,
Pequeno Burquês, dentre
tantos outros. Em Murcia
(Espanha): No "Bar de la
puerta Falsa", Itacá.
Barcelona (Brasil): No "Café
de las Artes". Em bares da
famosa Savassi em Belo
Horizonte (Brasil), ou nos
eventos promovidos pela
Bella Carta. No Rio de
Janeiro (Brasil), no Café do
Centro Cultural Banco do
Brasil CCBB ou no Café da
Biblioteca Nacional. São
Paulo: nos bares dos centros
culturais. Em Miami (Flórida
- EUA), no Café Livraria
"Barnes & Noble", "News
Café" em Miami Beach (EUA)
dentre inúmeros espaços de
cultura e entretenimento.
- Publicar e difundir
artigos e notícias de
eventos culturais e
poéticos, nos diversos meios
de comunicação.
- Criar clubes de leitura
sobre assuntos específicos.
Ex. Clube da Cyberpoesia.
- Contactar os Cyberpoetas
da cidade a fim de
desenvolver atividades em
cooperação, como: Oficinas
de Poesia para escolas da
comunidade local.
De fato, todos podemos
aproveitar as vantagens da
rede Internet em relação
direta com a poesia atual;
quer pelo prazer de ler e
desfrutar, quer pelo prazer
de colaborar e difundir.
O
Portal CEN desde a sua
fundação tem como filosofia
divulgar textos de
escritores e poetas da
atualidade, editando
mensalmente e gratuitamente
revistas eletrônicas,
publicando-as em seu site e
repassando-as aos milhares
de leitores do mundo
lusófono.
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite
Ribeiro – Marinha Grande - Portugal
Fontes:
Diversas
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