

Dia da Amazônia
05 de
Setembro
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
A
primeira expedição exploradora desta
região, foi organizada por espanhóis, em
1539. Mais tarde, ingleses e holandeses
também se instalaram por lá. Em 1636,
Pedro Teixeira subiu o rio Amazonas e
chegou a Quito, no Equador. Ao longo do
século XVII, expandiu-se o domínio
português na região. A apanha das então
chamadas “drogas do sertão” e a
escravidão dos naturais impuseram-se
como actividades exploratórias, e as
missões religiosas e os aldeamentos
indígenas tornaram-se ponto de influxo
no povoamento. As disputas entre
Portugal e a Espanha pela posse
definitiva do território, chegaram ao
fim com a assinatura do Tratado de
Madrid, no ano de 1750, que reconheceu o
direito português sobre a região.
Desmembrada do Pará, mas a ela
subalterna, foi criada a capitania de
São José do Rio Negro, em 1755. A
Independência do Brasil em 7 de Setembro
de 1822 não trouxe a desejada autonomia
administrativa. São José do Rio Negro
sublevou-se em 1832. A revolta foi
abafada pelas tropas imperiais, mas, em
1850, instituiu-se a Província do
Amazonas. O processo de vulcanização da
borracha e a possibilidade de exploração
industrial da seringueira estimularam a
imigração e promoveram o aumento
populacional. Implantada a República
Brasileira, em 1889, a borracha
sustentou forte surto civilizacional e
cultural em Manaus. A decadência
económica, advinda da concorrência da
produção da borracha amazónica, gerou
alguma estagnação do produto.
O Amazonas é o maior
estado brasileiro (em área). Localizado
no oeste da região Norte, tem como
limites a Venezuela e Roraima a norte, o
Pará a leste, Mato Grosso a sudeste,
Randónia a sul, o Acre a sudoeste, o
Peru a oeste e a Colômbia a noroeste.
Ocupa uma área de 1.577.820,2 km². A
capital é Manaus. As cidades mais
importantes são: Manaus, Manacapuru,
Tefé, Parintins e Itacoatiara.Tem ao
mesmo tempo as terras mais altas (pico
da Neblina, 3.014m) e a maior extensão
de terras baixas (menos de 100m) do
Brasil. Juruá, Purus, Madeira, Negro,
Amazonas, Içá, Solimões, Uaupés e Japurá
são os rios principais. Localizada na
Região Norte do Brasil e cortada pela
linha do Equador, a Amazónia tem o clima
Equatorial predominante, quente e húmido,
com temperaturas anuais variando entre
21ºC e 42º. A temperatura média anual é
de 28ºC e caracterizado por humidade
elevada durante todo o ano, o que
favorece a formação da cobertura vegetal
de floresta ombrófila (densa), com
árvores de grande porte e folhagens
sempre verdes. As chuvas são muito
abundantes (entre 3500 e 6000 mm/ano) e,
em certos períodos do ano, provoca
enchentes, inundando vastas regiões e
fertilizando a terra. As precipitações
contribuem para a cheia dos rios e
auxiliam na transformação das paisagens
amazónicas no meio tempo entre a
estiagem e o período de chuvas.
Pelo tratado de Tordesilhas, assinado
entre Portugal e Espanha em 1494, a
Amazónia seria região colonial
espanhola. Os primeiros exploradores até
foram os espanhóis Francisco de Orellana,
que desceu o Rio Amazonas até à foz em
1539, e Pedro de Ursua em 1561. Como não
foram encontradas riquezas visíveis, o
território não teria interessado à
Espanha. Durante a ocupação espanhola em
Portugal (de 1580 a 1640), foram os
portugueses incumbidos de expulsar os
franceses, ingleses e holandeses, que
ali comercializavam com os índios as
chamadas "Drogas do sertão",ou sejam:
cacau, baunilha, canela, assafrás, cravo
e outras. Em 1637, o português Pedro
Teixeira subiu o Rio Amazonas partindo
da foz. Mesmo após a restauração da
Independência de Portugal, expedições
militares e sertanistas portugueses e
brasileiros continuaram a conquistar e a
explorar esta região, e procurando
escravizar os índios. Entretanto, como
muitas tribos não se submeteram, foram
enviadas várias expedições, como a de
Pedro da Costa Favela, que as dizimaram.
Em defesa dos índios ergueram-se as
missões religiosas, que procuraram
pacificá-los e fixá-los em núcleos de
povoamento (talvez daqui venho a
expressão favela), onde colectavam as
"drogas do sertão" e plantavam café e
tabaco. Muitos deste núcleos deram
origem a cidades como Silves (há uma
cidade Silves em Portugal), Uapés e
Itapiranga. Também havia povoamentos de
Jesuítas espanhóis dos quais originaram
São Paulo de Olivença, Coari, Tefé,
Amatuará e outras. Algumas povoações
formaram-se em redor de posições
fortificadas, como em redor do forte de
São José do Rio Negro, construído em
1671 pelo capitão Francisco da Mota
Falcão, na confluência dos Rios Negro e
Amazonas, formou-se a povoação do Lugar
da Barra, depois Barra do Rio Negro
(hoje Manaus). Pelo Tratado de Madrid em
1750, Portugal assegurou o direito
definitivo sobre este território, que
passou a constituir a Capitania de São
José do Rio Negro. A comissão de
limites, chefiada pelo general Francisco
Xavier de Mendonça Furtado, instalou-se
na antiga Missão de Mariuá, tornada
capital da nova capitania com o nome de
Barcelos (em Portugal há uma cidade com
este nome). Em 1759, com a expulsão dos
Jesuítas, acusados de explorar o
trabalho dos índios em proveito próprio
e de controlar o comércio prejudicando
os colonos, as missões passaram a ser
administradas pelos Directórios dos
índios. Os primeiros governadores da
capitania mandaram explorar e levantar o
mapa das comunicações entre o Rio
Solimões e seus principais afluentes da
margem esquerda. Introduziram a criação
de gado nos campos do Rio Branco e
instalaram fábricas de tecidos,
embarcações e de tijolos. No século XlX
começaram a surgir novos produtos, como
couros, anil, algodão em caroço e peixe
seco. A borracha, conhecida desde o
início do século XVlll, era só
aproveitada para fazer bolas e sapatos.
Em 1799,a capital foi transferida para
Barra do Rio Negro. Os anseios de
autonomia total da população sofreram um
rude golpe com a Independência do
Brasil, que a tornou uma comarca da
Província do Grão-Pará. Em 1832, uma
revolta proclamou a criação da província
do Amazonas, mas foi violentamente
sufocada pelas forças Imperiais.
Entretanto, a comarca continuou agitada,
participando da Cabanagem, que se
estendeu até 1840. Em 1850, atendendo às
reivindicações do Deputado João Batista
de Figueiredo Tenreiro Aranha,
preocupado com a decadência da comarca,
D. Pedro II sancionou a criação da
Província do Amazonas. Em 1856, Barra do
Rio Negro teve seu nome mudado para
Manaus.
O progresso acelerou-se com a abertura
dos portos amazonenses aos navios
estrangeiros (1866) e com a valorização
da borracha, já no fim do século XIX, no
mercado internacional, ficando em
terceiro lugar nas exportações
brasileiras. Houve grande imigração de
nordestinos para trabalhar nos
seringais. Viajantes e cientistas
estrangeiros que desde o século XVIII
percorriam a Província, continuaram a
estudar as belas naturezas da região.
Na Primeira República, o principal chefe
político foi Eduardo Ribeiro,
responsável pela urbanização de Manaus e
pela construção do Teatro Amazonas.
Entretanto, com o início da produção dos
seringais das colónias inglesas e
holandesas no Oriente, a partir de mudas
levadas da Amazónia, iniciou-se a partir
de 1913, a decadência deste Estado. A
partir de 1930, imigrantes japoneses
começaram a plantar juta, mas só na
década de 1950 houve um esforço
significativo do Governo Federal para
estimular a economia. Foram instaladas
uma refinaria de petróleo em Manaus,
pequenas termoeléctricas a óleo e uma
tecelagem de juta. Em 1967, o Governo
criou em Manaus uma Zona Franca que
contribuiu para estimular o comércio e a
indústria. Com novas vias que ligam o
Estado da Amazonas ao Nordeste e a
outras regiões do Brasil, deu-se uma
imigração de nordestinos.
Dia da Amazónia - Fonte: Brazil Nature
Quando falamos em Amazónia lembramos de
densa floresta tropical, biodiversidade
incrível, riqueza de matéria-prima.
Todos esses factores positivos
contribuem para que ela seja o que é
hoje: alvo de especulações e inveja de
grande parte das nações do mundo,
principalmente das poderosas, cujo
grande objectivo é apoderar-se de uma
dávida que veio florescer em pleno
território brasileiro.
Em 1990, foi iniciado um trabalho na
Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia para determinar a
distribuição da diversidade vegetal na
Amazónia. Hoje, existe uma base de dados
com a distribuição de mais de 3.500
espécies, capaz de gerar mapas por
género, família ou total. Somando todas
as áreas recobertas pela floresta, temos
o incrível número de 6 milhões de
quilómetros quadrados. A parte
brasileira é calculada em 3 milhões e
meio de quilómetros quadrados, o que
representa mais de 50% da floresta e 42%
do território nacional.
Segundo o geógrafo Aziz Ab'Saber, a
Amazónia tem características marcantes
que tornam sustentável tamanha vastidão
verde. Ab'Saber nos chama atenção a
extraordinária continuidade das
florestas , e da grandeza de sua rede
pluvial, ressaltando ainda que apesar
desta vastidão apresenta pouca variedade
de ecossistemas, mesmo analisando
regiões e altitudes diversas. Algo que
nos salta aos olhos é a mesmice
encontrada nas terras amazónicas, sempre
com altas e densas florestas, bem
servidas de rios e animais.
A Amazónia é um intrincado ecossistema,
que abriga uma riqueza de fauna e flora
inestimáveis, podendo, caso seja usada
de forma correcta, trazer um avanço para
o ser humano inimaginável. Mas a
imensidão esconde a fragilidade desta
massa viva perante a uma única espécie.
Fonte: Profª. Drª. Isabel Cristina
Martins Guillen
Euclides da Cunha escreveu sobre a
Amazónia alguns textos esparsos, onde
sobressai o tom de denúncia social das
condições de vida dos migrantes
nordestinos nos seringais. Seus artigos
e ensaios foram publicados
essencialmente em À margem da História,
cuja primeira edição é de 1909, e também
em Contrastes e Confrontos, de 1907.
Esses textos, e outros não publicados,
foram reunidos por Leandro Tocantins num
volume intitulado Um Paraíso Perdido.
Tal qual o título do grande livro que
Euclides desejava escrever sobre a
Amazónia. Desses textos não se pode
passar ao largo quando se pretende
discutir a história da Amazónia,
especialmente o período do auge da
extracção da borracha. Euclides da Cunha
foi para a região amazónica em 1904,
para chefiar a equipe brasileira da
Comissão Mista Brasileiro-Peruana de
Reconhecimento do Alto Purus, que tinha
como objectivo demarcar a fronteira
entre o Brasil e o Peru. Era já um
escritor consagrado. O que o levou a
embarcar nessa aventura, expondo-se aos
muitos perigos da floresta?
Encontramos algumas pistas em sua
correspondência. Euclides escreveu para
o amigo José Veríssimo que sua
proposição era "um meio admirável de
ampliar a vida, o de torná-la útil e
talvez brilhantíssima. (...) Que melhor
serviço poderei prestar à nossa terra.
Além disso, não desejo a Europa, o
boulevard, os brilhos de uma posição,
desejo o sertão, a picada malgradada, a
vida afanosa e triste de pioneiro." O
que transparece na correspondência que
Euclides envia para os amigos
referindo-se aos preparativos da viagem
é um imenso desejo de se integrar na
solidão desse imenso deserto, sinónimo
que ele a todo momento emprega para se
referir à floresta. Ao mesmo tempo, ao
se confrontar com a natureza e com os
homens que na Amazónia viviam, a imagem
um tanto quanto romântica da
floresta-deserto-sertão se desfaz. Que
sociedade era aquela que se propunha a
ocupar a Amazónia? Quem eram aqueles
homens e que vida tinham?
Refere-se, no Terra sem História, que à
entrada de Manaus existe uma ilha, de
Marapatá, que é o "mais original dos
lazaretos - um lazareto de almas! Ali,
dizem, o bem-vindo deixa a
consciência..." Na foz do Purus também
há uma ilha que o povo costuma chamar de
"Ilha da Consciência". Assim, a exemplo
de Dante, aquele que penetra pelas duas
portas que levam ao paraíso diabólico
dos seringais, deve abdicar das melhores
qualidades nativas. Penetrado, o inferno
se revela o lugar onde o homem "trabalha
para escravizar-se" (cf. Cunha, 1994,
p.35)
O primeiro ponto a se observar desses
escritos euclidianos sobre a Amazónia é
a ideia de que a região e seus
habitantes podem ser representados como
um anfiteatro da história, da
civilização, da nacionalidade, que se
abrigava potencialmente no deserto, no
sertão. No qual, no entanto, já podemos
antever as ruínas, a destruição e a
incompletude. O paraíso, que tanto
deseja encontrar, já tinha sido
corrompido, e por isso se encontrava,
talvez, irremediavelmente perdido. Só
partindo do binómio natureza e cultura é
que se poderia delinear a forma que,
para Euclides, toma a vida social na
floresta, especificamente a vida no
seringal. Nessa natureza, ainda
incompleta e em expansão, o homem
encontrou um poderoso adversário, e o
embate com esse ambiente o aproxima do
mundo animal, distanciando-o da
civilização. Falta "à vestimenta das
matas os recortes artísticos do
trabalho."(cf. Cunha, 1994, p.53)
A civilização está presente na floresta
como moléculas, que aparecem
repentinamente na vasta solidão
selvagem: as cidades. Essas moléculas de
civilização, já corrompidas, corroboram
uma imagem fundamental que Euclides
pincelou sobre a região: terra sem
história. Nessa paisagem, o homem é um
"intruso impertinente" e a natureza
encontra-se em "opulenta desordem", e
incompleta. A imagem da incompletude se
delineia com a descrição do rio que leva
a terra para além mar, provoca
desabamentos, constrói e destrói as
ilhas. Página do Génesis, terra em se
fazendo. "Tal o rio, tal a história:
revolta, desordenada, incompleta." (cf.
Cunha, 1994, p.32). A história da
Amazónia aparece como um perpétuo
construir e destruir.
Poderíamos concluir que Euclides oscila
entre as maravilhas que a natureza
proporciona, e o horror das sociedades
que nela se estabelecem. Sob esse
paradoxo, nada é harmonioso. O homem se
animaliza, produz o horror por não
conseguir produzir uma cultura que se
imponha ao ambiente. Euclides vive num
tempo em que a grandeza do homem
consiste em domar a natureza. Nem por
isso suas observações sobre a sociedade
que se estabelecia na floresta perderam
a actualidade.
A tarefa de conquistar a floresta foi
atribuída aos seringueiros. A extracção
da borracha teve seu auge no período de
1880 a 1915, e a mão-de-obra dos
seringais era constituída principalmente
de trabalhadores oriundos da região
nordeste do Brasil. No percurso
migratório, o trabalhador chegava aos
seringais endividado com o patrão,
processo esse que se completava quando
era obrigado a comprar os víveres no
barracão a preços exorbitantes, e
recebia pela borracha que colectava
preços ínfimos. Desse modo não podia
abandonar os seringais, acorrentado que
estava ao sistema que ficou conhecido
como "escravidão por dívidas". É nesse
sentido que Euclides da Cunha considera
o migrante um "expatriado dentro da
pátria". Referindo-se à seca de 1877 no
Ceará, afirma que os migrantes foram
embarcados nos navios por preocuparem os
poderes públicos quanto aos estragos que
poderiam provocar nas cidades, e nunca
foram acompanhados por médicos ou agente
oficial. "Os banidos levavam a missão
dolorosíssima e única de desaparecerem.
E não desapareceram."(cf. Cunha, 1994
p.57). O que provoca a grande
mortalidade dos migrantes, segundo
Euclides, não era o clima da Amazónia,
mas o estado social, a instabilidade e
fraqueza com que chegavam, o processo de
trabalho no seringal que, além de
extremamente solitário, gera "a
decadência orgânica" pela falta de uma
alimentação adequada. Cada seringal é a
"conservação sistemática do deserto, e a
prisão celular do homem na amplitude da
terra." (cf. Cunha, 1994, p.60). O
seringueiro é sobretudo um solitário,
perdido no deserto da floresta,
trabalhando para se escravizar. Cada dia
num seringal corresponde a uma
empreitada de Sísifo - partindo,
chegando e novamente partindo pelas
estradas no meio da mata, todos os dias,
sempre, num "eterno giro de encarcerado
numa prisão sem muros." (cf. Cunha,
1994, p.59). No texto Entre os
seringueiros, publicado na revista
Kosmos, Euclides caracteriza as estradas
dos seringais como "tentáculos de um
polvo desmesurado." Esta é a "imagem
monstruosa e expressiva da sociedade
torturada que moureja naquelas
paragens". O cearense que lá chega,
"numa desapoderada ansiedade de fortuna"
passa por um processo de aprendizagem,
de bravo a manso, que para Euclides nada
mais significa do que adquirir a apatia
necessária diante da realidade
inexorável. Preso nos tentáculos do dono
do seringal, vai percorrer a estrada
pelo resto de sua vida, "indo e vindo, a
girar estonteadamente no monstruoso
círculo vicioso da sua faina fatigante e
estéril" ."(cf. Cunha, 1994, p.215).
Desse modo, a sociedade se detém "sem
destino, sem tradição, sem esperança" e,
tal qual os passos dos seringueiros
pelas estradas, as mudanças nada mais
são do que um "avançar ilusório que
volve monotonamente ao ponto de
partida." Vemos aqui o escritor de "Os
Sertões" exercendo novamente, com toda a
força das palavras, a crítica social a
esse Brasil indiferente com o destino
dos brasileiros mais pobres, desses que
precisam trabalhar para viver, e nem
sempre conseguem emprego. Dos excluídos,
ou como Euclides se refere, dos que
foram banidos para a floresta, postos à
margem.
Para que ler Euclides da Cunha hoje? Não
temos mais na Amazónia esses seringais,
sinónimo de escravidão e desrespeito aos
direitos humanos, pode-se objectar. Não
temos? Talvez não mais os seringais,
porque muitos deles foram desmatados
para dar lugar aos pastos, e os
seringueiros expulsos para as cidades. E
nessas cidades, engrossam as favelas,
marginais. Mas, e a escravidão? Também
esta não desapareceu de todo, sendo vez
por outra empregada pelos fazendeiros
que se julgam imunes à legislação
trabalhista. Ler hoje esses textos de
Euclides da Cunha repõe a dimensão
social que deve perpassar qualquer
discussão sobre a Amazónia.
Fonte: Isabel Cristina Martins Guillen -
doutora em História pela Unicamp e
pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
(Recife - PE)
A Lenda de Yara
É uma linda mulher
morena, de cabelos negros e olhos
castanhos. Ela encanta qualquer homem,
e, todos que a vêem tomar banho no rio
não conseguem ficar sem falar com ela e
se atiram ao rio. Alguns homens morrem;
os outros que sobrevivem ficam
assombrados, contando coisas
maravilhosas, mas que não existem. É
preciso rezar muito e pajelança para
tirá-los do encantamento. Alguns dizem
que Yara tem uma brilhante estrela na
testa, que serve para atrair e
hipnotizar os homens. Dizem também que
ela tem forma de peixe na parte
inferior, outros dizem que é apenas um
vestido, ou espécie de saia, que ela
veste por vaidade e para dar a ilusão de
ser metade mulher e metade peixe
...
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
– Marinha Grande – Portugal |
|

Envie
esta Página aos Amigos:


Por favor, assine o Livro de Visitas:
Todos os direitos reservados ao
Portal CEN
Página criada por Iara Melo http://www.iaramelo.com
|