Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
Formatação: Iara Melo
Existem várias explicações e
opiniões para o 1º de Abril, conhecido
pelo Dia das Mentiras.
Uma delas, refere que começou
em França, pois havia a celebração do
equinócio da Primavera que marcava o Ano
Novo.
Em 1564, o rei francês Carlos
IX mudou o calendário para o que usamos
hoje - o Gregoriano e o Ano Novo passou
a começar a 1 de Janeiro.
Aos que ainda celebravam o ano
novo em Abril chamavam-lhes tolos (em
inglês são os "April's Fools'").
Como no ano novo anterior
(Abril) se trocavam prendas, começaram a
dar-se, nesta altura, prendas para gozar
com os outros.
Na Escócia a ideia de pregar
partidas foi bem aceite e a mais
praticada (ainda hoje) é a de mandar
alguém caçar gambozinos (cuckoo hunt -
caça ao cuco).
Outra explicação fala de um
festival romano, o da Cerelia, que
celebra a história de Proserpina. Parece
que Proserpina estava a colher lírios no
vale quando foi raptada por Plutão, o
deus romano. A mãe dela, Ceres, ficou
tão atrapalhada que começou a procurá-la
sem muito método (e sem resultados) -
tudo isto tem a ver com a caça aos
gambozinos, que é a ideia de procurar
algo que nunca se vai achar.
Em muitos países, comemora-se
este dia noutra data.
No México é a 28 de Dezembro.
Na Roma antiga era a 25 de Março. Na
Índia é a 31 de Março.
Em França, este dia chama-se "poisson
d'avril" (peixe de Abril) e as crianças
fazem um jogo típico que é o de colar ou
prender um peixe recortado em papel nas
costas de alguém, sem essa pessoa dar
por isso. Quando ela nota, grita-se: "
Poisson d'avril! Poisson d'avril!".
Uma outra explicação francesa
diz que, dantes, era o dia em que
fechava a época da pesca e era a última
hipótese para os pescadores que não
tinham pescado nada... Então atiravam-se
peixes aos rios para os safar da
vergonha de não levarem nada para casa.
"É neste dia do ano em que nos
lembramos aquilo que somos nos restantes
364 dias."
"Provérbio "No dia 1 de Abril
vai o tolo onde não há-de ir".
"Diz-se que o bom mentiroso
não cora, não se engasga e mente tão bem
que acredita na falsidade que está a
contar."
Quem é que não conta uma
mentirinha de vez em quando? Às vezes
mesmo sem querer a gente acaba contando
uma mentira e ninguém fica sabendo
disso... veja agora algumas das dessas
mentiras:
- Satisfação garantida ou seu
dinheiro de volta.
- Não nos procure, nós o
procuraremos.
- Pode deixar que eu te ligo.
- Puxa, como você emagreceu!
- Fique tranquilo, vai dar
tudo certo!
- Quinta-feira sem falta o seu
carro vai estar pronto.
- Pague a minha parte que
depois eu acerto contigo.
- Eu só bebo socialmente.
- Isso é para o seu próprio
bem.
- Eu estava passando por aqui
e resolvi subir.
- Estou te vendendo a preço de
custo.
- Não vou contar prá ninguém.
- Não é pelo dinheiro, é uma
questão de princípios.
- Somos apenas bons amigos.
- Que lindo é o seu bebé.
- Pode contar comigo!
- Você está cada vez mais
jovem.
- Eu nem reparei que era o dia
das Mentiras
Claro que você não será capaz
de pôr sal nas escovas de dentes. Nem
pôr pasta de dentes (ou algo do género -
mas que não seja demasiado nojento -
margarina, maionese, ketchup, ...) nas
maçanetas das portas...
Mas nós vimos cara e não vimos
corações. Se você fizer, como não foi
aconselhado por nós, a responsabilidade
é inteiramente sua ...
Digamos que você sabe que
alguém só fala mentira em tudo que diz.
Todas as suas afirmativas são 100%
mentira. É simplesmente impossível esta
pessoa nos enganar, porque nós já
saberemos que suas afirmativas são todas
falsas. Se esta pessoa nos disser que
podemos beber o que está num copo que
não nos fará mal, nós jamais beberemos
deste copo, pois sabemos que 100% do que
ela diz é mentira. Do mesmo modo, se eu
só lhe disser a verdade o tempo todo,
também será impossível enganá-lo, pois
você saberá que o que está no copo pode
ser bebido, se assim eu lhe afirmar. O
engano nada mais é do que a maligna
mistura de verdade com mentira. O engano
se constitui em lançar algumas verdades
como arma de credibilidade, para em
seguida lançar mentira, propiciando que
a mentira seja tomada como verdade,
simplesmente porque veio junto a algumas
verdades. Esta técnica de misturar a
verdade com mentiras é a mais antiga de
todas, mas parece bem eficaz, porque vem
enganando a humanidade desde o primeiro
homem até os dias de hoje.
O DIA DA MENTIRA - José Augusto Carvalho
Abril vem de aprilis, nome de
um dos espíritos que seguiam o carro de
Marte, deus da guerra, que deu nome ao
mês de Março. Assim, aprilis não se
relaciona com abrir (latim: aperire),
mas com o grego Apros ou Afros,
designativo de Afrodite, nome grego da
deusa Vénus a quem Abril era dedicado,
ou com o sânscrito áparah, que significa
"posterior" (aparentado com o gótico
afar ou aftra, que significa "depois"),
pois Abril era o segundo mês do ano, no
calendário civil de Rómulo (daí os nomes
Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro
para os meses sete, oito, nove e dez,
respectivamente). A relação de aprilis
com aperire (abrir) surgiu
posteriormente, na vigência do
calendário de Numa Pompílio, que
instituiu os meses de Janeiro e
Fevereiro, por ser Abril o mês da
Primavera, em que "todas as coisas se
abrem".
Nas modificações efectuadas
por Numa Pompílio no calendário de
Rómulo, o ano civil tinha um erro de dez
dias em relação ao ano solar, por isso
ele tentou corrigir o erro acrescentando
um mês de dez dias entre 23 e 24 de
Fevereiro. Mas essa solução trouxe
tantos problemas que, em 44 a.C., Júlio
César resolveu modificar novamente o
calendário, dando ao ano a duração de 12
meses ou 365 dias, de acordo com o
calendário egípcio. Foi um astrónomo de
Alexandria, chamado Sosígenes, que
descobriu que o ano civil tinha seis
horas menos que o ano solar.
Assim, Roma instituiu que a
cada quatro anos seria acrescentado um
dia em Fevereiro. O dia 24 de Fevereiro
era chamado "sexto das calendas", isto
é, o sexto dia antes do dia primeiro,
que era chamado "calendas". Assim, com o
dia adicional (acrescentado após o dia
24, com a mesma numeração), houve dois
sextos (=bissexto) das calendas.
A reforma que Carlos IX
empreendeu na França em 1564 provocou
confusão, mas não foi responsável pela
origem do dia das mentiras. Carlos IX
apenas obrigou os franceses a seguir o
calendário Juliano (com o ano começando
a primeiro de Janeiro). Até então, e
desde Carlos Magno, era o calendário de
Rómulo (com o ano começando a primeiro
de Março) que vigorava na França.
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite
Ribeiro - Marinha Grande - Portugal
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