Aniversário do
Diario de Pernambuco
(O Jornal
mais antigo da América Latina)
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PRIMEIRA EDIÇÃO |
CAPA DIA 07/11/2010 |
(Fundado a 7 de Novembro de 1825)
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
Formatação: Iara Melo
Quando a Iara Melo me contou que em
casa de seus pais, em Garanhuns PE,
recebia diariamente o Diário de
Pernambuco, o jornal mais antigo da
América Latina, lembrei-me do “meu”
Jornal do Comércio que era o mais antigo
de Portugal. Infelizmente, acabou por
dificuldades financeiras em Setembro de
1975. Comecei a trabalhar neste jornal
aos 14 anos, no Departamento de
Pesquisas, logo com a incumbência de
fazer trissemanalmente a rubrica.
“Nomes e Factos que deram nome às ruas
de Lisboa”. Vem desse tempo a apetência
por pesquisas (na altura não havia
Internet…) e depois complementadas pelo
nível académico.
Como curiosidade, lembro que no Jornal
do Comércio recebíamos sempre o Diario
de Pernambuco, do qual tirávamos muitos
apontamentos.
Para melhor situarmos os leitores e
antes de contar a história do Diário de
Pernambuco, vamos dar uns pequenos
apontamentos sobre o Estado de
Pernambuco e de sua capital Recife.
Apontamentos históricos do ano de 1900
(cento e dez anos!)
Fonte: Jornal do Comércio (Lisboa), de
Setembro de 1900:
“Pernambuco – um dos 20 Estados do
Brasil; confina com os Estados do
Parahyba, Ceará, Piauhy, Bahia, Alagoas
e com o Oceano Atlântico. A sua
superfície é de 128.395 Km2 e uma
população de 1.500.000 habitantes.
Capital Recife e cidades principais:
Olinda, Victória, Cabo, Escada, Goianna,
Limoeiro, Rio Formoso. O Congresso é
composto de uma Câmara de Deputados,
eleitos por três annos, e de um Senado,
eleito, por seis annos. O Estado
compói-se de 59 Municípios. Produção
principal: assucar, cereaes, café,
algodão. Pernambuco foi thetro dos mais
gloriosos episódios da guerra holandesa,
bem como de revoluções politicas
importantes”
“Recife – Cidade e capital do Estado
de Pernambuco, Brasil, na foz dos rios
Capibaribe e Beberibe, que a dividem em
diversos bairros. Posição extremamente
pittoresca e que tem feito comparar o
Recife a Veneza. Commércio muito activo.
Tem Estrada de Ferro, Central de
Pernambuco (Great Wesbern). População do
município 140.000 habitantes. Deve o seu
nome a um estreito e extenso recife de
rochas, que corre paralelo à costa e
serve de quebra-mar ao porto. Tomado
pelos holandeses em 1630, foi-lhes
reconquistado em 1654, após um cerco
memorável”.
Apontamentos retirados da
Internet
Fonte:
http://www.pernambuco.com/diario/historia.shtml
O DIARIO DE PERNAMBUCO, o
mais antigo jornal da América Latina -
foi fundado a 7 de novembro de 1825 -,
procurou sempre, inspirando-se nas
lições de um rico passado histórico,
atualizar-se tecnologicamente, sendo
esse constante empenho um dos trunfos de
sua longa vida. Dispõe hoje de um dos
mais avançados parques gráficos do País,
cuja rotativa off-set, uma Goss Newline,
imprime 70 mil exemplares por hora, com
fotos e anúncios coloridos recobrindo
suas páginas. A rotativa, uma estrutura
de 400 toneladas, funciona ativada por
sistema informatizado. O DP ostenta
ainda outro importante título: é a mais
velha publicação do mundo editada em
língua portuguesa.
Quando surgiu, idealizado por Antonino
José de Miranda Falcão, o DIARIO era
impresso em rudimentar prelo de madeira.
A pequena folha, de 4 páginas, medindo
24 ½ por 19 centímetros, declarava-se,
no seu primeiro editorial, um simples
"diário de anúncios". Miranda Falcão,
que dirigiu o DP por 10 anos, foi o
impressor do jornal de Frei Caneca, o
Typhis Pernambucano, órgão de propaganda
da Confederação do Equador, movimento
revolucionário ocorrido, em 1824, no
Recife.
Em 1835, o comendador Manuel Figueiroa
de Faria adquire o DIARIO. Sob o comando
de Figueiroa, o DP vive momentos de
grandes transformações, chegando, em
meados do século XIX, a rivalizar, por
seu conteúdo editorial e acabamento
gráfico, com os periódicos da Corte. A
família Figueiroa conduziu os destinos
do jornal durante 65 anos. O conselheiro
Rosa e Silva, então vice-presidente da
Republica, assume o seu controle em
1901. Nessa fase, o jornal é envolvido
por agitada disputa política, sofrendo,
inclusive, empastelamento, o que se
repetiria em 1945. A sua redação era
dirigida por Arthur Orlando e entre os
redatores estavam Assis Chateaubriand e
Gilberto Amado, que escrevia a coluna
intitulada Golpes de Vista.
Chateaubriand, anos depois, faria do DP
uma das unidades dos Diários Associados,
rede de jornais, rádios e TVs que o
Velho Capitão criou em 1924.
Depois de longas e difíceis negociações,
incorpora-se, em 1931, aos Diários
Associados, concretizando-se um sonho
acalentado por Assis Chateaubriand. O
DIARIO toma novo impulso: cria novas
seções e amplia os serviços noticiosos,
recebendo, com exclusividade, despachos
do Chicago Daily News e da United Press.
Opera ainda com a Reuter, o
International News Service e o British
News Service. Colaboram no jornal, entre
outros expoentes da vida literária do
País: Tristão de Ataíde, Otavio Tarquino
de Souza, José Lins do Rego, Menotti del
Picchia, Murilo Mendes e Augusto
Frederico Schmidt. Durante a II Guerra,
o DP encarta semanalmente em suas
edições um suplemento sobre o grande
conflito, opondo-se ao totalitarismo
representado pela Alemanha, Itália e
Japão, as chamadas potências do Eixo.
Move então, em 1945, campanha contra a
ditadura de Getúlio Vargas, em um dos
momentos culminantes de sua história. Em
3 de março daquele ano, num fim de
tarde, é assassinado, na sacada do
jornal, o estudante Demócrito de Souza
Filho, pela polícia do "Estado Novo",
que tentava dissolver manifestação
popular concentrada em frente ao
edifício do DIARIO. No meio da multidão,
tomba o carvoeiro Manuel Elias, também
vítima dos disparos da polícia, que
empastela o jornal. O seu redator-chefe,
Aníbal Fernandes, um dos grandes nomes
da imprensa brasileira, é preso, em
companhia de outros jornalistas, e o DP
passa mais de 40 dias sem circular,
voltando às bancas por força de mandado
de segurança concedido pelo juiz Luiz
Marinho. Assis Chateaubriand, que
alimentava um profundo sentimento de
admiração pelo DIARIO, dizia que o
jornal recifense era "a praça forte da
liberdade".
Bate-se, nos anos seguintes, pela
criação da Hidroelétrica do São
Francisco, do Banco do Nordeste e da
Sudene, o tripé que alavancou o processo
regional de industrialização. Além de
João Calmon, Anibal Fernandes, Mauro
Mota e Costa Porto, dirigiram o DIARIO,
em anos recentes, Nereu Bastos e Antônio
Camelo. Nereu implanta o sistema de
composição eletrônica e impressão
off-set, nos começos da década de 1970,
o que elimina as maquinas de linotipos e
o chumbo na feitura do jornal. Barbosa
Lima Sobrinho e Raquel de Queirós
tornavam-se seus colaboradores
permanentes.
Lembra o seu presidente, Joezil Barros,
evocando esse notável acervo, que o
DIARIO DE PERNAMBUCO sempre esteve a
serviço das grandes aspirações
coletivas, afirmando-se, no curso de sua
trepidante existência, jornal de claros
posicionamentos liberais e defensor das
franquias democráticas e do Estado de
Direito. "Trabalhamos pelo
fortalecimento econômico de Pernambuco e
pela afirmação de sua cultura, lutando,
com tenacidade, em favor dos interesses
nordestinos. Este é o nosso
compromisso", acentua o dirigente
Associado. A circulação do DIARIO
estende-se a outros Estados do Nordeste
e o leitor encontra ainda pontos de
venda no Rio de Janeiro, São Paulo e
Brasília.
História - Fonte:
http://www.diariodepernambuco.com.br/cedoc/historia.shtml
O Diario de Pernambuco
começou a fazer parte da história em 7
de novembro de 1825, sendo hoje o jornal
mais antigo em circulação na América
Latina. Fundado pelo tipógrafo Antonino
José de Miranda Falcão, da Tipografia de
Miranda e Companhia, o DP era publicado
todos os dias, exceto domingos, com o
objetivo de publicar anúncios e serviços
trazidos pela população.
As informações eram trazidas por
passageiros de embarcações que aportavam
no Recife, assim como as entradas e
saídas do Porto, e números referentes a
importação e exportação de produtos.
Prestou serviço descentralizado de
atendimento ao público.
A carta de Dom João VI nomeando
imperador do Brasil seu filho Dom Pedro
de Alcântara foi escrita em 15 de
novembro daquele ano, tendo sido
publicada na edição n° 43 de 31 de
dezembro. O documento ainda confirmava a
independência do país em relação a
Portugal e estabelecia as leis
regulamentando a propriedade de terras
brasileiras.
No ano seguinte, Antonino Falcão foi
preso e absolvido ao lutar pela
liberdade de imprensa. O processo foi o
primeiro no Brasil a abordar essa
questão. Falcão também foi responsável
ainda pela publicação de versos contra
Dom Pedro I em um pasquim de 1829, o que
lhe rendeu outros 14 meses de prisão.
Morreu em 1878, no Rio de Janeiro, onde
está seu túmulo no cemitério São
Francisco de Paula.
O Diário foi vendido em 1835 à
Tipografia Pinheiro & Faria, assumido
por Manoel Figueroa. A nova linha do
jornal buscou seguir a mesma qualidade
gráfica das publicações que circulavam
na Corte. O jornal passou a contar com
mais textos e informações divididos por
títulos, além de contos literários.
Em 9 de abril de 1835, o resultado da
votação em Pernambuco para a escolha do
novo regente do Império ganhou as
páginas do DP, com a disputa entre
Antonio Francisco de Paula e Holanda
Cavalcante e o Padre Diogo Antonio
Feijó. A eleição em Recife e Olinda teve
como escolhido Antonio Francisco, que
obteve 80 votos no Recife e 15 em
Olinda, enquanto Feijó recebeu 43 e 8,
respectivamente. A família Figueiroa
conduziu o DP por 65 anos.
Quando, em 1901, o Diario de Pernambuco
passou a ser controlado pelo então
vice-presidente da agora República
Federativa do Brasil, o conselheiro Rosa
e Silva, os anúncios já haviam se
consolidado. O periódico contava com
quatro páginas dedicadas a propagandas
de diversos gêneros, principalmente de
remédios e produtos alimentícios.
O DP ganhou novo fôlego sob a direção de
Chateaubriand e ao se unir ao grupo dos
Diários Associados em 1931. Chatô, como
ficou conhecido, considerava o jornal “a
praça forte da liberdade”. As notícias
do mundo chegavam ao leitor do jornal
com exclusividade através da United
Press, da Agence Press, do International
News Service, do British News Service e
do Chicago Daily News, além da criação
de novas seções.
Uma grande disputa política fez o jornal
paralizar os equipamentos nessa época.
Esse fato se repetiu em 1945, quando a
redação tinha como diretor Arthur
Orlando e entre os repórteres estavam
Assis Chateaubriand e Gilberto Amado,
responsável pela coluna Golpes de Vista.
Grandes escritores da história literária
do Brasil publicaram textos e contos nas
páginas do DP, como Clarice Lispector,
Tristão de Ataíde, José Lins do Rego e
Franklin Távora, entre outros. Entre os
suplementos mais marcantes já publicados
pelo Diario foi o relativo à II Guerra
Mundial, quando saíram às bancas
semanalmente, opondo-se ao totalitarismo
do chamado Eixo do Mal, composto pelos
países Alemanha, Itália e Japão.
O Diário de Pernambuco já ocupou sete
edifícios ao longo de seus quase dois
séculos até chegar ao endereço atual, na
Rua do Veiga, n° 600, no bairro de Santo
Amaro. Começou ocupando o edifício de
número 267 na Rua Direita, bairro de São
José. Depois, passou pelas ruas das
Flores, da Soledade e do Sol, pelo pátio
da Matriz de Santo Antônio. No endereço
seguinte, à Rua das Cruzes, o jornal
comemorou os cem anos de existência e a
rua ganhou novo nome: Rua Diário de
Pernambuco. O periódico ainda passou
pela Rua Duque de Caxias e em 1903
mudou-se para o prédio de estilo
neoclássico de três andares da Praça da
Independência, que acabou conhecida como
a “Pracinha do Diario”, onde teve como
sede até 2004.
Novas instalações -
Fonte:
http://www.pernambuco.com/diario/2004/07/20/especialdiariocasa2_1.html
O edifício-sede dos
Associados em Pernambuco foi projetado
para abrigar as cinco empresas do grupo
nos seus quatro andares e 2.320 metros
quadrados de área construída. Além das
redações do DIARIO e do Pernambuco.com,
o prédio conta com um estúdio da TV
Guararapes e quatro estúdios das rádios
Clube e Caetés, além de dois geradores
de eletricidade, uma central de
ar-condicionado e estacionamento
interno. O custo da obra, erguida a
partir de 1999, foi de R$ 3 milhões.
Como a estrutura já estava montada, não
houve necessidade de novos investimentos
para a transferência da redação, que
agora ocupa o primeiro andar do edifício
de Santo Amaro.
Os problemas de acesso ao Centro de
Recife, assim com a dificuldade de
estacionamento, foram motivos que
influenciaram na necessidade da mudança
da redação do DIARIO. Em Santo Amaro,
tanto funcionários como clientes terão
facilidade no acesso ao edifício moderno
com vidraças azuis. A sede dos
Associados está localizada na mesma rua
da sede da Secretaria de Defesa Social (SDS),
num bairro que está se renovando com a
instalação de escritórios por novas
empresas.
A transferência dos setores do jornal
para o novo prédio aconteceu de forma
planejada e foi concluída no final de
semana, com as equipes das editorias de
Política, Economia e Vida Urbana. Com os
jornalistas trabalhando no primeiro
andar em Santo Amaro, onde funciona a
nova redação, foram realizados todos os
testes de eletricidade e telefonia para
garantir que o jornal saia com a mesma
qualidade da época da Pracinha do
Diário.
O presidente do Conselho de
Administração dos Diários Associados,
Joezil Barros, ressalta que a saída dos
jornalistas não vai representar o fim da
presença da mais velha publicação
editada no mundo em língua portuguesa no
Centro do Recife. No prédio anexo ao
edifício que se tornará Memorial vai
funcionar uma loja de classificados do
DP. A Praça da Independência, que é
conhecida pela população como Pracinha
do Diário, deve ganhar também esta
denominação de forma oficial, através de
uma lei municipal cujo projeto está
tramitando na Câmara de Vereadores.
Diariodepernambuco.com.br
é a versão on-line do Diario de
Pernambuco, jornal mais antigo em
circulação na América Latina.
http://www.diariodepernambuco.com.br/
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
– Marinha Grande – Portugal |
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