Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
Formatação: Iara Melo
D. Mafalda (Matilde ou Mahaut) - mulher de D. Afonso
Henriques
Também conhecida como D. Matilde condessa de Sabóia e Maurienne. Primeira rainha
de Portugal, mulher de D. Afonso Henriques, com quem casou em 1145. Era filha de
Amadeu II, conde de Sabóia e Piemonte, vassalo do imperador romano - germânico e
da condessa Mafalda de Albon. Morreu em 1157.
O casamento de D. Afonso Henriques correspondeu a um desejo de estabelecer
relações fora da órbita de Castela, nomeadamente com os condados da Sabóia e da
Borgonha, num esforço de afirmação de independência política.
Teve 7 filhos : Henrique, Mafalda. João, Sancha, D. Sancho I, Urraca e Matilde.
D. Afonso Henriques teve 7 filhos legítimos de sua mulher D. Mafalda de Sabóia,
mas teve também 4 filhos bastardos, mas não se conhecem as mães.
Os cinco reinos ibéricos - por Luís Maia
O casamento de D. Mafalda, com o filho do conde de Barcelona, não virá a
concretizar-se, mas o contrato estabelecido, tem grande significado político. A
divisão feita por Afonso VII, do seu reino, pelos seus 2 filhos, esbateu a ideia
do Imperador e dos seus vassalos, afirmada por Afonso VI e assumida por Afonso
VII. Os cinco reinos que repartem entre si o espaço Ibérico, apesar do eixo
principal ter desaparecido, permanecendo o equilibro entre si, sem nenhum deles
conseguir supremacia sobre os outros. Os cinco reinos protagonistas desse
equilíbrio foram Portugal, Leão, Castela, Navarra e Aragão. Os conflitos que
existiram entre eles foram bastas vezes compensados com alianças pontuais, o que
viria a permitir o prolongamento desse equilíbrio. A expressão concreta desses
equilíbrios eram os casamentos reais e a abertura de portas para aceitação de D.
Afonso Henriques, como parceiro de pleno direito nesse mercado matrimonial foi
iniciado pelo acordo matrimonial anteriormente referido. A importância dos
casamentos reais , e das respectivas linhagens dos nubentes, tinha extremo
significado nesse tempo. Criticava-se D. Afonso Henriques por ter casado com D.
Mafalda abaixo da sua condição real, por ela ser apenas filha de conde e não ser
"digna" do rei de Portugal. O acordo nupcial com o filho do Conde de Barcelona,
viria "rectificar" de certo modo, essa questão. Realmente o conde de Barcelona ,
nunca quisera assumir o título de Rei, muito embora a sua importância, nas
relações quer com D. Afonso VII, quer com os Reis de Navarra, fosse a maior.
Mesmo que assim não fosse o seu casamento com Petronilha de Aragão herdeira da
coroa, atribuía a seu filho a descendência real, quanto mais não fosse por via
materna.