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Fafá de Belém,

nasceu a 09 de Agosto de 1956

 

 

 

 

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro

 

Formatação: Iara Melo


 
Fafá de Belém, nome artístico de Maria de Fátima Palha de Figueiredo, nasceu em Belém do Pará a 9 de Agosto de 1956, e é das brasileiras mais populares em Portugal. Só em 2010 já actuou em mais de 20 espectáculos e show em Portugal.
Filha do advogado Joaquim Figueiredo (falecido em 1997) e de Dona Eneida, Fafá pertence a uma família de classe média-alta da capital paraense e desde a infância destacava-se nas reuniões familiares com a voz afinada. Na adolescência já gostava de música e, em parceria com amigos, fez alguns espectáculos em bares e casas nocturnas, fugindo de casa para realizar tal fato. Em 1973 conheceu o baiano Roberto Santana, produtor do grupo Quinteto Violado e musical da Polygram, que a aconselhou a investir na carreira fonográfica. Incentivada por este, apresentou-se em alguns lugares como Rio de Janeiro, Salvador e em Belém. Nesse mesmo ano, estreou como cantora profissional no musical Tem muita goma no meu tacacá, que satirizou o cenário político da época. O espectáculo, estrelado no principal teatro de Belém, o Theatro da Paz, também contou com a participação especial do conterrâneo, o futuro actor Cacá Carvalho. Como as cantoras de sua geração, foi fortemente influenciada por cantores consagrados da MPB como Maysa, Roberto Carlos, Cauby Peixoto e os grupos Jovem Guarda e The Beatles, ouvindo-os com entusiasmo, além de outros géneros, como jazz, música clássica, e os grandes ídolos do rádio. Dona de uma das mais expressivas vendas de discos no mercado Luso-Brasileiro, presença constante nas paradas de sucesso e à frente de atribulada agenda de shows, nos últimos anos Fafá de Belém conquistou duramente o posto de estrela da canção popular brasileira. Desde feiras de agropecuária no interior do Brasil e shows em praça pública até temporadas no eixo Rio e São Paulo, incluindo o Casino Estoril e em outros grandes casas de espectáculos (incluindo os Coliseus de Lisboa e do Porto), em Portugal, ela é sempre vitoriosa.
A partir do final dos anos 80, dedicou-se mais à carreira internacional, principalmente em Portugal, país este onde goza de grande popularidade e realiza espectáculos até hoje. Gravou até mesmo um disco só de fados, Meu fado em1992, com uma linha totalmente anticomercial, somente com canções consagradas do gênero, trouxe também a música Memórias, novamente, regravada nesse estilo, pois é descendente de portugueses. No ano seguinte veio Do fundo do meu coração, com canções de compositores consagrados da MPB como Caetano Veloso (O quereres), Cazuza (Vingança boba), Elpídio dos Santos (Casinha branca), os Titãs (Desordem), Roberto Carlos (a faixa-título), Sueli Costa (Capricho), Marcos Valle (Paixão sem medida), o português Carlos Paião (Tudo acabou) e Chico Buarque (Sobre todas as coisas - parceria com Edu Lobo), e em 1994 assinou com a gravadora Sony Music que lançou o LP Cantiga pra ninar meu namorado. Com o acompanhamento de vários músicos e maestros, "Cantiga" contou com uma leitura totalmente acústica; no repertório, destaque para as canções Bandoleiro, de Fafá e César Augusto, e "Poeira de Estrelas", tema da novela A Viagem (Rede Globo). Em 1995 lançou seu primeiro disco ao vivo, Fafá ao vivo, o último a ter versão em vinil, comemorativo dos vinte anos de carreira, que trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras músicas consagradas.
A volta às canções de maior apelo regional se deu com Vermelho (Chico da Silva), que fez parte do repertório do CD Pássaro sonhador em 1996, que obteve enorme sucesso, assim como Abandonada, de autoria do produtor do CD, Michael Sullivan.  Afirmando sua fé católica, cantou para o então papa João Paulo II em 1997, na canção Ave Maria (de Jayme Redondo e Vicente Paiva), imortalizada por Dalva de Oliveira, lançada inicialmente num CD single e depois regravada no CD Piano e voz. Fafá subiu as escadas para beijar o papa, pois não conteve a emoção. Uma canção de Michael Sullivan também foi usada como faixa-título de seu disco de 1998, Coração brasileiro, lançado pela gravadora WEA, que trouxe, dentre outras, as regravações de Eternamente e Pai, gravadas originalmente por Gal Costa e Fábio Júnior, respectivamente; a primeira também contou com uma versão em espanhol, adaptada por Juan Bravo.
 
Uma das canções que os portugueses lhe cobram mais, é o "Coração do Agreste"



Regressar é reunir dois lados
À dor do dia de partir
Com os seus fios enredados
Na alegria de sentir
Que a velha mágoa
É moça temporã
Seu belo noivo é o amanhã
Eu voltei para juntar pedaços
De tanta coisa que passei
Da infância abriu-se um laço
Nas mãos do homem que eu amei
O anzol dessa paixão me machucou
Hoje sou peixe
E sou meu próprio pescador
E eu voltei no curso
Revi o meu percurso
Me perdi no leste
E a alma renasceu
Em flores de algodão
No coração do agreste
Quando eu morava aqui
Olhava o mar azul
No afã de ir e vir
Ah! Fiz de uma saudade
A felicidade pra voltar aqui
 


Em 1975 teve o primeiro grande momento de sucesso com a canção Filho da Bahia (Walter Queiroz), que estourou nas rádios. A música, gravada exclusivamente para a trilha sonora da novela global Gabriela, também originou um clipe no programa Fantástico, da mesma emissora. Na mesma época lançou o primeiro compacto, que continha as músicas Naturalmente (de Caetano Veloso e João Donato) e Emoriô (de Gilberto Gil e João Donato).
O primeiro disco, Tamba Tajá, foi lançado em 1976 pela gravadora Polydor, e nos mostrou um repertório eclético, mas essencialmente brasileiro e que trouxe à cantora ainda muito ligada às suas raízes nortistas; no repertório, destaque, dentre outras músicas para os forrós Haragana (Quico Castro Neves) e Xamego (Luiz Gonzaga e Miguel Lima), as modinhas Pode entrar (Walter Queiroz) e a faixa-título (Waldemar Henrique) e o carimbó Este rio é minha rua (Paulo André e Ruy Barata). O álbum, que obteve excelente aceitação de crítica e público, arrebatou críticos como o normalmente exigente José Ramos Tinhorão, colunista do Jornal do Brasil, que a apontou como uma das melhores cantoras daquela geração.
O segundo trabalho, Água, de 1977, vendeu cerca de cem mil cópias e consagrou a cantora nacionalmente, a bordo de vários sucessos, dentre os quais a regravação do clássico Ontem ao luar (Catulo da Paixão Cearense e Pedro Alcântara), Raça e Sedução (ambas de autoria da dupla Milton Nascimento e Fernando Brant), e principalmente Foi assim e Pauapixuna (ambas dos compositores paraenses Paulo André e Ruy Barata). No ano seguinte veio Banho de cheiro, com destaque, dentre outras, para Dentro de mim mora um anjo (Sueli Costa e Cacaso), Maria Solidária (Milton Nascimento e Fernando Brant), e Moça do mar (Octávio Burnier e Ivan Wrigg). Conquistou ao longo da carreira muitos fãs, tendo como marcas registradas a apresentação descalça e com intensas interpretações que sempre animavam o público.
Em 1979 lançou seu maior sucesso até hoje, a música Sob medida (Chico Buarque). A música integrou o repertório de um dos discos considerados melhores em sua carreira: o eclético Estrela radiante, onde se alternou entre canções regionais e urbanas; outro grande sucesso deste disco foi a faixa-título, de autoria de Walter Queiroz.
Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), até o final da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos; apresentando os novos talentos, registravam índices recordes de audiência. Fafá participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), um desses momentos marcantes da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria Bethânia, Fafá de Belém, Zezé Motta, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna, Elis Regina, Gal Costa e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
Em 1980 lançou o disco Crença, com destaque para a faixa-título (de Milton Nascimento e Márcio Borges), as canções Sexto sentido (Beto Fogaça e Hermes Aquino), Bicho homem (Milton Nascimento e Fernando Brant), Carrinho de linha (Walter Queiroz), Me disseram (Joyce) e Para um amor no Recife (Paulinho da Viola). Nesse mesmo ano, mais precisamente no dia 5 de março, nasceu na capital paulista, sua única filha, Mariana Belém (Figueiredo Pereira), de um relacionamento com o saxofonista Raul Mascarenhas. Posou seminua em 1981 para a extinta revista Status Plus, em uma entrevista com Tom Jobim. No ano seguinte, do disco Essencial (faixa-título de Joyce): Fafá se torna famosa pela interpretação de duas músicas: Bilhete (Ivan Lins e Vitor Martins), da trilha da novela Sol de Verão de Manoel Carlos, e Nos bailes da vida (Milton Nascimento e Fernando Brant).
No ano seguinte transferiu-se para a independente Som Livre; o disco que marca sua estreia na nova gravadora leva seu nome. No repertório deste, destaque para as canções Menestrel das Alagoas (Milton Nascimento e Fernando Brant), composta em homenagem ao senador Teotônio Vilela, falecido naquele mesmo ano, e ainda Você em minha vida (Roberto e Erasmo Carlos), Aconteceu você (Guilherme Arantes) e Promessas (Tom Jobim e Newton Mendonça). Esta última foi o tema de abertura da última novela de Janete Clair, Eu Prometo.
Participou ativamente do movimento Diretas-Já em 1984, cantando, num momento antológico e polémico, o Hino Nacional Brasileiro - gravado no LP Aprendizes da esperança, do ano seguinte; o repertório deste também incluiu as canções Doce magia, Coração aprendiz (Ronaldo Bastos) e um pot-pourri de lambadas (Lambadas I - Ovelha desgarrada/ O remador/ Não chore não/ Bom barqueiro), assim como os dois discos subsequentes - este ritmo se tornaria unanimidade no final daquela década. A célebre interpretação diante das câmeras para uma multidão que clamava pela redemocratização do país, foi muito contestada pela Justiça, mas ao mesmo tempo foi ovacionada e aclamada pelo público. A partir daí Fafá passou a ser conhecida como musa das diretas.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1987) procurou angariar fundos para combater a enchente que se abatera sobre a região, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, o compacto foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
A partir de 1985, Fafá tomou um rumo em sua carreira, que foi bastante criticado pelos mais conservadores; ela passou a incluir no repertório géneros mais popularescos, como sertanejo, brega e principalmente lambada, apesar de nessa década ela ter-se consagrado como cantora romântica, de timbre grave, forte, quente, encorpado e sedutor, e ter gravado outros estilos, como forró, bolero e guarânia. Alheia às críticas, ela emplacou um sucesso atrás do outro. Nesse caminho prosseguiu com Atrevida (1986), que vendeu um milhão de cópias graças ao sucesso da canção Memórias (Leonardo), e trouxe também Meu homem (versão da própria Fafá) e um samba-enredo (Rei no bagaço coisas da vida - de Osvaldo e Robertino Garcia, com citação de Samba do jubileu de ouro). No ano seguinte veio Grandes amores, cujo maior sucesso foi a canção Meu dilema (Michael Sullivan e Leonardo). No ano seguinte voltou à Polygram onde lançou o também criticado Sozinha, com destaque para Meu disfarce (Chico Roque e Carlos Colla).
Em 1989 assinou com a gravadora BMG que lançou Fafá, que trouxe as lambadas Chorando se foi e Conversa bonita (Chico Roque e Carlos Colla), os sucessos românticos Nuvem de lágrimas (Paulo Debétio e Resende) e Amor cigano (Michael Sullivan e Paulo Massadas) e ainda Coração do agreste (Moacir Luz e Aldir Blanc); esta última integrou a trilha de Tieta, de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares. Dois anos depois, veio o disco Doces palavras, com destaque para Águas passadas e Coração xonado. A versão deste em CD trouxe três faixas-bónus, Eu daria minha vida (Martinha), A luz é minha voz e Dê uma chance ao coração (Michael Sullivan e Paulo Massadas). Estas não haviam entrado no LP original por problemas de espaço.
Na década de 2000, lançou Maria de Fátima Palha Figueiredo (2000), que trouxe diversas canções consagradas românticas da MPB e ainda as regravações de Meu nome é ninguém (Haroldo Barbosa e Luiz Reis - já havia sido gravada anteriormente com Miltinho), Foi assim e Sob medida, assim como Piano e voz (2002), na mesma linha de Fafá ao vivo, Fafá de Belém do Pará - O Canto das águas (2003), que trouxe um repertório essencialmente brasileiro, destacando culturas nortistas onde todas as canções são de autoria de compositores conterrâneos seus, sendo que algumas músicas ela já havia gravado anteriormente (Pauapixuna, Este rio é minha rua e Bom dia Belém - espécie de hino da capital paraense, composta Edyr Proença e Adalcinda), e Tanto mar (2004), um tributo a Chico Buarque que contou com a participação do próprio na canção Fado tropical.
O trabalho mais recente foi Fafá de Belém ao vivo (2007), que rendeu seu primeiro DVD, e foi lançado pela gravadora EMI - única multinacional que ainda não havia editado um disco de Fafá. Actualmente, aceitou o desafio de ser actriz e encarna a personagem Ana Luz na telenovela da TV Record Caminhos do Coração, do autor Tiago Santiago

 

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal

 

 

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Fundo Musical: Fafá de Belém * Vermelho

Composição: Chico da Silva