Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro
Formatação: Iara Melo
Escritor brasileiro nasceu em
Campos de Goytacazes e morreu no Rio
de Janeiro a 10 de Abril de 1907.
Doutorou-se pela Faculdade de
Medicina do Rio de Janeiro, em 1859,
exerceu clínica na sua cidade natal
antes de se fixar no Rio de Janeiro,
em 1875, e ser nomeado no ano
seguinte chefe da Secção de
Manuscritos da Biblioteca Nacional.
Estreou-se na poesia com “Sombras e
Sonhos” em 1858, a que se seguiu
“Miosótis” em 1877. Além de figura
destacada no lirismo brasileiro,
realizou investigação de mérito em
“Efemérides Nacionais” em 1881, em
três volumes, e “Limites do Brasil
com a Confederação Argentina, em
1882. Pertencia ao Romantismo. Como
poeta, Teixeira de Melo pertenceu à
geração romântica de Casimiro de
Abreu, Luís Delfino e Luís
Guimarães. No prefácio às suas
Poesias (1914), Sílvio Romero o
qualifica como "um lirista de
primeira ordem no Brasil", que se
distingue por "certa singularidade,
certa elevação graciosa e delicada
das frases", além da completa
correção da língua e da forma
métrica, características que o
tornam um precursor do
Parnasianismo. Também considerado um
pesquisador meticuloso, parte de sua
produção literária foi voltada para
este tema. Suas pesquisas nos
documentos sob sua guarda serviram
de apoio e prova para os embates
territoriais enfrentados pelo Brasil
junto a seus vizinhos, nas defesas
dos interesses pátrios feitas por
Joaquim Nabuco e o Barão de Rio
Branco. Dentro desta produção
técnica destacam-se "Efemérides
Nacionais" e "Limites do Brasil com
a Confederação Argentina".
Teixeira de Melo pertenceu à
Academia Brasileira de Letras e foi
o fundador da Cadeira 6 da Academia,
que tem por patrono Casimiro de
Abreu, a quem nomeou homenageando o
poeta, de quem fora amigo. Seu
sucessor, como regista Afrânio
Peixoto, não procedeu ao elogio do
precedente: “No discurso de posse,
Artur Jaceguai deixou de fazer o
elogio do antecessor, Teixeira de
Melo, alegando "não haver conhecido
o homem nem a sua obra"”. Isso seria
motivado por ciúme, segundo Goulart
de Andrade, por o historiador não
haver citado o nome de Jaceguai ao
narrar o episódio da Batalha de
Humaitá, na Guerra do Paraguai.
Gentileza Academia Brasileira de
Letras
www.academia.org.br
Teixeira de Melo (José Alexandre T.
de M.), médico, jornalista,
historiador e poeta, nasceu em
Campos, RJ, em 28 de agosto de 1833,
e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em
10 de abril de 1907. Foi o fundador
da Cadeira n. 6 da Academia
Brasileira de Letras, escolhendo
como patrono o poeta Casimiro de
Abreu, de quem fora amigo. Foi
substituído pelo Almirante Jaceguai,
que não lhe fez o elogio, porque,
como declarou, lhe desconhecia a
obra.
Era filho de José Alexandre Teixeira
de Melo e de Eugênia Maria da
Conceição Torres. Fez o curso de
Humanidades no Seminário S. José e
formou-se pela Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro, onde defendeu
tese em 25 de novembro de 1859.
Fixou residência em Campos, onde
exerceu a clínica e colaborou em
jornais, até 1875, quando se
transferiu para o Rio do Janeiro.
Como jornalista, assinava artigos
com seu nome e com o pseudônimo
Anôdino. Durante a fase acadêmica
foi membro de diversas organizações
literárias e escreveu Sombras e
sonhos, publicado em 1858. Em 1876
foi nomeado chefe da Seção de
Manuscritos da Biblioteca Nacional,
passando, mais tarde, para a Seção
de Impressos e, finalmente,
assumindo a direção da Biblioteca,
em 1895. Exerceu o cargo até 1900,
quando se aposentou. Viajou pela
Europa durante 1892 e 1893.
Pesquisador incansável, dedicou-se a
assuntos de história pátria,
pesquisando, nos arquivos de
manuscritos, os documentos que
deviam pleitear os direitos do
Brasil a territórios contestados,
servindo de base à argumentação de
Joaquim Nabuco e Rio Branco.
Publicou diversos trabalhos de
valor, como as Efemérides nacionais
e Limites do Brasil com a
Confederação Argentina. Colaborou
nos Anais da Biblioteca Nacional, na
Revista do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro, na Gazeta
Literária e em outras publicações.
Como poeta, Teixeira de Melo
pertenceu à geração romântica de
Casimiro de Abreu, Luís Delfino e
Luís Guimarães. No prefácio às suas
Poesias (1914), Sílvio Romero o
qualifica como "um lirista de
primeira ordem no Brasil", que se
distingue por "certa singularidade,
certa elevação graciosa e delicada
das frases", além da completa
correção da língua e da forma
métrica, características que o
tornam um precursor do
Parnasianismo.
Obras: Sombras e sonhos, poesia
(1958); Miosótis, poesia (1877);
Efemérides nacionais, 3 vols.
(1881); Campos dos Goitacases,
memórias (1886); Limites do Brasil
com a Confederação Argentina,
relatório (1882); Poesias, com
prefácio de Sílvio Romero (1914).
Publicou diversos estudos nos Anais
da Biblioteca Nacional, entre os
quais: Cláudio Manuel da Costa,
vols. 1 e 2 (1876-77); Laurindo
Rabelo, vol. 3 (1877); José de
Alencar, vol. 3 (1877).
Não te amo, ó Sol, mas como
rascunho
Da luz de Deus! Mas como lembrança
Da mão que te acendeu, lâmpada de
ouro,
Por sobre o abismo en que eu trema
da morte,
A seus pés a vida toda sem jeito,
nem direito de enganar.
(do poema " Ao Sol ").
Trabalho e pesquisa de Carlos
Leite Ribeiro – Marinha Grande –
Portugal