Luiz Gonzaga, compositor/cantor brasileiro,
nasceu em 1912 em Exu PE e morreu no Recife
PE a 02 de Agosto de 1989. Até ser descoberto
pela rádio, tocava sanfona e cantava nas
ruas e em cabarés. Afirmou-se com o
lançamento do baião, de parceria com
Humberto Teixeira, e as suas composições dos
anos 1946-1958 granjearam-lhe grande
popularidade. A sua obra tem vindo a
despertar um renovado interesse junto da
jovem música brasileira.
Suas Canções:
A carta; A Dança da Moda; A Dança do
Nicodemus; A Feira de Caruaru; A Morte do
Vaqueiro; A Mulher do Meu Patrão; A Rede
Véia; A Sorte é Cega; A Triste Partida; A
Vida do Viajante; A volta da asa branca;
ABC do Sertão; Acácia Amarela; Acauã;
Açucena Cheirosa; Adeus, Rio; Algodão;
Amanhã Eu Vou; Amigo velho; Amor da minha
vida; Amor que não chora; Ana Rosa; Apelo
ao Soberano; Apologia ao Jumento;
Aproveita Gente; Aquarela Nordestina;
Aquilo Bom; Aquilo sim, que vidão;
Aroeira; As Noites de Junho de
Antigamente; Asa Branca; Asas da Ilusão;
Assum Preto; Ave Maria Sertaneja; Baião;
Baião da garoa; Baião da Penha; Baião de
Dois; Balança a Rede; Bença Mãe; Bié bié
Brasil; Bodocongó; Boiadeiro; Bom Pra
Eu; Buraco de Tatu; Cacimba Nova; Calango
da Lacraia; Caminhos do coração; Capim
Novo; Cavalo Crioulo; Chá Cutuba;
Chamego; Chofer De Praça; Cidadão; Cigarro
de Palha; Cintura Fina; Começaria tudo
outra vez; Contrastes de Várzea Alegre;
Coração Molim; Corrida de Mourão; Creuza
Morena; Danado de Bom; Dança, Mariquinha;
De Fiá Pavi; De Teresina a São Luís; Deixa
a Tanga Voar; Dengo Maior; Depois da
derradeira; Derramaro o Gái; Dezessete
Légua e Meia; Dezessete e Setecentos; Dona
Vera tricotando; Espere por mim; Estrada
de Canindé; Estrela de Ouro; Eu Sou do
Banco; Eu Vou Pro Crato; Faça Isso Não;
Facilita; Feira de Caruaru; Fogo Pagou;
Fole Danado; Forró de Cabo a Rabo; Forró
de Caruaru; Forró de Mané Vito; Forró de
Ouricuri; Forró do Zé Buchudo; Forró no
Escuro; Forró Número 1; Frei Damião; From
United States of Piauí; Guerreiro Menino;
Hora do Adeus; Imbalança; Indiferente;
Januário; Juazeiro; Juvina; Karolina com
K; Ladrão de Bode; Légua Tirana; Liforme
Instravagante; Lorota Boa; Luar do
Sertão; Mangaratiba; Mariana; Marinbondo;
Menestrel do Sol; Meu dedo mindinho; Moda
da Mula Preta; Morena cor de Canela; Na
emenda; Na Lagoa do Amor; Não Vendo Nem
Troco; Nem Se Despediu de Mim; No Ceará
Não Tem Disso Não; No Meu Pé de Serra;
Noites Brasileras; Nordeste pra frente;
Nos Cafundó De Bodocó; Numa Sala De
Reboco; O Bom Improvisador; O Casamento da
Rosa; O Cheiro da Carolina; O fole
Roncou; O Véio Macho; Óia Eu Aqui de
Novo; Olha a Pisada; Olha Pro Céu; Onde o
nordeste garoa; Onde Tu Tá Neném; Orélia;
Ovo de Codorna; Pagode Russo; Paraíba;
Passo do Pinguim; Pau de Arara; Pedido A
São João; Penas do Tiê; Pense N'eu;
Petrolina Juazeiro; Piriri; Pisa no
Pilão; Pobreza Por Pobreza; Procissão;
Propriá; Que Modelos São Os Seus?; Que Nem
Jiló; Quero Chá; Respeita Januário;
Retrato de Um Forró; Riacho do Navio;
Roendo Unha; Romance Matuto; Sabiá;
Samarica Parteira; Sanfona do Povo;
Sanfona Sentida; Sanfoninha Choradeira;
Sangrando; Sangue Nordestino; São João do
Carneirinho; Saudade de Pernambuco; Sete
faces; Siri Jogando Bola; Súplica Cearense;
Tacacá; Tropeiros da Borborema; Último Pau
de Arara; Uma pra mim outra pra tú; Vaca
Estrela E Boi Fubá; Vem Morena; Vida De
Viajante; Viola De Penedo; Vô Casa Já; Vou
te matar de cheiro; Vovô do Baião; Vozes
da Seca; Xamêgo; Xanduzinha; Xote das
Meninas; Xote dos Cabeludos; Xote
Ecológico; Zé Matuto.
Luiz Gonzaga, aprendeu a ter gosto pela
música ouvindo as apresentações de músicos
nordestinos em feiras e em festas
religiosas. Quando migrou para o sul, fez de
tudo um pouco, inclusive tocar em bares de
beira de cais. Mas foi exactamente aí que
ouviu um cabra lhe dizer para começar a
tocar aquelas músicas boas do distante
nordeste. Pensando nisso compôs dois
chamegos: "Pés de Serra" e "Vira e Mexe".
Sabendo que o rádio era o melhor vínculo de
divulgação musical daquela época (corria o
ano de 1941) resolveu participar do concurso
de calouros de Ary Barroso onde solou sua
música “ Vira e Mexe” e ganhou o primeiro
prémio. Isso abriu caminho para que pudesse
vir a ser contratado pela emissora Nacional.
No decorrer destes vários anos, Luiz Gonzaga
foi simbolizando o que melhor se tem da
música nordestina. Ele foi o primeiro músico
assumir a nordestinidade representada pela a
sanfona e pelo chapéu de couro. Cantou as
dores e os amores de um povo que ainda não
tinha voz. Nos seus vários anos de carreira
nunca perdeu o prestígio, apesar de ter se
distanciado do palco várias vezes. Os
modismos e os novos ritmos desviaram a
atenção do público, mas o velho Lua nunca
teve seu brilho diminuído. Quando morreu em
1989 tinha uma carreira consolidada e
reconhecida. Ganhou o prémio Shell de Música
Popular em 87 e tocou em Paris em 85. Seu
som agreste atravessou barreiras e foi
reconhecido e apreciado pelo povo e pela
mídia. Mesmo tocando sanfona, instrumento
tão pouco ilustre. Mesmo se vestindo como
nordestino típico (como alguns o descreviam:
roupas de bandido de Lampião). Talvez por
isso tudo tenha chegado onde chegou. Era a
representação da alma de um povo...era a
alma do nordeste cantando sua história...E
ele fez isso com simplicidade e dignidade.
Luiz Gonzaga do Nascimento, foi um
compositor popular brasileiro, conhecido
como o "rei do baião".
Nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra
de Araripe, na zona rural de Exu, sertão de
Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais
tarde em "Pé de Serra", uma de suas
primeiras composições. Seu pai, Januário,
trabalhava na roça, num latifúndio, e nas
horas vagas tocava acordeão (também
consertava o instrumento). Foi com ele que
Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Não era nem
adolescente ainda, quando passou a se
apresentar em bailes, forrós e feiras, de
início acompanhando seu pai. Autêntico
representante da cultura nordestina,
manteve-se fiel às suas origens mesmo
seguindo carreira musical no sul do Brasil.
O género musical que o consagrou foi o
baião. A canção emblemática de sua carreira
foi Asa Branca, que compôs em 1947, em
parceria com o advogado cearense Humberto
Teixeira.
Antes dos dezoito anos, ele se apaixonou por
Nazarena, uma moça da região e, repelido
pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo,
ameaçou-o de morte. Januário e Santana lhe
deram uma surra por isso. Revoltado, Luiz
Gonzaga fugiu de casa e ingressou no
exército em Crato, Ceará. A partir dali,
durante nove anos ele viajou por vários
estados brasileiros, como soldado. Em Juiz
de Fora MG, conheceu Domingos Ambrósio,
também soldado e conhecido na região pela
sua habilidade como acordeonista. Dele,
recebeu importantes lições musicais.
Em 1939, deu baixa do Exército no Rio de
Janeiro, decidido a se dedicar à música. Na
então capital do Brasil, começou por tocar
na zona do meretrício. No início da
carreira, apenas solava acordeão
(instrumentista), tendo choros, sambas, fox
e outros géneros da época. Seu repertório
era composto basicamente de músicas
estrangeiras que apresentava, sem sucesso,
em programas de calouros. Até que, no
programa de Ary Barroso, ele foi aplaudido
executando Vira e Mexe (A primeira música
que gravou em 78 rpm; disco de 78 rotações
por minuto), um tema de sabor regional, de
sua autoria. Veio daí a sua primeira
contratação, pela Rádio Nacional.
Em 11 de Abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou
sua primeira música como cantor, no estúdio
da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha em
parceria com Saulo Augusto Silveira
Oliveira.
Também em 1945, uma cantora de coro chamada
Odaléia Guedes deu à luz um menino, no Rio.
Luiz Gonzaga tinha um caso com a moça -
iniciado provavelmente quando ela já estava
grávida - e assumiu a paternidade do
rebento, adotando-o e dando-lhe seu nome:
Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior.
Gonzaguinha foi criado pelos seus padrinhos,
com a assistência financeira do artista.
Em 1948, casou-se com a pernambucana Helena
Cavalcanti, professora que tinha se tornado
sua secretária particular. O casal viveu
junto até perto do fim da vida de "Lua". E
com ela teve outro filho que Lua a Chamava
de Rosinha.
Gonzaga sofria de osteoporose. Morreu vítima
de parada cárdio-respiratória no Hospital
Santa Joana, na capital pernambucana. Seu
corpo foi velado em Juazeiro do Norte e
posteriormente sepultado em seu município
natal. Sua música mais famosa é Asa Branca
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal