Vulcões - Trabalho e Pesquisa de
Carlos Leite Ribeiro
Vulcão Eyjafjallajokull - Islândia
Foto Pública
Vulcão, é a abertura na
crosta terrestre através da
qual saem, eventualmente,
lava, gases e cinzas, etc.
Os produtos emitidos pelos
vulcões podem estar em
estado gasoso, líquido ou
sólido. Os gases compõem-se
geralmente de vapor de água,
gás carbónico, anidrido
sulfuroso, nitrogénio,
hidrogénio, etc., em
proporções variáveis. Os
produtos líquidos são
representados pela lava,
magna cuja temperatura varia
de 600º C a 1.300 C e que se
resfria bruscamente em
contacto com a atmosfera,
formando rochas. Os produtos
sólidos são projecções (ejectólitos)
em estado sólido ou
solidificadas antes de
chegar ao solo. De acordo
com suas dimensões,
classificam-se, em ordem
decrescente, em “bombas” ou
“blocos”, com diâmetro
superior 64 mm; lapili, de 2
a 64 mm; e cinzas de menos
de 2 mm. O fenómeno
vulcânico é caracterizado
por sua brutalidade em
escala geológica: o
Paricutìn, do México,
atingiu 150 metros de altura
numa semana. Uma erupção
vulcânica, todavia, passa
por três fases. A fase pré
vulcânica manifesta-se por
estrondos de origem
profunda, pequenos sismos e,
em geral variações da
inclinação dos flancos do
vulcão. A fase paroxística,
ou erupção propriamente
dita, é definida por
fenómenos atenuados:
fumarolas, esguichos de água
quente, géisers.
De acordo com o tipo de
erupção e a natureza dos
produtos ejectados,
distinguem-se vários tipos
de vulcões. O tipo
“havaiano” ou efusivo (Mauna
Loa, no Havai), é
caracterizado pela
predominância de lavas
basálticas muito fluidas,
que constituem um vasto cone
rebaixado. No tipo “vulcaniano”,
ou explosivo, predominam as
projecções, ou ejectólitos,
em geral acompanhadas de
explosões. O tipo “peleano”
ou extrusivo (Monte Pelée,
na Martinica), é reconhecido
pela extrusão de lavas
ácidas, viscosas, que se
solidificam muito
rapidamente e formam domos
ou agulhas. No tipo
“estromboliano” ou misto (Stromboli,
Itália), as projecções
acompanhadas de explosões,
alternam-se com torrentes de
lava. Cabe, enfim,
acrescentar as erupções do
tipo “fissural”, em que a
lava se espalha por fissuras
longitudinais e forma vastos
lençóis salificados (trapps
do Decã). Contam-se cerca de
500 a 600 vulcões activos na
superfície terrestre. O
vulcanismo existiu, todavia,
em todas as épocas
geológicas, como testemunham
as rochas, com uma
distribuição bem localizada,
nas zonas orogénicas, como a
cadeia alpina no sentido da
largura e cinturão de fogo
da Pacífico; nas áreas de
debilidade da crosta
terrestre (Rift africano) e
nas obras médio-oceânicas.
No interior das massas
continentais, o vulcanismo é
raro geograficamente
restrito.
À teoria das placas oferece
uma explicação para essa
distribuição, baseada na
teoria dos sismos (01).
(01)- Sismo, nome científico
de terramoto; abalo, tremor
de terra.
Os sismos importantes podem
ser grandes catástrofes
naturais como a destruição
de Lisboa a 1 de Novembro de
1755. Mais recentemente, a
generalização maciça das
informações possibilitou a
tomada de consciência da
quase permanência dos
perigos sísmicos,
manifestados pela frequência
do seu carácter mortífero em
numerosas regiões. A
intensidade, força ou
magnitude, desses sismos é
dada em geral pela escala de
Richter, por uma magnitude M
ligado à energia E, expressa
em ergs, ou seja, 10 elevado
a 7 joules, liberada pelo
cataclima segundo a relação
logarítmica log E = 5,8 +
2.4 M, o que, na prática,
confere a M um valor vizinho
de zero para os pequenos
sismos, registados pelos
sismógrafos dos
observatórios e faz com que
alcance os valores 8 e 9
para os mais intensos.
Deve-se levar em conta,
entretanto, que o carácter
catastrófico depende também
da densidade da população e
da segurança das normas de
construção. Os sismos têm
geralmente como causa uma
ruptura de equilíbrio que se
processa bruscamente
(hipocentro) relativamente
localizado no solo, a uma
profundidade maior ou menor
(inferior, porém a 700 Km),
e que finaliza, pelo menos
provisoriamente, uma soma de
tensões acumuladas em toda a
região vizinha. O retorno a
certa estabilidade faz-se
quase sempre por etapas
sucessivas (tremores de
terra múltiplos). Os
instantes de chegada das
ondas sísmicas geradas aos
vários observatórios permite
determinar o epicentro do
sismo – ponto da superfície
na vertical do hipocentro. O
estudo da repartição dos
epicentros no espaço
geográfico e no tempo
permite elaborar os mapas
sísmicos. As regiões mais
sujeitas a sismos
correspondem às faixas de
fractura onde as tensões
mecânicas entre a crosta e o
manto são mais fortes,
conforme ilustrado nas
teorias recentes por
antagonismo de placas. A
previsão dos sismos, apesar
dos grandes esforços, ainda
é aleatória, principalmente
no que diz respeito ao
tempo.
Vulcão da Islândia
O vulcão, no glaciar
Eyjafjllajokkul , no sul da
Islândia - Fonte: Lusa
Nuvens de cinza, expelidas
por um vulcão na Islândia,
lançaram o caos no tráfego
aéreo europeu e provocaram o
cancelamento de voos nos
aeroportos de todo o Mundo.
Grã-Bretanha, Irlanda e os
Países Nórdicos encerraram
os seus espaços aéreos em
parte ou na totalidade,
deixando retidos no solo
milhares de passageiros.
Vulcão
faz cancelar voos por toda a
Europa
A TAP cancelou esta manhã
todos os voos para
Inglaterra, devido ao
encerramento dos aeroportos
naquele país, motivado pela
erupção na Islândia. "A TAP
só conseguiu realizar um voo
hoje de manhã, mas já
cancelou cinco voos
Lisboa-Londres, mais dois
com ligação Porto-Londres e
outro Funchal-Londres,
indicou à agencia Lusa fonte
oficial da companhia aérea.
Ao principio da tarde, o
aeroporto de Faro tinha já
registado o cancelamento de
28 voos provenientes da
Irlanda e do Reino Unido.
Igual destino tiveram outros
31 voos que deveriam ter
levantado voo com destino
àqueles países.
No que respeita aos Países
Nórdicos a TAP já tinha,
esta manhã, cancelado dois
voos, um para Estocolmo e
outro para Copenhaga, por
causa da nuvem de cinzas. A
transportadora aérea
nacional aguarda agora por
mais informações para saber
se terá de proceder, por
razões de segurança, ao
cancelamento de mais voos
com destino a aeroportos da
Noruega e da Suécia.
Na Dinamarca, Finlândia e
Países Baixos o cenário é
semelhante e na Bélgica, o
aeroporto de Bruxelas
cancelou todas as partidas
de voos, antecipando a
chegada da nuvem de cinzas
vulcânicas ao território
belga.
Ventos
empurram cinzas
O vulcão, no glaciar
Eyjafjllajokkul , no sul da
Islândia, registou na
quarta-feira a segunda
erupção em menos de um mês.
Os ventos estão a empurrar
para sul e para leste a
nuvem de cinzas.
A Autoridade da Aviação
Civil Britânica anunciou que
todos os voos seriam
suspensos, pelo menos até à
uma da manhã e a Irlanda
tomou idêntica decisão que
deve vigorar pelo menos por
oito horas.
John Strickland, um
especialista em transportes
aéreos citado pela BBC,
estima que "ninguém sabe
quanto tempo vai durar a
situação, mas mesmo que tudo
se resolva rapidamente, vai
demorar bastante tempo até
que as companhias aéreas se
recomponham".
Aviões comerciais
transformam-se em planadores
Um piloto português explicou
à agência Lusa os motivos
por detrás do alarme.
José Cruz dos Santos ,
comandante, vice-presidente
da Associação de Pilotos
Portugueses e responsável
pela área de segurança desta
entidade diz que o
"encontro" com uma nuvem de
cinzas vulcânicas pode
desligar os motores de um
avião comercial. "Ao entrar
nos motores, a cinza entra
nas câmaras de combustão e,
devido à temperatura muito
elevada, volta a derreter e
agrega-se às câmaras de
combustão, impedindo a
passagem de ar" e
consequentemente para o
motor.
"Se os pilotos não saírem
rapidamente de dentro dessa
nuvem, não conseguirão
reactivar os motores e o
avião fica um planador",
ilustrou José Cruz dos
Santos, adiantando que as
finas poeiras vulcânicas
provocam ainda danos nos
sistemas de pressurização e
tanques de combustível da
aeronave.
Trabalho e pesquisa de Carlos
Leite Ribeiro – Marinha Grande –
Portugal
Formatação: Iara Melo
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