Portal CEN - "Cá Estamos Nós"

Revista Novos Tempos

Primeiro Bloco

  Alfredo dos Santos Mendes

  Alice Tomé

  Amélia Luz

  Andrade Sucupira Filho

  Antonio Cícero da Silva

  Antonio Paiva Rodrigues

  Antonio Zumaia

  Arlete Piedade

 

 

 

Nome: Alfredo dos Santos Mendes
Cidade: Lagos

 

SEM TI

Oh terna namorada que partiste?
Chegou a tua hora, te exauriste,
E me deixaste só, abandonado!
Ficou a minha vida sem sentido.
Quem me dera contigo ter partido,
E ficarmos pra sempre lado a lado!

Acompanhar-te à última morada,
Foi doloroso, eterna namorada.
Foi caminhar descalço sobre espinhos!
Desejei para sempre ali ficar.
Com mil rosas, as tuas cãs ornar.
E mimar o teu rosto com carinhos!

O nosso lar, amor, ficou vazio!
O ar irrespirável, bem mais frio.
E o próprio ambiente perdeu cor.
Aquele alindamento que tu davas.
Em toda aquele peça que tocavas,
Se foi também, murchou como uma flor!

O silêncio da noite é mais pesado.
É tudo mais escuro, mais cerrado,
A vida não existe mais aqui!
Tudo ficou amorfo, indefinido.
O dia é mais soturno, sem sentido.
É difícil amor, viver sem ti!

Foram cinquenta anos de ternura!
Cinquenta primaveras de ventura,
Passados junto a ti, à tua beira.
Ficar assim tão só, sem mais te ter.
Antes fechar os olhos, fenecer.
E que seja o mais breve, assim Deus queira!

Lagos, 13/09/2010
Alfredo dos Santos Mendes
1ª Menção Honrosa
Jogos Florais Racal Clube
Subordinado ao tema: SEM TI.
o mais breve, assim Deus queira!

 

 

 

 

 

Nome: Alice Tomé
Cidade: Guarda/Portugal

 

"MAMMOUTH" AVALIAÇÃO!
Versus.
Exclusão de Professores. E agora?!...

1.
Li hoje no jornal,
Por certo em dia de sol
Que brilhava no horizonte
E também nas escolas
Onde... porém
Mais parecia trovoada
Que qualquer sol de estrada
Porque o Senhor Presidente
Acabara de promulgar
O novo Estatuto docente
Que iria e irá vigorar.
Todavia,
Logo ele se ausentara
E p'ra Índia embarcara
E, quando ao país retornar
A poeira já estará a baixar.


2.
Temos condições para avaliar,
Dizem os peritos
Do Conselho Científico.
Avaliamos escolas
Professores
Monitores
Auxiliares
Porteiros
Carpinteiros
Mendigos
E...
A lista não tem fim!...
Quem diria
Que, um dia, a isto se chegaria?!


3.
Primeira avaliação:
Temos muitos professores
Que são incompetentes,
E vamos comprovar.
Se mérito têm
Haverão de passar,
E se insuficiente tiverem
Exonerados serão
E, afastados ficarão.


4.
Deserdado quem diria!
Pelos colegas que servia
Agora era apenas um nada
E na rua ficaria.
O ME ditara a sentença
De "morte" na profissão.
Professor não ficaria
Até "nova avaliação".


5.
Parece tragédia
Vivida em alto mar
Depois de ser diplomado
E do estágio passar.
Além de noites perdidas
Para lições planear
E muitos anos na escola
Sempre a ensinar/educar...


6.
Temos muitos professores
Nesta nossa nação.
Mas logo surgem ventos
Semelhantes a um furacão
Que passam por São Bento
E por todo o "torrão":
É preciso avaliação
Inventa-se esse mammouth
Com cota de medição!


7.
De um dia para o outro
Sem nenhuma explicação
Todos o olham de lado
Sem lhe dar a mão.
De "Bom" professor que era
Passou à exclusão.
Quem será então o "culpado"
Depois de tanta "educação"?!


8.
Não alvejando o futuro
E nenhuma solução
Teve de fazer-se à estrada
E seguir a rota da emigração,
Tudo por causa
Dessa avaliação/anotação.
Na sua escola
Já se tinha esgotado as cotas
De Bom e de Excelente
Restava apenas o Insuficiente.


9.
Deixar de ser Professor
Depois de tanto ensinar?
Percorrer o mundo todo
Em jeito de desalmar,
Viver debaixo da ponte
Com fome de esgalgar
Ou até, quem sabe?
Talvez emigrar?


10.
Não leva carta de boa nova
Nem de recomendação.
No bolso um insuficiente
Apenas reprovação!
É o dote profissional:
Oferta de Portugal !


11.
Paris... reluz aos seus olhos.
Professor é mais que nada!
Embarca no primeiro "trem"
À procura de trabalho,
Perdido nesse mundo
Que dizem cidade "Luz"
Mas onde o emprego também falha
E a noite não reluz!


12.
Aí vão novamente os jovens,
Agora de mochila às costas,
Procurando vida melhor
Noutras terras que não a Lusa.
Chegados ao destino
Quase têm que mendigar.
Hoje os tempos são outros,
Portugal está a avançar!


13.
"Portuga", tu por aqui?
Que fazes nesta cidade?
Procuro emprego
Essa é a verdade!
E lá foi o companheiro
Que o mesmo destino tinha tido
Levá-lo ao centro de emprego
Quase como a um mendigo!
Temos aqui um pedido
Para jovem estrangeiro
Falando várias línguas
Eu
Se o quiser aceitar
Eu posso ajudar!


14.
Diga-me jovem,
Que fazia no seu país?
Trabalhava na arte de ensinar
Mas, o ensino "faliu"...
E, para isto não lembrar
Resolvi emigrar.
E, tudo de novo
Irei recomeçar.


15.
E, com esta realidade
Assim se faz aceitar
Numa Editora dita Lusa
Que novos talentos procura
Numa geração jovem
De turbo-Professores
Esses..., que Portugal recusa!


16.
Este jovem ainda pensou
Que um dia iria regressar
À terra de onde partira
E ao Professorado voltar.
Mas, os anos foram passando
E a família a aumentar.
"Portugas" dizem por lá,
Francesinhos dizem por cá!
Jamais a língua-lusa ouviram falar
Assim, "fica difícil" a Portugal retornar!


17.
Francês, agora lhe chamam
Em prol de quem o acolheu.
Essa terra Gaulesa
A quem vários filhos deu
Ganhando raízes
Onde se estabeleceu.


18.
Ao meu país não voltarei
No seu diário escreveu.
Embora "morra" de Saudade
Da terra que o "vendeu".
E tudo...
Porque um dia inventaram
Essa bendita avaliação
Em que muitos Professores
Cruzaram a exclusão.


19.
Anos a fio...
Os cursos de ensino a esvaziar
Mas, novos tempos estão p'ra chegar:
Jovem...traça teu futuro e vem ensinar:
Ensinar? Isso nem pensar!...

O ME tem falta de professores e quer recrutar...
E, AGORA?!...
Como...
E, quem vai avaliar?...

 

 

©Alice Tomé, (11jan2007), poema inédito "MAMMOUTH AVALIAÇÃO! Versus.
Exclusão de Professores. E agora?!..."dedicado aos Professores de todos os Continentes, e, muito particularmente, à Professora Doutora Teresa Pires Carreira, Cientista Socióloga/Educóloga, Universidade do Algarve, Portugal".

Alice Tomé é Professora Universitária, Portugal, Doutora em Ciências da Educação, Cientista Educóloga, Socióloga, Escritora..., tem vários livros e centenas de artigos científicos publicados a nível nacional e internacional.

"Poeticamente canto a vida/E relato as vivências/Sociologicamente analiso/A lógica da existência".

 

http://atome.no.sapo.pt/index.htm; alice.maria.tome@gmail.com

 

 

 

 

 

Nome: Amélia Luz
Cidade: Pirapetinga/MG/Brasil


Crônica Catatau - (Para Paulo Leminski)

 

A noite era pequena para os seus sonhos eletrizantes. Caía a madrugada e ele perdido entre letras e metáforas trabalhava no seu ofício com servidão. Às vezes ele parecia calmo, outras ele parecia agitado e inquieto no seu processo de criação. Gênio, não se cansava nunca! Dedilhava com entusiasmo e arte o velho violão, companheiro fiel da sua solidão de poeta.


A palavra era a sua lâmina sangrando veias de onde escorriam mananciais de versos conferidos de polêmicas vitórias.


Sua existência não foi vã, embora incompreensível, vazou a lápide no canto imortal, cristal transparente, além da tumba...


- Catatau, saia debaixo do braço do autor, chegue mais perto, chegue... Permita-nos entendê-lo na sua complexidade léxica!


Peleja criativo o poeta no seu verso universal buliçoso e alvissareiro na Metamorfose da vida que o fez assim, célebre escritor!


Sinaleiro de uma geração sem rumo seguiu trafegando nas veredas da contramão, ditador de um tempo, persistente que era nas suas certezas...


Vestimos hoje o colorido alegre das suas idéias (in)questionáveis.


Somos uns bandos de inocentes galopando irreverentes em suas trilhas, multiplicadores das suas verdades, sucedâneos vigilantes da sua memória.


Sem gravatas e honrosas pompas lambuzamos nossas mãos na matéria prima que para nós deixou argila fresca com a qual construímos silêncios, vozes e manifestos transbordados em copos de essências puras.


Embebedamos a nossa consciência numa eterna alvorada, Sintonia para pressa e presságio.


Dos seus lábios não há mudez de morte. Há um grito poderoso a ecoar levando-nos a velar sempre pela preciosa obra literária que herdamos das suas mãos de mestre.


Paulo, tu és pedra Paulo,
filosofal, literária ou poética,
sobre ti edificaremos
nosso castelo de sabedoria...

 


Ponto de Interrogação - Amélia Luz

Estou no ponto e
estou sempre pronto
para procurar, pesquisar,
descobrir, o meu ponto,
o tal, chamado ponto de apoio...
Abro o olho, arrepio,
escancaro o coração
acendo as luzes da alma.
Onde estará aquele ponto?
Aquele verdadeiro,
que eu procuro
o ano inteiro!
Quanto desencontro!
Afronto, confronto,
monto um esquema
para achar o ponto, o do meu equilíbrio,
aquele vertical que me faz crescer
e alcançar as estrelas...
Tonto, escrevo um conto,
alinhavo, passo o pesponto!
Encontro afinal
o ponto abissal
que me situa entre o bem e o mal...
Agarro o ponto de partida,
a coragem, a iniciativa,
a ignição da minha vida!
Saio por aí correndo,
transpirando velocidade,
a milhas e milhas por hora!
Volto, não durmo no ponto,
assino o ponto do dia,
(que correria!)
mas ainda há tempo
para as minhas fantasias,
o meu ponto fraco!!!

Amélia Luz

 

 

Nome: Andrade Sucupira Filho


Cidade: VITÓRIA - ES



Ainda: Todo dia ela faz tudo sempre igual...


Enquanto são queimados veículos nos bairros da capital, outras ações criminosas se desenrolam em diversos outros pontos da região metropolitana, deixando as polícias em polvorosa e a população estática. O medo é real, especialmente quando há necessidade de irmos a um banco ou caixa eletrônico pagar ou retirar quantias. E a Justiça continua abarrotada de processos, sem ter onde prender bandidos de alta periculosidade. Enquanto isso, os Juizados Especiais, criados com o objetivo principal de contribuir para a celeridade na Justiça Comum, ficam superlotados de processos (de brigas de vizinhos, animais nas ruas, usuários de drogas, pais que espancam os filhos, etc.), que se arrastam, às vezes por dois anos ou mais.


Em São Paulo, facções criminosas deixam o Governo feito barata-tonta e matam policiais e cidadãos inocentes. Sair à rua, tanto aqui como lá, é uma aventura perigosa, a qualquer hora do dia. Tanto pelo risco de sermos abordados por assaltantes, como pelo perigo de sermos atingidos por uma ou mais balas perdidas... Mas isso tudo é dito diariamente, pelos meios de comunicação e pelo povo, sem que surja uma forma de equacionar o problema.


As causas... Bem, as causas também são muito citadas e conhecidas. A origem, para os pesquisadores do assunto, vão da crônica injustiça social, passam pela carência na área de educação, cultura e emprego, e vão desembocar no mar da impunidade, onde atua, antes submersa, agora emergindo diante da população, a corrupção em todos os poderes constituídos.


A repetitiva frase "a distribuição de renda no Brasil é a mais injusta e cruel do mundo", cai em outro lugar comum: "Enquanto os cães ladram, a caravana passa." Sai governo, entra governo e ela continua injusta e cruel. E a violência (continuando a citar o mestre Chico Buarque): "Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã.." (Como é o caso das sirenes das polícias, nas primeiras horas da manhã, indo combater criminosos). Com algumas diferenças básicas: Não "me sorri com um sorriso pontual", mas "me beija", um beijo com gosto de fel, misturado com boldo e milome, carqueja, e o que mais vocês quiserem imaginar de amargo.


Algum governante vai dizer: esses jornalistas só falam, criticam, mas não sugerem alternativas para solucionar os problemas. Pois bem, vamos sugerir apenas o trivial: Que tal começar por concretizar ações que realizem a justiça social, efetivem direitos iguais à educação para todos e gerem mais emprego e renda? Simultaneamente, é necessário limpar os poderes constituídos da praga da corrupção, não misturar presidiários que praticaram crimes fúteis com assassinos cruéis e hediondos; ressocializar (dando trabalho digno dentro das penitenciárias) o que for possível e aplicar penas muito rigorosas aos aos irrecuperáveis.Como conseqüência, não permitir que a impunidade seja uma premissa para a entrada na vida criminosa.


Todas as sugestões de nada valem se não forem, já, colocadas em prática pelas instituições investidas do poder para fazê-lo. Portanto, que se comece agora a agir, para que, em futuro não tão distante, possamos viver em uma sociedade mais equilibrada, sem sobressaltos a cada minuto. Como a criança que aprende a caminhar, o primeiro passo tem que ser dado.


Finalmente, como (ainda) diria o mestre Chico Buarque, que nossas autoridades não fiquem vendo "a banda passar" para que "a minha gente sofrida" possa "despedir-se da dor".


* Andrade Sucupira Filho é jornalista, diretor de conteúdo e assessor de comunicação social.

 

 


CÉU AZUL - Andrade Sucupira Filho


Estava tudo calmo no oceano.
E então foi se fechando o tempo, lento...
Nuvens escuras, raios (que momento),
E ainda: ondas gigantes, mar insano...

E eu, sozinho, em meu barco, desgarrado,
fui navegando nas revoltas águas.
E a natureza a liberar suas mágoas...
E Deus, de Jonas, a bradar, irado.

Dizem que Deus, em sua onisciência,
é sempre bom, é justo, é sempre amigo.
Mas, vez por outra, perde a paciência:
Acho que agora Ele a perdeu comigo...

Por que? Sei que motivos tem de sobra,
com a humanidade inteira...eu somente?
(E enquanto penso, faço uma manobra).
Navego e vou. Canso, meu corpo sente...

Relaxo, e então faço uma prece viva...
Não mais questiono...me entrego...adormeço...
Sonho, deliro, viajo ao léu, me esqueço...
E no oceano, a minha nau deriva...

Raios? Trovões?...e eu a dormir sonhando...
Voltou meu barco ao porto firme, ao sul...
Quando me acordo, vejo o sol brilhando,
a natureza calma, o céu azul...

Andrade Sucupira Filho

 

 

 

 

Antonio Cícero da Silva (Águia)

Brasil

 

 

RECOMEÇAMOS

 

Sempre encontramos um caminho

por onde podemos recomeçar...

nem tudo está perdido

é somente nunca desanimar...

devemos ser persistentes

e sempre usarmos a inteligência

e estudando a cada caso

para agirmos com segurança.

A primeira tentativa fraquejou

mas são coisas da vida

levantemos a cabeça

e firmemente, recomeçamos.

Ao errarmos, também aprendemos

a jamais cairemos no mesmo erro

que com os adquiridos conhecimentos

conseguimos pularmos os obstáculos.

Se não deu certo,

podemos então recomeçar

e em todas as circunstâncias,

consecutivamente as vitórias,

nós iremos alcançar.

 

 

 

 

Nome: António Paiva Rodrigues
Cidade: Fortaleza/Ceará


UM PEQUENO HERDEIRO


Nasceu no hospital Gênesis, diante de muita aflição, pois a mãe parturiente (Ana Amélia Mota Paiva) corria risco de morte, um pequerrucho bebê com apenas 900 gramas. Devido ao seu tamanho e peso teve que ser levado às pressas para a incubadora, visto que carecia de cuidados médicos. A Família aflita pelo sofrimento da mãe e pelo comportamento ansioso do pai (Talvanes Andrade Paiva) acreditava na bondade do Pai Maior, que jamais esquece seus filhos amados. O pai mais tranquilo sempre denotou ser um marinheiro de primeira viagem, era seu primeiro filho que estava chegando ao orbe terrestre. Guilherme é o mais novo membro das famílias: Paiva, Andrade e Mota. Eram precisamente 6h55m do dia 22 de dezembro de 2006 quando o telefone tocou, o meu coração palpitou, mas logo minha mulher me repassa uma boa notícia. Mãe e filho passam bem.


Respirei profundo e dei graças ao altíssimo e aos meus benfeitores espirituais. Na realidade foram horas de angústias, nervosismo, mas Deus colocou a disposição da família um anjo, um profissional correto e integro, de conduta ilibada, pois não largou pé e esteve sempre presente orientando e cuidando da saúde da mãe e do filho. Foi sincero, conversou com a parturiente afirmando que ela e o bebê corriam riscos de morte. Com responsabilidade acima de tudo dizia: sua vida em primeiro lugar. Nervosa, preocupada a mãe indagava com constância: E o bebê Doutor?. Na sua calma aparente e com senso de responsabilidade afirmava: sua vida em primeiro lugar, mas farei de tudo com minha equipe de trabalho, para salvar a criança. O Guia como será carinhosamente chamado, apesar das deficiências se mostra ativo e com disposição, mostrando para os que não acreditavam na sua salvação, que será um menino forte, alegre, inteligente e esperto. Esse anjo que Deus colocou a nossa disposição chama-se PABLITO ANDRADE.


A vida é criação divina, representando dádiva ao espírito, viajor da eternidade. Cada existência na Terra faculta-lhe nova oportunidade de crescimento, permitindo a abençoada colheita de experiências. Devemos ter sempre em mente que a vida terrena não representa um passeio turístico, mas sim a santa oportunidade da ascensão espiritual. Queria aqui nessa dedicatória que tem finalidade de agradecimento algumas palavras que no dizer de um grande homem, Francisco de Paula Cândido Xavier, elas cantam. Alicerces demandam segurança. E, por isso, não se justificam decisões apressadas. O amor é gravitação sem ser cativeiro. Não se renda às sugestões de tristeza e nem às requisições do desalento. Somos jardineiros, colhendo rosas no espinheiral, semeadores compelidos à lama da Terra, a fim de que a nossa lavoura produza para o Bem, e operários da Luz, constrangidos a sofrer o assédio da sombra para que a nossa tarefa se faça proveitosamente cumprida.


Guilherme saberá com ternura, amor, inteligência e prudência regar o jardim da esperança, do amor e da caridade, pois os grandes obstáculos que surgiram ao seu renascer na terra servirão de trilhas para palmilhar o caminho do bem sempre com a presença divina de Jesus Cristo, que num momento de expiração disse: Deixai vir a mim as criancinhas, pois elas herdarão os reinos dos céus. Pai amado, pai querido, abençoa essa criança que ainda vai precisar de cuidados, de muita perseverança por parte dos pais. E que os anjos guardiões sempre estejam ao seu lado para que ele possa recuperar suas energias, esvaídas fruto de uma gravidez de alto risco. Obrigado Senhor, obrigado Jesus Cristo pelos fluidos benéficos jorrados para sanar as dificuldades enfrentadas no rol do hospital, e que geraram energias benéficas para mãe e filho e em contraponto para toda a família.

 


POESIA


Puro como ar que respiro,
Eclode forte como aspiração.
Na singela beleza de um brilho,
Que emana de meu coração.

Mulher bela e charmosa,
Tens perfume enebriador,
Com coração em polvorosa,
Sinto que morro de amor.

Amor forte, volupioso.
Apaixona e não tem fim,
Ardoroso e caricioso,
Leva-me ao céu, enfim.

Desnorteada esperança,
Recompensado e amado.
Real e amiga bonança,
Deixam os lábios desesperados.

Desejos de loucas esperanças,
Forte e de jeito diferente,
Calor abrasador do coração em chamas.
Induz o amor ao intelecto inteligente.

Pensar, afagar é destemperança
Tê-la um dia não seria ironia,
Agonia, talvez de uma esperança,
Acariciá-la, beijá-la até a extasia.

Do ponto G, quero prazer de amar,
Escandalosamente não faz mal,
Com sabores de perfumes, vejo afinal,
O gozo de um amor divinal.

Recheio de prazer e amor especial,
Senti algo pulsar dentro de mim,
Era volúpia de um desejo sem fim
A conquista de um corpo descomunal.

 

Antonio Paiva Rodrigues

 

 

 

 

Antonio Zumaia

Brasil

 

Almas de amor

Arranquem ruins pedras do meu peito.
Quero apenas flores no meu jardim.
Quero florir de amor o seu leito;
Sentir o seu calor junto de mim.

Voaremos em asas de brancas plumas.
Duas almas que se uniram na vida.
Salpicos salgados de brancas espumas;
Vivendo o sonho da mulher querida.

Venham anjos em doce melodia,
sorrindo em alegria? deste amor!
Anjo e mulher, que comigo seria.

Somos dois seres em perene louvor,
rezando no amor? que se queria.
Agradecendo a vida ao SENHOR.

António Zumaia

 

 

 

Nome: Arlete Piedade
Cidade: Santarém Portugal


A tradição dos contos de Natal


É habitual na quadra natalícia, os escritores e poetas, darem o seu contributo para o espírito da época, escrevendo contos e poemas de Natal, que geralmente têm um final feliz, em que os pobres ficam menos pobres, os doentes mais saudáveis, os misantropos mais abnegados e por aí fora...tudo com um cheirinho de milagre.


Mas nestes tempos em que vivemos, tanto num contexto espiritual em que se fala no fim do mundo - ou pelo menos de um determinado mundo caduco - como num contexto global em que países que há algumas décadas eram considerados atrasados, estão a dar cartas no jogo das influências universais especialmente a nível económico, assim como no contexto europeu em que a Alemanha ganha protagonismo como líder de um grupo de países que há séculos convivem num mesmo espaço, guerreando entre si, mas condenados a entenderem-se, e por último, no contexto do nosso país mergulhado na crise que sendo sua, é da Europa e do mundo - já não falando dos que estão virados para o conceito lusófono e para os países que sendo uma espécie de filhos ou pelo menos enteados, agora poderiam acudir ao velho pai - digo nestes tempos que alguns outros consideram pré-apocalípticos, ainda será lícito esperar ou pelo menos acreditar que há milagres que nos possam salvar?


Quando eu era uma jovem estudante, melhor uma pré-adolescente a iniciar os estudos, tive direito a estudar física - e digo direito, pois o meu filho mais novo conseguiu concluir o 12º ano de escolaridade com direito a um curso profissional de informática, incluído, sem nunca ter estudado as mais elementares leis da física - e recordo-me muito bem, da lei dos vasos comunicantes, e da figura que a ilustrava no nosso livro de física, e até de algumas experiências que fazíamos no laboratório de física. Eu gostava muito dessas aulas, talvez por isso não tenha esquecido e agora ache certas semelhanças entre o desenvolvimento económico e social dos países do oriente e do ocidente, e das condições de trabalho e de vida em que os povos desses países viviam há décadas e das mudanças em curso atualmente. Mas também não posso deixar de englobar nesses blocos, os países do hemisfério sul, nomeadamente África e América do Sul que também estão a recuperar dos atrasos económicos e sociais em que têm vivido mergulhados.


Se os países ocidentais considerados mais desenvolvidos, sendo os principais blocos, a Europa e a América do Norte, têm usufruído de melhores condições de vida, e melhores condições de trabalho, delapidando recursos que são de todos os povos do mundo e provocando a deterioração do clima e do ambiente, e representando essa parte do mundo 20% da população mundial que consome 80% dos recursos mundiais em alimentos e energia, não haverá aqui um sistema de vasos comunicantes que tende a igualar-se?


Não será então lícito esperar-se que os povos mais prejudicados nesta divisão mundial de recursos, reclamem a sua parte por igual e assim os níveis tenham a tendência para se igualar dentro dos vasos?


Por mim penso que sim e mais, será imparável pois estamos a falar de vasos comunicantes ao nível do globo terrestre e não em experiências de laboratório.


Mas nem todos os líquidos são miscíveis, assim como as pessoas não podem ser tratadas todas da mesma maneira, pois não são números ou estatísticas, são seres humanos e a vida seja humana ou animal ou vegetal, tem que ser valorizada e respeitada, pois sem ela, o nosso planeta entrará numa era de máquinas e robots descrito em alguns livros de ficção científica.


Se queremos um mundo humanizado, sustentável, de ambiente limpo e manhãs luminosas, tem que haver sempre oposição á lei cega que determina a junção dos líquidos em níveis iguais, pois a física é importante mas a humanidade é mais ainda.


Então embora conscientes que o futuro não se pode contrariar, temos que saber dirigir o rio da História, para evitar as inundações que podem arrastar povos cegamente no seu caminho desordenado e deixar ao nossos filhos - esta geração que enfrenta as ondas das mudanças de rumo das correntes - um mundo mais igualitário e mais justo em que uns têm que recuar um pouco, para que outros possam avançar e ocupar o lugar que lhes pertence por justiça fraterna.


Voltando ao início deste texto, qual será o milagre a esperar não só no Natal mas para o ano de 2013? Talvez recuperar e reocupar tantas casas vazias por esse Portugal, talvez voltar a recordar como se cultivam os campos abandonados, talvez sair para o mar e voltar a pescar os peixes que outros povos vêm pescar no mar das nossas costas, mas mais que isso, pedir ao Menino Jesus para nos trazer líderes capazes de governar o nosso país, sem se vergar ás exigências alheias, sabendo negociar com os outros povos as melhores condições para Portugal se reerguer, plantando os seus solos, pescando nos seus mares, produzindo os seus artigos nas suas fábricas, sem depender de povos estrangeiros para viver com dignidade neste cantinho á beira mar plantado.

 

 

Nova Era

Nesta nova era que se inicia
no meio de tumultos e dores
queria poder dizer amenidades
queria poder entoar hinos de louvor
queria celebrar a alegria e o amor...
mas os resultados da passagem
estão envoltos em turbilhões
em dores e mágoas da mudança
que a todos atormenta e espanta...
precisamos de ter calma e esperança
enfrentar com coragem o caminho
pois no fim dele, está o arco-íris
da renovada e eterna aliança!
Mas nem todos irão chegar e ver
só os de coração forte e terno
os de alma cheia de fé e compaixão
os que não se importem com o poder
do dinheiro e das coisas materiais
mas sim com a ternura, a amizade
e a compaixão pelos seus iguais!

Arlete Piedade
 

 

 

 

 

 

 

 

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