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Portal CEN - "Cá
Estamos Nós"
Revista Novos Tempos
Quarto
Bloco

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Iara Melo |
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Iara Pácini |
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Iraí Verdan |
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Jorge das Graças Rocha |
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José Hilton Rosa |
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José Luiz da Luz |
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Lena Ferreira |
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Lígia Antunes Leivas |
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Luiz Eduardo Caminha |
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Madalena Müller |
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Manuela Batista |
Nome: Iara Melo
Garanhuns - PE - Brasil
Sem Lamentos
Ignoro trilhas incorridas
caminhos tortuosos
quantas chãos acalcanhei quantos mares enlacei
quantas gaivotas assisti.
Hoje, num aconchego sempiterno embalada em rede materna no brando falar paterno
oiço o canto das cigarras
que combóiam o meu louvor
ao verão duradoiro ao sorriso desimpedido, sincero
a vitória dos meu dias!
Garanhuns, Pernambuco, Brasil.
Janeiro de 2.013

Nome: Iára Pacini
Porto Alegre - RS - Brasil
Doce Concerto
... Dizerem que não se separam
Somos em loucura verdades aí
Sim pela janela d’alma de certos
Esquisitos espaços amores discretos
Meu céu de loucura é atingir
Causando desencontro lento
Se houver lua leve tempo amigo
Poderemos encontrar nossos
No sopro da noite permitido
Só aromas sonhos é verdade
Então vivo só pelo gosto gauche
De ter-te neste concerto doce.

Nome: Iraí Verdan
Cidade: Magé/RJ
Um sonho encantador
Naquela noite fora dormir um pouco tarde, como acontece há muitos anos, só depois de assistir na TV do quarto o programa do Jô, na rede Globo. A entrevistada convidada era filha da saudosa cantora Elis Regina, também cantora Maria Rita, que falou de sua carreira e relembrou com o público através de vídeos a vida e trajetória, e as belas canções interpretadas por sua mãe. Ao final, sob forte emoção Maria Rita e a platéia presente vêem na grande tela do programa do Jô o rosto e o belo sorriso de Elis Regina, foto que marca até hoje a sua memória.
Minhas pálpebras começaram a pesar de tanto sono... Desliguei então a televisão e me acomodei na cama para dormir. Quando acordei, lá pelas 08h15min da manhã, fiquei assentada em minha cama um bom tempo pensando e relembrando o sonho tido naquela noite. Parecia tão real e cheio de magia, que fiquei estática, imóvel, sem iniciativa para sair do quarto. O meu pensamento trabalhava para colocar-me frente às cenas que embalaram o meu sono e me proporcionaram um magnífico e quase indescritível Sonho...
O cenário do meu sonho era o quintal da minha casa, no lado esquerdo, onde por tantos anos o meu pai trabalhou na sua carpintaria, num pequeno barraco de madeiras.
Em todo o tempo em que viveu conosco, era maravilhoso ver a disciplina e disposição do meu pai, ao acordar todos os dias, no mesmo horário e ir para a sua carpintaria no barraco, às 07h00min horas da manhã, quando não tinha trabalho fora de casa. Há esta hora já havia feito o seu café, que às vezes tomava puro e para lá se dirigia. Primeiro varria todo o cômodo, depois lubrificava as suas ferramentas e as enfileirava sobre a bancada de madeira. Nessa bancada ele aparelhava as tábuas, quando tinha que fabricar algum móvel, principalmente móveis de igrejas, bancos e cadeiras, encomendadas para ele fabricar.
Com o passar do tempo o barracão ficou quase a cair e com a morte de papai, com muito pesar decidimos desmanchá-lo. Mas, ficou ali no terreno aquele vazio, com as marcas na parede do vizinho do velho barracão.
No meu sonho tinha a sensação de uma linda noite alongada. Estava com as minhas irmãs conversando animadamente, no quintal. O ar outonal estava um pouco frio e o céu pouco iluminado pela lua, entre uma massa cinzenta do nevoeiro no começo de junho. Ao nosso redor as folhagens dos arbustos refletiam o brilho acanhado da luz da lua. Um sentimento de saudade inundou nossos corações e começamos a recordar o passado vivido na nossa propriedade, junto de nossos pais. Ríamos e falávamos ao mesmo tempo umas com as outras. De repente um ruído chamou a nossa atenção. E eu me lembro de que olhei para o alto e todas olharam também. Do céu vinha o som acima das nossas cabeças. E o barulho era de um objeto voador, semelhante a um pequeno avião, mas, com formato de uma grande borboleta cintilante, com quatro asas, azuis translúcidas, que voava em círculo ali no alto.
Estávamos embevecidas pelo objeto a voar no céu, que de repente sumiu de nossas vistas. Ficamos atônitas olhando para o alto!
Em alguns segundos depois, vimos um clarão descer no quintal. Olhamos para trás e, o objeto desceu ali sob o barraco que pareceu se formar como um hangar. E ouvimos o barulho do objeto parar ali dentro. Na frente do barraco, formou-se um lindo rosto de mulher, grande sorridente, parecida com a Marilyn Monroe. Logo em seguida nos fundos do hangar começaram a sair os passageiros: primeiro o piloto vestido de branco com farda abotoada com botões dourados, e mais outro e mais outro... Depois surgiu uma jovem linda, vestida como uma princesa, a Branca de Neve. Todos vieram ao nosso encontro e nos saudaram. E nós embevecidas com aquelas aparições! E o mais surpreendente foi uma princesa que veio em minha direção e me deu um forte abraço, e giramos assim abraçadas quando ela me tirou do chão!...
Em seguida o piloto da aeronave nos mostrou uns papéis e falou algumas palavras, que não me lembro como se fosse pedindo informações... Uma de nós pegou naqueles papéis, enquanto eu ainda estava ao lado da princesa sorridente. Mas, olhei para as mãos de minha irmã e no último papel tinha um desenho que parecia uma boneca holandesa de costas, em preto e branco. Quando o piloto percebeu que vimos aquele desenho, pegou rapidamente todos os papéis de suas mãos e olhou para um dos homens ao seu lado, fez um sinal com a cabeça convidando-os para entrarem na aeronave, que não podíamos vê-la, por estar dentro do hangar (o barracão). Todos atenderam e em fração de segundos, ouvimos o rumor de um forte vento e uma brilhante luz que subiu em alta velocidade, e desapareceu no céu.
Em seguida acordei. Fiquei por sentada em minha cama, por um longo tempo refazendo-me daquele Sonho Encantador!
Lembrei-me de um compromisso profissional marcado em meu escritório e arrumei-me para o trabalho. Passei o dia inteiro com as lembranças do rosto sorridente da Marilyn Monroe na frente do barraco, como se fosse um banner. Lembrei-me do sorriso da Ellis. ( Eu dormira com aquela bela imagem, vista no Programa do Jô). Lembrei-me também, da bela princesa a me abraçar, do desenho da boneca holandesa de costas, com seu belo chapéu com laços de fitas de cetim descendo em suas costas.
Entre uma tarefa e outra do meu dia de trabalho, os personagens que moldaram a cena daquele sonho, pouco a pouco foram desaparecendo entre os instantes dos meus momentos, no decorrer do dia, para se esconderem entre as nuvens do céu das minhas inesquecíveis lembranças...
AUDÁCIA
À beira mar eu estava
Olhando a lua brilhar.
Com você no pensamento,
Comecei a me indagar:
Sua carícia... Que audácia!
Convenceu-me. Que eficácia!...
Aos seus braços me entregar.
Eu pensei: Tanto tempo,
A chama acesa ficou...
Como a onda beija o mar,
A paixão se alimentou.
A lua ainda alumia...
Da lembrança da ousadia
Só a saudade restou.
Nome: Iraí Verdan
Cidade: Magé/RJ

Jorge das Graças Rocha
Campos dos Goytacazes - Rio de Janeiro - Brasil
A FLOR ROSADA
Deixa-me passear em teu jardim!
Caminhar pela graminha bem cuidada,
De vez em quando sendo aparada
Para a bela flor ser encontrada enfim.
Ela desabrocha rosada
E fica fácil para ser encontrada.
Pode até deixar a grama crescer.
Eu a vejo! É meu desejo! Faço por merecer.
Vou regá-la com carinho.
Ela ao se abrir vai sentir
A chegada do escaninho
Do regador apropriado,
Que com arte foi preparado,
Muito esmerado para essa função,
Para uma agitada ou suave hidratação!
Uma beleza a flor rosada
Depois do verde a alvorada!
Jorge das Graças Rocha

Nome: José Hilton Rosa
Cidade: Belo Horizonte - MG - Brasil
Novos tempos
Aproximando em pranto
Mãos frias pelo tempo
Velha lembrança ainda tenha
Novos tempos são esses vividos
Nunca por nós esquecidos
Jeito singular de ser
Perto do caminho final
Sombras deixadas nos aposentos
Deixando como detento nosso sonho
Quero flores para sua felicidade
Levando a dor como companheira
Faceira buscando um sorriso
Tempos de outrora, perdidos
Ditos e esquecidos nossos planos
Alimentos aos poucos oferecidos
Saudade deixada em lágrimas puras
Partindo corações em remorso
Suor que salga nosso rosto
Esperando sempre o outro dia chegar
Ansioso no mesmo lugar, a paz vou buscar
Sangue vivo correndo em minhas veias
Feito louco grita enganando o sofrer
Feito luz que acende longe e aparece ser querer
Na escuridão da mente sempre quer saber
Novos tempos chegarão antes do envelhecer
José Hilton Rosa

Jose Luiz da Luz
Brasil
Canto da Morte
Morte! Tu és a ceifa em mistérios envolta.
Dás asas ao infinito à alma cativa.
Cinges a potestade à terra furtiva.
Aniquilas do peito a chama revolta.
Morte! Tu que pegas a foice dorida,
e corta sem dó, o cordão vital da vida.
Tu abates toda autoridade do mundo.
Levas ao pó rótulos, honras e glórias.
Fazes do carnal em vestes transitórias.
Findas os sonhos em teu seio profundo.
Morte! Teu nome em todo verbo está escrito.
Sobre as faces esculpes teu infinito.
Fazes heróis tremerem no cadafalso.
Ceifas o orgulho, emudeces os bravios.
Teus raios atravessam portais sombrios.
Dás o sabor da agonia em teu encalço.
Morte! Que a alma agarrada à carne se agita.
Fenece os sentidos!... liberta, dormita!
Tens justas leis e guardas o real peso.
Pagas para cada um o seu galardão.
E cobras dos ímpios a justa fração.
Queima o mormaço, do teu archote aceso.
Morte! Provas que a densidade é ilusão,
quando as almas arrebatas deste chão.
Jose Luiz da Luz

Nome: Lena Ferreira
Cidade: Rio de Janeiro
CONVERSO
Converso com esses versos arredios
com versos delicados, ternamente,
nesta intenção de derreter o frio
da dor que vem do peito; tão plangente,
Tentando convencer-lhes, tão vadios,
a sossegarem a alma e, docemente,
encherem a grandeza do vazio,
- que chamam de saudade, tão fremente -
Com versos de quem ama de verdade
sorrindo a todo e a qualquer momento
ciente da tamanha liberdade,
Que lhes permite irem, como o vento,
matando, em voo tão raso, essa saudade
para que finde, enfim, esse tormento.
Lena Ferreira

Lígia Antunes Leivas
Pelotas - RS – Brasil
Uma mulher explode o mundo!
Tem dias
que sou porta fechada
sou luz apagada
sou fogão sem gás
panela sem comida
janela trancada
sou cara contraída
alma ferida
nuvem perdida...
porque o que quero mesmo
é PAZ
...e não consigo!!!
Tem dias...
ah! nesses dias eu sonho...
(e como!...)
com o príncipe encantado
(ou será o príncipe imaginado?...)
E porque ele não vem
pra mim tudo é desdém...
Então, tenho um sonho medonho
às vezes até profundo:
o meu desejo sonhado
é o mesmo que muitos têm...
vontade de EXPLODIR O MUNDO!!!

Luiz Eduardo Caminha,
Florianópolis, Distrito (In)dependente de Ratones.
Santa Catarina, Brasil.
Meu pé de araçá
"O homem só se realiza depois de plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho." (dito popular)
Plantar uma árvore é um ritual que deveria ser experimentado por todo o ser humano. Lidar com a terra, afundar-se nela, provoca sensações que poucas vezes temos chance de desfrutar. Afagar a terra, senti-la escorregar entre os dedos, misturar-se a ela, nos faz experimentar a energia cósmica. É indescritível. Nosso ente, o ser que nos habita, sente sua plenitude e, ao mesmo tempo, o quão pequeno é. No cavar uma cova para o plantio, percebe-se a energia latente, pulsante. Há um convite para transportar-se através desta energia, terra adentro - como se dela fizéssemos parte e, num átimo, mergulhar na incrível sensação de pertença ao cosmo, ao universo, mesmo sendo uma infinitesimal partícula deste. Mexer, remexer a terra, sentir seu gemido, o cio da terra, como diz Milton Nascimento, é como voar livre ou num balão e apreciar a magnitude celeste. É como um mergulho submarino nas profundezas insondáveis do oceano, como navegar nos confins do mar e perceber sua imensidão, como estar no alto de um abismo ou de uma montanha verdejante, como nos diz o salmista, e penetrar os inescrutáveis mistérios da natureza. Entrar na terra, senti-la entre as mãos, é sentir a presença de Deus.
Penso que tudo isto - e mais o quanto sou incapaz de descrever - é parte de nossa natureza enquanto seres a ela pertencentes, como a água, as pedras, a planície, a montanha, os animais, as plantas, flores, enfim. Esta interação com a terra e com os outros seres instiga avaliarmos um pouco do que somos e o quanto somos - na Criação. Nada mais que as outras espécies. No mais estrito senso, simples criaturas. É no lapso temporal desta experiência que percebemos nossa pequenez. Este sentir-se, impõe-nos o quanto humildes devemos ser.
O Livro do Eclesiastes, que se concentra na vaidade das coisas humanas, confirma a necessidade do desapego dos bens terrenos, da posse, do ter, para alcançar a felicidade. O livro traça uma síntese do que somos, "És pó e ao pó retornarás" (Eclesiastes 3:20). O nada. Mexer a terra é sentir que somos o pó que a ela deve retornar. A qualquer momento. Como o velho ancião, que busca encolher-se na cama, em posição fetal, como se pudesse retornar ao ventre materno. É esta a nossa relação com a terra. Filial. Ela, a mãe, nós, as criaturas, filhos. Não é o que tenta explicar a mitologia grega? Toda a descendência parida do ventre fértil de Gaia, a mãe-terra?
É este, também na Bíblia, o alicerce da Criação "No princípio criou Deus, os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia" (Gênesis 1,1-2). O Criador segue formando os elementos, as criaturas, as espécies. Só depois de ver a terra pronta, se dedica à criar o homem, como se nascido, parido da natureza, a terra como berço. O símbolo máximo da Criação na tradição bíblica mostra o homem gerado do barro. "E Deus fez o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente." (Gênesis 2:7)
Vã tentativa de filosofar, perdoem-me!
Comecei falando em plantar uma árvore. Era esta minha intenção.
Vamos lá.
Não bastam as sensações sentidas no preparo da cova para declinar a muda. Há que se vestir a raiz da muda com mais terra. Com as mãos. Devagarinho. Delicadamente. Afofando-a. Provocando o início de uma relação que durará anos. As raízes da plantinha nas raízes da terra. Depois vêm o prazer da rega, da manutenção, os cuidados culturais "é assim mesmo, que se diz" as podas até que, de repente - sem que imaginemos quando - a primeira floração. Exuberante a nossos olhos. Afinal, a plantinha se fez adulta, por nossas mãos, e dá um sinal alegre de que vai ser mãe, de muitos frutos. A natureza é assim. Exuberante. Radiante. Alegre. Para anunciar a concepção, a criação, veste-se de coloridas flores. É festa, afinal. Daí então, é esperar os frutos crescerem, sentir o gosto único de comê-los, deleitar-se com sua doçura. Uma recompensa por nossa dedicação. Fantástico! Saboroso! Prazeiroso!
Este ano, junto com meus filhos, sentado à uma sombra, o livro que escrevi às mãos, vou deliciar-me com os frutos de meu primeiro pé de araçá. Completei um ciclo de minha vida.
Lá, onde mora a paz.
Gastava minutos.
Gastava horas.
Gastava minutos, horas. Em silêncio.
Meditava.
Ficava minutos.
Ficava horas.
Ficava minutos, horas. Olhando.
Contemplava. (O horizonte)
Pensava - às vezes em voz alta,
Será lá, que mora a paz?
Decidiu. Um dia.
Aprumou o barco. Içou velas.
Nada disse. A ninguém.
Largou-se ao mar.
Sumiu ao longe.
Pr'além da linha do horizonte.
Passaram dias. Meses. Anos.
Nada.
Ao fim de décadas; uma vela.
Ousada. Quebra a linha do infinito.
Voltara!
Cabelos longos. Esbranquiçados.
Barba parecendo flocos de neve.
Bastão à mão. Passos ainda firmes.
Cabeça erguida. De nobreza.
Olhar sereno.
A face irradiava luzes.
Algo angélico. Divinal.
Esplendor.
Encontrara Deus?
Sim. A paz morava lá.
Luiz Eduardo Caminha

Nome: Madalena Müller
Cidade: RS - Brasil
Chegara da distância tomando-me o sentido
e eu sabia que existias em algum lugar,
deixara o vazio passar despercebido
e por alguma razão teimavas por chegar.
Foras invadindo o tempo
como meu canarinho você em meu sorriso brotava,
deixando-me um doce acalento
e eu silenciosamente agradecia cada instante que retornava.
Refaço um trajeto diferente e quase igual frente ao temporal
onde as medidas do tempo ao tempo atual... é diferente,
meu olhar perde-se no cheiro que ficara impregnado
fazendo brotar um sorriso maroto em minha face sorridente.
As correntes movimentam o corpo por inteiro
quando fecho os olhos e lembro... seus lábios que pudera delinear,
sinto... sinto imensamente a chama de seu abraço em meu coração
desde quando delicadamente meus cabelos fora vasculhar.
Invadida ao desejo deste tempo num piscar
quando miro o céu e sinto a eletricidade que ficara no ar,
senti... senti intensamente pela loucura tomada
e brilhei, querendo-lhe intensamente agasalhar...
... ao calor de seu abraço em breve ser retomada!
Madalena Müller

Manuela Batista
Portugal
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Atingir o Zénite
A bracei o celibato espiritual
B atendo à porta da ilusão
C ansada de tanto egoísmo e mal.
D eclinei o convite do prazer
E vitei o teu olhar amoroso
F ugi do mundo sem te voltar a ver
G astei a minha vida em
H ora incertas, fugidias
I ndo por aí além, passeando os dias
J á cansada de tanto deambular
L ancei minha âncora desafiante ao
M undo e ri e chorei em loucura delirante
N ão sem antes ter pensado na
O usadia do meu intento ou o
P orquê da minha negação, pois
Q uero de novo amar-te
R ever-te e tocar-te e beijar-te
S em peso ou dor no coração
T endo o Universo por testemunha da
U nção de nossos corpos
V iajantes no espaço sideral
X ingando o Mundo e atingindo enfim o
Z é nite da nossa paixão intemporal.
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