Portal CEN - "Cá
Estamos Nós"
Revista Novos Tempos
Junho - 2013
Terceiro Bloco
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Henriette Effenberger |
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Heralda Víctor |
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Humberto Rodrigues Neto |
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Isabel C S Vargas |
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Isabel Pakes |
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Ivan Vagner Marcon |
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Ivone Boechat |
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Jacó Filho |
Henriette Effenberger
Bragança Paulista - São Paulo
Açúcar e cravo-da-índia
A moranga é conhecida cientificamente como Cucúrbita máxima, Duschene, Dicotyledonae, Cucurbitácea. Originária da América do Sul a abóbora-moranga já era produzida por civilizações pré-colombianas. Planta rasteira com folhas arredondadas verdes, sem manchas; o pedúnculo do fruto é esponjoso, cilíndrico e não se abre ao atingir o fruto. As folhas são semelhantes às da abóbora rasteira. Fruto com casca alaranjada e polpa amarela.(Seagri)
Nem era dia de fazer doce, mas sentiu necessidade do aroma invadindo a casa e seu coração. Cortou a moranga nos sulcos. A faca afiada deslizava após romper a casca. Lavou os pedaços. Retirou as sementes.
O tacho grande recebeu também o açúcar e o cravo- da- índia. Pôs fogo baixo para cozinhar lentamente.
Sentia-se assim: cozendo em fogo baixo. Suas sementes desperdiçadas. Como as da moranga, jogadas no lixo. Não germinaram. Não germinariam.
A casca grossa a protegeu das intempéries, preservando o coração intacto. Tal qual a moranga era macia por dentro e dura por fora.
Jogada ao solo, semente ainda, livrou-se da capa protetora e criou raízes. Germinou. Agarrou-se à terra fértil. Ainda no escuro debateu-se entre as pedras, livrou-se dos insetos, esquivou-se das ervas daninhas que poderiam sufocá-la. Respirou. Vez por outra uma chuva silenciosa molhava o chão quando o sol teimava em ressecá-lo.
A primeira rama de folhas verdes arredondadas procurou o sol. Forte como o ferro de que era composta, espalhou-se. Outras ramas vieram. Algumas delas transformaram-se em caldos e refogados, as restantes preparavam-se para abrigar a flor.
No primeiro abandono - menina - acordou com a discussão em altos brados. Era a mãe brigando com o pai. Quase não se ouvia a voz dele, só a da mãe, gritando sem controle... Levantou-se de mansinho. Por uma fresta da porta do quarto viu o pai pegar o paletó de linho branco no porta chapéu, jogá-lo nas costas e sair de casa. Ouviu seus passos afastando-se na calçada e o choro convulso da mãe na sala. O pai só voltou alguns dias depois para pegar a mala que a mãe preparara na véspera. A mãe foi para o quintal, deixando a menina sozinha com o pai para a despedida. Ele disse-lhe que não iria mais morar ali, mas que voltaria sempre para vê-la. Disse também que nunca se esquecesse de que seria para sempre a sua princesinha. Recomendou que tomasse conta da mãe e que fosse forte. Ela foi.
Ainda botão foi preservada das moscas-das-frutas e das brocas. Abriu-se em flor. Era certo que não tinha a beleza das rosas, nem o perfume do jasmim. Uma simples flor de abóbora. Houve quem a admirasse. Beleza simples e útil. Deixou-se encantar pelo primeiro gafanhoto. O solo, pulverizado por defensivos, evitou sua destruição. No segundo abandono, deixou cair as pétalas. Nua de adereços escondeu-se entre ramas verdes que a protegeriam enquanto o fruto se formasse.
Às vezes, chorava escondido. Sobreviveu à ausência e à saudade. Vez por outra o pai a visitava, dava-lhe presentes e afeto. Ainda era a sua princesinha. Foi boa aluna. Filha obediente, cuidou da mãe. Estudou muito. Driblou a falta de beleza com charme e inteligência. Muito nova começou a trabalhar para custear as próprias despesas. Apaixonou-se.
A flor perdeu as pétalas e começou, por entre as folhas ásperas, a formar o fruto. Um aluvião quase o abortou. Providencialmente, o sol trouxe a estiagem fazendo com que o fruto se desenvolvesse vagarosamente no terreno pedregoso. Desbastou-se as folhas supérfluas, evitando assim o contato com o solo muito úmido. Ao mesmo tempo, para não se contaminar, evitou intimidades com outros tipos de abobreiras. Ficou longe dos pepinos, dos pimentões, dos tomates e das melancias. A grossa casca, ainda muito verde, começava a se formar.
Custou a perceber que seu amor não era correspondido. Acostumara-se às idas e vindas. Ao desejo e à espera. Tal como seu pai, seu amor a procurava quando bem entendia e ela o recebia sorridente, quase agradecida. Ocultava o desapontamento que a sua ausência lhe causava. Ele vinha, não vinha... vinha, não vinha...até que não veio mais. Ela nunca o cobrou. Nunca disse a ele que o desejava mais perto dela. Protegeu-se da dor do abandono, dissimulando seus sentimentos. Estudou mais. Trabalhou mais. Sobreviveu ao desamor, até que, novamente, apaixonou-se.
Com solo propício, sol, chuva e defensivos na medida certa, o pequeno fruto foi tomando forma, cresceu e as primeiras colorações amarelas começaram a salpicar a casca já endurecida. Sentia-se protegido. Sabia que sua casca poderosa o defenderia das pragas e dos insetos. Seguro, se expôs ao sol para que o ciclo se completasse e finalmente estivesse pronto para a colheita.
Ele era um artista e a seduziu. Era lindo e era livre. Claro que desde o primeiro dia ela percebeu que ele era livre demais. Ainda assim apaixonou-se. Que importava se moravam a centenas de quilômetros de distância? Ele também se apaixonou por ela. Mas ele era livre. Viveram uma década inteira encontrando-se duas vezes ao ano. Ele a queria. Ela tinha medo da liberdade em que ele vivia. Mas ela o queria também. Havia cartas. Havia telefonemas. Havia desejo. Havia afeto. Mas havia a distância. Havia a liberdade dele e havia o medo dela. Ela não se dispunha a ficar com ele. Ele não se forçava a ficar com ela. A não ser por duas vezes ao ano. Era tudo.
Até que um dia, ela amou.
Fruta madura, teve o pedúnculo cortado no tamanho correto. Manuseado com cuidado, não sofreu ferimentos ou machucaduras, foi armazenada com ventilação adequada. Protegida da umidade. Sabia-se rica em vitaminas e sais minerais. Estava pronta para transformar-se em um delicioso doce. Para isso bastava abrir-se, misturar-se ao açúcar e cravo- da- índia e deixar-se cozinhar lentamente.
Quando ela o viu pela primeira vez, percebeu que ele era o homem de sua vida. Não teve dúvidas. Aproximou-se e demonstrou interesse. Ele também se interessou por ela. Apaixonaram-se um pelo outro apesar das circunstâncias adversas. Amaram-se, respeitando-se. Ela sentiu-se acolhida pelo amor que ele lhe devotava. Ele sentiu-se seguro com o amor dela. Ambos sabiam que felicidade é provisória, ainda que o amor não fosse transitório.
Uma abelha invade a cozinha. Sobrevoa o tacho fumegante, atraída pelo aroma do açúcar e cravo- da- índia que se desprende da moranga.
Chama apagada. Doce no ponto. Lustroso. Missão cumprida. Pronto para ser degustado e compartilhado.
Tal qual a moranga, o amor a amadurecera. Era dura por fora e macia por dentro. E brilhava.
Rescendendo a açúcar e cravo-da- índia.
***
De horizontes e navios
Em tempo de sumidouro, douro de pranto o olhar
e meu sorriso de ouro perdeu-se na beira-mar.
No cais que prende navios e que os solta em alto mar,
em horizontes vadios que nunca hão de chegar.
Vês! Há um navio à espera, mil braços a te acenar
e tu nem partes, nem ficas, nem somes... Põe-te a sonhar...
E quando sonho o teu sonho de horizontes e navios,
vejo que o que pensei ser mar muito mal chega a ser rio;
Ou nem um simples regato,um fio de água corrente,
alguns pingos abstratos ou gota que não se sente...
Lágrimas do não chorar, adeus do não despedir,
no cais, o não atracar...Talvez o não sucumbir....
Henriette Effenberger
Heralda Víctor
Florianópolis - SC - Brasil
Devaneios
Se eu fosse medir em versos
Meus sonhos e fantasias
Daria uma longa distância,
Uma estrada imensa.
Seriam dias...
Pedaços de momentos que vivi
Juras de amor que recebi
Carícias, beijos que dei
Em pensamentos,
Tantos que nem sei...
Ah! Como eu queria
Flertar com teu destino
Agarrar esta alegria
Oferecer meus doces sentimentos
Realizar teus desejos de menino
Aconchegar-me vagarosamente
Descobrir e mostrar tudo
Silenciosamente...
Na verdade adoraria tão- somente
Acreditar que temos esperança
Para correr, pular, brincar feito criança
Sair livre, sem rumo estrada afora,
Crescer junto contigo sem demora
Viver amando sendo amada
Simplesmente...
Heralda Víctor
Humberto Rodrigues Neto
São Paulo - Brasil
AVATARES
Há seres que se apegam a algum santo
pra se livrarem dos seus embaraços,
e creem que dele haurindo o mago encanto
transformam em sucesso os seus fracassos.
Por mais simplórios, outros acreditam
possam suas dores ser amenizadas
por ofertas que à noite depositam
aos avatares das encruzilhadas.
Descrentes, outros, de sua inglória sorte,
e ao destempero de híbridos neurônios,
até a alma vendem à macabra coorte
de Satanás e seus fiéis demônios!
Tudo isso é fruto da superstição
da fé sem crença, sem valor nenhum,
pois quem ama a Jesus de coração,
atrás não corre de avatar algum!
Humberto Rodrigues Neto
Isabel C S Vargas
Pelotas-RS-BR
DESAPEGO
Dalila era a sétima filha do casal. A família era formada pelos pais, três filhos homens e quatro mulheres. Pelo fato de ser a caçula os demais a chamavam de Lilinha. Era uma forma carinhosa de tratamento. Família pobre, porém muito unida, estabilizada, emocionalmente. Todos procuravam se ajudar. Na infância, pelas dificuldades financeiras não frequentaram escola. Somente uma das mulheres frequentou algum tempo. Os demais foram alfabetizados em casa. Na época não havia obrigatoriedade de frequência escolar regular. Isto não se constituiu em frustação para os demais irmãos, só para Lilinha que tinha vergonha deste fato. As profissões de cada um foram sendo escolhidas pelas necessidades da época. Dois eram funileiros, à exemplo do pai. Uma cabeleireira e ela manicure. A terceira não trabalhava fora. O outro irmão, barbeiro. Lilinha foi ser comerciária, balconista de loja. Todos os irmãos casaram cedo. Menos ela. Outro motivo de frustação. Por ser a única solteira, seguiu residindo com os pais e deles cuidando. O pai faleceu primeiro.
Ficou cuidando da mãe e trabalhando para sustentá-la. Isto a fazia levar uma vida muito pacata, caseira, vivendo, apenas, para o trabalho.
Aos quarenta anos conheceu um viúvo que se mostrou interessado por ela. Era bem mais velho e desejava uma companheira para aliviar a solidão de seus dias. Casaram-se sob as bênçãos do filho dele.
Viveram felizes durante dez anos, até que ele faleceu de um ataque cardíaco em uma noite de arroubos românticos mais intensos. Pior momento não poderia ter sido. Ela que passara anos de sua vida fechada em si mesma e que desabrochara com o casamento sentiu-se mais uma vez lesada e, uma amargura estabeleceu-se em seu coração.
A vida perdera o encanto para ela. Enquanto tinha sobrinhos-netos pequenos estes ainda lhe preencheram os dias de um pouco de alegria. Ao vê-los crescidos sentiu-se sem função nenhuma na vida. Não soube adaptar-se à modernidade. Viu-se sozinha, isolou-se e não queria participar da vida dos demais por achar a vida moderna muito errada, fútil, volúvel diferente de seus princípios.
Isolou-se, apesar da insistência de todos.
Não achou mais sentido na vida. Desligou-se dela, naturalmente, durante o sono.
***
INFÂNCIA
Tempo sublime
De alegrias
De toques
De cheiros
De sorrisos
De conhecimento mútuo
Aprendido no olhar
No despertar
No choro incontido
Nos movimentos inseguros
No apoio infinito
De mãos entrelaçadas
Abraços apertados
Amalgamando recordações
Que permanecerão por toda a vida.
Isabel C S Vargas
Isabel Pakes
Cerquilho/SP/BR
Pirexia
Ah... esse não ser doentio e consumado.
Esse pensar retrógrado, impenetrável,
essas trevas...
Essa febre permanente e corrosiva!
Camuflagem do teu superego.
Idéia fixa.
Talvez um vício!
Autocomiseração!
Por tua culpa, tua culpa, tua máxima culpa!
Tua covardia.
Teus sentimentos nocivos.
Teus pecados(?).
Ah... Valores falsos, rançosos e poeirentos!
Por tua culpa, tua culpa, tua máxima culpa
ardes agora nesse fogo intenso
e para sempre,
cego aos tempos de remissão.
Como sangrar os teus demônios
se são o pão e o vinho da tua mesa?
Ivan Vagner Marcon
Brasil
MOSAICO
I
Aos vitrais,
heras e ladrilhos
brado o
sangrar de meus passos.
II
Ouço qualquer pássaro
num voo furtivo a quebrantar
meu silêncio ...
Alma?
III
Tênues
as artérias talhadas pelo tempo
tornam opaco
o mosaico já de mínima espessura.
Bulbos e células em choque ...
O liso da pele
furtado...
O coágulo mudo.
Ossos, pulsações e
um resto de palavra
feito mordaça
em íntima hecatombe.
IV
Capricornianamente desenho
um epitáfio
(pois toda imagem permite devaneios)
mas é tarde.
V
Os cipós de nervos
esfarelam-se
e no olhar do grande nada...
Acabo.
Ivan Vagner Marcon
Ivone Boechat
Niterói RJ Brasil
Escravidão, o que é isto?
No dicionário, escravidão (denominada também escravismo, esclavagismo e escravatura) é a prática social em que um ser humano assume direitos de propriedade sobre o outro, designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força.
Como se poderia definir o trabalho escravo? Seria aquele em que o ser humano é visivelmente explorado pelo patrão, até a morte, visando lucro? Será que é aquele que se impõe ao coitado do trabalhador, tapeado pelos sorrisos, promessas, elogios, vales, destaques, bônus e a remuneração aviltante registrada na carteira de trabalho?
Aí vem a questão: o salário mínimo não seria a institucionalização da escravidão? Claro que ele dá direito à aposentadoria, jamais compatível com aquilo que o trabalhador investiu. Dá direito ainda aos postos médicos - sem médicos; às escolas - faltando professores; à segurança - com muita bala perdida. Há outros direitos: direito de ficar na fila esperando dez horas pelo atendimento médico; direito de ficar na fila do transplante á espera do coração, do rim; enfim, porque o trabalhador de salário mínimo, geralmente, não só espera, ele é o maior fornecedor de tudo isto.
O que seria escravidão? Um professor ser obrigado a trabalhar em três escolas, pagar as passagens, cursar faculdades caríssimas, tentar se vestir com dignidade e chegar ao trabalho com um largo sorriso, um vidro já vazio de novalgina no bolso, levando esperança às crianças brasileiras? Ser obrigado a mentir todo dia e ensinar que tudo vai melhorar? O salário? Vá conferir a luta do professor para ganhar aquilo que ainda não é o mínimo estabelecido por lei para a sobrevivência… isso é escravidão?
Seria escravidão beber o coquetel que a mídia despeja goela abaixo da sociedade, ininterruptamente, com o gosto amargo de notícias selecionadas de tudo o que acontece de ruim, com o objetivo de manter o viciado freguês? Quando se escuta uma avaliação fajuta, uma estatística inventada, um resultado falso, uma opinião comprada, um acordo em desacordo com tudo o que é digno, e sabe-se que isso interfere em todas as decisões do “informado” povo. Eleição fica sendo um sequestro com reféns? Será isto escravidão?
Ou seria escravidão, você olhar o painel de candidatos a um cargo político e ver sempre os mesmos rostos, nomes e fichas nada limpas, surfando por cima da onda gigante dos múltiplos analfabetismos? Ou talvez, escravidão seria, você ficar preso no mesmo curral eleitoral, adulado na fome e se contentar como um lázaro moderno, comendo as migalhas que caem da mesa do rei?
Então escravizar significa: dominar; impor; subjugar; desvalorizar; restringir; verbos super conhecidos da gramática da maioria, sem nomear classes sociais, porque todos padecem de algum tipo de escravidão, mas a pior delas, a que mais tortura é aquela que impõe ao ser humano a ganância. A ganância dói muito, porque exige uma reposição hormônio-financeira que torna o usuário dependente de mais golpes, mais falcatruas, mais falsidades ideológicas, mais estatísticas mentirosas, mais e mais…
Jesus ensinou tudo sobre a liberdade! É sempre bom conferir as aulas do Mestre.
Ivone Boechat
“A educação faz com que as pessoas sejam fáceis de guiar, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar”. Henry Peter
***
Pingos e respingos
Pingos de amor,
pulverizando a vida,
respingos de mistérios
na brisa do teu olhar;
pingos de sonhos,
de esperanças,
de favor,
respingos de abraços,
adiando a despedida,
ventania de beijos,
cansados de anunciar,
pingos de amor.
Ivone Boechat
Jacó Filho
São Paulo - SP - Brasil
EFEITOS COLATERAIS
O que significa isso? Pergunto, apontado os preços de tomates, cebolas e outros produtos, numa banca da feira livre hoje, dia 21 de Maio de 2013.
O dono da banca responde: São efeitos colaterais do Bolsa família!
- Não entendi! Fiz-me de burro e pedi uma explicação.
Então com a tristeza de quem vive o drama na pele. Ele diz que não se consegue pessoas pra trabalhar na lavoura, e tendo que fazer tudo sozinho, não há como produzir o bastante pra baixar o custo, pois insumos e impostos continuam altos, acabando a lucratividade, e pior, o estímulo pra plantar, se até a colheita se torna logisticamente inviável...
Antes a gente tinha facilidade pra contratação da mão de obra, e agora, mesmo pagando mais e assinando a carteira de trabalho com todos os encargos, ninguém quer, preferem receber a ajuda do governo sem fazer nada...
- Então é errado essa coisa de bolsa esmola?
- Do jeito que está sendo feito é, mas não me pergunte qual seria a solução, pois isso quem terá que resolver são os criadores do problema...
- Mas isso é só aqui em São Paulo?
- Não! Ocorre no Brasil inteiro, e me espanta o governo ainda proceder como se nada soubesse...
Os filhos copiam os pais, e como pensa você, que será nosso futuro?
- Infelizmente foge-me qualquer esperança, pois o único Propósito perceptível é o voto de cabresto, do contrário haveriam as ações pra orientar as famílias para evolução da educação e capacitação profissional de pais e filhos...
Sinto muito por todos nós... Obrigado por sua gentileza, pela aula, e tenha um bom dia!
PS.: Isto não é ficção, tão pouco inspiração, quem dera!
***
JUSTIÇA SOCIAL
Tirar de quem faz, e dá a quem dorme,
Sem equalizar esforço, pro mesmo fim,
É penalizar o bem, e incentivar o ruim...
Pois devemos todos, receber conforme...
O erro não sana outro que priva e pune,
Restringindo chances, a grande maioria...
A miséria é o fruto das políticas vazias,
Mantendo votos que a estupidez, reúne...
Educação holística como 'justiça' social,
Solidificando valores nas competências...
Instrução prática na teologia e ciências...
Conforme os dons produzirá, cada qual...
Investindo os impostos, com eficiência,
A divisão do bolo pode ter consistência...
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SINFONIA UNIVERSAL
Posta-se invisível o grande maestro,
Enquanto se rege tal uma orquestra...
Faz-se harmonia, onde se manifesta,
Vibrando cordas, que em lei adestra...
Em notas e cores emana-se no som,
Combina-se luzes e tornar-se denso...
É no grão de areia, o oceano imenso,
Relâmpago, trovões, o belo e o bom...
Nas oitavas acima sola seu universo,
Donde manifesto rege-se no músico...
Entoando a criação, tal hino litúrgico...
Verdade e virtude pelo amor conexo,
Orientam a vida em ambientes lúdico...
Pra resgatar-se pleno, divino, pudico...
Jacó Filho
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