Ano VI – Novembro de 2010
 
Edição e Arte Final:
 
 
 

 

 

 

 

 
INVENTÁRIO
 
Agamenon Almeida 

 
Passado
Segui um caminho
Encontrei obstáculos
Colhi dissabores
Com muitos horrores
Às vezes sozinho.
Plantei muitas flores
De vários odores
Sofri os revezes
De muitos espinhos.
Presente
Arranco sementes   
Em duras jornadas
Porque sou da estrada
Pouco importa o medo
Não escuto segredos
Já me basta o dia
Faço mil rebeldias 
Na estranha alegria
De um secreto desejo.
Futuro
Farei poesias
Cantarei melodias
Criarei teorias
Pouca importa o achado
Serei debochado
Porque tudo é quimera
A morte me espera
Meu Deus, quem me dera
Sem muita agonia.
 
 
 
 
 
 
 
A arte de não se enganar
 
Águida Hettwer
 

  Engana-se vergonhosamente quem acredita somente em suas próprias forças. Ora, pois, somos sementes da evolução, página em branco, na espera de ser escrita. Quem nunca precisou de uma mão, a ser estendida, alcançando um objeto, ombros de apoio, na descida.
 
  Nas coisas mais banais do quotidiano, abrir um vidro de picles, darem nó na gravata, fazer laços nos cadarços dos tênis, prender o botão da camisa. É, precisamos uns dos outros, numa permuta, num contrato, num simples gesto.
 
  Na subjetividade da vida, formulamos nossos valores, aspectos e crenças, reações diversas. Vacilantes são os passos, que se desviam da verdade. O homem busca realizar suas fantasias perdidas, aprisionadas no riso da criança, que outrora era feliz com o simples e singelo.
 
   Não se engane, com o cheiro forte da mentira, ela apenas se defende para salvar as aparências, no seu íntimo mora um menino, assustado com pavor de seus medos, dúvidas e aflições. Na sua fraqueza vive de meras ilusões.
 
   A vida e a natureza explodem em cores a nossa volta, o vento dança, balançando os cabelos, os perfumes das flores desprendem com naturalidade, as águas dos rios seguem seu curso, sabem contornar das pedras, sem afetar seu destino. E muitas vezes nos esquecemos disso em declínio, fechamos-nos em melodias lamuriosas e tristes.
 
  Esquecemos-nos, que nas lágrimas encontramos o consolo, na tristeza, a fortaleza para se reerguer, nas dores, a valorização da vida. E no apogeu do amanhecer ressuscitamos vigorosos, donos e protagonistas de nossa história. Temos um livre arbítrio pendente as nossas escolhas. Eu e você!...Ninguém mais.
 
24.09.2010
 
 
 

 

 
EX-PIRATA (QUADRA INFANTIL)

Alcir Nicolau Pereira


Nem pirata, nem cara de mau
Sou coxo agora de fato
Usaram a minha perna de pau
Pra brincar no jogo de taco
 
Minha cara dantes bonita
Olho de vidro agora não tem
Pois virou pequena bolita
Nos jogos de gude de alguém
 
Perdi tudo que eu tinha de bom
Fiquei sem olho e sem minha nau
Perdi perna que fazia mau som
E acabei nunca mais sendo mau

 
 
 

 

 
AMOR E FELICIDADE!

Alexandra Lins da Silveira Beccon de Oliveira

 
Uma vez apaixonada,
meu coração fica
cheio de amor
para dar e abre-se
para o receber.
Quer queira ou não,
ele transborda
de emoções e sentimentos.
Tudo ganha cor
e perfume diferente.
Nada é feio.
Há só beleza e magia.
Quem ama,
atrai felicidade.
É paz, luz, companheirismo,
tranquilidade e harmonia.
O amor é uma arte
que deve ser cuidada,
com muito carinho e dedicação,
durante todo o dia.
 
 
 
 
 
 
 
 
A ROSA
 
Alfredo dos Santos Mendes

 
A rosa que tu me deste,
Peguei-lhe, mudou de cor,
Tornou-se, de azul celeste,
Como o céu do nosso amor!
 
Quadra de: João de Deus
Glosada por: A.M.
 
Muitos anos já passaram.
E muitas rosas murcharam,
Menos a que me trouxeste.
Ao vê-la tão delicada,
Penso estar enfeitiçada…
A rosa que tu me deste.
 
Tenho por ela ternura.
Pois sei que a sua frescura,
Simboliza nosso amor.
Hoje a prova me foi dada,
Por estar contigo zangada,
Peguei-lhe, mudou de cor.
 
As suas folhas mirraram.
Foram caindo e ficaram,
Perdidas no chão agreste.
Desesperada chorei.
E assim que a rosa beijei,
Tornou-se, de azul celeste.
 
Foram horas de magia.
E a partir daquele dia,
Foi-se o ciúme e a dor.
E logo nesse momento,
Ficou um céu luarento,
Como o céu do nosso amor.
 
Lagos, 25/09/2010
Alfredo dos Santos Mendes
1º Prémio
Jogos Florais
Elos Clube de Tavira
 
 
 
 
 
 
 
Alice Tomé

Eu vim para a BEIRA...
 

HOJE… que pensas!…


Rasguei a montanha
E Abri caminhos
Pela estrada fora
Cheira a rosmaninho
(...)

Não penses amigo
Que estou a mentir
Se à Beira vieres
Tens de construir
(…)

Não digas que não podes
Fazer a caminhada
Há sempre alguém
Ao longo da estrada
(…)

Hoje que pensas...
Amanhã farás
Hoje que sonhas
Amanhã terás
(…)

Não digas que não sabes
Algo construir
Há sempre um caminho
Por onde podes ir
(...)

Eu vim para a Beira
Para aprender
Eu vim para a Beira
Para renascer
(...)
© Alice Tomé, 8-III-2004, poema dedicado às gentes da BEIRA, Guardenses, Sabugalenses, e, ...
Alice Tomé é Professora Universitária, Educóloga e Socióloga, ...,  Portugal


 

 
 

 

 

 
LAÇOS
 
Amália LOPES


É loucura de correr descalça,
de rir em alegria de existir
de bagas de sono solto em ardor de caricias
e um nunca mais
acabar de querer escrever-te em linhas de contentamento.


São laços de mulher, sedenta, dum ser que me faz mulher...
sou flor e pétala porque tu semeias em mim a semente da luz
floresceste os ramos secos,
e regaste com ternura as folhas que
teimavam em querer viver este amor,
sabia eu, um dia
existia em ti.

A distancia, foi curta e abria-se inquieta na ombreira da porta
a terra e chão estavam cansados em distancia,
mas nas palavras encontrou a saída
voltaste
desataste o chão, seco de outrora,  de beijos.
É água que corre da fonte entre palavras
na tarde
num livro
em gota de sol e húmida da leitura.
Ando descalça, amando, em palavras
beijos
recantos
alegrias
e livro de poemas.

E, sei que as flores abrir-se-ão
aos sete ventos das
folhagens
naquela tarde, duma pétala exposta em ti.
Só para ti
esta pétala nasceu, criou raiz e soltou-se em ternura.
Ah ! amor de maré e água cristalina
sabes a gota de sal.
És um destino onde o caminho se dobra
na rua sem saída, naquela
rua redonda em que te vi e a saída era
uma rosa vermelha,
caída
tão frágil e amante de nós.

Foi em terça de meninos e vozes
cânticos de verdura em folhas de jardim.
Como se o tempo fosse ali, tão parado, esperado,
nada se desfez, tudo viveu, até um beijo
desnudo em réstias de sol ardente.

Sempre o coração
a alma
a dádiva
realidade
o linho azul que toco de leve
e nunca se desfaz,
vai e será eterno
não no tempo, mas em
mim…

Amália LOPES
3julho2010


 
 

 

 
 
SOLITÁRIA NOITE...

Ana Luiza Fernández Alves

 
Em noites frias e solitárias,
se for num fim de semana,
sinto-me triste e perdida,
pois, no ouro dia, não irei
estar com meus colegas.
Nas noites de verão, coloco
uma música ou um filme
e procuro me ocupar.
Caso não resolva,
penso em meu amor
e relembro os bons
momentos compartilhados.
Hoje, estou mais voltada
às noites solitárias,
uma vez que pedi um tempo
ao meu namorado.
Nosso relacionamento
estava bastante complicado.
Falta de confiança e ciúmes
sufocam o amor.
No início, sofri muito;
agora, já consigo sorrir
e usar minhas noites solitárias
para pensar no quero para mim.
 
 

 

 
 
 
 
Paixão Proibida

Ana Maria Nascimento
 

Era minha companheira
A brisa da liberdade
Desconhecendo a maneira
De ser feliz de verdade.
 
Resolvi mudar de vida,
Procurei tornar-me amada.
Minha paixão foi proibida
E pra prisão fui levada.
 
Submetida a julgamento
Sem cometer nenhum crime,
Acabou-se num momento
O que eu tinha de sublime.
 
Nos braços da solidão
Encontro-me definhando
Vitima da escuridão
Que vive nos afastando.
 
Não posso falar contigo
E guardo tudo sozinha;
A dor que trago comigo
Pouco a pouco me definha.
 
Pra alegrar-me, em pensamento,
Chamo em silencio teu nome
Que acende, a todo momento,
Este amor que me consome.
 
Às vezes, penso em lutar,
Mas reprimo o pensamento;
Sou obrigada aceitar
Meu terrível sofrimento.
 
Distante de ti, amado,
O mundo não tem sentido
Vejo tudo transformado
Num frágil sonho perdido.
 
 
 
 
 
 
 
 
PARA SEMPRE... OBRIGADA!
 
Ana Paula Costa Brasil


por tanto amor
por tanto carinho
por tanto cuidado
deixo de lado as frases feitas
para dizer-te apenas obrigada

Obrigada
pelos sorrisos
pelos beijos,
pelos cuidados

Obrigada
pelos carinhos
e pelos longos abraços
 
Obrigada
por fazer da minha vida
um palco encantado
de sonhos infinitos
de momentos mágicos

Obrigada
por ser tão amiga
por ser tão especial



 

 

 
SAMBA

André Schwambach Almeida 

 
Gênero musical com raízes africanas
que seduz a todos,
brasileiros ou estrangeiros.
Esse ritmo envolvente
é adorado
pelo povo brasileiro,
tornou-se um símbolo nacional.
Para dançar samba,
é preciso ter ginga
e graciosidade.
As crianças, desde pequenas,
sentem-se atraídas
por esse ritmo sedutor e fascinante.
Nele, há leveza, singularidade
e nunca será esquecido
por nós brasileiros.
Samba e cerveja,
roda de sonho
que encanta a rapaziada.

 

 

 

 

 
FOLHA AO VENTO

Aparecido Donizetti Hernandez


Na escuridão do Universo
A Luz se faz na grande explosão da imensidão.
Expande a Luz irradiando por todo o Universo
Surgindo as estrelas e os planetas.

Na escuridão de nossa solidão
Grande explosão de sentimentos,
Surgindo a Luz do encontro da felicidade
Na simplicidade da folha que cai suavemente ao vento.

Na suavidade e simplicidade
Dos nossos sentimentos da Luz desse momento,
Onde a folha que cai ao vento
Nos conduz sempre ao encontro do amor, que é o nosso alimento.

Como a folha que vai ao vento...
Que servirá de alimento p'ra Terra ser o fermento
Que faz crescer os sentimentos.

Suavemente cai a folha ao vento
Trazendo junto nossos sentimentos
Na Luz dos nossos momentos.
Suave explosão de amor que nos ilumina
Como ilumina o Universo
Que expande em todo momento os nossos sentimentos.
 

 

 

 

 
SONS DISPERSOS

Belkis Freitas de Oliveira 
 

Ao som pesado,
as angústias do cotidiano se dissipam.
E tomado pela razão,
destrói-se o impulso
que move o poeta.
Já não há mais ruas sem saídas,
nem paredes sem tetos,
Apenas concretos cinzentos
enclausurando mentes inquietas.
Nesse sinistro mundo,
somente no seu olhar disperso
ela encontro alento.
 
 

 

 

 
ÂNSIA

Carla Alexandra Ezarqui

 
Na espera
do ressurgimento hierárquico
dos meus sentidos
escamoteando resquícios
da minha paixão
prossigo misteriosa
na ambigüidade
eventual
da conquista do regozijo
que almejei em demasia
na eterna tormenta de
amá-lo mais
mais e
mais.

Difundindo uma felicidade
contraditória
enriquecida
pelo seu enigmático amor
abomino sua imparcialidade
diante do naufrágio de
minh’alma
de tamanha e
intensa dor
em um não reconhecimento
de tudo que um dia senti
num desejo ardente
incontrolável.
 
Numa ânsia!
 

 


 

 

 
FADO, GUITARRA E SEVERA
(Sextilhas)

Carmo Vasconcelos
 

Com licor de feitiço me embriagaste,
Em poemas de ínvio fado me enrolaste,
Fui guitarra e Severa apaixonada…
Por ti, tangi as notas mais plangentes,
Saí do tom em delírios deprimentes,
Rompi as cordas da alma lacerada.
 
Porque bebi do néctar da loucura,
Adorar-te foi trova de aventura,
Nesse fado de engano e de ilusão…
E agora esta guitarra plange rouca,
Do tanto que te quis em vida pouca,
Do pouco que lhe quis teu coração.
 
E a noite enferma só lhe traz murmúrios
Do que antes foram címbalos de augúrios
Promissores; saltérios de magia...
E a Severa, tristonha, embrulha o xale,
Já não há fado amado que ela embale,
E a guitarra sucumbe em nostalgia.
 
***
Lisboa/Portugal
6/Setº/2010
 


 

 
 
 
 
 
Sub Vivência
 
Cida Micossi


O lugar é triste
Área de invasão
Ali coexistem
Várias gerações
Entre o verde das plantas
Sob o azul do céu
Circulam crianças
Perambulando ao léu
 
A pureza do ar,
A dignidade das habitações
Não são levadas a sério.
 
Políticos brincam de legislar
Cidadãos brincam de morar
Meninas mal crescidas
Brincam de realidade
Trocaram a boneca
Pelo bebê de verdade.

 
 

 

 
Poema à Jesus
 
Cyroba Cecy Braga Ritzmann

 
Eis-me aqui, oh Jesus ! Humildemente
para entregar a ti meu coração,
refazer meu caminho, suavemente,
seguindo o teu exemplo , em oração!
 
Neste Natal, em nossa caminhada,
nos envolvamos plenos de emoção
que as luzes iluminem nossa estrada,
que as flores se abram em profusão!
 
Que a esperança seja fortalecida,
que os lares se cubram de fé e amor
que possas escutar nosso clamor!
 
Eis-me aqui, oh Jesus! Agradecida.
Sinos repicam em grande alegria
e o mundo inteiro te reverencia!
 
 

 

 

 

 

AMOR... SEM FIM

Diana Camargo

 
Nesse corpo frágil que te abrigas
A revelia de uma consciência
És o soar suave da cantiga
E traz à alma luminescência.
A razão não te permites a existência
E o viver em conflito se detém
Se crer numa ilusão traz consequências
Ignorar-te não será viver também.
Ah, esse amor platônico...
Que se revela num viver irônico
E pela existência permanece.
Esse amor sem fim...
Que abala e entorpece a alma
E como bálsamo também acalma.
Ah, esse sentimento...
Que por vezes serve de alento
E não se apaga no passar do tempo.



 

 
VIDA
 
Eduardo de Almeida Farias
 

Sorve as coisas boas da vida,
Em goles lentos
Como quem sorve um Porto ‘Vintage’;
A vida é breve viagem,
Distância de curta medida
A ser cumprida;
Átimo do átomo
Roubado ao tempo,
Que rasgou o ventre da  Terra-Mãe 
E se fez semente,
E se fez gente
Vida, simplesmente?

 


 

 

 
Agora!..

Efigênia Coutinho
 

No cálice da felicidade bebemos
A  alquimia  que nos contagiou.
Vivamos cientes todo este esplendor
É este é o agora que nós desejamos.
 
Minha alma que na tua se embala,
Entregue  ao amor com realidade.
E os nossos sonhos da cor de opala,
Realizaremos em infinita fidelidade.

Buscaremos sempre ungir a nossa vida,
Neste alvo amor de sublime ventura.
Pois tu és, ó tão amada criatura,
A razão de minha felicidade sentida! 
 
Chegou de nossa decisão, a hora,
De viver do amor derradeira emoção.
Este é tempo-espaço todo nosso Agora
E deixar fluir todo o sentir do coração.

Balneário Camboriú
Novembro 2010

 

 
 

 

 
 ENCONTRAM-SE AS BELEZAS
 
 ELIANE ARRUDA

 
Depois de contemplar a cor do mar,
coberta pelas cores do horizonte,
a Deus eu quero muito... muito amar,
já que é  verdadeira e pura  fonte.
 
O mar em movimento na manhã,
suas vagas co`as espumas debruadas
parecem  ao Criador estar orando,
louvando-O  e  proferindo um” obrigado”!
 
O horizonte deixa-nos pensando
 na vida e nas ondulações do mundo,
 é uma das visões mais fascinantes.
 
Por isso, os dois se encontram mais além.
Em alta, inspirações belas, fecundas
Soprando  os belos versos de um poema.

 

 
 

 

 
ONDE MORO?

(Eron)
 

Moro distante do mar,
Num agreste bonitão,
Onde as flores desabrocham
com beleza em profusão!
É cidade altaneira,
metrópole hospitaleira,
pra todos, não para alguns...
"Suíça Pernambucana",
reino de frio e de flores,
por ti eu morro de amores,
 minha terra: Garanhuns !
 
 


 

 

 

A DAMA DE VERMELHO

Fátima Abrantes (Autora do Portal CEN)


Sou a dama de vermelho
Que arrebatou teu coração
E em louca paixão deixou-te
Sem explicação

Saibas agora, que volto
A ti, nunca esquecido
Com teu cheiro fixado
Em meu corpo esmaecido

Quero cingir-me a ti
Em teu peito repousar
Depois do amor, loucuras
Para sempre te amar

Serra Negra/SP/Brasil
 
 
 
 
 
 
 
CHUVA

Frederico Ferreira de Souza

 
Quando crianças,
curtimos brincar na chuva.
Se fosse pelos adultos,
que ficam o tempo todo reclamando,
não saberíamos
o prazer dessa aventura.
Chuva, gotas que caem das nuvens
e que, ao rolarem em meu rosto,
dão-me a sensação
de estarem lavando,
não só o meu corpo,
mas também, os meus pecados.
A chuva exerce fortes influências
sobre nós.
Quando suave, acalma-nos;
quando torrencial, angustia-nos.
No verão, refresca-me;
no outono, acalenta-me;
na primavera, conforta-me;
no inverno, relaxa-me.
O barulhinho da chuva soa,
aos meus ouvidos e ao meu coração,
como uma doce melodia.



 

 
A FITA DO MEU VESTIDO
 
Glória Marreiros


Meu vestido de noiva era um desvelo,
com tons de malva-rosa, em pleno Estio,
e sumptuosa fita, com o brio
dos sonhos transformados em modelo.

Cada prega continha o doce apelo
dos poemas, cosidos com o fio
da esperança tecida no macio
olhar da madrugada, puro e belo.

Foi o meu corpo, de âmbar, adornado
com jóias e matizes, num bailado,
que fez de mim a noiva mais bonita.

Eu nunca quis despir aquele encanto;
e o meu vestido é, hoje, um campo santo,
onde o corpo se ajusta à sua fita.
 
Portimão,18 de Novembro de 2010
(Dia do aniversário do meu casamento)

 

 
 
 
 
 
E AGORA?

Helena Schons Lotti
 
O que faço
se o amor não vem?
Devo esperá-lo
até quando?
Meu coração clama
por encontrar
um grande amor.
O amor é um sentimento
espontâneo é natural;
logo, tenho
que ter paciência
e aguardar,
com tranquilidade,
pela chegada
de alguém interessante,
educado e carinhoso
que venha preencher
o vazio
que ocupa meu ser.

 

 

 
 
 
 
NATAL

Hermoclydes Siqueira Franco


Sob o céu estrelado da Judéia,
Nasceu o Deus-Menino, em noite linda...
Cobriu o mundo, então, ternura infinda
E o fato fez sagrada a Galiléia...

Os Reis-Magos, após longa odisséia,
- Na homenagem maior de sua vinda -
Contemplavam a luz, brilhante ainda,
da Estrela-Guia sobre a terra hebréia!

Da natureza, o bem que sempre traz,
E os pastores, sorrindo à intensa paz,
Mostravam que o Senhor era chegado...

Maria, a Virgem Santa, estava aflita,
Pois sabia que a glória era infinita
E o destino do Filho era traçado!...

 

 
 
 
 
 
helena armond
 

havia ouvir osclássicos de um rádio
havia o cultivar bom gosto
no perceber sutil o uso dos sensores

há um vidro a que chamamos tela
a sangrar entre confrontos
e...mau gosto oposto

na mesma tela há nove/los/las
conflitos familiares
guerras santas

há um sangrar mesmo sem dilemas
há o dilacerar de carnes tenras
não há como compor ternos poemas

dos  sinais televisivos
a infartar a tela / net
há um gritar realidades...sem lirismos

o que fazer com o mau gosto
deste desconforto nivelado ?
em impossiveis parcerias?

emudecer? atrelada na realidade
nada fazer ?
enxugar o discurso publicar verborragias ?

não componho líricos poemas
havia no antigamente elegias
e havia...porque eu...não havia...

sigo a imitar a China que  ensina
Uheij = crise
perigo e oportunidade...

uso meus  sensores
leio nas entrelinhas...sei ouvir e ver...
sem peçonha...perita no ofício
de entender...as c /obras / s
 

 
 
 
 
 
Falácias

Heralda víctor

 
Permeando entre falácias admiráveis
Chega a felicidade e pede acento
Para entoar uma canção aos veneráveis
Que ao coração leva riso e dá alento.
Intocável ouvido, mas rejeita
A arte singela e sã que a mão dedilha
Os olhos cobrem, repudiam a feita,
Que de graça oferece a boa partilha.
Quando a soberba ceia com a vaidade
Não degusta do mel que tem magia
Por manter alma presa na cobiça,
Nem reconhece a tal felicidade
Tampouco ouve os pardais em sintonia
Vai de alma pobre, escrava, vai submissa...
 
 

 

 

 

 

ALHEIOS À VIDA! 

Ilda Maria Costa Brasil
 

A tarde está alheia à vida.
No ar, nenhuma emoção.
O verde das árvores está apático e sem brilho.
O sol, de tempo em tempo,
aparece receoso para,
em seguida, esconder-se;
não quer compartilhar o clima de desmotivação
que tomou conta das ruas
da capital sul rio-grandense e de sua população.  
As pessoas olham a vida passar,
mas ficam indiferentes a tudo.
Nas calçadas, folhas amarelecidas e muita umidade;
nos corações, muitos temores
e nas almas, muitas aflições.
O dia amanhecera preguiçoso e traumatizado
com os fatos do cotidiano.
Pela manhã, o vento removeu
algumas impurezas da terra
e lágrimas brotaram do céu,
purificando, um pouco, a terra,
mas de nada adiantou,
os homens continuaram a ver
a vida passar alheios
aos problemas do mundo.    

 

 

 

 

 

TERNURA
 
 Iraí Verdan


Suave, muito suave,
como nossa canção preferida -
"Amor Sem Fim",
é a ternura envolvente,
que me invade docemente
e toma conta de mim...

Que me faz sempre escrever!
E entre a palavra e o pensamento,
existe apenas meu ser...

E meu pensamento
é puro ar impalpável.
com cheiro daquele perfume
suave como a ternura
que toma conta de mim...

Libero então, do pensamento
a minha energia!
Deleito-me no prazer
do amor e da alegria,
quando tua ternura
toma conta de mim...
 
 

 

 


TURISTA DA LUA


Izabel Eri Diehl de Camargo

 
Fui à lua e fiz um “tour”
pisei na lua rochosa
senti a lua etérea
respirei a lua gasosa
conversei com a lua cheia
dormi um século e voltei
ela olhou para a Terra
mandou quatro retratos
com cores e luz
embarquei no satélite
trouxe recados:
minguar a violência
restaurar a fraternidade
ampliar a energia
encher o coração de amor
praticar a filosofia
do Mestre Jesus...
 

 

 


O PÔR DO SOL


João Pedro Mandarino Lopes 

 
O pôr do sol é brilhante
e radiante
como uma estrela flamejante,
com brilho constante
e sem perigo iminente.
 
O pôr do sol, às vezes,
brilha como fogo
e é envolvente
como a brisa do mar.
 
Tal cenário é um lindo sonho
como uma aventura emocionante,
onde tudo é novo e excitante.


 

 
 
 
 
O AMANHECER!

Júlia Baú Schmitt 

 
...é um fenômeno lindo de vermos e apreciarmos.
O amor espalha-se no ar
e nos corações das pessoas
que ficam mais calmas
e refletem sobre o amanhã.
O amanhecer é tal qual um campo verdejante
que desperta a todos e a tudo.
Os pássaros cantam bonitas melodias
que curtimos com muita atenção e emoção.
O amanhecer é mágico
e leva-nos a um mundo de sonhos e fantasias,
onde deixamos os pensamentos ruins de lado
e preparamo-nos para recebermos
intensa energia positiva.
O amanhecer é um momento ímpar
para refletirmos sobre
o que está acontecendo no mundo
e resgatarmos os bons valores.

 

 

 

 
ESCRIBAS DO TEMPO
 
Juraci da Silva Martins 

                                  
São muitas galáxias... espaço sideral
São astros as estrelas e planetas do além
Humanos são mundos, distintos... diversos
E cada poeta é parte também
Que tem o seu brilho no sentimental
Por grandes visões do transcendental
Que riscam horizontes sempre infinitos
Em busca do algo que paute seus versos
Poemas ou serestas na boca de alguém
Que sente e descreve num simples papel
As dores e os risos o encanto e a graça
Abrindo eloquências na busca da paz,
Da vida mais plena no amor doação
Com lábios benditos descerram seus ais
E a cada vitória eternizam um amém!

 

 

 

 

CAMINHO LITERÁRIO

Karine Salton Xavier

 
Há dois anos,
comecei a percorrer
o mundo literário.
No início, senti-me
um tanto perdida.
O caminho parecia
tortuoso e obscuro.
Pensei em desistir;
não acreditava
em minha capacidade.
Tinha obstáculos
a superar e vencer.
Incentivada a continuar,
aos poucos ganhei confiança,
e, hoje, sinto-me
segura, feliz e encantada
com a arte de escrever.
 

 

 

 

 
LABIRINTO

Lucas Cozza Bruno

 
Embaraçado, confuso,
complicado,
difícil de sair
e sinuoso como a emoção,
um canhão naval,
um som da razão
e do coração.
Aquele espaço desconhecido
e sofisticado,
que ninguém engana
e que guarda o silencio
e o mágico giro,
girando no mundo
da imaginação
dos personagens
que procuram a saída...

 


 

 

 

Ode à Poesia

Luiz Eduardo Caminha


Larguei um tempo
De escrever poesias.
Um tempo, até que percebesse,
Tal qual um veleiro
Que sem vento não vai,
Eu, sem poesia, não vivo.

Pressenti, então,
(Arrepio atroz)
Porque tão triste eu andava!

Voltei a escrevê-las!!!
E icei, da mente, as velas.
Voltei a navegar.

Sou agora um veleiro velho,
Que ainda singra mares,
Empurrado, meio que arrastado,
Pelos ventos d’algum poema.

Veleiro, vento.
Poeta, poema.
Mar aberto.
Mente solta.

Sumiram as amarras,
Os ancoradouros,
Não há mais tristeza.
Só o vento... a poesia...
Um mar a navegar!

 

Após uma rigorosa seleção de inúmeros textos de poetas nacionais, o poema “Ode à Poesia”, de Luiz Eduardo Caminha foi premiado com Menção Honrosa no I Prêmio Literário ALCA 2010, Certame Literário Edméa Sodré de Azevedo Carvalho, promovido pela Academia de Letras Ciências e Artes de Santa Rita do Sapucaí, com resultado promulgado em Outubro de 2010.
 

 


 
 

 

 

PRECE DE AMOR

Luiz Gonzaga Bezerra

 
Senhor! Acordei feliz.
Olhei o sol nascendo
Nas montanhas infinitas
Senti o vento eloquente
Beijando a luz do dia...
Olhei os pássaros
Gorjeando nas arvores
Os homens caminhando
Nos olhares os sonhos
Nos lábios o cântico
Do amor dos anjos.
Agradeci por mais um dia
Por mais esta oportunidade
De viver as tenras alegrias
De andar vestido de paz
Sob teu olhar de magia.
Obrigado meu senhor
Por está agora em sintonia
Com outras almas amigas
Levando uma palavra de força
Recebendo de volta o amor.
Meu coração pulsa e canta
Teus cânticos exuberantes
Aureolados de ternura e paz
Renovando-me a alma
Com os eflúvios da felicidade
Que acompanha os meus passos...
 
Luiz Gonzaga Bezerra
Felicidades
 
 

 

 
LEVEZA

Luiz Poeta


O que se sente e que a boca silencia,
Vira poesia, quando a lágrima desenha
A mais feliz e mais sublime fantasia,
Dentro do riso solitário que se tenha.
 
Chorar um riso é exprimir toda a leveza
Dos sentimentos, quando o pranto repentino
De quem sorri, mostra esse toque de nobreza
Que torna um homem poderoso... num menino.
 
É na feição afetuosa de quem ama
Que a ternura de um olhar embevecido
Ganha sentido, quando o sonho se derrama
 
Sobre a ternura expressiva de outro olhar 
E  dialoga com o sorriso distraído
Da mesma lágrima que o riso quer chorar.
 


 

 

 

 
VERDADEIRO  SENTIDO  DO  NATAL
 
Malude Maciel
 

São tantas coisas bonitas numa noite de Natal
Que até ficamos tentados a esquecer do principal
Presentes, amigos-secretos, um Papai Noel risonho,
Comidas, bebidas, brinquedos, tudo vai além do sonho

E quem não gosta de festa?
Um folguedo é sem igual
Mas, a vida não é só essa,
Pensemos no original

O primeiro natal foi o Natal de Jesus
Que à Terra trouxe: Paz, Alegria, Amor e Luz
E nos eleva do mundo com todo Seu esplendor
Pois a nossa maior graça é: "Nos nasceu O Salvador".
 
Feliz  Natal
Malude Maciel
 
 

 

 
 
UM DANÇAR SINGULAR...

Maria Eduarda Vieira da Silva

 
No inverno,
pelas baixas temperaturas,
as praias ficam vazias.
Adultos, adolescentes e crianças
ficam no aconchego de seus lares,
enquanto inúmeras espécies de pássaros
migram para regiões mais quentes.
No entanto, há espécies
que não se incomodam
com o clima frio e úmido.
As garças, com muita elegância e charme
deslizam nas águas,
num dançar singular,
como se participassem dum musical.
Vivem à beira de rios,
lagos e banhados;
e, alimenta-se de peixes e insetos.

 

 

 

 

 

ENCANTOS MEUS

Marilene Martins
 

Rasga a coxilha o sol em brasa
Quero-Quero a manhã reverencia
Ergue seu grito de alerta abrindo asas.
Abraço então minha querência amada!
 
No solo marcado de patas se esvai poeira
Nos campos e lavouras branqueia a geada
Sinuelos de sonhos sem fronteiras
Habita a casa branca, exílio e morada.
 
E o vento se expande em liberdade
Repontando cantigas do entardecer
Cai à noite trazendo saudades
E esperanças para um novo amanhecer!
 
E o véu que cobriu aurora dourada
E fez pintar de color o meu rincão
Tem como fundo o coral da passarada
Que torna mais divino este meu chão!
 

 

 
 

 
SAUDADE

Marina Nicodemo da Rosa 

 
Saudade é uma palavra
que pode nos trazer
doces lembranças ou não.
Por momentos, lembramos
de pessoas queridas
que estão distantes
ou que já faleceram
e somos levados às lágrimas;
noutros, em situações agradáveis
passadas em família
ou com amigos
quando éramos crianças.
Às vezes, a saudade
é tão forte e intensa
que nos causa dores
em todo o nosso ser.
 
 

 

 
 
 
 
SETEMBRO

Maristela Martins Machado
 
Ah!...
Setembro chegou
A brisa leve,
Suave
Toca nossa pele
Como se fosse seda.
No orvalho da noite
O perfume das rosas.
O sol nascente
Energiza,
Parece que tem
O calor do aconchego.
Os campos,
Coberto por flores,
Parecem dançar
Ao balanço do vento.
E no amanhecer
O canto dos pássaros
Faz-se música
Aos nossos ouvidos.
Como não ser feliz
Com tanta beleza
Que setembro nos traz...
Que nem ouso duvidar
Que Deus existe
E quis nos presentear! 

 

 

 

 

 

FALTA DE CRIATIVIDADE

Mark Pizzato Machry

 
Hoje, na aula de português,
não consegui criar um texto;
faltou-me criatividade
o bastante para escrever uma graciosa narrativa.
Pensei em mil coisas;
todas me pareceram idiotas.
Não redigi nada.
Meus pensamentos
e minhas ideias abandonaram-me.
 
Se eu tivesse boas ideias, faria ótimos textos,
mas como não as tenho,
estou a brincar com a folha.
O que falar à Professora
na hora de entregar o trabalho?
Ser sincero e dizer:
"- Não tive criatividade necessária
para fazer a tarefa
ou invento uma desculpa qualquer?"
 
Há quem diz que sou criativo.
Que mentira danada!
Se fosse, não estaria a uma hora
sem saber o que escrever,
tentando enrolar a Sora!
 
 

 

 

 

 

VOLTA À MOCIDADE

Nilda Dias Tavares

 
Quero de volta o riso escandaloso,
Quero o olhar malicioso
De uma era de magia.
Quero de volta o encanto de uma geração
Que cantava o amor e a emoção
Na pureza terna da alegria.
 
Quero de volta a suprema maravilha
Das festinhas em família,
Das danças de rosto colado.
Namorados passeando de mãos dadas,
As sensações represadas
E o gosto inocente do pecado.
 
Relembro feliz a minha juventude,
Ecos de plenitude...
Ondas de amor e saudade.
A alegria de um passado tão presente,
Lembranças de uma alma adolescente...
Transportando-me de volta à mocidade.

 

 

 

 

 

UM OLHAR...

Odone Antônio Silveira Neves 

 
Cotidiano, mote que dá origem
ao movimento cíclico
que se amplia em círculos concêntricos,
de onde emerge o perfil
de cada ser humano,
atinente a aspectos políticos,
artísticos e a família.
Reflexões articulam um novo olhar
e são as primeiras fases
do processo da criação que inicia
com a procura da inspiração.
 
 

 

 
 
 
 
Navegador
 
Paulo Marcelo Paulek

 
No meio do mar;
Ondas caridosas
O canto das gaivotas
Um sol ardente
Que não poupa
Minha gente
 
Navegar é preciso
Navego mais um pouco
Ouço os ventos e
Seus redemoinhos;
Ao lado os icebergs
Grandes e implacáveis
 
Ventos fortes
Ondas atrevidas
Me molham
Me seguro para não cair
Neste mar frio e mortal
 
Que levou meus passageiros
Olho para os lados
Ouço os uivos
Gritos e desespero
Ventos fortes
Uma tempestade
Nesta imensidão
Junto a isto a
Sensação...
Perda
Vazio
Solidão
Angústia
e desespero
Toma conta
Desse guerreiro
 
Não há mais o que fazer
 À dor da morte me atingiu 
Perdi meus companheiros...
 
Chegou a hora
Abandonar navio...
 
20/11/10
 

 

 


EMBALADA POR TEUS BRAÇOS


Raquel Ferraz Sokolnik 

 
Meu Amor, sempre
que estamos juntos,
sinto-me embalada
por teus braços,
acariciada por tuas mãos;
querida por teu amor.
 
Não há amor igual ao nosso;
não há abraços e carinhos
iguais aos teus.
Deitar-me em teu peito
e ouvir o batimento de teu coração,
é fantástico!
Quero contigo ficar
e, eternamente, ser embalada
por teus braços e por nosso amor.


 
 
 
 
 
 
O GRANDE AMOR QUE PERDEMOS!

Ricardo De Benedictis


Meus olhos nos olhos dela
Os olhos dela nos meus
Nossas almas na janela
Sob a Luz do amor de Deus!

Nos conhecemos na festa
Que guardamos na memória
E o sentimento que resta
Irá contar nossa história!

Fomos dois apaixonados
Por anos enamorados
Até que ela partiu.

Não sabemos se o destino
Quem sabe por desatino
O nosso amor destruiu!!?
 



 

 

HEROÍSMO

Rodrigo Zuardi Viñas

    
Todo herói tem como dever
lutar e combater o vilão
a fim de proteger a sua nação.
Na maioria das vezes,
após vencer a batalha,
volta a casa cansado.
Trabalho, compromissos e viagens
são tarefas que o aguardam.
Ele, com tranquilidade,
vai, aos poucos, colocando em dia.
Alegre e satisfeito,
compartilha com a família
diversos momentos de lazeres
e suas histórias de heroísmo. 

 


 

 

BELEZAS QUE O DIA NOS TRAZ
 
Sá de Freitas

 
Quando o brilho do sol nos traz o dia,
E o céu se cobre de azulado manto,
Vibra-se a Terra em ondas de harmonia,
E há vida e movimento em cada canto.
 
Em tudo há cores, sons e alegria!
Da Natureza inteira surge o encanto,
Que Deus compôs, qual divinal poesia,
Ao nosso coração que sofre tanto.
 
Mas quem se entrega à dor de alma vencida,
Não poderá sentir tanta grandeza,
Que flui ao derredor da própria vida.
 
É pena... Pois quem vive entristecido,
Sem ver, no mundo, as cores da beleza,
Um dia morrerá... Sem ter vivido.
 
Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil
 
 
 
 
 
 
 
 
AS NOITES

Shirley Amélia Pires Teixeira
 

As noites de inverno são longas
Repletas de frio e escuridão.
Só quando a lua é cheia
E o céu está limpo, então,
Podemos ver as estrelas.
 
As noites de primavera são lindas
As aromas é que encantam
São noites cálidas e serenas.
As estrelas no céu salpicam,
A via láctea em tom multicor.
 
As noites de verão são curtas.
As horas são escassas e o tempo travesso.
São noites de insones e de calor.
O dia passou longo em excesso,
E o céu a noite cheio de esplendor.
 
As noites de outono são amenas
Regadas de tranqüilidade e paz.
São noites calmas e pálidas,
O céu em completa nitidez,
Sossego e repouso, traz-nos.
 
 
 
 
 
 
 
APENAS RECORDAÇÕES

Selene Antunes


Desejos contidos sonhos proibidos
De um amor impossível e de um coração sentido
Vivendo de recordações dos momentos de emoções
Saciados por beijos roubados momentos não planejados
Que ficaram na memória de uma luta inglório
Apenas recordações de segundos com emoções
Prá sempre só as lembranças restaram
O tempo implacável  já se fez notar
As rugas surgiram e com elas
A tristeza de um olhar perdido
No tempo de todo um passado de amor
Amando sozinha e sofrendo calada
Agora fraquejando mas  sem nada esquecer
Partirei um dia com sua doce lembrança
Ainda inflamando meu pobre  coração.

 

 

 
 
 
 
 
De: Silvino Potêncio (Autor de: "Poesias Soltas")

Eu?...
-Quem sou?...
- Quem fui?...Serei Eu?!...
Aquele que vive em mim,
Que já brota no meu Jardim
Cá dentro em borbotão...
Eu...como sangue que dá vida ao meu coração!

Eu?...
Que de mim já me roubei,
Que a ti tudo entreguei.
Eu!!!... que comigo só fiquei,
Depois que amanheci... e em ti vivi!
Para amar entardeci.
Tu és EU quando nasci!

Eu!... do amor já peço meças,
Com o coração em peças...
Já todo despedaçado,
Porque o teu "eu" já foi amado,
Sonhado, vivido, esquecido...
Reanimado!... pelo meu EU a teu Lado!

Silvino Potencio
Natal/Out 2010 
 
 
 
 

 

GANÂNCIA
 
Sueli Bittencourt

 
Ganância é a origem de todo o caos.
Do caos que nos envolve,
que envolve a nação e envolve o mundo!
É a origem da violência, das injustiças sociais,
do desamor, da miséria, da corrupção,
dos crimes, das guerras, da destruição.
Ganância prejudica a todos e a toda nação.
Ela contagia os incautos e se alastra,
levando muitos ao desvario, ao descontrole,
ao egoísmo desenfreado, que acaba em desgraça.
Após a fase eufórica de efêmeras ilusões,
o ganancioso enfrenta as conseqüências,
muitos problemas, remorsos, punições...
Depois vem a morte fria, que não leva bens materiais
e desprende a alma empobrecida de bens espirituais...
Realizar ideais, sim, mas com ganância jamais!
 
 
 
 
 
 
 
AMAR

Tânia Elisabete Martins 
 

No vazio da vida,
na tristeza do olhar,
na escuridão da noite,
no choro do luar,
na esperança da felicidade
de um dia saber amar,
no choro da noite,
na ilusão do sonhar,
na certeza de um dia
saber definir a palavra amar.
 
 
 
 
 
 
UMA MANHÃ DE VERÃO
 
Tania Montandon


O dia amanhece bonito
O céu azul, o Sol de verão
Meu cãozinho comigo

E alguma imaginação
Muitas árvores, muitos pássaros
Água em abundância

Uma volta pelo espaço
Uma agradável fragrância
A brisa passeia pelo campo

Entra pela janela, de leve e com encanto
Movimenta o ar companheiro
E o deixa com aquele olhar fagueiro
 
 

 

 

 

PORTA ERRADA


Tânia Regina da Silva Guimarães

 
Passando pela rua,
tocou à campainha
errada.
 
Com idéias polêmicas,
falta de respeito,
agressivamente grita por socorro,
suplica atenção,
deseja afeto ...
Morando ali e aqui,
perambula pela vida.
 
Cresceu sem limites,
regras,
orientação ...
 
Passa por um, por outro,
mendiga qualquer olhar ...
 
Quanto tempo mais
será preciso
para entender
que esta não é a porta do lar.
 

 

 
 
 
 
LINHAS DA PALMA DA MÃO
 
Tchello d'Barros


Ardem perenes eternas
As tempestades solares
Na fuga dos cometas
O êxtase da divindade
 
No alto acima das nuvens
Estrelas iridescentes
Em longínquos quadrantes
Ao redor da esfera azul
 
Oscilam tantas galáxias
Sutis miasmas etéreos
Pulsares de luzes distantes
Asteróides solitários
 
Na linha azul do horizonte
Fulgem raios rugem rios
No céu rutilam estrelas
Luzindo sóis e quasares
 
Nas linhas rubras da palma 
As cálidas labaredas
Queimam rubras e voláteis
Ígnea sina e desdita
 
O destino arde na palma
Sinuosos os caminhos
E o sangue sob a pele
Percorre suas veredas
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSTANTE DESEJO

Tito Olívio

 
Nos meus braços, morrias devagar,
Com beijos e carinhos de doçura.
Também no céu a Lua anda à procura
De um sítio onde parar a descansar.
 
Em teus seios havia de deitar
A cabeça, apoiada com ternura,
Para acalmar esta ânsia, esta loucura,
O constante desejo de te amar.
 
Minhas mãos o teu corpo perfumavam
E laços e mil beijos adornavam
Tuas pernas de sonho e fantasia.
 
E dessa morte, que o prazer agarra,
Se soltaria amor com forte amarra,
Que só uma outra morte cortaria.

 

 

 
 
 
 
Magia perpétua

Vanderli Granatto


Pelas frestas entreabertas do luar,
a tristeza tenta penetrar.
Mágico instante do apagar da luz do dia.
Uma estrela cintilante já está alerta,
brilhando, anunciando que o luar
deverá se apresentar.
A lua cheia de encantos
não deixará a tristeza invadir.
Toda garbosa se impõe,
liberando seu raio de luar.
Encantada com essa luz de magia,
a noite se veste toda bela,
levando a tristeza pra longe,
pra qualquer lugar.
O sol pelo cansaço se põe,
descansando até outro raiar.
Pela natureza a quietude se faz.
Dormem os filhos de Deus,
renovando as forças,
pra noutro dia, tudo recomeçar.
Logo cedinho disposto,
 fazendo festa, o sol volta a sorrir.
A natureza em festa,
entra no ritmo de árdua labuta,
nada pode ter fim...
A viagem deve prosseguir...
Avançam as horas;
Num prelúdio que perfeito,
distribui-se em labuta, lazer, descanso.
Longas ficam as horas de labuta,
Breves os momentos de lazer...
O descanso diário nos revigora,
fazendo novamente tudo acontecer.
Incansavelmente seguem-se os dias, noites,
 na magia do perpétuo viver.
 

 

 

 

 

Foto topo da página:

Grutas de Mira de Aire - Portugal

(Restaurante montado no interior das Grutas)

Demais fotos das Grutas de Mira de Aire,
adquiridas em vários sites da internet

Fundo Musical: Canteiros
Composição: Cecília Meirelles e Raimundo Fagner
(Baseado no Poema "Marcha" de Cecília Meirelles)

Formatação e Arte Final: Iara Melo

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