Passado
Segui um caminho
Encontrei obstáculos
Colhi dissabores
Com muitos horrores
Às vezes sozinho.
Plantei muitas flores
De vários odores
Sofri os revezes
De muitos espinhos.
Presente
Arranco sementes
Em duras jornadas
Porque sou da estrada
Pouco importa o medo
Não escuto segredos
Já me basta o dia
Faço mil rebeldias
Na estranha alegria
De um secreto desejo.
Futuro
Farei poesias
Cantarei melodias
Criarei teorias
Pouca importa o achado
Serei debochado
Porque tudo é quimera
A morte me espera
Meu Deus, quem me dera
Sem muita agonia.
A arte de
não se enganar
Águida
Hettwer
Engana-se vergonhosamente quem acredita somente em suas próprias forças.
Ora, pois, somos sementes da evolução,
página em branco, na espera de ser
escrita. Quem nunca precisou de uma mão,
a ser estendida, alcançando um objeto,
ombros de apoio, na descida.
Nas coisas mais banais do quotidiano,
abrir um vidro de picles, darem nó na
gravata, fazer laços nos cadarços dos
tênis, prender o botão da camisa. É,
precisamos uns dos outros, numa permuta,
num contrato, num simples gesto.
Na subjetividade da vida, formulamos
nossos valores, aspectos e crenças,
reações diversas. Vacilantes são os
passos, que se desviam da verdade. O
homem busca realizar suas fantasias
perdidas, aprisionadas no riso da
criança, que outrora era feliz com o
simples e singelo.
Não se engane, com o cheiro forte da
mentira, ela apenas se defende para
salvar as aparências, no seu íntimo mora
um menino, assustado com pavor de seus
medos, dúvidas e aflições. Na sua
fraqueza vive de meras ilusões.
A vida e a natureza explodem em
cores a nossa volta, o vento dança,
balançando os cabelos, os perfumes das
flores desprendem com naturalidade, as
águas dos rios seguem seu curso, sabem
contornar das pedras, sem afetar seu
destino. E muitas vezes nos esquecemos
disso em declínio, fechamos-nos em
melodias lamuriosas e tristes.
Esquecemos-nos, que nas lágrimas
encontramos o consolo, na tristeza, a
fortaleza para se reerguer, nas dores, a
valorização da vida. E no apogeu do
amanhecer ressuscitamos vigorosos, donos
e protagonistas de nossa história. Temos
um livre arbítrio pendente as nossas
escolhas. Eu e você!...Ninguém mais.
24.09.2010
EX-PIRATA
(QUADRA INFANTIL)
Alcir Nicolau Pereira
Nem pirata, nem cara de mau
Sou coxo agora de fato
Usaram a minha perna de pau
Pra brincar no jogo de taco
Minha cara dantes bonita
Olho de vidro agora não tem
Pois virou pequena bolita
Nos jogos de gude de alguém
Perdi tudo que eu tinha de bom
Fiquei sem olho e sem minha nau
Perdi perna que fazia mau som
E acabei nunca mais sendo mau
AMOR E
FELICIDADE!
Alexandra Lins da Silveira Beccon de
Oliveira
Uma vez apaixonada,
meu coração fica
cheio de amor
para dar e abre-se
para o receber.
Quer queira ou não,
ele transborda
de emoções e sentimentos.
Tudo ganha cor
e perfume diferente.
Nada é feio.
Há só beleza e magia.
Quem ama,
atrai felicidade.
É paz, luz, companheirismo,
tranquilidade e harmonia.
O amor é uma arte
que deve ser cuidada,
com muito carinho e dedicação,
durante todo o dia.
A ROSA
Alfredo dos
Santos Mendes
A rosa que
tu me deste,
Peguei-lhe, mudou de cor,
Tornou-se, de azul celeste,
Como o céu do nosso amor!
Quadra de: João de Deus
Glosada por: A.M.
Muitos anos já passaram.
E muitas rosas murcharam,
Menos a que me trouxeste.
Ao vê-la tão delicada,
Penso estar enfeitiçada…
A rosa que tu me deste.
Tenho por ela ternura.
Pois sei que a sua frescura,
Simboliza nosso amor.
Hoje a prova me foi dada,
Por estar contigo zangada,
Peguei-lhe, mudou de cor.
As suas folhas mirraram.
Foram caindo e ficaram,
Perdidas no chão agreste.
Desesperada chorei.
E assim que a rosa beijei,
Tornou-se, de azul celeste.
Foram horas de magia.
E a partir daquele dia,
Foi-se o ciúme e a dor.
E logo nesse momento,
Ficou um céu luarento,
Como o céu do nosso amor.
Lagos, 25/09/2010
Alfredo dos Santos Mendes
1º Prémio
Jogos Florais
Elos Clube de Tavira
Alice Tomé
Eu vim para a BEIRA...
HOJE… que pensas!…
Rasguei a montanha
E Abri caminhos
Pela estrada fora
Cheira a rosmaninho
(...)
Não penses amigo
Que estou a mentir
Se à Beira vieres
Tens de construir
(…)
Não digas que não podes
Fazer a caminhada
Há sempre alguém
Ao longo da estrada
(…)
Hoje que pensas...
Amanhã farás
Hoje que sonhas
Amanhã terás
(…)
Não digas que não sabes
Algo construir
Há sempre um caminho
Por onde podes ir
(...)
É loucura de correr descalça,
de rir em alegria de existir
de bagas de sono solto em ardor de
caricias
e um nunca mais
acabar de querer escrever-te em
linhas de contentamento.
São laços de mulher, sedenta, dum
ser que me faz mulher...
sou flor e pétala porque tu semeias
em mim a semente da luz
floresceste os ramos secos,
e regaste com ternura as folhas que
teimavam em querer viver este amor,
sabia eu, um dia
existia em ti.
A distancia, foi curta e abria-se
inquieta na ombreira da porta
a terra e chão estavam cansados em
distancia,
mas nas palavras encontrou a saída
voltaste
desataste o chão, seco de outrora,
de beijos.
É água que corre da fonte entre
palavras
na tarde
num livro
em gota de sol e húmida da leitura.
Ando descalça, amando, em palavras
beijos
recantos
alegrias
e livro de poemas.
E, sei que as flores abrir-se-ão
aos sete ventos das
folhagens
naquela tarde, duma pétala exposta
em ti.
Só para ti
esta pétala nasceu, criou raiz e
soltou-se em ternura.
Ah ! amor de maré e água cristalina
sabes a gota de sal.
És um destino onde o caminho se
dobra
na rua sem saída, naquela
rua redonda em que te vi e a saída
era
uma rosa vermelha,
caída
tão frágil e amante de nós.
Foi em terça de meninos e vozes
cânticos de verdura em folhas de
jardim.
Como se o tempo fosse ali, tão
parado, esperado,
nada se desfez, tudo viveu, até um
beijo
desnudo em réstias de sol ardente.
Sempre o coração
a alma
a dádiva
realidade
o linho azul que toco de leve
e nunca se desfaz,
vai e será eterno
não no tempo, mas em
mim…
Amália LOPES
3julho2010
SOLITÁRIA
NOITE...
Ana Luiza Fernández Alves
Em noites frias e solitárias,
se for num fim de semana,
sinto-me triste e perdida,
pois, no ouro dia, não irei
estar com meus colegas.
Nas noites de verão, coloco
uma música ou um filme
e procuro me ocupar.
Caso não resolva,
penso em meu amor
e relembro os bons
momentos compartilhados.
Hoje, estou mais voltada
às noites solitárias,
uma vez que pedi um tempo
ao meu namorado.
Nosso relacionamento
estava bastante complicado.
Falta de confiança e ciúmes
sufocam o amor.
No início, sofri muito;
agora, já consigo sorrir
e usar minhas noites solitárias
para pensar no quero para mim.
Paixão
Proibida
Ana Maria Nascimento
Era minha companheira
A brisa da liberdade
Desconhecendo a maneira
De ser feliz de verdade.
Resolvi mudar de vida,
Procurei tornar-me amada.
Minha paixão foi proibida
E pra prisão fui levada.
Submetida a julgamento
Sem cometer nenhum crime,
Acabou-se num momento
O que eu tinha de sublime.
Nos braços da solidão
Encontro-me definhando
Vitima da escuridão
Que vive nos afastando.
Não posso falar contigo
E guardo tudo sozinha;
A dor que trago comigo
Pouco a pouco me definha.
Pra alegrar-me, em pensamento,
Chamo em silencio teu nome
Que acende, a todo momento,
Este amor que me consome.
Às vezes, penso em lutar,
Mas reprimo o pensamento;
Sou obrigada aceitar
Meu terrível sofrimento.
Distante de ti, amado,
O mundo não tem sentido
Vejo tudo transformado
Num frágil sonho perdido.
PARA
SEMPRE... OBRIGADA!
Ana
Paula Costa Brasil
por tanto amor
por tanto carinho
por tanto cuidado
deixo de lado as frases feitas
para dizer-te apenas obrigada
Obrigada
pelos sorrisos
pelos beijos,
pelos cuidados
Obrigada
pelos carinhos
e pelos longos abraços
Obrigada
por fazer da minha vida
um palco encantado
de sonhos infinitos
de momentos mágicos
Obrigada
por ser tão amiga
por ser tão especial
SAMBA
André Schwambach Almeida
Gênero musical com raízes africanas
que seduz a todos,
brasileiros ou estrangeiros.
Esse ritmo envolvente
é adorado
pelo povo brasileiro,
tornou-se um símbolo nacional.
Para dançar samba,
é preciso ter ginga
e graciosidade.
As crianças, desde pequenas,
sentem-se atraídas
por esse ritmo sedutor e fascinante.
Nele, há leveza, singularidade
e nunca será esquecido
por nós brasileiros.
Samba e cerveja,
roda de sonho
que encanta a rapaziada.
FOLHA AO
VENTO
Aparecido Donizetti Hernandez
Na escuridão do Universo
A Luz se faz na grande explosão da
imensidão.
Expande a Luz irradiando por todo o
Universo
Surgindo as estrelas e os planetas.
Na escuridão de nossa solidão
Grande explosão de sentimentos,
Surgindo a Luz do encontro da
felicidade
Na simplicidade da folha que cai
suavemente ao vento.
Na suavidade e simplicidade
Dos nossos sentimentos da Luz desse
momento,
Onde a folha que cai ao vento
Nos conduz sempre ao encontro do
amor, que é o nosso alimento.
Como a folha que vai ao vento...
Que servirá de alimento p'ra Terra
ser o fermento
Que faz crescer os sentimentos.
Suavemente cai a folha ao vento
Trazendo junto nossos sentimentos
Na Luz dos nossos momentos.
Suave explosão de amor que nos
ilumina
Como ilumina o Universo
Que expande em todo momento os
nossos sentimentos.
SONS
DISPERSOS
Belkis Freitas de Oliveira
Ao som pesado,
as angústias do cotidiano se
dissipam.
E tomado pela razão,
destrói-se o impulso
que move o poeta.
Já não há mais ruas sem saídas,
nem paredes sem tetos,
Apenas concretos cinzentos
enclausurando mentes inquietas.
Nesse sinistro mundo,
somente no seu olhar disperso
ela encontro alento.
ÂNSIA
Carla Alexandra Ezarqui
Na espera
do ressurgimento hierárquico
dos meus sentidos
escamoteando resquícios
da minha paixão
prossigo misteriosa
na ambigüidade
eventual
da conquista do regozijo
que almejei em demasia
na eterna tormenta de
amá-lo mais
mais e
mais.
Difundindo uma felicidade
contraditória
enriquecida
pelo seu enigmático amor
abomino sua imparcialidade
diante do naufrágio de
minh’alma
de tamanha e
intensa dor
em um não reconhecimento
de tudo que um dia senti
num desejo ardente
incontrolável.
Numa ânsia!
FADO,
GUITARRA E SEVERA
(Sextilhas)
Carmo Vasconcelos
Com
licor de feitiço me embriagaste,
Em poemas de ínvio fado me
enrolaste,
Fui guitarra e Severa apaixonada…
Por ti, tangi as notas mais
plangentes,
Saí do tom em delírios deprimentes,
Rompi as cordas da alma lacerada.
Porque bebi do néctar da loucura,
Adorar-te foi trova de aventura,
Nesse fado de engano e de ilusão…
E agora esta guitarra plange rouca,
Do tanto que te quis em vida pouca,
Do pouco que lhe quis teu coração.
E a noite enferma só lhe traz
murmúrios
Do que antes foram címbalos de
augúrios
Promissores; saltérios de magia...
E a Severa, tristonha, embrulha o
xale,
Já não há fado amado que ela embale,
E a guitarra sucumbe em nostalgia.
***
Lisboa/Portugal
6/Setº/2010
Sub Vivência
Cida
Micossi
O lugar é triste
Área de invasão
Ali coexistem
Várias gerações
Entre o verde das plantas
Sob o azul do céu
Circulam crianças
Perambulando ao léu
A pureza do ar,
A dignidade das habitações
Não são levadas a sério.
Políticos brincam de legislar
Cidadãos brincam de morar
Meninas mal crescidas
Brincam de realidade
Trocaram a boneca
Pelo bebê de verdade.
Poema à
Jesus
Cyroba Cecy Braga Ritzmann
Eis-me aqui, oh Jesus !
Humildemente
para entregar a ti meu coração,
refazer meu caminho, suavemente,
seguindo o teu exemplo , em
oração!
Neste Natal, em nossa caminhada,
nos envolvamos plenos de emoção
que as luzes iluminem nossa
estrada,
que as flores se abram em
profusão!
Que a esperança seja
fortalecida,
que os lares se cubram de fé e
amor
que possas escutar nosso clamor!
Eis-me aqui, oh Jesus!
Agradecida.
Sinos repicam em grande alegria
e o mundo inteiro te reverencia!
AMOR...
SEM FIM
Diana Camargo
Nesse corpo frágil que te
abrigas
A revelia de uma consciência
És o soar suave da cantiga
E traz à alma luminescência.
A razão não te permites a
existência
E o viver em conflito se detém
Se crer numa ilusão traz
consequências
Ignorar-te não será viver
também.
Ah, esse amor platônico...
Que se revela num viver irônico
E pela existência permanece.
Esse amor sem fim...
Que abala e entorpece a alma
E como bálsamo também acalma.
Ah, esse sentimento...
Que por vezes serve de alento
E não se apaga no passar do
tempo.
VIDA
Eduardo
de Almeida Farias
Sorve as coisas boas da vida,
Em goles lentos
Como quem sorve um Porto ‘Vintage’;
A vida é breve viagem,
Distância de curta medida
A ser cumprida;
Átimo do átomo
Roubado ao tempo,
Que rasgou o ventre da Terra-Mãe
E se fez semente,
E se fez gente
Vida, simplesmente?
Agora!..
Efigênia Coutinho
No cálice da felicidade bebemos
A alquimia que nos contagiou.
Vivamos cientes todo este esplendor
É este é o agora que nós desejamos.
Minha alma que na tua se embala,
Entregue ao amor com realidade.
E os nossos sonhos da cor de opala,
Realizaremos em infinita fidelidade.
Buscaremos sempre ungir a nossa
vida,
Neste alvo amor de sublime ventura.
Pois tu és, ó tão amada criatura,
A razão de minha felicidade
sentida!
Chegou de nossa decisão, a hora,
De viver do amor derradeira emoção.
Este é tempo-espaço todo nosso Agora
E deixar fluir todo o sentir do
coração.
Balneário Camboriú
Novembro 2010
ENCONTRAM-SE AS BELEZAS
ELIANE ARRUDA
Depois de contemplar a cor do mar,
coberta pelas cores do horizonte,
a Deus eu quero muito... muito amar,
já que é verdadeira e pura fonte.
O mar em movimento na manhã,
suas vagas co`as espumas debruadas
parecem ao Criador estar orando,
louvando-O e proferindo um”
obrigado”!
O horizonte deixa-nos pensando
na vida e nas ondulações do mundo,
é uma das visões mais fascinantes.
Por isso, os dois se encontram mais
além.
Em alta, inspirações belas, fecundas
Soprando os belos versos de um
poema.
ONDE
MORO?
(Eron)
Moro distante do mar,
Num agreste bonitão,
Onde as flores desabrocham
com beleza em profusão!
É cidade altaneira,
metrópole hospitaleira,
pra todos, não para alguns...
"Suíça Pernambucana",
reino de frio e de flores,
por ti eu morro de amores,
minha terra: Garanhuns !
A DAMA DE
VERMELHO
Fátima Abrantes (Autora do Portal CEN)
Sou a dama de vermelho
Que arrebatou teu coração
E em louca paixão deixou-te
Sem explicação
Saibas agora, que volto
A ti, nunca esquecido
Com teu cheiro fixado
Em meu corpo esmaecido
Quero cingir-me a ti
Em teu peito repousar
Depois do amor, loucuras
Para sempre te amar
Serra Negra/SP/Brasil
CHUVA
Frederico Ferreira de Souza
Quando crianças,
curtimos brincar na chuva.
Se fosse pelos adultos,
que ficam o tempo todo reclamando,
não saberíamos
o prazer dessa aventura.
Chuva, gotas que caem das nuvens
e que, ao rolarem em meu rosto,
dão-me a sensação
de estarem lavando,
não só o meu corpo,
mas também, os meus pecados.
A chuva exerce fortes influências
sobre nós.
Quando suave, acalma-nos;
quando torrencial, angustia-nos.
No verão, refresca-me;
no outono, acalenta-me;
na primavera, conforta-me;
no inverno, relaxa-me.
O barulhinho da chuva soa,
aos meus ouvidos e ao meu coração,
como uma doce melodia.
A FITA DO
MEU VESTIDO
Glória
Marreiros
Meu vestido de noiva era um desvelo,
com tons de malva-rosa, em pleno
Estio,
e sumptuosa fita, com o brio
dos sonhos transformados em modelo.
Cada prega continha o doce apelo
dos poemas, cosidos com o fio
da esperança tecida no macio
olhar da madrugada, puro e belo.
Foi o meu corpo, de âmbar, adornado
com jóias e matizes, num bailado,
que fez de mim a noiva mais bonita.
Eu nunca quis despir aquele encanto;
e o meu vestido é, hoje, um campo
santo,
onde o corpo se ajusta à sua fita.
Portimão,18
de Novembro de 2010
(Dia do aniversário do meu
casamento)
E AGORA?
Helena Schons Lotti
O que faço
se o amor não vem?
Devo esperá-lo
até quando?
Meu coração clama
por encontrar
um grande amor.
O amor é um sentimento
espontâneo é natural;
logo, tenho
que ter paciência
e aguardar,
com tranquilidade,
pela chegada
de alguém interessante,
educado e carinhoso
que venha preencher
o vazio
que ocupa meu ser.
NATAL
Hermoclydes Siqueira Franco
Sob o céu estrelado da Judéia,
Nasceu o Deus-Menino, em noite
linda...
Cobriu o mundo, então, ternura
infinda
E o fato fez sagrada a Galiléia...
Os Reis-Magos, após longa odisséia,
- Na homenagem maior de sua vinda -
Contemplavam a luz, brilhante ainda,
da Estrela-Guia sobre a terra
hebréia!
Da natureza, o bem que sempre traz,
E os pastores, sorrindo à intensa
paz,
Mostravam que o Senhor era
chegado...
Maria, a Virgem Santa, estava
aflita,
Pois sabia que a glória era infinita
E o destino do Filho era traçado!...
helena
armond
havia ouvir osclássicos de um rádio
havia o cultivar bom gosto
no perceber sutil o uso dos sensores
há um vidro a que chamamos tela
a sangrar entre confrontos
e...mau gosto oposto
na mesma tela há nove/los/las
conflitos familiares
guerras santas
há um sangrar mesmo sem dilemas
há o dilacerar de carnes tenras
não há como compor ternos poemas
dos sinais televisivos
a infartar a tela / net
há um gritar realidades...sem lirismos
o que fazer com o mau gosto
deste desconforto nivelado ?
em impossiveis parcerias?
emudecer? atrelada na realidade
nada fazer ?
enxugar o discurso publicar verborragias
?
não componho líricos poemas
havia no antigamente elegias
e havia...porque eu...não havia...
sigo a imitar a China que ensina
Uheij = crise
perigo e oportunidade...
uso meus sensores
leio nas entrelinhas...sei ouvir e
ver...
sem peçonha...perita no ofício
de entender...as c /obras / s
Falácias
Heralda víctor
Permeando entre falácias admiráveis
Chega a felicidade e pede acento
Para entoar uma canção aos
veneráveis
Que ao coração leva riso e dá
alento.
Intocável ouvido, mas rejeita
A arte singela e sã que a mão
dedilha
Os olhos cobrem, repudiam a feita,
Que de graça oferece a boa partilha.
Quando a soberba ceia com a vaidade
Não degusta do mel que tem magia
Por manter alma presa na cobiça,
Nem reconhece a tal felicidade
Tampouco ouve os pardais em sintonia
Vai de alma pobre, escrava, vai
submissa...
ALHEIOS
À VIDA!
Ilda Maria Costa Brasil
A tarde está alheia à vida.
No ar, nenhuma emoção.
O verde das árvores está apático
e sem brilho.
O sol, de tempo em tempo,
aparece receoso para,
em seguida, esconder-se;
não quer compartilhar o clima de
desmotivação
que tomou conta das ruas
da capital sul rio-grandense e
de sua população.
As pessoas olham a vida passar,
mas ficam indiferentes a tudo.
Nas calçadas, folhas
amarelecidas e muita umidade;
nos corações, muitos temores
e nas almas, muitas aflições.
O dia amanhecera preguiçoso e
traumatizado
com os fatos do cotidiano.
Pela manhã, o vento removeu
algumas impurezas da terra
e lágrimas brotaram do céu,
purificando, um pouco, a terra,
mas de nada adiantou,
os homens continuaram a ver
a vida passar alheios
aos problemas do mundo.
TERNURA
Iraí
Verdan
Suave, muito suave,
como nossa canção preferida -
"Amor Sem Fim",
é a ternura envolvente,
que me invade docemente
e toma conta de mim...
Que me faz sempre escrever!
E entre a palavra e o
pensamento,
existe apenas meu ser...
E meu pensamento
é puro ar impalpável.
com cheiro daquele perfume
suave como a ternura
que toma conta de mim...
Libero então, do pensamento
a minha energia!
Deleito-me no prazer
do amor e da alegria,
quando tua ternura
toma conta de mim...
TURISTA DA LUA
Izabel Eri Diehl de Camargo
Fui à lua e fiz um “tour”
pisei na lua rochosa
senti a lua etérea
respirei a lua gasosa
conversei com a lua cheia
dormi um século e voltei
ela olhou para a Terra
mandou quatro retratos
com cores e luz
embarquei no satélite
trouxe recados:
minguar a violência
restaurar a fraternidade
ampliar a energia
encher o coração de amor
praticar a filosofia
do Mestre Jesus...
O PÔR DO SOL
João Pedro Mandarino Lopes
O pôr do sol é brilhante
e radiante
como uma estrela flamejante,
com brilho constante
e sem perigo iminente.
O pôr do sol, às vezes,
brilha como fogo
e é envolvente
como a brisa do mar.
Tal cenário é um lindo sonho
como uma aventura emocionante,
onde tudo é novo e excitante.
O AMANHECER!
Júlia Baú Schmitt
...é um fenômeno lindo de vermos e
apreciarmos.
O amor espalha-se no ar
e nos corações das pessoas
que ficam mais calmas
e refletem sobre o amanhã.
O amanhecer é tal qual um campo
verdejante
que desperta a todos e a tudo.
Os pássaros cantam bonitas melodias
que curtimos com muita atenção e
emoção.
O amanhecer é mágico
e leva-nos a um mundo de sonhos e
fantasias,
onde deixamos os pensamentos ruins
de lado
e preparamo-nos para recebermos
intensa energia positiva.
O amanhecer é um momento ímpar
para refletirmos sobre
o que está acontecendo no mundo
e resgatarmos os bons valores.
ESCRIBAS
DO TEMPO
Juraci da Silva Martins
São muitas galáxias... espaço
sideral
São astros as estrelas e
planetas do além
Humanos são mundos, distintos...
diversos
E cada poeta é parte também
Que tem o seu brilho no
sentimental
Por grandes visões do
transcendental
Que riscam horizontes sempre
infinitos
Em busca do algo que paute seus
versos
Poemas ou serestas na boca de
alguém
Que sente e descreve num simples
papel
As dores e os risos o encanto e
a graça
Abrindo eloquências na busca da
paz,
Da vida mais plena no amor
doação
Com lábios benditos descerram
seus ais
E a cada vitória eternizam um
amém!
CAMINHO LITERÁRIO
Karine Salton Xavier
Há dois anos,
comecei a percorrer
o mundo literário.
No início, senti-me
um tanto perdida.
O caminho parecia
tortuoso e obscuro.
Pensei em desistir;
não acreditava
em minha capacidade.
Tinha obstáculos
a superar e vencer.
Incentivada a continuar,
aos poucos ganhei confiança,
e, hoje, sinto-me
segura, feliz e encantada
com a arte de escrever.
LABIRINTO
Lucas Cozza Bruno
Embaraçado, confuso,
complicado,
difícil de sair
e sinuoso como a emoção,
um canhão naval,
um som da razão
e do coração.
Aquele espaço desconhecido
e sofisticado,
que ninguém engana
e que guarda o silencio
e o mágico giro,
girando no mundo
da imaginação
dos personagens
que procuram a saída...
Ode à Poesia
Luiz Eduardo Caminha
Larguei um tempo
De escrever poesias.
Um tempo, até que percebesse,
Tal qual um veleiro
Que sem vento não vai,
Eu, sem poesia, não vivo.
Pressenti, então,
(Arrepio atroz)
Porque tão triste eu andava!
Voltei a escrevê-las!!!
E icei, da mente, as velas.
Voltei a navegar.
Sou agora um veleiro velho,
Que ainda singra mares,
Empurrado, meio que arrastado,
Pelos ventos d’algum poema.
Veleiro, vento.
Poeta, poema.
Mar aberto.
Mente solta.
Sumiram as amarras,
Os ancoradouros,
Não há mais tristeza.
Só o vento... a poesia...
Um mar a navegar!
Após uma
rigorosa seleção de inúmeros
textos de poetas nacionais, o
poema “Ode à Poesia”, de Luiz
Eduardo Caminha foi premiado com
Menção Honrosa no I Prêmio
Literário ALCA 2010, Certame
Literário Edméa Sodré de Azevedo
Carvalho, promovido pela
Academia de Letras Ciências e
Artes de Santa Rita do Sapucaí,
com resultado promulgado em
Outubro de 2010.
PRECE DE
AMOR
Luiz Gonzaga Bezerra
Senhor! Acordei feliz.
Olhei o sol nascendo
Nas montanhas infinitas
Senti o vento eloquente
Beijando a luz do dia...
Olhei os pássaros
Gorjeando nas arvores
Os homens caminhando
Nos olhares os sonhos
Nos lábios o cântico
Do amor dos anjos.
Agradeci por mais um dia
Por mais esta oportunidade
De viver as tenras alegrias
De andar vestido de paz
Sob teu olhar de magia.
Obrigado meu senhor
Por está agora em sintonia
Com outras almas amigas
Levando uma palavra de força
Recebendo de volta o amor.
Meu coração pulsa e canta
Teus cânticos exuberantes
Aureolados de ternura e paz
Renovando-me a alma
Com os eflúvios da felicidade
Que acompanha os meus passos...
Luiz Gonzaga Bezerra
Felicidades
LEVEZA
Luiz Poeta
O que se sente e que a boca
silencia,
Vira poesia, quando a lágrima
desenha
A mais feliz e mais sublime
fantasia,
Dentro do riso solitário que se
tenha.
Chorar um riso é exprimir toda a
leveza
Dos sentimentos, quando o pranto
repentino
De quem sorri, mostra esse toque
de nobreza
Que torna um homem poderoso...
num menino.
É na feição afetuosa de quem ama
Que a ternura de um olhar
embevecido
Ganha sentido, quando o sonho se
derrama
Sobre a ternura expressiva de
outro olhar
E dialoga com o sorriso
distraído
Da mesma lágrima que o riso quer
chorar.
VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL
Malude
Maciel
São tantas coisas bonitas numa noite
de Natal
Que até ficamos tentados a esquecer
do principal
Presentes, amigos-secretos, um Papai
Noel risonho,
Comidas, bebidas, brinquedos, tudo
vai além do sonho
E quem não gosta de festa?
Um folguedo é sem igual
Mas, a vida não é só essa,
Pensemos no original
O primeiro natal foi o Natal de
Jesus
Que à Terra trouxe: Paz, Alegria,
Amor e Luz
E nos eleva do mundo com todo Seu
esplendor
Pois a nossa maior graça é: "Nos
nasceu O Salvador".
Feliz
Natal
Malude Maciel
UM
DANÇAR SINGULAR...
Maria Eduarda Vieira da Silva
No inverno,
pelas baixas temperaturas,
as praias ficam vazias.
Adultos, adolescentes e crianças
ficam no aconchego de seus
lares,
enquanto inúmeras espécies de
pássaros
migram para regiões mais
quentes.
No entanto, há espécies
que não se incomodam
com o clima frio e úmido.
As garças, com muita elegância e
charme
deslizam nas águas,
num dançar singular,
como se participassem dum
musical.
Vivem à beira de rios,
lagos e banhados;
e, alimenta-se de peixes e
insetos.
ENCANTOS
MEUS
Marilene Martins
Rasga a coxilha o sol em brasa
Quero-Quero a manhã reverencia
Ergue seu grito de alerta
abrindo asas.
Abraço então minha querência
amada!
No solo marcado de patas se
esvai poeira
Nos campos e lavouras branqueia
a geada
Sinuelos de sonhos sem
fronteiras
Habita a casa branca, exílio e
morada.
E o vento se expande em
liberdade
Repontando cantigas do
entardecer
Cai à noite trazendo saudades
E esperanças para um novo
amanhecer!
E o véu que cobriu aurora
dourada
E fez pintar de color o meu
rincão
Tem como fundo o coral da
passarada
Que torna mais divino este meu
chão!
SAUDADE
Marina Nicodemo da Rosa
Saudade é uma palavra
que pode nos trazer
doces lembranças ou não.
Por momentos, lembramos
de pessoas queridas
que estão distantes
ou que já faleceram
e somos levados às lágrimas;
noutros, em situações agradáveis
passadas em família
ou com amigos
quando éramos crianças.
Às vezes, a saudade
é tão forte e intensa
que nos causa dores
em todo o nosso ser.
SETEMBRO
Maristela Martins Machado
Ah!...
Setembro chegou
A brisa leve,
Suave
Toca nossa pele
Como se fosse seda.
No orvalho da noite
O perfume das rosas.
O sol nascente
Energiza,
Parece que tem
O calor do aconchego.
Os campos,
Coberto por flores,
Parecem dançar
Ao balanço do vento.
E no amanhecer
O canto dos pássaros
Faz-se música
Aos nossos ouvidos.
Como não ser feliz
Com tanta beleza
Que setembro nos traz...
Que nem ouso duvidar
Que Deus existe
E quis nos presentear!
FALTA DE
CRIATIVIDADE
Mark Pizzato Machry
Hoje, na aula de português,
não consegui criar um texto;
faltou-me criatividade
o bastante para escrever uma
graciosa narrativa.
Pensei em mil coisas;
todas me pareceram idiotas.
Não redigi nada.
Meus pensamentos
e minhas ideias abandonaram-me.
Se eu tivesse boas ideias, faria
ótimos textos,
mas como não as tenho,
estou a brincar com a folha.
O que falar à Professora
na hora de entregar o trabalho?
Ser sincero e dizer:
"- Não tive criatividade necessária
para fazer a tarefa
ou invento uma desculpa qualquer?"
Há quem diz que sou criativo.
Que mentira danada!
Se fosse, não estaria a uma hora
sem saber o que escrever,
tentando enrolar a Sora!
VOLTA À
MOCIDADE
Nilda Dias Tavares
Quero de volta o riso
escandaloso,
Quero o olhar malicioso
De uma era de magia.
Quero de volta o encanto de uma
geração
Que cantava o amor e a emoção
Na pureza terna da alegria.
Quero de volta a suprema
maravilha
Das festinhas em família,
Das danças de rosto colado.
Namorados passeando de mãos
dadas,
As sensações represadas
E o gosto inocente do pecado.
Relembro feliz a minha
juventude,
Ecos de plenitude...
Ondas de amor e saudade.
A alegria de um passado tão
presente,
Lembranças de uma alma
adolescente...
Transportando-me de volta à
mocidade.
UM OLHAR...
Odone Antônio Silveira Neves
Cotidiano, mote que dá origem
ao movimento cíclico
que se amplia em círculos
concêntricos,
de onde emerge o perfil
de cada ser humano,
atinente a aspectos políticos,
artísticos e a família.
Reflexões articulam um novo olhar
e são as primeiras fases
do processo da criação que inicia
com a procura da inspiração.
Navegador
Paulo
Marcelo Paulek
No meio do mar;
Ondas caridosas
O canto das gaivotas
Um sol ardente
Que não poupa
Minha gente
Navegar é preciso
Navego mais um pouco
Ouço os ventos e
Seus redemoinhos;
Ao lado os icebergs
Grandes e implacáveis
Ventos fortes
Ondas atrevidas
Me molham
Me seguro para não cair
Neste mar frio e mortal
Que levou meus passageiros
Olho para os lados
Ouço os uivos
Gritos e desespero
Ventos fortes
Uma tempestade
Nesta imensidão
Junto a isto a
Sensação...
Perda
Vazio
Solidão
Angústia
e desespero
Toma conta
Desse guerreiro
Não há mais o que fazer
À dor da morte me atingiu
Perdi meus companheiros...
Chegou a hora
Abandonar navio...
20/11/10
EMBALADA POR TEUS BRAÇOS
Raquel Ferraz Sokolnik
Meu Amor, sempre
que estamos juntos,
sinto-me embalada
por teus braços,
acariciada por tuas mãos;
querida por teu amor.
Não há amor igual ao nosso;
não há abraços e carinhos
iguais aos teus.
Deitar-me em teu peito
e ouvir o batimento de teu coração,
é fantástico!
Quero contigo ficar
e, eternamente, ser embalada
por teus braços e por nosso amor.
O GRANDE
AMOR QUE PERDEMOS!
Ricardo De Benedictis
Meus olhos nos olhos dela
Os olhos dela nos meus
Nossas almas na janela
Sob a Luz do amor de Deus!
Nos conhecemos na festa
Que guardamos na memória
E o sentimento que resta
Irá contar nossa história!
Fomos dois apaixonados
Por anos enamorados
Até que ela partiu.
Não sabemos se o destino
Quem sabe por desatino
O nosso amor destruiu!!?
HEROÍSMO
Rodrigo Zuardi Viñas
Todo herói tem como dever
lutar e combater o vilão
a fim de proteger a sua nação.
Na maioria das vezes,
após vencer a batalha,
volta a casa cansado.
Trabalho, compromissos e viagens
são tarefas que o aguardam.
Ele, com tranquilidade,
vai, aos poucos, colocando em dia.
Alegre e satisfeito,
compartilha com a família
diversos momentos de lazeres
e suas histórias de heroísmo.
BELEZAS QUE
O DIA NOS TRAZ
Sá de Freitas
Quando o brilho do sol nos traz o dia,
E o céu se cobre de azulado manto,
Vibra-se a Terra em ondas de harmonia,
E há vida e movimento em cada canto.
Em tudo há cores, sons e alegria!
Da Natureza inteira surge o encanto,
Que Deus compôs, qual divinal poesia,
Ao nosso coração que sofre tanto.
Mas quem se entrega à dor de alma
vencida,
Não poderá sentir tanta grandeza,
Que flui ao derredor da própria vida.
É pena... Pois quem vive entristecido,
Sem ver, no mundo, as cores da beleza,
Um dia morrerá... Sem ter vivido.
Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil
AS NOITES
Shirley Amélia Pires Teixeira
As noites de inverno são longas
Repletas de frio e escuridão.
Só quando a lua é cheia
E o céu está limpo, então,
Podemos ver as estrelas.
As noites de primavera são lindas
As aromas é que encantam
São noites cálidas e serenas.
As estrelas no céu salpicam,
A via láctea em tom multicor.
As noites de verão são curtas.
As horas são escassas e o tempo
travesso.
São noites de insones e de calor.
O dia passou longo em excesso,
E o céu a noite cheio de esplendor.
As noites de outono são amenas
Regadas de tranqüilidade e paz.
São noites calmas e pálidas,
O céu em completa nitidez,
Sossego e repouso, traz-nos.
APENAS
RECORDAÇÕES
Selene Antunes
Desejos contidos sonhos proibidos
De um amor impossível e de um
coração sentido
Vivendo de recordações dos momentos
de emoções
Saciados por beijos roubados
momentos não planejados
Que ficaram na memória de uma luta
inglório
Apenas recordações de segundos com
emoções
Prá sempre só as lembranças restaram
O tempo implacável já se fez notar
As rugas surgiram e com elas
A tristeza de um olhar perdido
No tempo de todo um passado de amor
Amando sozinha e sofrendo calada
Agora fraquejando mas sem nada
esquecer
Partirei um dia com sua doce
lembrança
Ainda inflamando meu pobre coração.
De: Silvino
Potêncio (Autor de: "Poesias Soltas")
Eu?...
-Quem sou?...
- Quem fui?...Serei Eu?!...
Aquele que vive em mim,
Que já brota no meu Jardim
Cá dentro em borbotão...
Eu...como sangue que dá vida ao meu
coração!
Eu?...
Que de mim já me roubei,
Que a ti tudo entreguei.
Eu!!!... que comigo só fiquei,
Depois que amanheci... e em ti vivi!
Para amar entardeci.
Tu és EU quando nasci!
Eu!... do amor já peço meças,
Com o coração em peças...
Já todo despedaçado,
Porque o teu "eu" já foi amado,
Sonhado, vivido, esquecido...
Reanimado!... pelo meu EU a teu Lado!
Silvino Potencio
Natal/Out 2010
GANÂNCIA
Sueli
Bittencourt
Ganância é a origem de todo o caos.
Do caos que nos envolve,
que envolve a nação e envolve o mundo!
É a origem da violência, das injustiças
sociais,
do desamor, da miséria, da corrupção,
dos crimes, das guerras, da destruição.
Ganância prejudica a todos e a toda
nação.
Ela contagia os incautos e se alastra,
levando muitos ao desvario, ao
descontrole,
ao egoísmo desenfreado, que acaba em
desgraça.
Após a fase eufórica de efêmeras
ilusões,
o ganancioso enfrenta as conseqüências,
muitos problemas, remorsos, punições...
Depois vem a morte fria, que não leva
bens materiais
e desprende a alma empobrecida de bens
espirituais...
Realizar ideais, sim, mas com ganância
jamais!
AMAR
Tânia Elisabete Martins
No vazio da vida,
na tristeza do olhar,
na escuridão da noite,
no choro do luar,
na esperança da felicidade
de um dia saber amar,
no choro da noite,
na ilusão do sonhar,
na certeza de um dia
saber definir a palavra amar.
UMA MANHÃ DE
VERÃO
Tania
Montandon
O dia amanhece bonito
O céu azul, o Sol de verão
Meu cãozinho comigo
E alguma imaginação
Muitas árvores, muitos pássaros
Água em abundância
Uma volta pelo espaço
Uma agradável fragrância
A brisa passeia pelo campo
Entra pela janela, de leve e com
encanto
Movimenta o ar companheiro
E o deixa com aquele olhar fagueiro
PORTA ERRADA
Tânia Regina da Silva Guimarães
Passando pela rua,
tocou à campainha
errada.
Com idéias polêmicas,
falta de respeito,
agressivamente grita por socorro,
suplica atenção,
deseja afeto ...
Morando ali e aqui,
perambula pela vida.
Cresceu sem limites,
regras,
orientação ...
Passa por um, por outro,
mendiga qualquer olhar ...
Quanto tempo mais
será preciso
para entender
que esta não é a porta do lar.
LINHAS DA
PALMA DA MÃO
Tchello
d'Barros
Ardem perenes eternas
As tempestades solares
Na fuga dos cometas
O êxtase da divindade
No alto acima das nuvens
Estrelas iridescentes
Em longínquos quadrantes
Ao redor da esfera azul
Na linha azul do horizonte
Fulgem raios rugem rios
No céu rutilam estrelas
Luzindo sóis e quasares
Nas linhas rubras da palma
As cálidas labaredas
Queimam rubras e voláteis
Ígnea sina e desdita
O destino arde na palma
Sinuosos os caminhos
E o sangue sob a pele
Percorre suas veredas
CONSTANTE
DESEJO
Tito Olívio
Nos meus braços, morrias devagar,
Com beijos e carinhos de doçura.
Também no céu a Lua anda à procura
De um sítio onde parar a descansar.
Em teus seios havia de deitar
A cabeça, apoiada com ternura,
Para acalmar esta ânsia, esta
loucura,
O constante desejo de te amar.
Minhas mãos o teu corpo perfumavam
E laços e mil beijos adornavam
Tuas pernas de sonho e fantasia.
E dessa morte, que o prazer agarra,
Se soltaria amor com forte amarra,
Que só uma outra morte cortaria.
Magia
perpétua
Vanderli Granatto
Pelas frestas entreabertas do luar,
a tristeza tenta penetrar.
Mágico instante do apagar da luz do dia.
Uma estrela cintilante já está alerta,
brilhando, anunciando que o luar
deverá se apresentar.
A lua cheia de encantos
não deixará a tristeza invadir.
Toda garbosa se impõe,
liberando seu raio de luar.
Encantada com essa luz de magia,
a noite se veste toda bela,
levando a tristeza pra longe,
pra qualquer lugar.
O sol pelo cansaço se põe,
descansando até outro raiar.
Pela natureza a quietude se faz.
Dormem os filhos de Deus,
renovando as forças,
pra noutro dia, tudo recomeçar.
Logo cedinho disposto,
fazendo festa, o sol volta a sorrir.
A natureza em festa,
entra no ritmo de árdua labuta,
nada pode ter fim...
A viagem deve prosseguir...
Avançam as horas;
Num prelúdio que perfeito,
distribui-se em labuta, lazer, descanso.
Longas ficam as horas de labuta,
Breves os momentos de lazer...
O descanso diário nos revigora,
fazendo novamente tudo acontecer.
Incansavelmente seguem-se os dias,
noites,
na magia do perpétuo viver.
Foto
topo da página:
Grutas de Mira de Aire
- Portugal
(Restaurante montado no interior das
Grutas)
Demais fotos das
Grutas de Mira de Aire,
adquiridas em
vários sites da internet
Fundo
Musical:
Canteiros
Composição: Cecília Meirelles e Raimundo Fagner
(Baseado no Poema "Marcha" de Cecília Meirelles)