Ari Santos de Campos

DADOS BIOGRÁFICOS:
 
ARI SANTOS DE CAMPOS é catarinense, nascido em Vargedo, Município de Nova Trento (hoje Leoberto Leal), onde fez o curso primário.
Em Rio Negrinho-SC, foi seminarista da ordem “Sagrado Coração de Jesus”, ao passo que, em Florianópolis, na Escola Técnica de Comércio “São Marcos”, concluiu o ensino médio.
Fez o curso superior na Faculdade de Ciências e Letras de Mafra-SC, com licenciatura plena em Letras, e pós-graduação, em Língua Portuguesa, na Universidade Federal do Paraná.
É Membro da Academia Itajaiense de Letras, Cadeira nº 9 - da Academia de Letras de Balneário Camboriú, Cadeira nº 3 - da UBT Seção de Balneário Camboriú - e da UBE Seção de Santa Catarina. 
Tem editado, além do livro; “A VOLTA DE UM POETA – O TROVADOR”, várias outras obras (contos, crônicas, poesias, trovas...) em jornais, revistas e coletâneas. No prelo está “A VOLTA DE UM POETA – O TROVADOR - II”. 
 
1. Nome: Ari Santos de Campos
 
2. Profissão: Auditor Fiscal da Receita Estadual (aposentado)
 
3. Quer falar um pouco da terra onde mora?
- Eu moro tem mais de 10 anos na cidade de Balneário Camboriú “Terra de Sol e Mar”, fundada em 1964 ao longo do litoral norte catarinense e, conforme censo demográfico de 2.007, conta com 94.344 moradores na baixa temporada mas, apesar dessa população ativa, a cidade possui uma estrutura de prédios que suporta cerca de 1 milhão de pessoas, número esse que até ultrapassa na alta temporada de verão. Os primeiros habitantes eram indígenas da tribo Guarani, e a colonização começou com a chegada de portugueses vindos da cidade de Lamego (Conselho de Viseu), segundo historiador Isaque de Borba Corrêa, descendente da família Baltasar Pinto Corrêa (1802-1876), um dos pioneiros da Região.
Hoje (segundo Site da Prefeitura), Balneário Camboriú é conhecida como a Capital Catarinense do Turismo. Além de suas praias paradisíacas e atrativos turísticos modernos e inovadores, a cidade possui comércio forte e atuante todos os dias do ano. É incontestavelmente um dos principais destinos turísticos do sul do Brasil e do MERCOSUL. Por toda a orla, há bares e restaurantes com música ao vivo, que oferecem culinária irresistível em ambientes agradáveis. Tudo isso, é claro, com total segurança, bem-estar e atendimento qualificado, características marcantes desta cidade.
 
4. Quando começou a escrever?
- Por volta de 1970, foi quando descobri que havia em mim alguma veia poética, e nessa época passei a traçar os meus primeiros versos, feitos de forma mais ou menos rimada e metrificada.
Mas antes, muito antes disso, quando eu tinha algo em torno de 3 anos de idade, eu já tinha o meu poema trágico; um fato ocorrido no terreiro da minha casa.
Naquela época, no campo, enquanto os pais ficavam o dia todo no trabalho, em casa ficavam os filhos, a sós, cuidando uns dos outros e dos pertences da família. E foi aí que, numa dessas ocasiões, aconteceu aquela tragédia que até hoje mora viva em minha mente.
Sempre, na ausência de meus pais, cabia a minha irmã, Maria, um pouco mais crescida, a tarefa de cuidar de mim e das galinhas, para que nada de mal nos acontecessem.
Ocorreu que, num desses dias cinzentos de agouro, um enorme gato-do-mato faminto, traiçoeiro e esperto, avança e estraçalha uma de nossas galinhas.  Foi terrível. E essa cena, vista de forma trágica, eu vivia contando, com gracejo, para todos aqueles que lá nos avistavam, e sempre debaixo de muitas risadas, não só pela retratação da cena, mas, principalmente, por causa do meu jeito - meio poético - de revelar o fato.
E dessa forma, sem ainda saber ainda pronunciar as palavras, eu dizia mais ou menos assim:

O galo çoco da dinda,                      O galo choco da dinda,
- Malia tanto cuidava!                     - Maria tanto cuidava!           
mato-mato pegava...                        gato-do-mato pegava...
scoleu sango...lo....                          escorreu sangue!...

Tudo isso pode até parecer uma brincadeira, mas o fato em si tem muito a ver comigo e com minha personalidade.
 
5. Teve a influência de alguém para começar a escrever?
- Não
 
6. Lembra-se do seu 1º trabalho literário?
- Sim, foi um poema rimado, intitulado “Minha Terra”, em homenagem a terra donde eu nasci.
 
7. Foi divulgado (como)?
- Esse poema foi publicado pela Shogun Arte, Antologia Poética de Cidades Brasileiras, Rio de Janeiro-RJ, Gráfica Carioca Ltda, 1986, página 80.
 
8. Tem livro (s) impresso (s) (editora e ano)?
- Tenho vários trabalhos publicados em Coletâneas/ Antologias, e também um pequeno livro, impresso em 2004, intitulado; “A Volta de um Poeta – O Trovador -”, já esgotado.
 
9. Tem livro(s) electrónico(s) (e-books), editora e ano.
- Não
 
10. Projectos literários para este ano de 2008/09 ?

- Sim, talvez “A Volta de um Poeta – O Trovador – II”, uma espécie de 2ª edição.
 
11. Como vão ser editados ?:
- De forma tradicional, através de editora.
 
12. Fale-nos um pouco de si, como pessoa humana?
- Eu sou uma pessoa introvertida, tímida, de origem camponesa, mas que trabalhou no serviço público desde os 17 anos de idade, e aposentou-se por tempo de serviço. Gosto de curtir a natureza; tudo aquilo que diz respeito a fauna e a flora - montanha, animais, cachoeira, praia, mar... - são coisas que muito me fascinam.
 
13. Como Escritor (a)?
- Eu gosto de fazer versos de acordo com os preceitos clássicos da literatura; principalmente Trovas e Sonetos.
 
14. Para se inspirar literariamente, precisa de algum ambiente especial?
- Só no silêncio da noite é que consigo navegar no mundo dos sonhos. Depois, a lapidação do trabalho eu faço a qualquer hora.
 
15. Tem prêmios literários?
- Tenho duas Trovas premiadas em concurso (dentre as 10 primeiras) no sistema de envelopes; uma Trova com menção honrosa no sistema de envelopes; uma Trova com menção honrosa no sistema internet; e uma Trova com menção especial também no sistema internet.
 
16. Tem Home Page própria (não são consideradas outras que simplesmente tenham trabalhos seus)?
 - Não.
 
17. Conhece as vantagens que os Autores do CEN têm em ter sua Home Page ou (e) Livro (s) eletrônico, nos nossos sites?
- Ainda não.
 
18. Que conselho daria a uma pessoa que começasse agora a escrever?
- Que antes de tudo esteja preparada para fazer pelo prazer da arte, e sem os ilusórios sonhos de retorno financeiro.
 
19. Para terminar este trabalho, queira fazer o favor de mandar um pequeno (e original) trabalho seu (em prosa ou em verso)?
 



UM SONETO

NA TUMBA DAS MUSAS

 

À face da noite sem trégua se entrosa
às fadas e bruxas legando o seu guia...
Aos berros, os bravos, com dor pavorosa,
acordam à noite da melancolia.
 
De muitos aromas o cheiro da rosa
envolve essa noite medonha e sombria,
porquanto seus cantos, a musa melosa,
apraz-se na lira com a sinfonia.
 
Estão inspirados meus versos - diversos,
- das sombras ocultas e em sã fantasia,
ao mundo de feitos e sonhos imersos.
 
Enquanto que os berros se calam - dispersos,
- e a vida soturna se volta à magia,
as musas na tumba desterram meus versos.


 

 

ALGUMAS TROVAS
 

 

Nenhuma Trova bem feita
é feita sem lapidar.
Mas para tê-la perfeita,
tem muito que meditar.

Uma tal “Sabedoria”,
- para dar aos olhos meus,
fez do sol a luz do dia
com a ciência de Deus.

Em nossa casa de outrora, 
quem dera teu riso escutar...
em vez de risos, agora,
eu ouço um cão triste uivar!...

Vou remando de partida
num mar imenso de paz...
mas as ruínas da vida
vão nadando, logo atrás!...

Bate a chuva na janela,       
vento forte me assobia:    
Vou morrer tão longe dela...
- dessa luz que alumia!...

Por maldade te perdi,  
trilhando na contramão...
- agora, longe de ti,  
vivo a loucura do cão!...

Nesta vida, meus amores
são flores do alvorecer.
mas se murcharem as flores,
de solidão vou morrer.

Ao despertar-me na aurora
vejo no céu todo dia;
o teu olhar que namora
e a solidão que judia.

Só num futuro atrevido
tenho muitas esperanças.
- Pois, do passado vivido,
só restam mortas lembranças!

Minha vida está tão linda...      
vivo que nem um bebê.         
- Felicidade não finda,
quando junto de você!...


2008

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