QUERO...
Eliana Ellinger
Quero ouvir dos passarinhos alegre
canto,
ao som da orquestra compassada das
cascatas,
no verde palco que se emana destas
matas.
Quero alvor a encantar-me os sentimentos
e a suave brisa embalando minha vida,
nesta estrada em que me sinto tão
perdida.
Quero uma sonata que afaste este
silêncio,
tecendo sonhos a brotar nos pensamentos
e transformar em eternos todos os
momentos.
Quero algum refúgio onde encontre um
aconchego,
desfazendo a solidão que se apossa dos
meus dias
e assim, retornarão em mim as doces
melodias.
Quero despertar as emoções que tanto me
acalentaram,
mas que sejam apenas de felicidade,
pura, afrodisia
e assim, sorrindo, a semear o amor eu
voltaria.
Eliana Ellinger
05/10/2007
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QUEM
EU SOU ?...
Eliana Ellinger
Sou a açucena dos vales,
na cor alva dos lírios,
beleza dos campos floridos,
perfumando alegre os ares.
Meu cheiro é de terra molhada,
depois da chuva caída,
fertilizando os palmares
de tua estrada seguida.
Sou o doce fruto das vinhas,
o suave murmúrio dos regatos,
correndo entre as matas virgens
espelhando os verdes matos.
Sou como a sombra amiga sob os
ciprestes,
onde descansarás de tuas
fadigas,
com a promessa eterna
que em teus sonhos, sem rogar,
prossigas.
Sou como o sol nascente no
horizonte,
a lua brilhante que surge ao
anoitecer,
o bordado de estrelas que o céu
pontilha
e o orvalho que filtra o
amanhecer.
Sou da esperança a semente,
trazida em plena primavera,
alimentando o futuro
que não será mais quimera.
Assim eu sou, de amar eu vivo,
meu mundo é livre para teu
plácido cultivo.
Se quiseres amizade verdadeira,
sincera, pura, cristalina...
Dá-me tua mão...leva-me contigo
e serei de ti eterna
companheira.
Eliana Ellinger
Hazorea, 08/09/2007 |

QUISERA
Eliana Ellinger
Quisera abrir do mundo outra
janela,
ver o céu azul sem nuvens de
ilusão,
no horizonte visualizar outra
aquarela
colorindo-me os dias que
virão...
Do mar a brisa a refrescar minh'
alma,
o sol nascente a aquecer-me o
coração,
da chuva os pingos a
replantar-me os passos
de onde belas flores em mim
renascerão...
Quisera o vento a levar-me os
pensamentos,
um acalanto a secar-me o triste
pranto,
cegar para sempre dos meus olhos
sentimentos,
calar-me a voz de todos os
lamentos...
Quisera escalar outra vez os
verdes montes,
talvez matando a sede em outras
fontes
esconda esta magoa tão sentida
e ao banhar-me os pés cansados
nos regatos
seguisse outra estrada nesta
vida ...
Quisera esquecer de ti,
não responder nem mais te ver,
não escrever-te mais poesias eu
quisera.
Simplesmente, quisera....
Eliana Ellinger
Rio, 29/03/2004 |

PEDAÇOS DE MIM
Eliana Ellinger
Delato minha imagem :
Música de espelhos,
fumaça de cigarro,
sonhos rodopiados.
Me vesti de coragem,
em meio a tanto, me resumi.
E fui tudo que escondi:
Mais que o dito, o não dito.
Fui espaço, movimento,
haromonia em metamorfose.
Me perdi.
Sou emoção contida,
espaço enclausurado,
dança inominada,
música não ouvida.
O despir da fantasia
que vesti sem nem pensar,
por uma ilusão maltrapilha
me encontro agora assim :
Com muito medo da vida,
nos labirintos perdida,
recolhendo pedaços de mim...
Eliana Ellinger |

07/10/2012
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