SEBO LITERÁRIO
VERSO E PROSA
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Representações
Ariovaldo
Cavarzan
A
mais
cintilante
estrela
do
céu,
representa
o
ponto
de
encontro
de
tristes
olhares
amantes,
que
se
fazem
juntar,
embora
distantes.
Borboletas
representam
pétalas
de
flores,
em
bailado
de
anseios,
no
ar.
O
luar
representa
tecido
crivado
de
luzes,
a
recobrir
sonhos
de
acalentadas
paixões.
Juras
de
eterno
amor
representam
castelos
de
areia,
fadados
a
soçobrar
ao
primeiro
açoite
de
onda
de
mar.
Nostalgia
de
afetos,
representa
ideais
que
se
queriam
perenes,
esboroados
ante
embates
da
lida,
em
temporais
de
aflições.
Apertos
no
peito,
representam
ausências
deixadas,
feito
destroços
de
felicidades
não
alcançadas.
Juras
de
amor
que
se
esvaem
no
tempo,
representam
vontades
lançadas
ao
vento,
feito
pólem
desgarrado
de
asas
de
borboletas,
em
balés
desconexos.
Solidões
em
noites
escuras,
representam
impreenchíveis
vazios,
feito
cavidades
abertas
em
corações.
Suspiros
de
dor,
representam
tristezas
sem
cura,
eis
que
bordadas
em
realidades
mais
duras.
Cumes
de
inacessíveis
montanhas,
postadas
além
de
profundos
grotões,
representam
saudades,
que
têm
por
morada
magoados
corações.
14/01/2010
Ariovaldo
Cavarzan |
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Somos
Necessários
Ariovaldo
Cavarzan
Somos
necessários,
um
ao
outro,
como
tudo
o
que
existe
e
que
se
faz
complementar,
preenchendo,
suprindo,
aconchegando,
abraçando,
beijando,
chorando,
sorrindo,
amando
e
viajando
nas
asas
da
paixão.
Somos
o
pedaço
complementar
que
falta,
para
tornar-nos
um
só
e
indivisível
todo.
Somos
a
lágrima
que
escorre
pela
face,
ou o
sorriso
que
escancara
instantes
de
felicidade,
espairecendo
a
alma
e
iluminando
tudo
ao
derredor.
Somos
aquele
aperto
esquisito
que
quase
sufoca,
quando
sentimos
saudade.
Somos
o
amor,
esse
sentimento
divino
que
nos
empolga
os
sentidos
e
que
nos
torna
seres
espirituais.
Somos
o
alimento
precioso,
que
mitiga
a
fome
de
afeto.
Somos
o
agasalho
benfazejo,
que
espanta
para
longe
o
frio
das
noites
de
solidão.
Somos
a
lembrança
boa,
que
envolve
em
eflúvios
de
paz
e
faz
vibrar
de
emoção.
Sozinho,
não
sou
nada.
Sozinha,
não
és
ninguém.
Campinas,
28/03/2012
Ariovaldo
Cavarzan |
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Sonhos
e
Ilusões
Ariovaldo
Cavarzan
Era
como
um
cometa,
lindo
e
intemporal,
enchendo
o
céu
de
esperança,
acima
do
bem
e do
mal.
Era
como
um
cair
de
noite,
com
a
lua
vindo
brincar
nas
ondas
verdes
do
mar.
Era
como
brisa
fresca,
feito
um
sopro
a
provocar
arrepios,
a
percorrer
todo
o
corpo,
em
suavidade
e
constância,
trazendo
de
volta
a
lembrança
de
quase
si
mesmos.
Eram
tão
só
ilusões
de
sonhos
e de
amores,
entorpecendo
a
razão
e
devagarinho,
arrastando
para
dentro
dos
corações
apenas
dores.
Era
o
aprendizado,
necessário
e
inescapável,
tatuando
marcas
de
bem-quereres
sem
ressonância,
feito
sobras
de
idealizados
acalantos.
Era
a
noite
imemorial
das
almas
que
vagueiam
na
imensidão
do
tempo,
a
sós
e
inconsoláveis,
ansiando
lenir
feridas,
eliminar
cicatrizes
e
maquiar
saudades.
Era
o
encontro
marcado
com
a
tristeza,
a
inaceitável
desilusão,
o
jejum
de
afeto,
a
indigência
de
devoção,
a
solidão.
Era
o
dia
que
se
faz
noite,
a
luz
que
aos
poucos
se
apaga,
a
ventania
que
arranca
flores,
deixando
jardins
sem
cores.
Era
o
vendaval,
não
mais
a
fresca
brisa
que
provoca
arrepios,
em
suave
constância.
Era
o
temporal,
que
o
pesadelo
eterniza.
Era
o
ciclone,
indesejável
e
avassalador,
varrendo
para
bem
longe
sonhos
e
ilusões,
esvaziando
corações
de
amor
para
neles
fazer
restar,
tão
somente,
a
dor.
Ariovaldo
Cavarzan |
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Sou
só...
Ariovaldo
Cavarzan
Sou
pedaço.
Simples
parte
desgarrada
de
um
todo,
ansiando
sentir-me
inteiro,
sentir-me
um
só...
Sou
a
cruel
nostalgia
que
se
derrama
dos
olhos.
Sou
lágrima,
tristeza,
abandono,
incerteza,
sou
pó...
Vago
em
noites
sem
madrugadas,
e
amanheço
na
escuridão
de
dias
sem
sol.
Sou
resto
de
chuva
tardia
a
escorrer
em
solo
rachado.
Sou
órfão
de
amor.
Sou
só...
29/03/2008
Ariovaldo
Cavarzan |
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Tudo
Ariovaldo
Cavarzan
Num
átimo,
um
suspiro,
um
olhar
acanhado,
um
jeito
de
afeto,
um
sorriso,
uma
incontrolável
vontade
de
amar.
Num
suscitado
arrepio,
um
suave
perfume
no
ar,
ânsia
de
preencher
um
vazio,
ímpeto
de
ficar
junto,
sem
nunca
mais
se
afastar.
Num
sorriso,
uma
doce
aproximação,
simbiose
de
vontades,
eletricidade,
magnetismo,
sensação
de
levitar
sobre
o
chão.
Num
enlevo,
um
beijo,
ansiado
ensejo
de
sonhar,
idos
tempos
de
solidão
prestes
a
terminar.
Num
simples
hausto,
um
respiro
que
entra
e
não
sai,
soluços
entrecortados,
terno
calor
de
emoção,
pulsar
acelerado
do
coração.
Num
quase
desmaio,
redescobertas
afins,
sensível
enlace
de
almas,
na
brisa
fresca
soprada,
por
uma
singela
canção.
Tudo.
29/05/2009
Ariovaldo
Cavarzan |
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Para
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