
Santuário de Fátima
O Altar-mor
apresenta vitrais com algumas das cenas das aparições e um
quadro
onde está representada a mensagem que Nossa Senhora transmitiu
aos pastorinhos. As
estátuas dos Apóstolos da Imaculada Coração de Maria estão
colocadas nos quatro
cantos da Basílica.
O simulo do Bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva,
encontra-se na
capela-mor. Os túmulos dos Pastorinhos Jacinta e Francisco Marto
encontram-se no lado
nascente. Notável ainda o monumental órgão, com cerca de 12 mil
tubos, com data de
1952. As colunas são decoradas com quadros onde é descrita a
via-sacra. Estas peças
foram feitas em cerâmica policromada. São sobrepujadas por
estátuas dos santos. Junto ao
corpo da Basílica situam-se as quatro estátuas dos santos
portugueses: Santo António,
São João de Deus, Beato Nuno e São João de Brito.
O local da Capela das Aparições, onde apareceu Nossa Senhora de
Fátima aos
Pastorinhos é o coração do Santuário. Um edifício simples onde
se guarda a imagem da
santa. Este foi o primeiro templo a ser construído na Cova da
Santa Iria e a ser usado
como local de oração.
Na última Aparição surgiu uma nascente de água no local onde
actualmente se
ergue o monumento em honra do Sagrado Coração de Jesus. Em seu
redor, há bicas de
água boa para beber. João Paulo II, no dia 13 de Maio de 1982,
inaugurou o Centro
Pastoral Papa Paulo VI. Este é um centro de congressos e estudos
marianos de grande
importância. Catorze capelinhas completam a via-sacra. Evocam a
Paixão do Senhor e
os percursos que as englobam tem início na rotunda de Santa
Teresa de Ourém. Depois
passa junto do monumento que, nos Valinhos, mostra o local onde
aconteceu a quarta
aparição (19 de Agosto de 1917).
O final da via é quando se chega ao Calvário, acima da Loca do
Anjo (neste local
tem os três pastorinhos recebendo a primeira e terceira aparição
do anjo, ainda durante a
Primavera e Outono do ano de 1916).
Ainda existem, e é possível visitar, as casas onde viveram os
três pastorinhos. Em
Aljustrel estas casas têm no seu interior os objectos de uso
doméstico, mobiliário e objectos
pessoais que serviram aos videntes: Lúcia, Francisco e Jacinta.
No quintal de Lúcia, o
Anjo, em 1916, fez a sua segunda aparição. Os “peregrinos podem
receber assistência,
caso tenham problemas, na Albergaria de Nossa Senhora das
Dores.”

Fátima e sua lenda
Dentro
do castelo, em seus aposentos, um sherife mouro falava à sua
bela filha
Fátima:... já é madrugada. Tu e as tuas servas, vão agora tentar
sair do castelo, pela porta
da traição. Depois se dirijam a Sevilha, onde tens de procurar a
casa do teu tio Marec, que
mora no Alcácer. Conta-lhe que teu pai morreu a defender este
castelo a também por Alá!
- Mas meu pai, eu não quero ir embora, quero ficar convosco!
Implorou-lhe a filha.
Mas o pai não concordou:
- Despacha-te, minha filha. Não vês que não tarda que o rei
cristão, D.Afonso
Henriques (o "Ibnerrik") está prestes a tomar o castelo?! ... e
que depois é impossível a tua
fuga...
- Vou cumprir o teu desejo. Que Alá te proteja, meu pai!
- E a ti também, minha bela filha!
- Um beijo, meu pai ...
Momentos depois, quatro jovens montadas a cavalo, partiram rumo
a Sevilha.
Perto do castelo de Alcácer do Sal, numa curva do caminho, um
jovem e belo cavaleiro da
Ordem dos Templários, estava entre um grupo de amigos, também
cavaleiros como ele, e o
jovem falava assim aos companheiros: '... Já meu pai era também
cavaleiro Templário.
Chamava-se Hermígio Gonçalves, e era conhecido pelo 'Lutador'...
- Curioso, o teu pai era conhecido por 'Lutador', e tu, Gonçalo
Hermígues, és
conhecido por 'Traga-Mouros!' Estes, só de pronunciarem o teu
nome, tremem dos pés à
cabeça - acrescentou um dos companheiros, que continuou: - Eu
não sabia que tinhas uma
ilustre descendência Templária...
Gonçalo Hermígues sorriu, encolheu os ombros e continuou a sua
história:
- Como ia a dizer, meu pai, o 'Lutador', morreu em 1139, na
Batalha de
Ourique, juntamente com Gonçalo Mendes da Maia, o 'Lidador', o
qual morreu com 95
anos, a combater os infiéis. Outro cavaleiro interrompeu, ao
dizer: -
Vamos falar em coisas mais alegres. Olha lá, 'Traga-Mouros',
além de bravo
guerreiro, também é poeta. Ora, canta lá um dos teus poemas.
Somos todos ouvidos -
concordaram os outros companheiros.
O jovem não se mostrou nada interessado naquilo que os
companheiros lhe
pediam: - sabe amigos, hoje não estou nada inspirado... –
Ponde-se de pé, alertou os
outros: Atenção! Escutem, que vem aí gente a cavalo - devem de
ser mouros, por isso
escondam-se depressa... Quem vem ai? Faça alto...
Momentos depois, apareceram quatro cavaleiros mouros... Saindo
dos seus
esconderijos, logo os cavaleiros cristãos cercaram os cavaleiros
mouros. Altivamente,
Gonçalo Hermigues perguntou ao grupo inimigo:
- Quem são vós, e para onde se dirigem? Respondam!
- Senhor cavaleiro cristão, sou Fátima e estas são minhas
servas...
Logo os companheiros exaltadamente se expressaram: -Trata-se de
quatro
mulheres, Gonçalo Hermígues! São quatro mulheres que nos caíram
do céu... São
verdadeiros achados!
Mas o jovem cavaleiro manteve a postura e, calmamente,
aconselhou os amigos: -
Fiquem de vigia, pois podem aparecer mais mouros e voltando-se
para as jovens, convidou-as:
- E vós, donzelas, acompanheis-me à presença do nosso Mestre.
Fátima venha aqui
para o meu lado!
- Às suas ordens, cavaleiro cristão! Respondeu-lhe altivamente a
bela jovem.
Ao iniciarem a marcha, todas as mouras clamaram: Que Alá esteja
conosco, que
Alá esteja conosco!
Naquela tarde abrasadora do mês de julho, encontravam-se ainda
nos campos de
Alcácer do Sal, o carcereiro e a prisioneira, ou seja, Gonçalo
Hermígues e a bela princesa
moura - a Fátima.
-Tens um lindo nome, Fátima. - Por acaso, sabe qual é a origem
dele? Perguntou-lhe
Gonçalo Hermígues.
– Sei. Fátima era filha de Maomé e esposa de Ali, o que, para
vós, cristãos, pouco
ou nada diz. Respondeu-lhe meigamente a jovem. Encarando a
princesa, o cavaleiro
cristão, comovidamente, disse-lhe: - Sabes, Fátima... Tu és tão
linda... Fica-me mal dizer-te
o que vou dizer, mas estou apaixonado por ti! Habituei-me à tua
companhia, doçura e
beleza. Quando nos separarmos, decerto, que irei sofrer muito!
Fátima corou e apelando
para sua coragem, meigamente respondeu-lhe:
- Eu também gosto muito de ti, Gonçalo Hermígues. Também te amo
muito, e
muito te aprecio. Mas tu és cristão e eu sou moura. Sinto-me tão
infeliz!
- Minha querida Fátima, renuncia à Lei da Mofona, e batiza-se
pela Lei de
Cristo. Pois assim podíamos casar, pois eu amo-te muito!
Implorou-lhe o jovem,
ajoelhando-se aos seus pés.
– Por amor a ti, tudo farei, meu querido Gonçalo Hermígues.
Respondeu-lhe
Fátima, apertando-lhe as mãos. Quero baptizar-me na tua
religião, pois quero ser tua
esposa.
- Serás a Oriana, a minha querida esposa Oriana. Depois, iremos
viver muito
felizes para as minhas terras de Ourém, junto onde repousa meu
pai.
Oriana morreu poucos anos depois, o que provocou tamanha dor em
Gonçalo
Hermígues, o 'Traga-Mouros', que renunciou ao Mundo, entrando
para o Mosteiro de
Císter, em Alcobaça.
Depois da Primeira Guerra Mundial que abalou a Europa entre 1914
e 1918, e
na qual Portugal tomou parte activa, passaram a repousar na sala
do capítulo, os restos
mortais de um Soldado Desconhecido.

Passagem por Batalha
Enquanto esperava o transporte, uma onda melancólica tentava
dominar minha alma e aos poucos eu ia lutando contra esse tipo
de
sentimento. Queria acreditar que tudo não passava de fantasia e
que a minha
vida estava em perfeita ordem. De nada adiantava este meu
querer, pois
estar do outro lado do Atlântico mexia mesmo comigo, fazendo o
meu
coração chorar de saudade e aflição. Amedrontada e sozinha, as
lágrimas
me vinham aos olhos. Embora tivesse consciência de que, ao meu
lado,
tinha um anjo amigo, para me ajudar nas horas de tempestade,
ainda receava
confiar inteiramente nesta tão singela criatura. O que não
deixava de ser
coerente! Ela falava pouco e era muito direta em seus dizeres,
isto me
causava certa estranheza e eu poderia perfeitamente está sendo
enganada!
Mas o que fazer, diante de tanta bondade? O único jeito era
manter os olhos
abertos e torcer para que tudo terminasse bem. Isso era uma
forma de evitar
surpresas desagradáveis. Reconheço a ajuda constante que
recebemos dos
amigos espirituais, mas era inaceitável que minha família
estivesse em
perigo, não dava para aceitar os avisos, recebidos em Fátima,
como sendo
uma verdade absoluta, mesmo porque eles não tinham sido bem
claros.
Seria muita falta de sorte que, em pouco tempo, fosse acontecer
algo de
"ruim" a ponto de desestruturar minha vida. Por alguns
instantes, fiquei
quietinha no banco, precisava de um ombro amigo.
A freirinha, sempre discreta e observadora, percebeu a confusão
em
que eu estava mergulhada. Daí, propositadamente, tocou novamente
em
meu braço, fazendo indicação para que eu olhasse um belíssimo
palácio que
ficava em cima de um morro. Se não me falha a memória, era o
palácio de
São Jorge. Alguns minutos depois, o Expresso parou e tratamos de
descer,
já estávamos em Leiria.

Sedução da Alma
O ser humano é gerado do sangue,
Da água...
E da Mulher
Nasce.
Brinca com a vida.
Briga com a morte.
Defende o direito
De ter liberdade.
A emoção transborda
Amor sublime,
Sorriso estampado
O rosto se ilumina
A alma seduzida se entrega,
Totalmente, a doce vida

Batalha
Batalha tem grandes tradições históricas. Fica situada na margem
esquerda do rio
Lena. Deve a origem do seu nome à construção do mosteiro de
Santa Maria da Vitória,
também conhecido pelo Mosteiro da Batalha, mandado erigir por D.
João l para
comemorar a vitória da Batalha de Aljubarrota.
Situada num vale rodeado por colinas de oliveiras e pinheiros, a
Batalha é um pólo
de atracção devido, essencialmente, ao seu Mosteiro justamente
considerado um dos mais
notáveis monumentos da Europa. Imponente, mistura do estilo
gótico e manuelino, é
motivo de especial realce o pórtico dos Doze Apóstolos, situado
na fachada exterior.
Na Batalha, entronca a via para o Santuário de Fátima, que fica
somente a 17
Km. O fenómeno de Fátima, é factor de desenvolvimento turístico
regional, deu ao
concelho, dinâmica nova na importante actividade turística,
alargando a época de procura
ao longo de todo o ano. Quem vem de Leiria, o Mosteiro da
Batalha surge de súbito, após
uma curva, como que afrontosamente afundado do lado esquerdo da
estrada.
Em torno do Mosteiro, e apesar das remodelações contestáveis,
feitas para criar
espaço de implantação de uma unidade hoteleira e de uma estátua
de localização
discutível, há ainda interessantes testemunhos da arquitectura
civil, nomeadamente da
centúria de Setecentos. São casas alpendradas, janelas de
guilhotina e aventais barrocos,
que surgem um pouco por todo o lado nesta pequena localidade
submergida pelo seu
Mosteiro.

Visita a Leiria
Em Leiria, apanhamos um táxi até a
casa da freirinha que ficava
próxima a Marinha Grande. A presença dela era muito agradável,
eu tinha
que agradecer a Deus. Parecia recíproco o sentimento de bem
estar. O fato
de ser uma pessoa enigmática, não impedia que ela fosse dócil e
amiga.
Tinha mesmo que confiar nela, nada fazia para que lhe
desabonasse. Era
final de tarde, quando chegamos à sua casa. Ela me autorizou a
utilizar o seu
computador, enquanto organizava a casa, alimentava seus pássaros
e regava
as plantinhas. Aproveitei para ler e responder alguns e-mails
dos inúmeros
que enchiam minha caixa de entrada. A freirinha me segredou que
não
costumava levar pessoas que não fossem da igreja, em sua morada
(casa),
muito menos emprestar seu computador: - “Mas tu és especial!"
Fiquei
surpresa e comovida ao ouvir tais palavras. A meu ver, existem
grandes
probabilidades de surgirem amizades entre pessoas que se
alimentam do
pão espiritual, deixado pelo Grande Mestre Jesus. Suponho que
podemos
firmar laços afetivos em qualquer lugar do mundo. Apenas
precisamos estar
abertos a estas amizades, desmistificando essa história que só
com o tempo
é que saberemos se uma determinada pessoa é ou não amiga da
gente. Neste
caso especifico, considero desnecessário convívio prolongado.
Por vezes,
acontecem fatos impossíveis de serem compreendidos pela
sabedoria
humana, cabendo a revelação, somente a Deus, que é sabedor de
todas as
coisas.
No decorrer do tempo, sentia-me calma como se estivesse sob
efeito
de medicamentos. De vez em quando, lembrava-me da mensagem
recebida
na mística Fátima e fazia alguns comentários, mas a irmã
desconversava
dizendo: - "Filha, acalme o seu coração, fique tranqüila e não
esqueça que
tudo ficará bem, com você e sua família. Apenas confie..."
A casa era modesta e muito fria, não tinha aquecedor ou ela
esquecera
de ligar. Vi pela janela, o "céu de fogo" para o lado do mar.
Era um lindo
pôr-do-sol. Cenário, para mim, inesquecível.
