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A Ordem
Militar dos Templários foi fundada em 1119
por
Hugues de Payns com o nome de “Pobres
Cavaleiros do Cristo”. No seu início,
dedicou-se à protecção dos peregrinos da
Terra Santa. Foi instalada pelo rei Balduíno
2º na parte meridional da localização do
Templo de Salomão, do qual acabou adquirindo
o nome. Sua confirmação foi feita pelo Papa
Inocêncio 2º, em 1139, e favoreceu o
extraordinário desenvolvimento de sua
riqueza. A Ordem tornou-se o banqueiro dos
papas e soberanos. Apesar disso, permaneceu
fundamentalmente uma ordem militar e
participou nas grandes batalhas na
Terra
Santa e, até mesmo em Espanha e em Portugal,
durante a reconquista do território aos
muçulmanos, e só se retraiu na França depois
da derrota de São João de Acre, em 1291.
Filipe 4º de França (o Belo), que cobiçava
as suas riquezas, decidiu derrubá-la. Em
Outubro de 1307, mandou prender e interrogarsob tortura 138 templários. O Papa Clemente
5º protestou e em Novembro de 1307, tentou
evocar a si o problema, e, depois voltou a
trás da sua decisão, entregando os
templários ao rei, que decidiu a supressão
da Ordem, em 1312. O processo dos
templários, iniciado em 1307, só terminou
com a condenação do seu Grão-Mestre, Jacques
de Molay, que foi queimado
vivo em 18 de Março de 1314. Os bens imóveis
dos templários foram doados à Ordem do
Hospital.
Após as
primeiras cruzadas organizadas pela Igreja
Católica para defender os lugares sagrados
da Palestina, santificada pela vida e paixão
de Jesus Cristo, em 1128 foi instituída a
Ordem dos Templários, um exército cristão
permanente.
A actividade bélica dos Templários lhes
trazia um prestígio financeiro jamais
alcançado por qualquer outra instituição
religiosa. Tais eram
as vitórias dos
Templários e o poderio de suas fortalezas,
que os príncipes, reis e particulares - em
sinal de agradecimento pela protecção que
deles recebiam - cumulavam-nos de dádivas e
oferendas valiosas e confiavam-lhes suas
fortunas. Com o tempo, os Templários
esqueceram os objectivos de sua instituição,
para preocuparem-se com empréstimos feitos
aos reis e países, com taxas de juros,
descontos e execuções de dívidas.
Em 1291, quando os muçulmanos conquistaram
São João d'Acre, última cidade cristã da
Terra Santa, após a queda de Jerusalém, os
Templários perderam prestígio. Se sua função
primordial consistia em proteger os
peregrinos na Terra Santa, que necessidade
havia de manter aquela poderosa e rica
organização?
A situação dos templários era muito
delicada. O Grão-Mestre da Ordem Templária,
Jacques de Molay, residia no Chipre (sua
base mais avançada) esperando a ocasião para
reconquistar a Terra Santa.
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Figuras e
Factos (Históricos) ligados aos Templários:
Filipe IV
de França
Felipe IV, conhecido como O Belo (Philippe
IV le Bel, em francês) (Fontainebleau, 1268
– Fontainebleau, 29 de Novembro de 1314) foi
rei da França de 1285 até a sua morte.
Integrante da dinastia capetiana, era filho
de Isabel de Aragão e Filipe III, O Ousado.
Casou-se com Joana de Navarra com quem teve
sete filhos. O epíteto O Belo deve-se a sua
extraordinária beleza, segundo relatos
contemporâneos.
Na política internacional, foi durante o seu
reinado que se iniciaram os conflitos que
provocaram a Guerra dos Cem Anos. Voltou-se
contra a Flandres e a Inglaterra, ocupando a
Flandres em 1300. Para financiar estas
guerras viu-se obrigado a recorrer a várias
desvalorizações entre 1290 e 1309. Também
confiscou os bens dos Lombardos em 1292 e
lançou alguns impostos sobre o clero, fato
que lhe causou conflitos com o papado.
Aconselhado por seus juristas, adoptou,
primeiro, uma política de independência em
relação à Santa Sé, opondo-se a Bonifácio
VIII. Durante o seu governo, aconteceu o
Cisma do Ocidente, com a transferência para Avignon da residência do Papa, procurando
colocar o Papado sob a dependência da
França. Teve inclusivamente um violento
conflito com o Papa Bonifácio VIII, a quem
mandou aprisionar, vindo a ser excomungado
por este várias vezes. A Santa Sé só se
reconciliou com a França após o advento de
Clemente V em 1305.
Desejando resolver graves dificuldades
financeiras, Filipe processou a Ordem dos
Cavaleiros Templários, com a esperança de
apoderar-se de suas riquezas. O processo
terminou em 1312, com a bula do Papa
francês, Clemente V, que extinguia a
referida ordem religiosa. Os chefes dos
templários foram mandados à fogueira, como o
Grão-Mestre Jacques de Molay. Criou os
Estados Gerais. Formou uma burocracia
especializada em leis além de anexar
territórios.
Filipe, o Belo, foi o primeiro soberano
moderno, enfrentando o poder temporal da
Igreja e o feudalismo.
Casado com
Joana de Navarra. Foi excomungado por
Bonifácio VIII, excomunhão que foi levantada
por Clemente V. Saiu a caçar com seu
camareiro, Hugo de Bouville; seu secretário
particular, Maillard e alguns familiares na
floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre
acompanhado de seu cães .Foram em busca de
um raro cervo de doze galhos visto perto ao
local. O rei acabou perdendo-se do grupo e
encontrou um camponês que livra-se de ser
servo. Deu-lhe sua trompa como presente por
tê-lo ajudado a localizar o cervo. Achando-o
e estando pronto a atacar-lhe, percebeu uma
cruz (dois galhos que se prenderam nos
chifres do cervo) que brilhava ( o verniz do
galho que reluzia ao sol). Começou a passar
mal, não consegui chamar ninguém, pois
estava desprovido de sua trompa. Sentiu um
estalo na cabeça e caiu do cavalo. Foi
achado por seus companheiros e levado de
volta ao palácio, repetindo sempre - "A
cruz, a cruz..."e sempre com muita sede.
Pediu como o Papa Clemente em seu leito de
morte, que fosse levado a sua cidade natal;
no caso do rei, Fontainebleau. O rei ficou
perdido no seu interior, parecendo um louco,
durante uns doze dias. Era dito aos que
perguntavam dele, que tinha caído do cavalo
e atacado por um cervo. Filipe foi levado a
fazer um novo testamento e foi instigado por
seus irmãos: Carlos de Valois e Luís
d'Evreux, a escrever o que eles queriam.
Logo após terminado, sempre com sede,
faleceu.
Diz-se que Irmão Reinaldo, Grande Inquisidor
de França, que acompanhou o rei em seus
últimos dias, não conseguiu fechar suas
pálpebras, que se abriam novamente. Foi
assim, em seu velório, necessária uma faixa
que cobrisse seus olhos.
Segundo os documentos e relatórios de
embaixadores de que se dispõe, Chega-se a
conclusão de Filipe, o Belo, sucumbiu a uma
apoplexia cerebral em uma zona não motora. A
afasia do início pode ter sido devido a uma
lesão na região da base do crânio ( região
infundíbo-tuberiana). Teve sua recaída
mortal por volta de 26 de Novembro.
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Jacques
DeMolay, segundo historiadores modernos,
nasceu em Vitrey na França, no ano de 1244.
Pouco se sabe de sua família ou sua primeira
infância, porém, em 1265, na idade de 21
anos, ele tornou-se membro da Ordem dos
Cavaleiros Templários onde participou
destemidamente de numerosas Cruzadas. Em
1298, aos 54 anos Jacques DeMolay foi eleito
Grão Mestre. DeMolay assumiu o cargo numa
época em que a situação para a Cristandade
no Oriente estava ruim. Os infiéis
sarracenos haviam conquistado os Cavaleiros
das Cruzadas e capturado a Antioquia,
Tripoli, Jerusalém e Acre. Restaram somente
os "Cavaleiros Templários" e os "Cavaleiros
Hospitalários" para confrontarem-se com os
sarracenos. Os Templários, com apenas uma
sombra de seu poder anterior, se
estabeleceram na Ilha de Chipre, com a
esperança de uma nova Cruzada. Porém, as
esperanças de obterem auxílio da Europa
foram em vão pois, após 200 anos, o espírito
das Cruzadas havia-se extinguido.
Os Templários foram fortemente
entrincheirados na Europa e Grã-Bretanha,
com suas grandes casas, suas ricas
propriedades, seus tesouros de ouro, embora
vivessem de maneira muito austera, quase
monástica. Foi a riqueza, o poder da Ordem,
que despertou os desejos de inimigos
poderosos e, finalmente, ocasionou sua
queda. Em 1305, Filipe IV da França,
conhecido como o Belo, então Rei de França,
falido por despesas em guerras e fausto da
Corte, procurou usurpar as propriedades da
Ordem. Em 14 de Setembro de 1307, Felipe
agiu. Ele emitiu regulamentos secretos para
aprisionar todos os Templários. A partir daí
começaram as perseguições contra Demolay e
seus companheiros, exactamente no dia 12 de
Outubro de 1307, quando Felipe, manda de
surpresa, prender Demolay e a cento e
quarenta cavaleiros encontrados em Paris.
DeMolay e centenas de outros Templários
foram presos e atirados em calabouços. Foi o
começo de anos de prisão para DeMolay e seus
cavaleiros. Felipe forçou o Papa Clemente a
apoiar a condenação da Ordem.
Finalmente, em 18 de Março de 1314, uma
comissão especial, que havia sido nomeada
pelo Papa, reuniu-se em Paris para
determinar o destino de DeMolay e três de
seus Preceptores na Ordem. Entre a evidência
que os comissários leram, encontrava-se uma
confissão forjada de Jacques DeMolay há seis
anos passados. A sentença dos juízes para os
quatro cavaleiros era prisão perpétua. Dois
dos cavaleiros aceitaram a sentença, mas
DeMolay não. Ele negou a antiga confissão
forjada, e Guy D'Avergnie ficou a seu lado.
De acordo com os costumes legais da época,
isso era uma retratação de confissão e
punida por morte. A comissão suspendeu a
secção até o dia seguinte, a fim de
deliberar. Felipe não quis adiar nada e,
ouvindo os resultados da Corte, ele ordenou
que os prisioneiros fossem queimados no
pelourinho naquela tarde.
Quando os sinos da Catedral de Notre Dame
tocavam ao anoitecer do dia 18 de Março de
1314, Jacques DeMolay e seu companheiro
foram queimados vivos no pelourinho, numa
pequena ilha do Rio Sena, chamada de Vert
Gallant (Cavaleiro Verde, em Francês).
Jacques DeMolay, com 70 anos, durante sua
morte na fogueira intimou aos seus dois
algozes, a comparecer diante do tribunal de
Deus, e amaldiçoando os descendentes do Rei
da França, Filipe "O belo". O papa Clemente
e Felipe morreram antes que o ano de 1314
findasse, cumprindo assim a praga de Jaques
DeMolay.
Momentos antes de sua morte ele recitou em
hebraico algumas palavras: "Nekan Adonai,
Chol Begoal" Traduzido: "Vingança Senhor,
Abominação a todos!"
O Wikiquote tem uma colecção de citações de
ou sobre: Jacques de Molay.Saudações,
Primeiramente gostaria de agradecê-los por
relatar tão próximas da verdade os fatos
marcantes da vida de do Grande Jacques
DeMolay. O contexto em si está bem formado,
porém existem alguns equívocos quanto
algumas datas e uma observação. Felipe, o
Belo, junto com o apoio do papa Clemente V,
ordenou a prisão de todos os líderes,
conhecidos como Grão-Mestres, porém só
existia um apenas, Jacques DeMolay. Com
isso, Jacques DeMolay e três de seus
preceptores, Guy D'Auvergnie, Godofredo de
Goneville e Hughes de Payraud no ano de 1304
foram presos sob acusações injustas pela
guarda Francesa comandada por Guilherme,
irmão de Felipe, o Belo. DeMolay passou dez
anos sofrendo torturas horríveis para
revelar os segredos de sua Ordem, entregar
suas riquezas ocultas e denunciar todos os
seus Irmãos. por essas persistências e por
ter enfrentado e desprezado o poder da
Inquisição, e do Rei, Jacques DeMolay e Guy
D'Avergnie foram barbaramente queimados
vivos na tarde do da 18 de Março de 1314.
Atenciosamente, Ir.: Thomas Stavinsky
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Papa
Clemente V
nascido Bertrand de Gouth (1264
- 20 de Abril de 1314) foi Papa entre Junho
de 1305 e 1314. Eleito após um longo
conclave realizado em Perugia, onde se
defrontaram os interesses dos cardeais
italianos e franceses.
Foi Clemente V que na sexta-feira, 13 de
Outubro de 1307 (facto pelo qual ainda hoje
se intitula sexta-feira 13 como dia de
azar), autorizou a França a atacar de
surpresa os Templários e obrigá-los a fazer
confissões de praticarem actos heréticos.
Hoje crê-se que a motivação real foi
política e económica, cedendo à pressão do
rei Filipe IV de França que via os
Templários como uma força não controlada que
lhe poderia causar incómodos diversos.
O seu pontificado fica também marcado pela
mudança da Santa Sé de Roma para Avinhão em
1309, justificado pelos tumultos existentes
em Itália. Avinhão não era então território
francês, mas um feudo do rei da Sicília.
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Papa
Bonifácio VIII
nascido Benedicto Caetani
(1235 - 11 de Outubro de 1304), foi Papa de
24 de Dezembro de 1294 até à data da sua
morte. Desempenhou missões em França antes
da eleição, ocorrida após a resignação do
Papa Celestino V. Um dos seus primeiros
actos foi mesmo colocar o antecessor na
prisão. Procurou enquanto Papa manter a
supremacia temporal da Santa Sé em oposição
a Filipe, o Belo. Para protestar contra os
abusos deste em matéria fiscal, publicou a
bula Clericis laicos em 24 de Fevereiro de
1296, na qual proíbe o lançamento de
impostos sobre a Igreja sem prévio acordo de
Roma. O rei respondeu proibindo a exportação
de dinheiro francês para os Estados
Pontifícios. A questão termina com a bula
Etsi de statu (31 de Julho de 1297) em que
apenas se exige o apoio prévio dos bispos
franceses. No jubileu de 1300 grande
quantidade de peregrinos afluiu a Roma.
Encorajado por isso, Bonifácio VIII recomeça
as hostilidades contra o rei de França,
protestando contra a violação da imunidade
judiciária do clero e convoca os bispos
franceses para um concílio. Afirma o
princípio da supremacia temporal do Papa na
bula Unam sanctam (18 de Novembro de 1302).
O enviado do rei francês insulta e prende o
Papa em Roma, intimando-o a resignar, mas só
tem a resposta “antes morrer”. Bonifácio
VIII é libertado pelos seus fiéis três dias
depois, morrendo no mês seguinte.
Dante retratou na Divina Comédia Bonifácio
VIII: embora ainda vivo à data do texto,
estava destinado ao Inferno—especificamente
ao Oitavo Círculo, num poço especial
reservado aos Papas culpados de simonia.
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Pobres
Cavaleiros de Cristo
No início de 1100, Hugo de Paynes e mais
oito cavaleiros franceses, movidos pelo
espírito de aventura tão comum aos nobres
que buscavam nas Cruzadas, nos combates aos
"infiéis" muçulmanos a glória dos actos de
bravura e consagração, viajaram à Palestina.
Eram os Soldados do Cristianismo, disputando
a golpes de espada as relíquias sagradas que
os fanáticos retinham e profanavam. Balduíno
II reinava em Jerusalém, os acolheu, e lhes
destinou um velho palácio junto ao planalto
do Monte Moriah, onde as ruínas compostas de
blocos de mármore e de granito, indicavam as
ruínas de um Grande Templo.
Seriam as ruínas do GRANDE TEMPLO DE
SALOMÃO, o mais famoso santuário do XI
século antes de Cristo em que o génio
artístico dos fenícios se revelava.
Destruído pelos caldeus, reconstruído por
Zorobabel e ampliado por Herodes em 18 antes
de Cristo. Arrasado novamente pelas legiões
romanas chefiadas por Tito, na tomada de
Jerusalém. Foi neste Templo que se originou
a tragédia de Hiran?, cuja lenda a Maçonaria
incorporou. Exteriormente, antes da
destruição pelos romanos no ano 70 de nossa
era, o Templo era circundado por dois
extensos corredores excêntricos, ocupando um
gigantesco quadrilátero em direcção ao
Nascente, a esquerda ficava o átrio dos
Gentios e à direita o dos Israelitas, além
das estâncias reservadas às mulheres, e aos
magos sacerdotes, a que se seguia o
Santuário propriamente dito, tendo ao centro
o Altar dos Holocaustos.
Os "Pobres Cavaleiros de Cristo" atraídos
pela inspiração divina e sensação do
mistério que pairava sobre estas ruínas,
passaram a explora-las, não tardou para que
descobrissem a entrada secreta que conduzia
ao labirinto subterrâneo só conhecido pelos
iniciados nos mistérios da Cabala. Entraram
numa extensa galeria que os conduziu até
junto de uma porta chapeada de ouro por
detrás da qual poderia estar o que durante
dois milénios se constituíra no maior
Segredo da Humanidade. Uma inscrição em
caracteres hebraicos prevenia os profanos
contra os impulsos da ousadia: SE É A MERA
CURIOSIDADE QUE AQUI TE CONDUZ, DESISTE E
VOLTA; SE PERSISTIRES EM CONHECER O MISTÉRIO
DA EXISTÊNCIA, FAZ O TEU TESTAMENTO E
DESPEDE-TE DO MUNDO DOS VIVOS.
Os "infiéis do Crescente" eram seres vivos e
contra eles, Os Templários, com a cruz e a
espada realizavam prodígios de valentia. Ali
dentro, porém, não era a vida que palpitava,
e sim os aspectos da Morte, talvez deuses
sanguinários ou potestades desconhecidos
contra as quais a força humana era
impotente, isto os fez estremecer. Hugo de
Paynes, afoito, bateu com o punho da espada
na porta e bradou em alta voz: - EM NOME DE
CRISTO, ABRI!! E o eco das suas palavras se
fez ouvir: EM NOME DE CRISTO...enquanto a
enorme porta começou abrir, ninguém a estava
abrindo, era como se um ser invisível a
estivesse movendo e se escancarou aos olhos
vidrados dos cavaleiros um gigantesco
recinto ornado de estranhas figuras, umas
delicadas e outras, aos seus olhos
monstruosas, tendo ao Nascente um grande
trono recamado de sedas e por cima um
triângulo equilátero em cujo centro em
letras hebraicas marcadas a fogo se lia o
TETRAGRAMA YOD.
Junto aos degraus do trono e sobre um altar
de alabastro, estava a "LEI" cuja cópia,
séculos mais tarde, um Cavaleiro Templário
em Portugal, devia revelar à hora da morte,
no momento preciso em que na Borgonha e na
Toscana se descobriam os cofres contendo os
documentos secretos que "comprovavam" a
heresia dos Templários. A "Lei Sagrada" era
a verdade de Jahveh transmitida ao patriarca
Abraão. A par da Verdade divina vinha depois
a revelação Teosófica e Teogâmica a KABBALAH.
Extasiados diante da majestade severa dos
símbolos, os nove cavaleiros, futuros
Templários, ajoelharam e elevaram os olhos
ao alto. Na sua frente, o grande Triângulo,
tendo ao centro a inicial do princípio
gerador, espírito animador de todas as
coisas e símbolo da regeneração humana,
parece convidá-los à reflexão sobre o
significado profundo que irradia dos seus
ângulos. Ele é o emblema da Força Criadora e
da Matéria Cósmica. É a Tríade que
representa a Alma Solar, a Alma do Mundo e a
Vida. é a Unidade Perfeita. Um raio de Luz
intensa ilumina então àqueles espíritos
obcecados pela ideia da luta, devotados à
supressão da vida de seres humanos que não
comungassem com os mesmos princípios
religiosos que os levou à Terra Santa. Ali
estão representadas as Trinta e Duas Vidas
da Sabedoria que a Kabbalah
exprime em
fórmulas herméticas, e que a Sepher Jetzira
propõe ao entendimento humano. Simbolizando
o Absoluto, o Triângulo representa o
Infinito, Corpo, Alma, e Espírito. Fogo Luz
e Vida. Uma nova concepção que pouco a pouco
dilui e destrói a teoria exclusivista da
discriminação das divindades se apossa
daqueles espíritos até então mergulhados em
ódios e rancores religiosos e os conclama à
Tolerância, ao Amor e a Fraternidade entre
todos os seres humanos.
A Teosofia da Kabbalah exposta sobre o Altar
de alabastro onde os iniciados prestavam
juramento dá aos Pobres Cavaleiros de Cristo
a chave interpretativa das figuras que
adornam as paredes do Templo. Na mudez
estática daqueles símbolos há uma alma que
palpita e convida ao recolhimento. Abalados
na sua crença de um Deus feroz e
sanguinário, os futuros Templários
entreolham-se e perguntam-se: SE TODOS OS
SERES HUMANOS PROVÊM DE DEUS QUE OS FEZ À
SUA IMAGEM E SEMELHANÇA, COMO COMPREENDER
QUE OS HOMENS SE MATEM MUTUAMENTE EM NOME DE
VÁRIOS DEUSES? COM QUEM ESTÁ A VERDADE?
Entre as figuras, uma em especial chamara a
atenção de Hugo de Paynes e de seus oito
companheiros. Na testa ampla, um facho
luminoso parecia irradiar inteligência; e no
peito uma cruz sangrando acariciava no
cruzamento dos braços uma Rosa. A cruz era o
símbolo da imortalidade; a rosa o símbolo do
princípio feminino. A reunião dos dois
símbolos era a ideia da Criação. E foi essa
figura monstruosa, e atraente que os nove
cavaleiros elegeram para emblema de suas
futuras cruzadas. Quando em 1128 se
apresentou ante o Concílio de Troyes, Hugo
de Paynes, primeiro Grão-Mestre da Ordem dos
Cavaleiros do Templo, já a concepção dos
Templários acerca da ideia de Deus não era
muito católica.
A divisa inscrita no estandarte negro da
Ordem "Non nobis, Domine, sed nomini tuo ad
Gloria" não era uma sujeição à Igreja mas
uma referência a inicial que no centro do
Triângulo simbolizava a unidade perfeita:
YOD. Cavaleiros francos, normandos,
germânicos, portugueses e italianos acudiram
a engrossar as fileiras da Ordem que dentro
em pouco se convertia na mais poderosa Ordem
do século XII. Mas a Ordem tornara-se tão
opulenta de riquezas, tão influente nos
domínios da cristandade que o Rei de França
Felipe o Belo decretou ao Papa para expedir
uma Bula confiscando todas suas riquezas e
enviar seus Cavaleiros para as "Santas"
fogueiras da Inquisição. Felipe estava
atento. E não o preocupava as interpretações
heréticas, o gnosticismo. Não foram
portanto, a mistagogia que geraram a cólera
do Rei de França e deram causa ao monstruoso
processo contra os Templários.
Foi a rapacidade de um monarca falido para
quem a religião era um meio e a riqueza um
fim. Malograda a posse da Palestina pelos
Cruzados, pelo retraimento da Europa Cristã
e pela supremacia dos turcos muçulmanos, os
Templários regressam ao Ocidente aureolados
pela glória obtidas nas batalhas de Ascalão,
Tiberíade e Mansorah. Essas batalhas, se não
consolidaram o domínio dos Cristãos na Terra
Santa, provocaram, contudo, a admiração das
aguerridas hostes do Islão (muçulmanos),
influindo sobre a moral dos Mouros que
ocupavam parte da Espanha. Iniciam entre os
Templários o culto de um gnosticismo
eclético que admite e harmoniza os
princípios de várias religiões, conciliando
o politeísmo em sua essência com os
mistérios mais profundos do cristianismo.
São instituídas regras iniciáticas que se
estendem por sete graus, que vieram a ser
adoptados pela Franco Maçonaria Universal
(três elementares, três filosóficos e um
cabalístico), denominados "Adepto",
"Companheiro", "Mestre Perfeito", "Cavaleiro
da Cruz", "Intendente da Caverna Sagrada",
"Cavaleiro do Oriente"e "Grande Pontífice da
Montanha Sagrada".
A Caverna Sagrada era o lugar Santo onde se
reuniam os cavaleiros iniciados. Tinha a
forma de um quadrilátero (quadrado)
perfeito. O ORIENTE representava a
Primavera, o Ar, Infância e a Madrugada. O
MEIO DIA (Sul), o Estio, o Fogo e a Idade
adulta. O OCIDENTE, o Outono, a Água, o
Anoitecer. O NORTE, a Terra, o Inverno, a
Noite. Eram as quatro fases da existência. O
Fogo no MEIO DIA simbolizava a verdadeira
iniciação, a regeneração, a renovação, a
chama que consumia todas as misérias humanas
e das cinzas, purificadas, retirava uma nova
matéria isenta de impurezas e imperfeições.
No ORIENTE, o Ar da Madrugada vivificando a
nova matéria, dava-lhe o clima da Primavera
em que a Natureza desabrochava em florações
luxuriantes, magníficas acariciando a
Infância. Vinha depois o OUTONO, o
Anoitecer, o amortecer da vida, a que a Água
no OCIDENTE alimentava os últimos vestígios
desta existência. O NORTE, marca o ocaso da
Vida. A Terra varrida pelas tempestades e
cobertas pela neve que desolam e que matam,
é o Inverno que imobiliza, que entorpece e
que conduz à Noite caliginosa e fria a que
não resiste a debilidade física, a que
sucumbe a fragilidade humana.
E é no contraste entre o Norte e o Meio Dia
que os Templários baseiam o seu esoterismo,
alertando os iniciados da existência de uma
segunda vida. Nada se perde: Tudo se
Transforma. ...Vai ser iniciado um
"Cavaleiro da Cruz". O Grande Pontífice da
Montanha Sagrada empunha a Espada da
Sabedoria, e toma lugar no Oriente. Ao
centro do Templo, um pedestal que se eleva
por três degraus, está a grande estátua de
Baphomet, símbolo da reunião de todas as
forças e de todos os princípios (Masculino e
Feminino, A Luz e as Trevas, etc...) como no
Livro da Criação, a Sepher-Jetzira Livro mor
da Cabala. No peito amplo da estranha e
colossal figura, a Cruz, sangrando, imprime
à Rosa Branca um róseo alaranjado que pouco
a pouco toma a cor de sangue. É a vida que
brota da união dos princípios opostos.
Por cima da Cruz, a letra "G". O iniciado,
Mestre Perfeito, já conhece muito bem o
significado dessa letra que na mudez
relativa desafia a que a interpretação na
sua nova posição, junto ao Tríplice Falus,
na sua junção com a Rosa-Cruz mística. "A
Catequese Cristã é apenas, como o leite
materno, uma primeira alimentação da Alma; o
sólido banquete é a Contemplação dos
Iniciados, carne e sangue do Verbo, a
compreensão do Poder e da Quintessência
divina." "O Gnóstico é a Verdadeira
Iniciação; e a Gnose é a firme compreensão
da Verdade Universal que, por meio de razões
invariáveis nos leva ao conhecimento da
Causa..." "Não é a Fé, mas sim a Fé unida as
Ciências, a que sabe discernir a verdadeira
da falsa doutrina. Fiéis são os que apenas
literalmente crêem nas escrituras. Gnósticos,
são os que, profundando-lhes o sentido
interior, conhecem a verdade inteira." "Só o
Gnóstico é por essência, piedoso." "O homem
não adquire a verdadeira sabedoria senão
quando escuta os conselhos duma voz
profética que lhe revela a maneira porque
foi, é, e será tudo quanto existe." O
Gnosticismo dos Templários é uma nova
mística que ilumina os Evangelhos e os
interpreta à Luz da Razão Humana.
...O Mestre Perfeito entra de olhos
vendados, até chegar ao pedestal de Baphomet.
Ajoelha e faz sua prece: "Grande Arquitecto
do Universo Infinito, que lês em nossos
corações, que conheces os nossos pensamentos
mais íntimos, que nos dá o livre arbítrio
para que escolhamos entre a estrada da Luz e
das Trevas." "Recebe a minha prece e ilumina
a minha alma para que não caia no erro, para
que não desagrade à vossa soberana vontade"
"Guiai-me pelo caminho da Virtude e fazei de
mim um ser útil à Humanidade". Acabada a
prece, o candidato levanta-se e aguarda as
provas rituais que hão de conduzi-lo a meta
da Verdade. ...O GRANDE PONTÍFICE TEMPLÁRIO
interroga o candidato a "Cavaleiro da
Cruz"em tom afectivo e paternal: "Meu Irmão,
a nossa Ordem nasceu e cresceu para corrigir
toda espécie de imperfeição humana". "A
nossa consciência é que é o juiz das nossas
acções. A ignorância é o verdadeiro pecado.
O inferno é uma hipótese, o céu uma
esperança". "Chegou o momento de trocarmos
as arma homicidas pelos instrumentos da Paz
entre os Homens.
A missão do Cavaleiro da Cruz é amar ao
próximo como a si mesmo. As guerras de
religião são monstruosidades causadas pela
ignorância, geradas pelo fanatismo. As
energias activas devemos orientá-las no
sentido do Amor e da Beleza; mas não se
edifica uma obra de linhas esbeltas sem um
sentimento estético apolítico que só se
adquire pelo estudo que conduz ao
aperfeiçoamento moral e espiritual". "O
homem precisa Crer em algo. Os primitivos
cultuavam os Manes. Os Manes eram as almas
humanas desprendidas pela morte da matéria e
que continuavam em uma nova vida". "Onde
iriam os primitivos beber a ideia da alma?
Respondei-me, se sois um Mestre Perfeito
Templário". "- Nos fenómenos psíquicos que
propiciam aparições, nas ilações tiradas dos
sonhos, e na percepção". "-Acreditais que os
mortos se podem manifestar aos vivos?" "-
Sim. Acredito que a Alma liberta do
invólucro físico sobe a um plano superior,
se sublima, e volve ao mundo para rever os
que lhe são simpáticos, segundo a lei das
afinidades". "- Acreditais na ressurreição
física de Cristo?" "- Não." "- Acreditais na
Metempsicose (Lei de Transmigração das
Almas)?" "- Sim. A semelhança das acções,
dos sentimentos, dos gestos e das atitudes
que podemos observar em determinados seres
não resultam apenas da educação mas da
transmigração das almas. Essa transmigração
não se opera em razão hereditária". "-
Acreditai que a morte legal absolve o
assassino? Que o Soldado não é responsável
pelo sangue que derrama"? "- Não acredito".
" - Atentai agora nas palavras do Cavaleiro
do Ocidente que vos dirá os sentidos que
imprimimos no ao Grau de Cavaleiro da Cruz".
"A Ordem do Templo criou uma doutrina e
adquiriu uma noção da moral humana que nem
sempre se harmoniza com as concepções
teológicas cristãs apresentadas como
verdades indiscutíveis.
Por isso nos encontramos aqui, em carácter
secreto, para nos concentrarmos nos estudos
transcendentes por meio do qual chegaremos à
Verdadeira Harmonia." "As boas obras
dependem das boas inclinações da vontade que
nos pode conduzir à realização das boas
acções. A intuição é que leva os homens a
empreender as boas acções. Quando o Grande
Pontífice vos falou do culto dos primitivos,
ele definiu a existência de uma intuição
comum a todos os seres humanos." "Assim como
por detrás das crenças dos Atlantes havia a
intuição que indicava a existência de um Ser
Supremo, o Grande Arquitecto responsável
pela construção do Universo, também existia
nesses povos um sentimento inato do Bem e do
Belo, e um instinto de justiça que era a
base de sua Moral." "A Ciência nos deu meios
de podermos aperfeiçoar a Moral dos antigos,
mas a inteligência nos diz que além da
Ciência existe a Harmonia Divina". "Das
acções humanas, segundo Platão, deverá o
homem passar à Sabedoria para lhe contemplar
a Beleza; e, lançado nesse oceano, procriará
com uma inesgotável fecundidade as melhores
ideias filosóficas, até que forte e firme
seu espírito, por esta sublime contemplação,
não percebe mais do que uma ciência: a do
Belo". Estavam findas as provas de
iniciação.
O iniciado dirigia-se então para o Altar dos
Holocaustos, onde o Sacrificador lhe imprime
a Fogo, sobre o coração, o emblema dos
Cavaleiro do Templo. ...Foi nessa
intervenção indómita de Roma que influiu
poderosamente para que a "Divina Comédia" de
Dante Alighieri fosse o que realmente é -
uma alegoria metafísico-esotérica onde se
retratam as provas iniciáticas dos
Templários em relação à imortalidade. Na
DIVINA COMÉDIA cada Céu representa um Grau
de iniciação Templário. Em contraste com o
Inferno, que significa o mundo profano, o
verdadeiro Purgatório onde devem lapidar-se
as imperfeições humanas, vem o Último Céu a
que só ascendem os espíritos não maculados
pela maldade, isentos de paixões mesquinhas,
dedicados à obra do Amor, da Beleza e da
Bondade. É lá o zénite da Inteligência e do
Amor. A doutrina Iniciática da Ordem do
Templo compreende a síntese de todas as
tradições iniciáticas, gnósticas,
pitagóricas, árabes, hindus, cabires, onde
perpassam, numa visão Cosmorâmica todos os
símbolos dos Grandes e Pequenos mistérios e
das Ciências Herméticas: A Cruz e a Rosa, o
Ovo e a Águia, as Artes e as Ciências,
sobretudo a Cruz, que para os Templários,
assim como para os Maçons seus verdadeiros
sucessores, era o símbolo da redenção
humana. Dante Alighieri e sua Grande Obra: A
Divina Comédia, foi o cronista literário da
Ordem dos Cavaleiros do Templo. Os
Templários receberam da Ordem do Santo Graal
o esquema iniciático e a base esotérica que
serviu de base para seu sistema gnóstico.
Pois o que era a Cavalaria Oculta de Santo
Graal senão um sistema legitimamente
Maçónico ainda mal definido, mas já adaptado
aos princípios da Universalização da
Fraternidade Humana? O Santo Graal
significava a taça de que serviu Jesus
Cristo na ceia com os discípulos, e na qual
José de Arimathéa teria aparado o sangue que
jorrava da ferida de Cristo produzida pela
lança do centurião romano. Era a Taça
Sagrada que figurava em todas as cerimónias
iniciáticas das antigas Ordens de Cavaleiros
que possuíam graus e símbolos misteriosos, e
que a Maçonaria moderna incorporou em seus
ritos, por ser fatal aos perjuros.
Os Templários adoptavam-na na iniciação dos
Adeptos e dos Cavaleiros do Oriente, mas ela
já aparece nas lendas do Rei Arthur, nos
romances dos Cavaleiros da Távola Redonda,
que eram de origem céltica, e que a própria
Igreja Católica a introduziu no ritual do
cálice que serve no sacrifício da missa. No
Grau de Cavaleiro do Oriente, os Templários
figuram um herói: Titurel, Cavaleiro da
Távola Redonda, que desejando construir um
Templo onde depositar o Cálice Sagrado,
encarregara da construção o profeta Merlin,
que idealizou um labirinto composto de doze
salas ligadas por um sistema de corredores
que se cruzavam e recruzavam, como no
labirinto de Creta onde o Rei Minos escondia
o Minotauro(Mit.Grega).
O Postulante Templário tinha de entrar em
todas as salas, uma só vez, para receber a
palavra de passe, e só no fim dessa viagem
podia ascender ao grau que buscava. Mas se
em Creta, Theseu tivera o fio de ouro de
Ariadne, para chegar ao Minotauro, no Templo
dos Cavaleiros do Oriente, o candidato
apenas podia se orientar por uma chave
criptográfica composta de oitenta e uma
combinações (9x9) o que demandava muito
esforço de raciocínio e profundos
conhecimentos em matemática. A Ciência dos
Números tinha para os Templários um
significado profundo.
Os Grandes Iniciados, comos os Filósofos do
Oriente, descobriram os mais íntimos
segredos da natureza por meio dos números,
que consideravam agradáveis aos Deuses. Mas
tinha grande aversão aos números pares. O
Grande Alquimista Paracelso dizia que os
números continham a razão de todas as
coisas. Eles estavam na voz, na Alma, na
razão, nas proporções e nas coisas divinas.
A Ordem dos Cavaleiros do Templo, cultuava a
Ciência dos Números no Grau de Cavaleiro do
Oriente, ensinando que a Filosofia Hermética
contava com TRÊS mundos: o elementar, o
celeste e o intelectual. Que no Universo
havia o espaço, a matéria e o movimento. Que
a medida do tempo era o passado, o presente
e o futuro; e que a natureza dispunha de
três reinos: animal, vegetal e mineral; que
o homem dispunha de três poderes harmónicos:
o génio, a memória e a vontade. Que o
Universo operava sobre a eternidade e a
imensidade movida pela omnipotência. A sua
concepção em relação à Deus, o Grande
Arquitecto do Universo, era Sabedoria, Força
e Beleza.
A Maçonaria criou uma expressão própria para
os Altos Graus: Sabedoria, Estabilidade e
Poder. Tudo isto provinha do Santo Graal, a
que os Templários juntavam que, em política,
a grandeza e a duração e a prosperidade das
nações se baseavam em três pontos
primordiais: Justiça dos Governos, Sabedoria
das Leis e Pureza dos Costumes. Era nisso
que consistia a arte de governar os povos.
As oitenta e uma combinações que levavam o
candidato ao Templo de Cavaleiro do Oriente
tinha por base o sagrado numero Três,
sagrado em todas as corporações de carácter
iniciático.
O Triângulo encontrado no Templo de Salomão
era uma figura geométrica constituída pela
junção de Três linhas e a letra YOD no
centro significava a sua origem divina.
Todas as grandes religiões também têm como
número sagrado o Três. A Católica,
exprimindo-o nas pessoas da Santíssima
Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) nos
dias que Cristo passou no sepulcro, nos Reis
Magos, e nas vezes que São Pedro negou o
mestre. Nos Grandes Mistérios Egípcios,
temos a Grande Trindade formada por Ísis,
Osíris e Hórus. Entre os Hindus temos a
Trimurti, constituída de Brahama, Shiva e
Vishnu personificando a Criação, a
Conservação e a Destruição. Em todas elas,
como no racionalismo, nós encontramos como
elementos vitais a Terra, a Água e o Sol.
Foi, portanto, baseada nas grandes Religiões
e no Gnosticismo dos Templários, que por sua
vez se inspirou no da Cavalaria Oculta do
Santo Graal, que a Maçonaria adoptou como
símbolo numerológico de vários graus o
número três, que se vai se multiplicando na
vida maçónica dos iniciados até a conquista
da Sabedoria, da Força e da Beleza. ...Os
Graus na Ordem do Templo eram Sete, como o é
na Maçonaria Moderna Universal. Este número
era também, junto com o Três, extremamente
sagrado para os antigos. Era considerado o
Número dos Números. Ele representava os Sete
Génios que assistiam o Grande Mitra, Deus
dos Persas, e figurava igualmente os Sete
pilotos de Osíris. Os Egípcios o
consideravam o símbolo da Vida. Haviam Sete
Planetas e são Sete as fases da Lua. Sete
foram os casais encerrados na arca de Noé,
que parou sete meses depois do dilúvio, e a
pomba enviada por Noé só recolheu depois de
sete dias de ausência. Foram sete as pragas
que assolaram o Egipto e o povo hebraico
chorou sete dias a morte de Jacob, a quem
Esaú saudara por sete vezes. A Igreja
Católica reconhece Sete pecados capitais e
instituiu os sete sacramentos. Para os
muçulmanos existem sete céus. Deus descansou
ao sétimo dia da criação. Sete eram as
Ciências que os Templários transmitiam nos
sete graus iniciáticos: A Gramática, a
Retórica, a Lógica, a Aritmética, a
Geometria , a Música e a Astronomia. Sete
eram também os Sábios da Grécia. Apollo
nasceu no dia sete do mes sete e sete era
seu número sagrado. ... Harmonizando todas
as Doutrinas, os Templários fugiam ao
sentido fúnebre e superficial do catolicismo
para se refugiarem em outros mistérios que
entoavam Hinos à Vida.
O argumento para a iniciação dos Intendentes
da Caverna Sagrada foram buscá-lo à velha
Frígia , Grécia, aos Mistérios dos Sabázios.
Para os Gregos, Demeter (ou Ceres para os
romanos) deu à luz a Perséfone, a quem Zeus
(ou Júpiter) viola, e para isso se
transforma em serpente. O Deus, atravessando
o seio é a fórmula usada nos mistérios dos
Sabázios: assim se chama a serpente que
escorrega entre os vestígios dos iniciados
como para lembrar a impudicícia de Zeus.
Perséfone dá a Luz a um filho com face de
touro. O culto dos Sabázios que servia de
tema às iniciações Templárias de Quinto
Grau, impressionara o génio grego mas era um
intruso em sua religião, e contra ele se
levantaram Aristóphanes e Plutarco. Era um
Culto Orgíaco, mas não era disso que se
queixavam os gregos, que também tinham o
culto de Cybele e arvoravam em divindades as
suas formosas hetairas (prostitutas sagradas
do Templo) como o demonstra no túmulo da
hetaira Tryphera: "Aqui jaz o corpo delicado
de Tryphera, pequena borboleta, flor das
voluptuosas hetairas, que brilhava no
santuário de Cybele, e nas suas festas
ruidosas, suas falas e gestos eram cheios de
encantos" A iniciação dos Intendentes da
Caverna Sagrada realizava-se no mês de Maio,
o mês das flores, com o Templo dedicado à
natureza, porque o Quinto Grau de Iniciação
Templária era um hino à renovação periódica
da vida, dentro do Princípio Alquímico que
admitia a Transmutação das substâncias e a
renovação das células por um sistema
circular periódico, vivificante, em que tudo
volta ao ponto de partida, OUROBOROS.
O Grande Pontífice da Montanha Sagrada
encarnava o papel do Sabázio, o Deus Frígio
que figurava as forças da natureza e as
movia no sentido da renovação e da
regeneração humana. A seus pés, de aspecto
ameaçador estava a Serpente Sagrada, símbolo
da regeneração e renovação pela mudança
periódica de pele. À esquerda, coroada de
flores e folhas verdes, cabelos soltos
saindo de um emblema de estrelas, tendo ao
peito nu, uma trança de papoilas, símbolo da
fecundidade, nas orelhas brincos de três
rubis e no braço esquerdo arqueado, o crivo
místico das festividades de Elêusis, que
três serpentes aladas acariciavam, a Grande
Estátua de Deméter, personificação da Terra,
e das forças produtoras da natureza. À
direita, envergando uma cumprida túnica,
severa e majestosa, Hera(ou Juno) a
imponente Deusa do Olimpo, Esposa de Zeus,
estende aos postulantes a taça do vinho
celeste que contém em si o espírito da força
indomável do sado com a reflexão e com a
temperança. As provas, neste Grau,
dirigiam-se no sentido da imortalidade da
alma, e também no rejuvenescimento físico.
Deméter estendia a sua graça sobre o género
humano para que os iniciados compreendessem
que as forças da natureza reuniam a própria
essência da Divindade.
Eram elas que impulsionavam a vida, que
renovavam as substâncias nos ciclos mais
críticos e que podiam levar o homem à
Imortalidade. Hera velava do Olimpo e
Sabázio conduzia o fogo sagrado. Apenas os
profundamente convictos, isentos de dúvidas
e fortes em sua crença de que acima da
natureza só existia a própria natureza
evoluída é que recebiam a consagração da
investidura do Grau. "A natureza mortal
procura o quanto pode para se tornar
imortal. Não há, porém, outro processo senão
o do renascimento que substitui um novo
indivíduo a um indivíduo acabado." "Com
efeito, apesar de dizer do homem que vive do
nascimento até a morte, e que é o mesmo
durante a vida , a verdade é que não o é,
nem se conserva no mesmo estado, nem o
compõe a mesma matéria." "Morre e nasce sem
cessar, nos cabelos, na carne, nos ossos, no
sangue, numa palavra: em todo seu corpo e
ainda em sua alma." "Hábitos, opiniões,
costumes, desejos, prazeres, jamais se
conservam os mesmos. Nascem e morrem
continuamente." "Assim se conservam os seres
mortais.
Não são constantemente os mesmos, comos os
seres divinos e imortais. E aquele que
acaba, deixa em seu lugar um outro
semelhante." "Todos os mortais participam da
imortalidade, no corpo e em tudo o mais.
Gentilmente cedido pelo irmão PAULO (BENELLI)
«»
Ponsard de
Gizy, um dos Templários, narrou que antes de
ser interrogado permaneceu três meses dentro
de um fosso, com as mãos amarradas às
costas, sem possibilidade de qualquer
movimento.
Outro torturado disse que ao ver cinquenta
membros da Ordem serem queimados vivos,
confessou tudo quanto lhe exigiam. '' Se me
acusassem de ter sido o assassino de Cristo,
eu confessaria esse crime! ''.
«»
Dos
quatro, apenas Jacques e Godofredo de
Charnay ainda estavam lúcidos, após as
sequências de torturas.
O Cardeal Arcebispo de Albano leu a
SENTENÇA: '' Ouvidos os Irmãos Geraldo du
Passage e João de Cugny que afirmam terem
sido forçados, quando da sua recepção na
Ordem, além de muitas outras coisas, a
escarrar sobre a Cruz porque, segundo lhes
foi dito, aquilo não passava de um pedaço de
madeira, estando no céu o verdadeiro Deus...
Ouvido o Irmão Guido Dauphin, ao qual foi
ordenado, se um dos irmãos superiores se
sentisse atormentado pela carne e quisesse
satisfazer-se nele, a consentir em tudo
quanto lhe fosse solicitado... Ouvido o
Grão-Mestre Jacques de Molay que reconheceu
e confessou... Ouvido o Irmão Hugo de
Payraud que exigiu dos noviços, como
obrigação, renegassem Cristo três vezes...
Considerando que os acusados confessaram e
reconheceram seus crimes, condenamo-los ao
muro e ao silêncio pelo resto de seus dias,
a fim de que obtenham remissão de suas
faltas pelas lágrimas do arrependimento. In
nomine Patris...''
Após a leitura da sentença, Jaques de Molay
protestou: '' Protesto! Protesto contra essa
sentença iníqua e afirmo que os crimes de
que me acusam foram inventados! ''
Godofredo de Charnay também ergueu a voz: ''
Fomos vítimas de vossos planos e de vossas
falsas promessas! É o ódio, a vossa vingança
que nos pedem! Mas afirmo diante de Deus que
somos inocentes e os que dizem o contrario
mentem miseravelmente! ''
Formou-se um tumulto e no meio do barulho o
Arcebispo de Marigny - erguendo ao alto sua
cruz peitoral - gritava: '' Dois dos
condenados são declarados relapsos, pois
reincidiram em suas heresias e rejeitaram a
justiça da Igreja! A Igreja os entrega à
justiça do rei! ''. A entrega dos réus pela
Inquisição, ao braço secular, significava a
condenação à morte.
Naquela mesma tarde Jacques de Molay e
outros trinta e seis templários foram
queimados em uma fogueira, em uma ilha do
Sena.
«»
Bafomet -
Uma mentira secular
Entender a associação desta figura meio
homem meio bode com a Maçonaria teremos que
seguir um longo e tortuoso caminho que
começa no século XII.
Depois da Primeira Cruzada, no ano 1119 em
Jerusalém, surge um pequeno grupo de
militares formando uma ordem medieval
militar religiosa para proteger os
peregrinos visitantes à Palestina. Eram
conhecidos como os Cavaleiros Templários,
comandados por um mestre principal e vivendo
uma vida austera moldada nos monges de
Cistercianos, lutando para defender a Igreja
corajosamente. Devido à necessidade de
enviar dinheiro e materiais regularmente da
Europa à Palestina os Cavaleiros Templários
desenvolveram gradualmente um eficiente
sistema bancário que nunca existira. Os
poderes militar e financeiro os tornaram
temidos e confiáveis. Por causa da defesa
desinteressada das Terras Santas e dos votos
monásticos acumularam grande riqueza doada
por benfeitores agradecidos.
Porém, por volta dos anos de 1200 os
Templários sofreram diversas derrotas
militares, deixando-os em uma posição
vulnerável, assim, suas riquezas se tornaram
objeto de ciúme para muitos.
Na época o Rei francês Philip IV (o belo)
estava envolvido em uma tumultuada disputa
política contra o Papa Bonifácio VIII e
ameaçava com a possibilidade de embargar
impostos contra o clero. Tal agressividade
do Rei contra o sumo pontífice era
principalmente devido a corte francesa estar
falida. Então o Papa Bonifácio em 1302
editou a Bula Unam Sanctam, uma declaração
máxima do papado, que condenava tal atitude.
Os partidários de Philip então aprisionaram
Bonifácio que escapou pouco tempo depois,
mas veio a falecer logo em seguida. Em 1305
Philip com uma trama política e pressão
militar obteve a eleição de um dos seus
próprios partidários como Papa Clemente V e
o convenceu a residir na França, onde
estaria sob seu controle todo movimento
eclesiástico. (Este era o começo do
denominado "Cativeiro Babilónico do Papado",
de 1309 a 1377, durante o qual os Papas
viveram em Avignon e sujeitos a lei
francesa.)
Agora com o Papa firmemente sob seu controle
Philip voltou-se para os Cavaleiros
Templários e a fortuna deles, pois estavam
pouco acreditados (devido às perdas
militares). Em 1307 Philip ordenou uma
perseguição aos Templários prendendo-os e
jogando-os em calabouços, incluindo o Mestre
Jacques de Molay que foi acusado de
sacrilégio e satanismo. Em 1312, o Papa,
agora um boneco do Rei, emitiu a ordem que
suprimia a ordem militar dos Templários com
subseqüente confisco da riqueza por Philip.
(Os recursos ingleses dos Templários foram
confiscados de forma semelhante pelo Rei
Edward II da Inglaterra, sendo a maior parte
desta imensa fortuna para Portugal, onde foi
criada a Ordem de Cristo). Assim, os
Templários deixaram de existir daquela data
em diante e muitos de seus membros,
inclusive Jacques de Molay foram torturados
e obrigados a se declararem "réus confessos"
para uma miríade de crimes, inclusive uma
lista 127 acusações e 9 sub itens! Estas
incluíram tais coisas como a "reunião
nocturna secreta", sodomia, cuspir na cruz,
etc...
Entre as acusações contra os Templários
havia uma que haviam produzido algum tipo de
"cabeça barbuda". O Baphomet. O que é isto?
Há várias teorias, inclusive seria um
relicário contendo a cabeça de João Batista
ou a cabeça de Cristo, a Mortalha de Turin,
uma imagem de Maomé (o pai da religião
islâmica) entre outras. Mas como tal
respeitada ordem religiosa viria adorar uma
cabeça ou se ocupar de tal mal?
Provavelmente eles não o fizeram! O Rei
Felipe desejou a riqueza dos Templários e só
poderia possui-la se os Templários fossem
julgados hereges, como foram. Enfim, o
Mestre Jacques de Molay acabou, após sua
prisão, queimado vivo em praça pública e
muitos templários foram mortos também,
outros acabaram fugindo para outros países.
O autor Stephen Dafoe em seu excelente e
detalhado trabalho neste assunto intitulado
"Adoração Profana" diz: "Embora faltem
provas históricas, a lenda dos Templários
como a de Baphomet transforma-se por si só
em um mito.
«»«»
Templários
em Portugal
Quando os Templários começaram a ser
perseguidos em França, Portugal recusou-se a
obedecer à ordem de prisão dos membros da
Ordem. Na verdade os portugueses tinham
muita consideração pelos Templários, porque
estes os ajudaram nas guerras de Reconquista
que expulsaram os mouros da Península
Ibérica e também porque os Templários
possuíam grande tecnologia de locomoção
terrestre e marítima, útil a D. Dinis
(1279-1325). Após se ter destruído a Ordem
dos Templários na Europa, a Ordem continuou
em Portugal, como Ordem de Cristo, da qual o
Infante D. Henrique foi grão-mestre, esta
Ordem
ficou sedeada na cidade de Tomar. Toda
a hierarquia foi mantida e na cruz vermelha
sobre o pano branco, símbolo templário, foi
adicionada uma nova cruz branca no seu
centro, simbolizando a pureza da ordem. A
Ordem de Cristo herdou todos os bens dos
Templários portugueses e desempenhou um
papel fulcral nos descobrimentos
portugueses. A Ordem de Cristo emprestou
recursos para a coroa portuguesa financiar o
avanço marítimo e transmitiu à chamada
Escola de Sagres todo o vasto conhecimento
que já dispunham sobre navegação.
Ordem de Cristo
A Ordem de Cristo ficou sedeada a partir de
1357 em Tomar, depois de ter passado por
Castro Marim. Os membros desta Ordem tiveram
um papel muito importante nos
Descobrimentos, nas conquistas e
evangelização de novas terras. A Ordem de
Cristo foi criada pela Bula Ad ea ex-quibus
do Papa João XXII, aderindo aos pedidos
feitos pelo Rei D. Diniz, para que esta
sucedesse á Ordem do Templo. A Rainha D.
Maria I, em 1789 reformou a Ordem de Cristo,
continuando formalmente como Ordem
monástico-militar até á extinção das ordens
religiosas em 1834, passando assim a ser uma
Ordem de mérito. Em 1910 extinguiu-se esta
Ordem, sendo que em 1918 foi reformulada
pela I Republica. Esta Ordem tem apenas
cinco graus: 1º Cavaleiro ou Dama; 2º
Oficial; 3º Comendador; 4º Grande-Oficial;
5º Grã-Cruz;
Mestres Portugueses
1. Afonso Henriques, Irmão Templário
(13.03.1129)
2. Guillaume Ricardo (1127 - 1139)
3. Hugues Martins (1139)
4. Hugues de Montoire (1143)
5. Pedro Arnaldo (1155 - 1158)
6. Gualdim Pais 1160 Gualdim Paes (1158 -
1195)
7. Lopo Fernandes
8. Fernando Dias (1202)
9. Gomes Ramires (1210 - 1212)
10. Pierre Alvares de Alvito (1212 - 1221)
11. Pedro Anes (1223 - 1224)
12. Martin Sanchez (1224 - 1229)
13. Estevão Belmonte (1229 - 1237)
14. Guillaume Fouque ou Fulco (1237 - 1242)
15. Martim Martins (1242 - 1248)
16. Pedro Gomes (1248 - 1251)
17. Paio Gomes (1251 - 1253)
18. Martim Nunes (1253 - 1265)
19. Gonçalo Martins (1268 - 1271)
20. Beltrão de Valverde (1273 - 1277)
21. João Escritor (1280 - 1283)
22. João Fernandes (1283 - 1288)
23. Afonso Pais-Gomes (1289 - 1290)
24. Lourenço Martins (1291 - 1295)
25. Vasco Fernandes (1295 - 1306)
Castelos (chamados dos Templários, em
Portugal)
- Castelo de Soure (1128)
- Castelo de Longroiva (1145
- Castelo de Cera (1159)
- Castelo de Tomar (1160)
- Castelo de Pombal (c. 1160)
- Castelo de Almourol (1171)
- Castelo de Penamacor (c. 1199)
- Castelo de Castelo Branco (1214)
Mosteiros:
- Convento de Cristo, em Tomar
Mestre
Gualdim Pais
Gualdim Pais foi um Cavaleiro Medieval, que
nasceu possivelmente em Amares a 1118 e
teria sido armado cavaleiro em Ourique por
D. Afonso Henriques.
Com a cruz dos
cruzados, partiu para a Palestina, onde
teria participado no Cerco de Gaza. Já em
Portugal pertencendo á Ordem do Templo, foi
eleito comendador da Casa que a Ordem tinha
em Braga.
D. Afonso Henriques, em 1152, fê-lo
comendador de Sintra, dando-lhe casas e
fazendas e em 1157 foi elevado a
grão-mestre da Ordem dos Templários.
D. Gualdim Pais veio a construir o Castelo
de Tomar. Em Setembro de 1169, ficou
encarregado da defesa da fronteira da
Estremadura e também do prosseguimento da
conquista, tendo como recompensa um terço de
tudo quanto ganhasse para o reino.
Em 1184 regressou a Tomar, pois a cidade
estava sob cerco.
Foi fundador dos Castelos de Almourol,
Ceres, Idanha, Monsanto, Pombal e Tomar e
concedeu várias cartas de foral a variadas
terras da ordem. D. Gualdim Pais, faleceu em
1195, encontrando-se sepultado na Igreja de
Santa Maria do Olivais em Tomar.
Infante D. Henrique
O Infante D. Henrique chegou a Tomar no ano
de 1417 e no ano seguinte efectuou as
primeiras aventuras marítimas.
D. Henrique governador da Ordem de Cristo,
em 2 de Janeiro de 1443, com o consentimento
do Papa Eugénio IV, reformou esta Ordem de
modo a torná-la mais apta para as suas
empresas descobridoras e comerciais.
Tomar ganhou um grande desenvolvimento com o
Infante D. Henrique, uma vez que foi ele
quem projectou a parte antiga da cidade
(todas as ruas são perpendiculares ao rio e
paralelas entre si). Concedeu todas as
facilidades necessárias para que se fixassem
pessoas em Tomar, um bom exemplo são os
judeus, para os quais se fez a Judiaria com
a Sinagoga.
Reedificou a Corredoura actual rua de Serpa
Pinto, a Igreja de S. João e a respectiva
rua, prolongou a rua Direita e Pé da Costa
até á Várzea Pequena, iniciou também a
construção da rua dos Oleiros actual rua
Alexandre Herculano, rua Gil de Avô e do
Camarão, edificou também o Palácio dos
Estaus e o Hospital de Santa Maria da Graça.
Na época houve também uma regularização do
curso do rio, no qual se drenou e saneou as
margens e alargamento da levada dos moinhos
e lagares. Mais tarde estes lagares foram
ampliados por D. Manuel I, daí o nome de
Lagares de El-Rei.
O Infante D. Henrique faleceu em Sagres no
dia 13 de Novembro de 1460.
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Outras
notas:
São João
de Acre, porto do Mediterrâneo ao norte de
Israel. Seu nome foi dado a Acre depois da
sua tomada pelos cruzados, em 1104.
Integrada no Reino de Jerusalém, a cidade
foi conquistada em 1184, por Saladino.
Retomada em 1184 por Ricardo Coração de
Leão, tornou a cair em 1291, ficando nas
mãos dos muçulmanos. Resistiu às tropas de
Napoleão Bonaparte, por ocasião da campanha
do Egipto, em 1799.
«»
O Rei
Salomão começou a construir o templo no
quarto ano de seu reinado seguindo o plano arquitectónico transmitido por David, seu
pai (1Reis 6:1; 1Crónicas 28:11-19). O
trabalho prosseguiu por sete anos. (1Reis
6:37, 38) Em troca de trigo, cevada, azeite
e vinho, Hiram ou Hirão, o rei de Tiro,
forneceu madeira do Líbano e operários
especializados em madeira e em pedra. Ao
organizar o trabalho, Salomão convocou
30.000 homens de Israel, enviando-os ao
Líbano em equipas de 10.000 a cada mês.
Convocou 70.000 dentre os habitantes do país
que não eram israelitas, para trabalharem
como carregadores, e 80.000 como cortadores
(1Reis 5:15; 9:20, 21; 2Crónicas 2:2). Como
responsáveis pelo serviço, Salomão nomeou
550 homens e, ao que parece, 3.300 como
ajudantes. (1Reis 5:16; 9:22, 23)
O templo tinha uma planta muito similar à
tenda ou tabernáculo que anteriormente
servia de centro da adoração ao Deus de
Israel. A diferença residia nas dimensões
internas do Santo e do Santo dos Santos ou
Santíssimo, sendo maiores do que as do
tabernáculo. O Santo tinha 40 côvados (17,8
m) de comprimento, 20 côvados (8,9 m) de
largura e, evidentemente, 30 côvados (13,4
m) de altura. (1Rs 6:2) O Santo dos Santos,
ou Santíssimo, era um cubo de 20 côvados de
lado. (1Reis 6:20; 2Crónicas 3:8)
Os materiais aplicados foram essencialmente
a pedra e a madeira. Os pisos foram
revestidos a madeira de junípero (ou de
cipreste segundo algumas traduções da
Bíblia) e as paredes interiores eram de
cedro entalhado com gravuras de querubins,
palmeiras e flores. As paredes e o tecto
eram inteiramente revestidos de ouro. (1Reis
6:15, 18, 21, 22, 29)
Após a construção do magnífico templo, a
Arca da Aliança foi depositada no Santo dos
Santos, a sala mais reservada do edifício.
Foi pilhado várias vezes. Seria totalmente
destruído por Nabucodonosor II da Babilónia,
em 586 a.C., após dois anos de cerco a
Jerusalém. Os seus tesouros foram levados
para a Babilónia e tinha assim início o
período que se convencionou chamar de
Captividade Babilónica na história judaica.
Décadas mais tarde, em 516 a.C., após o
regresso de mais de 40.000 judeus da
Captividade Babilónica foi iniciada a
construção no mesmo local do Segundo Templo,
o qual foi destruído no ano 70 d.C., pelos
romanos, no seguimento da Grande Revolta
Judaica.
Alguns afirmam que o actual Muro das
Lamentações era parte da estrutura do templo
de Salomão.
Hiran foi
o arquitecto que projectou e construiu o
Templo de Salomão até a fase de acabamento.
Hiram foi emprestado a Salomão pelo rei de
Tiro que pediu em troca a manutenção do seu
reino durante a construção. Porém, antes de
terminar a obra, três encarregados da
construção, resolveram arrancar do mestre
arquitecto os segredos da construção.
Como fracassaram na tentativa, se viram
obrigados a mata-lo para evitar que este os
entregasse a Salomão como traidores. Assim
Salomão precisou contar com a ajuda de
Adoniran (o responsável pelos 30 mil homens
que trabalhavam na extracção e
beneficiamento de madeiras nobres para o
Templo) para terminar a obra.
«»
Fenícios
Os fenícios eram uma antiga civilização que
se estabeleceu onde hoje ficam o Líbano e
partes da Síria e de Israel.
Calcula-se que
eles chegaram a essa região por volta do
século 30 a.C., mas os historiadores ainda
não conseguiram precisar de onde eles teriam
partido - especula-se apenas que de algum
ponto do golfo Pérsico. Ao longo da costa do
mar Mediterrâneo e em ilhas da região, os
fenícios montaram várias cidades-estados
independentes, como Biblos, Tiro e Tripolis.
Tais cidades atingiram o auge por volta do
século 12 a.C., quando antigas potências que
dominavam essa parte do Oriente Médio - como
os impérios egípcio e hitita - estavam
enfraquecidos. Aproveitando a oportunidade,
os fenícios transformaram suas cidades em
importantes pólos comerciais. Como não eram
grandes produtores de mercadorias, eles
actuavam como uma espécie de importadores e
exportadores da Antiguidade. Ou seja,
compravam vinho de uma região e vendiam para
outra, que por sua vez produzia óleo e assim
por diante. Para fazer tantos negócios, os
fenícios se especializaram em longas viagens
marítimas. Graças a esse espírito
comerciante-aventureiro estabeleceram pontos
de colonização - que mais pareciam grandes
mercados - em várias áreas do mar
Mediterrâneo, como no norte da África e na
costa da Itália e da Espanha. A partir do
século 9 a.C., porém, esse poderio foi se
esfacelando aos poucos diante da expansão de
outras civilizações do Oriente Médio, como a
dos assírios (no actual Iraque) e a dos
persas (no Irão). No século 4 a.C., as
cidades fenícias perderam de vez sua
importância comercial após serem invadidas
pelo império de Alexandre, o Grande.
«»
Caldeus
A Caldeia
era uma região no sul da Mesopotâmia,
principalmente na margem oriental do rio
Eufrates, mas muitas vezes o termo é usado
para se referir a toda a planície mesopotâmica.
A região da Caldeia é uma vasta planície
formada por depósitos do Eufrates e do
Tigre, estendendo-se a cerca de 250
quilómetros ao longo do curso de ambos os
rios, e cerca de 60 quilómetros em largura.
Os Caldeus foram uma tribo (acredita-se que
tenham emigrado da Arábia) que viveu no
litoral do Golfo Pérsico e se tornou parte
do Império da Babilónia.
«»
Zorababel
Em seu
governo, retomou o retorno do segundo grupo
de exilados, sob a chefia de Zorababel.
Zorababel foi escolhido pelas autoridades
persas para conduzir de volta a segunda
caravana dos exilados, por volta do ano 520
a.E.C. Era filho de Salatiel e neto de
Jeconias, rei de Judá. Dario I, rei da
Pérsia, constituiu-o governador de Jerusalém
e da Judéia, enquanto os profetas Ageu e
Zacarias exerciam naquele momento seu
ministério profético.
Zorababel é visto por esses profetas como
descendente de Davi por meio do qual se
realizariam as esperanças messiânicas.Para o
profeta Ageu Zorobabel foi escolhido por
Deus para uma missão importante na história
da salvação.
Na caravana de Zorobabel vieram Josué e seus
descendentes. Alguns escritos contemporâneos
retrataram uma rivalidade crescente entre o
representante político Zorobabel e o
representante religioso Josué. Esta cresceu
em prejuízo do descendente real em benefício
do sacerdócio. Na visão de Zacarias, duas
oliveiras encontram-se ao lado do SENHOR.
Uma delas representa o poder espiritual
ligado a Josué e, a outra, o poder temporal
ligado a Zorobabel. Josué tem a unção
sacerdotal e Zorobabel, a unção real. Os
dois poderes estão associados aos tempos da
salvação e deveriam conviver em paz, mas não
conseguem.
Dario I, depois de muita luta, impôs-se em
521 a. E.C. consolidando o império persa.
Incentivou a reconstrução do Templo, a qual
foi levada adiante por Zorobabel, apoiado
pelos profetas Ageu e Zacarias. O Templo foi
reinaugurado em 515 a.E.C., mas sem a
presença de Zorobabel e do profeta Ageu.
«»
Tito -
chefe romano
Cada vez
mais se elevavam as vozes contra a odiada
Roma. Ao partido dos "zelotes" afluíam
fanáticos e rebeldes que reclamavam
incansavelmente a supressão do domínio
estrangeiro; cada um deles levava um punhal
escondido debaixo do manto. Seus actos de
violência alarvam o país. Os abusos de força
dos procuradores romanos tornavam a situação
ainda mais delicada; aumentavam cada vez
mais os partidários dos radicais A crescente
indignação estourou em franca revolta no
meio de 66. Quando, após muitas
arbitrariedades, o procurador já Judeia
Floro requisita 17 talentos do tesouro do
Templo, a revolução estoura. Os judeus
escarnecem do procurador, fazendo uma
colecta para o “pobrezinho” Floro.
Resultado: Floro entrega para os seus
soldados uma parte de Jerusalém, para que
seja saqueada e crucifica alguns homens
importantes da comunidade judaica. O povo,
em supremo desprezo, não reage diante do
saque, e o desprezo é vingado: há uma
carnificina geral. Então, os revolucionários
chefiados por Eleazar, filho do sumo
sacerdote, ocupam o Templo e a fortaleza
Antónia. Os judeus de Jerusalém tinham
sitiarado a única coorte da 3a Gallica, cuja
base era nessa cidade; e após dias de luta
cruel, tinham matado todos os homens,
excepto o comandante da coorte, o prefeito
do acampamento, Metilius, mesmo após todos
terem se rendido. Ao mesmo tempo, membros da
seita zelote tinham se encaminhado para a
fortaleza de Masada, no Mar Morto, e
massacrado a coorte da 3a lá baseada. Outro
bando de rebeldes tinha feito o mesmo na
fortaleza de Chipre, que tinha visão
panorâmica da cidade de Jericó. Os rebeldes
tinham então se espalhado pelo interior do
país e ocupado a Judeia e muito da Iduméia e
do sul da Galileia. Uma coorte da 3a tinha
procurado escapar de sua fortaleza em
Macaerus e alcançar a capital provincial,
Cesareia. Outra coorte da 3a Gallica, que
controlava a cidade portuária de Ascalon,
tinha combatido os atacantes, mas estava
isolada lá desde então. Agripa II tenta
conter a revolta e não consegue.
«»«»«»
Templários ou Cavaleiros do Templo 
Ordem militar e religiosa fundada em 1119,
cujos membros se distinguiram
particularmente na Palestina. Adquiriram
grandes riquezas e tornaram-se Os banqueiros
do Papa e de numerosos príncipes. Filipe, o
Belo, rei de França, desejando apoderar-se
das suas imensas riquezas e destruir o seu
poderio, mandou prender Jacques de Molay,
Grão-Mestre da Ordem e todos os cavaleiros
que se encontravam em França, isto em 1307.
Após um processo indigno, muitos deles
morreram na fogueira, entre 1310 e 1314. Mas
a Ordem já estava extinguida desde 1312,
pelo Papa Clemente 5º, instigado pelo rei da
França.
No início de 1100, Hugo de Paynes e mais
oito cavaleiros franceses, abrasados pelo
fervor religioso e movidos pelo espírito de
aventura tão comum aos nobres que buscavam
nas Cruzadas - nos combates aos "infiéis"
muçulmanos - a glória dos actos de bravura
e a consagração da impavidez, abalaram rumo
à Palestina levando no peito a cruz de
Cristo e na alma um sonho de amor.
Inspirados nas lendas célticas,
constituíam-se os fiadores da fé, disputando
a golpes de espada as relíquias sagradas que
os fanáticos do Crescente retinham e
profanavam. Reinava em Jerusalém Balduíno
II, que os acolheu e lhes destinou um velho
palácio junto ao planalto do Monte Moriah,
onde os montões de escombros, blocos de
mármore e de granito, assinalavam as ruínas
de um grande Templo. Eram as ruínas do
TEMPLO DE SALOMÃO, o mais famoso santuário
do século XI a.C., onde o génio artístico
dos fenícios se revelava no rendilhado da
pedra e na esbelteza das colunas
monumentais, que sustinham nos seus extremos
enormes abóbadas. Destruído pelos caldeus
e reconstruído por Zorobabel, fora ampliado
por Herodes em 18 antes de Cristo e,
finalmente, arrasado pelas legiões romanas
chefiadas por Tito, na tomada de
Jerusalém. Foi neste Templo que se deu a
tragédia de Hiran, cuja lenda a Maçonaria
recolheu, incorporando-a num dos seus mais
belos rituais. Exteriormente, antes da
destruição pelos romanos, no ano 70 d.C.,
era, o Templo, circundado por dois extensos
corredores excêntricos, ocupando um
gigantesco quadrilátero em direcção ao
Nascente, tendo à esquerda o átrio dos
Gentios e à direita o dos Israelitas, além
das estâncias reservadas às mulheres e aos
magos sacerdotes, a que se seguia o
Santuário propriamente dito, ao centro do
qual ficava o Altar dos Holocaustos. A
actividade bélica dos Templários lhes trazia
um prestígio financeiro jamais alcançado por
qualquer outra instituição religiosa. Tais
eram as vitórias dos Templários e o poderio
de suas fortalezas, que os príncipes, reis e
particulares - em sinal de agradecimento
pela protecção que deles recebiam -
cumulavam-nos de dádivas e oferendas
valiosas e confiavam-lhes suas fortunas. Com
o tempo, os Templários esqueceram os
objectivos de sua instituição, para
preocuparem-se com empréstimos feitos aos
reis e países, com taxas de juros, descontos
e execuções de dívidas. Em 1291, quando os
muçulmanos conquistaram São João d'Acre,
última cidade cristã da Terra Santa, após a
queda de Jerusalém, os Templários perderam
prestígio. O Grão-Mestre da Ordem Templária,
Jacques de Molay, residia no Chipre (sua
base mais avançada) esperando a ocasião para
reconquistar a Terra Santa. Reinava na
França, Felipe IV, "O Belo", o qual era
inteligente e astuto, ambicioso e
maquiavélico, mas estava completamente
arruinado. Tudo tentou para melhorar sua
situação económica: alterar a moeda, limitar
os benefícios da Igreja, explorar o judeus,
desvalorizar a moeda ... Por fim, o rei
tentou controlar os bens da Ordem Templária:
tentou introduzir um de seus filhos na
Ordem, para que chegasse a Grão-Mestre, mas
Jacques Molay se opôs e, desde então, o rei
passou a perseguir os templários. O plano do
rei era extinguir a Ordem fazendo com que
suas riquezas passassem para o Estado
combalido. Com a morte do Papa Bonifácio
VIII, o qual protegia os templários, assim
como com a morte de Bento XI, o qual ocupou
por pouco tempo o papado, assumiu um Papa
francês: Clemente V, submisso às ordens
reais mudou a sede do papado para Avinhão.
Clemente V mandou Jaques de Molay vir do
Chipre em 1306, e este, sem perceber a
situação, se apresenta em Paris acompanhado
de alguns grandes oficiais da Ordem,
trazendo uma grande remessa de ouro e prata,
boa parte do tesouro da Ordem. O rei pede
mais um empréstimo e lhe é concedido
imediatamente. Um antigo templário, Esquin
de Floyrac, condenado, ressentido pois havia
sido expulso da Ordem, apresentou-se ao Rei
da França, contando ter ouvido, na prisão,
as confissões de um Templário apóstata sobre
a vida dissoluta dos membros da Ordem do
Templo. Não foi difícil para o rei encontrar
outros antigos templários expulsos da Ordem
e dispostos igualmente a dimamá-la: assim
foram dados os primeiros passos para o
pedido de instauração de um processo contra
os Templários, acusados de intemperança, de
deboche, de luxúria, de avidez e de
homossexualismo (o próprio selo da Ordem, em
que se viam um peregrino e um templário
montados num mesmo cavalo, foi apontado
como prova de sodomia), da adoração de um
deus barbudo - Bofomet - perante o qual
diziam missa, sendo que uma das provas pelas
quais passavam os candidatos a ingresso na
Ordem, consistia em renegar três vezes o
Cristo e cuspir três vezes sobre o
Crucifixo. No dia 13 de Outubro de 1307,
Felipe, "o Belo", ordenou a detenção de
todos os Templários franceses com apoio de
Guilherme de Paris, confessor do rei e
Inquisidor Principal da França. Em nome da
Inquisição os Templários foram torturados
até a completa confissão, inclusive Jaques
de Molay. Ponsard de Gizy, um dos
Templários, narrou que antes de ser
interrogado permaneceu três meses dentro de
um fosso, com as mãos amarradas às costas,
sem possibilidade de qualquer movimento.
Outro torturado disse que ao ver cinquenta
membros da Ordem serem queimados vivos,
confessou tudo quanto lhe exigiam. "Se me
acusassem de ter sido o assassino de Cristo,
eu confessaria esse crime!". Após a
intervenção do Papa Clemente 5º, os
tribunais eclesiásticos foram mais brandos
com os Templários que ainda continuavam
presos. Restava o julgamento dos dignitários
da Ordem, que deveria ser procedido por um
tribunal sob a dependência directa do Papa.
Realizou-se o julgamento do Grão-Mestre
Jacques de Molay e de outros três
dignitários em 18 de Março de 1314. Dos
quatro, apenas Jacques e Godofredo de
Charnay ainda estavam lúcidos, após as
sequências de torturas. O Cardeal
Arcebispo de Albano leu a sentença: "Ouvidos
os Irmãos Geraldo du Passage e João de Cugny
que afirmam terem sido forçados, quando da
sua recepção na Ordem, além de muitas outras
coisas, a escarrar sobre a Cruz porque,
segundo lhes foi dito, aquilo não passava de
um pedaço de madeira, estando no céu o
verdadeiro Deus... Ouvido o Irmão Guido
Dauphin, ao qual foi ordenado, se um dos
irmãos superiores se sentisse atormentado
pela carne e quisesse satisfazer-se nele, a
consentir em tudo quanto lhe fosse
solicitado... Ouvido o Grão-Mestre Jacques
de Molay que reconheceu e confessou...
Ouvido o Irmão Hugo de Payraud que exigiu
dos noviços, como obrigação, renegassem
Cristo três vezes... Considerando que os
acusados confessaram e reconheceram seus
crimes, condenamo-los ao muro e ao silêncio
pelo resto de seus dias, a fim de que
obtenham remissão de suas faltas pelas
lágrimas do arrependimento. In nomine Patris..."
Após a leitura da sentença, Jaques de Molay
protestou: "Protesto! Protesto contra essa
sentença iníqua e afirmo que os crimes de
que me acusam foram inventados!". Godofredo
de Charnay também ergueu a voz: "Fomos
vítimas de vossos planos e de vossas falsas
promessas! É o ódio, a vossa vingança que
nos pedem! Mas afirmo diante de Deus que
somos inocentes e os que dizem o contrario
mentem miseravelmente!". Formou-se um
tumulto e no meio do barulho o Arcebispo de
Marigny - erguendo ao alto sua cruz peitoral
- gritava: "Dois dos condenados são
declarados relapsos, pois reincidiram em
suas heresias e rejeitaram a justiça da
Igreja! A Igreja os entrega à justiça do
rei!". A entrega dos réus pela Inquisição,
ao braço secular, significava a condenação à
morte.
Naquela mesma tarde Jacques de Molay e
outros trinta e seis templários foram
queimados em uma fogueira, em uma ilha do
Sena. O Grão-Mestre foi levado à fogueira,
onde amarraram suas mãos a um poste, então
ele disse aos carrascos: "Ao menos deixem-me
que junte um pouco as mãos para poder orar a
Deus, já que vou morrer. Deus sabe que morro
injustamente. Estou convencido de que ele
vingará nossa morte. A vós, Senhor, rogo que
voltes para minha direcção o rosto da Virgem
Maria, Mãe de Jesus Cristo". Foi-lhe
concedido o último pedido.
«»
Os Templários
“Pobres Cavaleiros de Cristo" (assim se
chamavam os precursores dos Templários)
atraídos pela sensação do mistério que
pairava sobre as venerandas ruínas, não
tardou que descobrissem a entrada secreta
que conduzia ao labirinto subterrâneo, só
conhecido pelos iniciados nos mistérios da
Cabala. E, entraram. Uma extensa galeria
conduziu-os até junto de uma porta colossal
chapeada a ouro, por detrás da qual devia
estar o que durante dois milénios
constituíra o maior Segredo da Humanidade.
Pararam... Encimando a gigantesca porta,
uma inscrição em caracteres hebraicos
prevenia os profanos contra os impulsos da
ousadia: SE É A MERA CURIOSIDADE QUE AQUI
TE CONDUZ, DESISTE E VOLTA;
SE PERSISTIRES EM CONHECER O MISTÉRIO DA
EXISTÊNCIA, FAZ O TEU TESTAMENTO E
DESPEDE-TE DO MUNDO DOS VIVOS. Pálidos, os
cavaleiros entreolharam-se e, pela primeira
vez nas suas vidas, sentiram medo e
desistiram. Pois não era a mera
curiosidade que ali os conduzira ... ? Os
" infiéis do Crescente " eram seres vivos e
contra eles a cruz e a espada realizavam
prodígios de valentia. Ali dentro, porém,
não era a vida que palpitava e sim os
aspectos da Morte, talvez deuses
sanguinários ou potestades desconhecidas,
contra as quais a força humana era
impotente. Mas,... voltaram. Os
reencontros sangrentos com os islamitas
tornara-os insensíveis ao medo e, num certo
dia, acicatados pelo desejo de conhecer a
intimidade da Criação que a grande porta de
ouro lhes ocultava, penetraram novamente na
galeria dispostos a baterem-se com a própria
morte. Hugo de Paynes, afoito, bateu com o
punho da espada e bradou com voz potente: -
EM NOME DE CRISTO, ABRI !!! E o eco das
suas palavras repercutindo pelo emaranhado
labirinto respondeu : " EM NOME DE CRISTO...
", enquanto a enorme porta, como se um ser
invisível lhe movesse os fechos, rangeu os
gonzos e escancarou aos olhos vidrados dos
cavaleiros um gigantesco recinto ornado de
figuras bizarras, delicadas umas e
monstruosas outras, tendo ao Nascente um
grande trono recamado de sedas e por cima um
triângulo equilátero em cujo centro, em
letras hebraicas marcadas a fogo, se lia o
TETRAGRAMA YOD. Junto aos degraus do trono
e sobre um altar de alabastro, estava a "
LEI " cuja cópia, séculos mais tarde, um
Cavaleiro Templário, em Portugal, devia
revelar à hora da morte, no momento preciso
em que na Borgonha e na Toscana se
descobriam os cofres contendo os documentos
secretos que "comprovavam" a heresia dos
Templários. A "Lei Sagrada" era a verdade
de Jahveh transmitida ao patriarca Abraão.
A par da Verdade divina vinha depois a
revelação Teosófica e Teogâmica, a KABBALAH.
Extasiados diante da majestade severa dos
símbolos, os nove cavaleiros, futuros
Templários, ajoelharam e elevaram os olhos
ao alto. Na sua frente, o grande
Triângulo, tendo ao centro a inicial do
princípio gerador, espírito animador de
todas as coisas e símbolo da regeneração
humana, parece convidá-los à reflexão sobre
o significado profundo que irradia dos seus
ângulos. Ele é o emblema da Força Criadora
e da Matéria Cósmica. É a Tríade que
representa a Alma Solar, a Alma do Mundo e a
Vida. É, a Unidade Perfeita.
Um raio de Luz intensa ilumina, então,
aqueles espíritos obcecados pela ideia da
luta e devotados à supressão da vida dos
seres humanos que não comungam os mesmos
princípios religiosos que os levou à Terra
Santa.
Ali estão representadas as Trinta e Duas
Vidas da Sabedoria que a Kabbalah exprime em
fórmulas herméticas, e que são propostas ao
entendimento humano. Simbolizando o
Absoluto, o Triângulo representa o Infinito,
Corpo, Alma e Espírito, Fogo, Luz e Vida.
Uma nova concepção, que pouco a pouco dilui
e destrói a teoria exclusivista da
discriminação das divindades, se apossa
daqueles espíritos, até então mergulhados em
ódios religiosos e os chama à Tolerância, ao
Amor e à Fraternidade entre todos os seres
humanos. A Teosofia da Kabbalah, exposta
sobre o Altar de alabastro onde os iniciados
prestavam juramento, dá aos Pobres
Cavaleiros de Cristo a chave interpretativa
das figuras que adornam as paredes do
Templo. Na mudez estática daqueles símbolos
há uma alma que palpita e convida ao
recolhimento.
Abalados na sua crença de um Deus feroz e
sanguinário, os futuros Templários
entreolham-se e perguntam-se: Se todos os
seres humanos provêm de Deus, que os fez à
sua imagem e semelhança, como compreender
que os homens se matem mutuamente em nome
de vários Deuses ?
Com quem está a verdade ?
Entre as figuras mais bizarras que adornavam
o majestoso Templo, uma em especial chamara
a atenção de Hugo de Paynes e dos seus oito
companheiros: na testa ampla, um facho
luminoso parecia irradiar inteligência; e,
no peito, uma cruz sangrando acariciava, no
cruzamento dos braços, uma Rosa
encantadora. A cruz, era o símbolo da
imortalidade; a rosa, o símbolo do
princípio feminino. A reunião dos dois
símbolos, era a ideia da Criação. E, foi
essa figura monstruosa e atraente, que os
nove cavaleiros elegeram para emblema das
suas futuras cruzadas.
Quando em 1128, Hugo de Paynes - primeiro
Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros do
Templo - se apresentou no Concílio de
Troyes, a concepção dos Templários acerca da
ideia de Deus, já não era “muito
católica”. A divisa, inscrita no
estandarte negro da Ordem, "Non nobis,
Domine, sed nomini tuo ad Gloria" não era
uma sujeição à Igreja, mas uma referência à
inicial que, no centro do Triângulo,
simbolizava a unidade perfeita: YOD.
Cavaleiros portugueses, italianos, francos,
normandos e germânicos, acudiram a engrossar
as fileiras da Ordem que, dentro em pouco,
se convertia na mais poderosa Ordem do
século XII.
Mas, a Ordem tornara-se tão opulenta de
riquezas, tão influente nos domínios da
cristandade, que o Rei de França (Filipe IV,
o Belo), apelou ao Papa para a criação de
uma Bula que confiscasse todas as suas
riquezas e enviasse os Cavaleiros para as
"Santas" fogueiras da Inquisição. Filipe
estava atento. E, não o preocupava as
interpretações heréticas, o gnosticismo.
Não foi, portanto, a mistagogia que gerou a
cólera do Rei de França e que causou o
monstruoso processo contra os Templários.
Foi a rapacidade de um monarca falido, para
quem a religião era um meio e a riqueza um
fim.
Malograda a posse da Palestina pelos
Cruzados, pelo retraimento da Europa Cristã
e pela supremacia dos turcos muçulmanos, os
Templários regressam ao Ocidente, aureolados
pela glória obtida nas batalhas. Essas
batalhas, se não consolidaram o domínio dos
Cristãos na Terra Santa, provocaram,
contudo, a admiração dos muçulmanos,
influindo sobre a moral dos Mouros que
ocupavam parte da Península Ibérica.
Inicia-se entre os Templários o culto de um
gnosticismo ecléctico que admite e harmoniza
os princípios de várias religiões,
conciliando o politeísmo na sua essência,
com os mistérios mais profundos do
cristianismo. São instituídas regras
iniciáticas que se estendem por sete graus,
que vieram a ser adoptados pela Maçonaria
(três elementares, três filosóficos e um
cabalístico), denominados "Adepto",
"Companheiro", "Mestre Perfeito",
"Cavaleiro da Cruz", "Intendente da Caverna
Sagrada", "Cavaleiro do Oriente" e "Grande
Pontífice da Montanha Sagrada".
A Caverna Sagrada, era o lugar Santo onde se
reuniam os cavaleiros iniciados. Tinha a
forma de um quadrado perfeito. O ORIENTE,
representava a Primavera, o Ar, Infância e a
Madrugada. O MEIO DIA (Sul), o Verão, o
Fogo e a Idade adulta. O OCIDENTE, o
Outono, a Água, o Anoitecer. O NORTE, a
Terra, o Inverno, a Noite. Eram as quatro
fases da existência. O Fogo no MEIO DIA
simbolizava a verdadeira iniciação, a
regeneração, a renovação, a chama que
consumia todas as misérias humanas e, das
cinzas purificadas, retirava uma nova
matéria isenta de impurezas e imperfeições.
No ORIENTE, o Ar da Madrugada vivificando a
nova matéria, dava-lhe o clima da Primavera
onde a Natureza desabrochava em florações
luxuriantes magníficas, acariciando a
Infância. Vinha depois o OUTONO, o
Anoitecer, o amortecer da vida, a que a Água
no OCIDENTE alimentava os últimos vestígios
desta existência. O NORTE, marca o ocaso da
Vida. A Terra varrida pelas tempestades e
coberta pela neve, que desolam e que matam,
é o Inverno que imobiliza, que entorpece e
que conduz à noite fria, a que não resiste
a debilidade física, a que sucumbe a
fragilidade humana. E, é no contraste
entre o Norte e o Meio Dia que os Templários
baseiam o seu esoterismo, alertando os
iniciados da existência de uma segunda
vida. Nada se perde. Tudo se
transforma.
(...) Acabada a prece, o candidato
levanta-se e aguarda as provas rituais que
hão-de conduzi-lo à meta da Verdade.
O GRANDE PONTÍFICE TEMPLÁRIO interroga o
candidato a "Cavaleiro da Cruz" em tom
afectivo e paternal: " Meu Irmão, a nossa
Ordem nasceu e cresceu para corrigir toda a
espécie de imperfeição humana". " A nossa
consciência é que é o juiz das nossas acções.
A ignorância é o verdadeiro pecado. O
inferno é uma hipótese, o céu uma
esperança". "Chegou o momento de trocarmos
as arma homicidas, pelos instrumentos da Paz
entre os Homens. A missão do Cavaleiro da
Cruz é amar o próximo como a si mesmo. As
guerras de religião são monstruosidades
causadas pela ignorância, geradas pelo
fanatismo. As energias activas, devemos
orientá-las no sentido do Amor e da Beleza;
mas, não se edifica uma obra de linhas
esbeltas sem um sentimento estético
apolítico, que só se adquire pelo estudo
que conduz ao aperfeiçoamento moral e
espiritual".
“Respondei-me, se sois um Mestre Perfeito
Templário". "Acreditais na ressurreição
física de Cristo?" " Não ! ". "
Acreditais que a morte legal absolve o
assassino ? Que o Soldado não é responsável
pelo sangue que derrama ? ” " Não acredito
! ". " Atentai agora, nas palavras do
Cavaleiro do Ocidente, que vos dirá os
sentidos que imprimimos ao Grau de Cavaleiro
da Cruz ". " A Ordem do Templo criou uma
doutrina e adquiriu uma noção da moral
humana, que nem sempre se harmoniza com as
concepções teológicas cristãs, apresentadas
como verdades indiscutíveis. Por isso nos
encontramos aqui, em carácter secreto, para
nos concentrarmos nos estudos transcendentes
por meio dos quais chegaremos à Verdadeira
Harmonia ". " As boas obras dependem das
boas inclinações da vontade, que nos pode
conduzir à realização das boas acções ”.
" A Ciência deu-nos meios de podermos
aperfeiçoar a Moral dos antigos, mas a
inteligência diz-nos que além da Ciência
existe a Harmonia Divina ". " Das acções
humanas, segundo Platão, deverá o homem
passar à Sabedoria, para lhe contemplar a
Beleza ”.
Findas as provas, o iniciado dirigia-se
para um Altar, onde o Sacrificador lhe
imprimia o Fogo sobre o coração, o emblema
dos Cavaleiro do Templo.
Foi esta ritualização, que influiu para que
a " Divina Comédia " de Dante, fosse o que
realmente é: uma alegoria
metafísico-esotérica onde se retratam as
provas iniciáticas dos Templários. Na
DIVINA COMÉDIA, cada Céu representa um Grau
de iniciação Templário. Em contraste com o
Inferno, que significa o mundo profano - o
verdadeiro Purgatório onde devem lapidar-se
as imperfeições humanas - vem o Último Céu,
a que só ascendem os espíritos não maculados
pela maldade, isentos de paixões mesquinhas,
dedicados à obra do Amor, da Beleza e da
Bondade. É lá, o zénite da Inteligência e
do Amor.
A doutrina iniciática da Ordem do Templo
compreende a síntese de todas as tradições
iniciáticas, gnósticas, pitagóricas, árabes
e hindus, onde perpassam, numa visão
Cósmica, todos os símbolos dos grandes e
pequenos mistérios e das Ciências
Herméticas. A Divina Comédia, foi o
cronista literário da Ordem dos Cavaleiros
do Templo.
Os Templários receberam da Ordem do Santo
Graal o esquema iniciático e a base
esotérica que serviu de base para o seu
sistema gnóstico. Pois, o que era a
Cavalaria Oculta do Santo Graal senão um
sistema legitimamente Maçónico, ainda mal
definido, mas já adaptado aos princípios da
Universalização e da Fraternidade Humana?
O Santo Graal significava a taça de que se
serviu Jesus Cristo na ceia com os
discípulos e na qual, José de Arimathéa
teria aparado o sangue que jorrava da ferida
de Cristo, produzida pela lança do centurião
romano. Era a Taça Sagrada, que figurava
em todas as cerimónias iniciáticas das
antigas Ordens de Cavaleiros que possuíam
graus e símbolos misteriosos e que a
Maçonaria adoptou nalguns ritos. Os
Templários adoptavam-na na iniciação dos
Adeptos e dos Cavaleiros do Oriente, mas ela
já aparece nas lendas do Rei Arthur, nos
romances dos Cavaleiros da Távola Redonda,
que eram de origem céltica, e na própria
Igreja Católica, que a introduziu nas
missas.
«»
A Ciência dos Números tinha para os
Templários um significado profundo. Os
Grandes Iniciados, como os Filósofos do
Oriente, descobriram os mais íntimos
segredos da natureza por meio dos números,
que consideravam agradáveis aos Deuses. O
grande alquimista
Paracelso dizia que os números continham a
razão de todas as coisas. Eles estavam na
voz, na alma, na razão, nas proporções e nas
coisas divinas. A Ordem dos Cavaleiros do
Templo, cultivava a Ciência dos Números no
Grau de Cavaleiro do Oriente, ensinando que
a Filosofia Hermética contava com TRÊS
mundos: o elementar, o celeste e o
intelectual. Que no Universo havia o
espaço, a matéria e o movimento. Que a
medida do tempo era o passado, o presente e
o futuro; e, que a natureza dispunha de três
reinos: animal, vegetal e mineral; que o
homem dispunha de três poderes harmónicos: o
génio, a memória e a vontade. A sua
concepção em relação a Deus, o Grande
Arquitecto do Universo, era Sabedoria, Força
e Beleza. Tudo isto provinha do Santo
Graal, a que os Templários juntavam que, em
política, a grandeza, a duração e a
prosperidade das nações se baseavam em três
pontos primordiais: Justiça dos Governos,
Sabedoria das Leis e Pureza dos Costumes.
Era nisso que consistia a arte de governar
os povos.
O Triângulo, encontrado no Templo de
Salomão, era uma figura geométrica
constituída pela junção de Três linhas e a
letra YOD, no centro, significava a sua
origem divina. Todas as grandes religiões
também têm como número sagrado o Três. A
Católica, exprimindo-o nas pessoas da
Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito
Santo), nos dias que Cristo passou no
sepulcro, nos Reis Magos, e nas vezes que
São Pedro negou o Mestre. Nos Grandes
Mistérios Egípcios, temos a Grande Trindade
formada por Ísis, Osíris e Hórus. Entre os
Hindus temos a Trimurti, constituída por
Brahama, Shiva e Vishnu, personificando a
Criação, a Conservação e a Destruição. Em
todas elas, como no racionalismo,
encontramos como elementos vitais a Terra, a
Água e o Sol. Foi, portanto, baseada nas
grandes Religiões e no Gnosticismo dos
Templários, que por sua vez se inspirou no
da Cavalaria Oculta do Santo Graal, que a
Maçonaria adoptou como símbolo numerológico
de vários graus o número três, que se vai
multiplicando na vida maçónica, dos
iniciados até á conquista da Sabedoria, da
Força e da Beleza.
«»
Apenas os profundamente convictos, isentos
de dúvidas e fortes na sua crença de que
acima da natureza só existia a própria
natureza evoluída, é que recebiam a
consagração da investidura do Grau.
" A natureza mortal procura quanto pode,
para se tornar imortal. Não há, porém,
outro processo senão o do renascimento que
substitui um novo indivíduo a um indivíduo
acabado". " Com efeito, apesar de se
dizer do homem que vive do nascimento até à
morte e que é o mesmo durante toda a vida ,
a verdade é que não o é, nem se conserva no
mesmo estado, nem o compõe a mesma matéria
". " Morre e nasce sem cessar, nos
cabelos, na carne, nos ossos, no sangue,
numa palavra: em todo o seu corpo e ainda na
sua alma ". " Hábitos, opiniões, costumes,
desejos, prazeres, jamais se conservam os
mesmos. Nascem e morrem continuamente ".
" E, aquele que acaba, deixa em seu lugar
um outro semelhante .
Todos os mortais participam da
imortalidade. No corpo e em tudo o mais ”
«»
Nota Final:
Às 3 da manhã, de 13 de Outubro de 1307,
agentes do rei Filipe IV com a autorização
do Papa, atacaram. Num assalto fulminante,
acusaram e prenderam vários milhares de
Templários por toda a França.
Mas, quando entraram no Castelo do Templo em
Paris, sede geral da Ordem, descobriram que
todos os documentos e o tesouro tinham sido
removidos.
Também tentaram capturar a frota Templária -
a maior da Europa - que estava atracada em
La Rochelle. Mas, uma vez mais se frustrou
a intenção: a frota já tinha partido.
Até hoje, a vasta riqueza dos Templários não
foi encontrada; nem tão pouco foi
descoberto para que porto seguiu a frota, ou
onde atracou.
«»
Os Templários
Eram cavalheiros protectores, instalados por
Balduíno II, rei de Jerusalém em uma
residência ao lado ocidental do palácio
construído nas proximidades das ruínas do
Templo de Salomão. Dai o nome Cavalheiros
dos Templos, ou Os Templários. Em 1127 o
Papa Honório II aprovou os templários como
ordem, dando a eles vestimentas especiais:
um hábito branco com uma cruz vermelha no
peito. Pouco tempo depois, no Concílio de
Troies, foram redigidos os estatutos dos
templários, imitando a ordem de São
Benedito, porém os cavalheiros não eram
religiosos, quebrando em pouco tempo todos
os votos, incluindo os de pobreza e
castidade.
Um grande número de burgueses se alistou na
ordem, e a religiosidade acabou cedendo
lugar ao orgulho, avidez, luxúria, mas sem
jamais deixar de defender o papado que lhes
deu total liberdade. Após uma série de lutas
e andanças, Hugo de Payns e mais oito
cavalheiros descobriram, nas ruínas do
Templo de Salomão, uma passagem secreta só
conhecida pelos iniciados nos mistérios
hebraicos. Resolveram tentar entrar. Se
fosse simples curiosidade, poderiam morrer.
Mas resolveram levar a sério e assim que a
porta se abriu, encontraram, entre estranhas
figuras(estátuas e estatuetas), no lado
direito, um trono encoberto de seda e sobre
o trono um triângulo com as inscrições
hebraicas YOD. A soma da inscrição é oito, a
continuação da verdade eterna. A letra Y
representa várias idéias e serve de secreta
resposta a várias perguntas. A letra D
significa a Divindade, letra delta, e
representa o triângulo - a mais simples das
formas geográficas perfeitas.
Junto aos degraus do trono estava a "Lei
Sagrada", que se presumia ser a vontade de
Yaveh transmitida ao patriarca Abrahão. Após
lerem a "Lei Sagrada", refletiram diante da
tal cenário e perceberam que tinham em mãos
tudo o que simbolizava a Matriz da Natureza
e a ressurreição, guardando o germe da
criação. Recolhidos a sua nova descoberta,
os "pobres cavalheiros de Cristo" prestaram
juramento, já com a chave interpretativa de
todas as figuras do Templo, inspirados na
Qabalah e na Lei Sagrada.Em 1129, quando
Hugo Payns se apresenta frente ao Concílio
de Troyes, na qualidade de primeiro
grão-mestre da Ordem do Templo, a idéia já
não era mais uma sujeição da Igreja, mas
obediência a Deus.
Prova disto era a inscrição do estandarte
negro da ordem: "Non nobis, Domine, sed
nomini tuo ad gloria". Em pouco tempo, as
fileiras dos templários tornaram-na a mais
forte das sociedades secretas do século XII
- já com divisão em classes: sacerdotes,
cavalheiros, escudeiros, leigos e soldados.
A iniciação baseava-se na interpretação dos
símbolos de Salomão.
Com o passar dos acontecimentos, a Ordem se
tornou tão poderosa a ponto da Igreja
"cerrar" os olhos e compartilhar os
benefícios que a riqueza dos templários
proporcionava. Até mesmo a interpretação
"profana" da comunicação com o sobrenatural
ou espírita foi "engolida" pela igreja, que
sendo contra o espiritismo, passou a ver a
ressurreição de Cristo de forma mais natural
dentro da doutrina de comunicação com o
além. O poder financeiro dos templários
vencia fácil as opiniões contrárias.
Os templários proferiam um culto baseado na
síntese de várias filosofias e instituíram
sete graus de iniciação - três elementares,
três filosóficos e um cabalístico,
denominados: Adepto, Companheiro, Mestre
Perfeito, Cavaleiro da Cruz, Intendente da
Caverna Sagrada, Cavaleiro do Oriente e
Grande Pontífice da Montanha Sagrada.
A Caverna Sagrada era o local onde se
reuniam e tinha forma de quadrilátero. O
Oriente representava a Primavera, o Ar, a
Infância e a Madrugada; o Meio-Dia (Sul) o
Estio, o Fogo e a Idade Adulta; o Ocidente a
Água, o Outono o Anoitecer; o Norte a Terra,
o Inverno a Noite - eram quatro fases da
existência. O Fogo do Meio-Dia simbolizava a
regeneração e a renovação. A chama consumia
todas as misérias humanas e das cinzas
purificadas, saia a nova matéria, isenta de
impurezas.
No Oriente, o Ar da Madrugada aflorava esta
nova matéria, dando-lhe o clima de
Primavera. Depois vinha o Outono, o
anoitecer da ida, em que a Água do Ocidente
alimentava os últimos vestígios da
existência e finalmente o Norte, que marca o
ocaso da vida. A Terra coberta de neve,
imobilizada pelo Inverno e pela Noite fria,
derrotando a fragilidade humana. O Grande
Pontífice da Montanha Sagrada empunha o
Martelo da Sabedoria e toma lugar no
Oriente.
Em cada clima há grupos de Mestres
Perfeitos. No centro do Templo, num pedestal
que se eleva por três degraus está a grande
figura do Baphomet, símbolo da reunião de
todas as forças dos doze princípios
(masculino e feminino), como está no Livro
da Criação. No peito da estranha e colossal
figura, a Cruz de Cristo, Vermelha, que dava
à Rosa Branca (símbolo da mulher) uma
entonação que ia do alaranjado ao vermelho.
Simbolicamente , é a vida que brota da união
entre a força activa, exuberante, positiva e
a fragilidade, a delicadeza e a obediência
passiva.
Por cima da Cruz, a letra "G" simboliza a
Geração. O ritual iniciático dos Templários
foi passado através da Ordem do Santo Graal.
A Ordem do Graal (Cavalaria Oculta do Santo
Graal) era um sistema maçónico em andamento,
que mesclava os princípios do Cristianismo
com a ideia universal da Fraternidade
Humana.
«»
Considerações
O problema dos Templários não era o
fundamento doutrinário nem religioso, mas
sim o mundo material que os rodeava. A
medida em que as riquezas se multiplicavam,
foram se tornando agiotas dos reis, cobrando
juros exorbitantes, alegando que sua fortuna
foi conquistada a custa de muito sangue e
assim foram perdendo a sensibilidade da
moral, para em seguida tornarem-se beberrões
e libertinos, justificando seus bacanais com
a desculpa de que Salomão tinha um harém de
belas mulheres e nem por isso deixou de
levantar o templo mais famoso em honra à
divindade.
Em suas missões pelo Oriente, começaram a
misturar a doutrina cristã com ensinamentos
muçulmanos e fazer com que tudo se resumisse
aos seus rituais - daí a acusação de heresia
que viria mais tarde do rei da França,
apoiado pela Santa Igreja. No entanto,
consideravam Deus como uma Deidade Una,
pertencente a todos os povos e sistemas
religiosos, sendo exemplo de absoluta
bondade e amor.
Mesmo assim, em 13 de Outubro de 1307,
Jacques de Molay e todos os templários da
França foram presos pelo rei em nome da
Inquisição. Foram submetidos à torturas
inúmeras, sendo obrigados a confessar seu
repúdio à Cristo e a adoração à ídolos
infames, como Baphomet (que seria a própria
personificação do Diabo).
Paralelamente, o rei (um dos maiores
devedores de dinheiro à Ordem) já ia
julgando-os a revelia, antecipando a Igreja
e ao mesmo tempo se apossando de todos os
bens dos templários(e quitando suas dívidas,
é claro). Em 11 de Março de 1314 Jacques de
Molay pede uma audiência com os
inquisidores, e quando todos pensavam que
ele iria pedir perdão ao rei, fez o
contrário.
O Grão-mestre repudiou sua confissão sob
tortura e disse estar preparado para morrer,
rejeitando sua condição de réu e condenando
o papa e o rei por complô contra a Ordem
Templária, deixando claro saber das
intenções materiais deles. Foi o suficiente
para morrer na fogueira como herege, com o
agravante de crime de lesa-majestade. Ato
corajoso, mas que lhe custou a vida. Já na
fogueira, pronunciou em praça pública suas
últimas palavras: "Nekan, Adonay..." e
intimou o papa e o rei a comparecerem
perante Deus dentro de um ano.
Curioso, mas um ano depois o papa e o rei
morreram de um mal misterioso, comparecendo
à Deus, conforme a intimação de Molay. O que
restou da Ordem Templária está na maçonaria,
que se proclama descendente espiritual da
Ordem, embora alguns autores afirmem que
esta transmissão se verificou por intermédio
da Rosa-Cruz.
Paz Profunda
Trabalho e
pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha
Grande – Portugal
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