MEU POBRE PAI
Ari Santos de Campos
Eu quero apagar, tira-lo da
mente,
o vulto da cena visto em um
dia:
do luto o meu choro, tão
comovente
que a fala esmorece e a voz
balbucia.
O povo aparece e por
consequente,
faz a procissão, com
"Ave-Maria",
prossegue nas ruas, tendo na
frente,
a cruz e um esquife entre a
romaria.
E junto ao cortejo, no
campo-santo,
se seguem gemidos com
emoção...
e aos prantos sepultam meu
pobre pai.
A terra sem seiva destroça o
encanto
da vida que torna ao pó
deste chão...
então eu vos peço: oh pai,
me levai!...