ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL -
BRASIL
Trabalho de Carlos Leite Ribeiro
Bloco Número 01

Apresentação Prof.ª
Lígia Leivas
Até para os
deuses - todos eles, de todas as
seitas, religiões, crenças,
mitologias - a vida pode ser
sempre imprevisível.
Para nós do CEN, porém, a vida
de CARLOS LEITE RIBEIRO tem sido
uma certeza: CARLOS é um homem
que respira, expira, inspira,
transpira CULTURA !
E graças a esse seu jeito de ser
tão peculiar, CARLOS distribui,
para todos os que têm a
satisfação de ler os escritos
por ele produzidos, as mais
instigantes informações, bem
como os mais zelosos dados sobre
os temas que embasam suas
pesquisas.
Pois nós aqui no Brasil, em seu
mais austral Estado - o Rio
Grande do Sul - fomos, desta
feita, agraciados com o estudo
feito por CARLOS sobre este chão
"gaúcho" (assim somos também
conhecidos) e suas principais
cidades.
Segundo CARLOS, o Rio Grande do
Sul é, provavelmente, a região
que os portugueses menos
conhecem no Brasil... porém,
nesta metade sul do Rio Grande
do Sul - incluindo PELOTAS,
minha cidade - há uma forte
marca da colonização portuguesa,
dos açorianos em especial.
É, pois, com grande alegria que
recebo - e não só, mas também
indico - este mais novo
trabalho de pesquisa de autoria
de CARLOS LEITE RIBEIRO, em que
o Rio Grande do Sul é retratado
em seus fundamentais aspectos.
Parabenizo- te, CARLOS, e a
todos os que lerem esta rica
fonte de informações sobre nossa
terra e nossa gente.
Boa leitura !
Lígia Antunes Leivas (Prof.ª
Universitária)
Delegada no CEN na metade sul do
RS

Apreciação do
Prof. Odone A. S. Neves - Porto
Alegre - RS - Brasil
Prezado Amigo
Prof. Carlos Leite Ribeiro,
Saudações luso-brasileiras,
Foi com atenção e orgulho que
li e reli a presente pesquisa
sobre meu Estado. Realmente,
aprendi muito, pois, completou
os meus conhecimentos sobre o
assunto. e mesmo sua fundação e
história de minha terra estão
muito bem descritos e
documentados. Quero
parabenizá-lo pelo excelente
trabalho e agradecer pelo ensejo
que proporcionará o mesmo,
levando o conhecimento e a
história do Rio Grande do Sul a
rincões tão distantes, como bem
tem feito o laborioso e
carismático Canal CEN. Erico
Veríssimo, nosso Escritor
maior, que tanto amava Portugal,
narra-nos também, todavia, de
forma
romanceada, na sua obra-prima
"O Tempo e o Vento" a
fundação, a história e o mito
do Rio Grande do Sul.
Anteriormente, encerrando o
ciclo dos romances sobre Porto
Alegre é publicada do mesmo
Autor, O Resto é Silêncio em
que ele descreve com primor a
Porto Alegre da década de 40.
Essa obra, aliás, é a que
me baseei para escrever o meu
modesto livro "A Representação
do Escritor, em O Resto é
Silêncio".
Assim, quero, pois,
cumprimentá-lo pela rico
trabalho, ensejando que continue
nos brindando com pesquisas
dessa natureza.
Obrigado e
afetuoso Abraço.
Odone A. S.
Neves.

COMENTÁRIO da
Prof.ª Ilda Maria Costa Brasil
O Escritor
Carlos Leite Ribeiro, em sua
Pesquisa sobre o Rio Grande do
Sul e suas Principais Cidades,
aliou o seu inigualável estilo a
um conhecimento histórico e
cultural singular. Encantei-me
com o seu senso observador e
crítico, o qual desafia o leitor
a buscar mais leituras e
informações. História e Cultura
são desenhadas e expostas de um
modo especial. Alguns aspectos
abordados requerem uma leitura
pausada e reflexiva, pois
constroem um belíssimo painel
sul rio-grandense da formação
aos seus elementos lendários;
uma esplendorosa expressão de
harmonia, beleza, sabedoria e
realidade.
Carlos Leite Ribeiro é
equilíbrio, ponderação e
autenticidade num processo
amplo, contínuo, físico,
histórico, psicológico e
emocional em sua Pesquisa sobre
o Rio Grande do Sul, que, teve
seu processo de colonização com
os açorianos, na metade do
Século XVIII, e, hoje, contribui
com grandes nomes na literatura
nacional e universal.
Parabéns e muito sucesso!
Ilda Maria Costa Brasil

Estado do Rio Grande do Sul
Brasil

Trabalho e pesquisa de Carlos
Leite Ribeiro
Apontamento do “Jornal do
Comércio” do ano de 1900:
“O Rio Grande do Sul é um dos 20
Estados do Brasil. Confina ao
Norte com os Estados de Santa
Catarina e do Paraná; ao Sul com
a República do Uruguai: a Este
com o Oceano Atlântico; a Oeste
com a República da Argentina.
Sua superfície é de 236.553 Km
quadrados, com uma população de
1.350.000 habitantes. Sua
capital é Porto Alegre e cidades
mais importantes, Rio Grande,
Pelotas, Bagê, Alegrete, São
Leopoldo, etc.
O poder legislativo é exercido
por uma Assembleia dos
representantes, composta por 48
membros, eleitos por quatro
anos. O Estado tem 66
municípios. A sua riqueza
assenta na criação de gado,
couros, cereais, vinhos e
carvão”.
Apontamentos históricos
A presença europeia em terras
gaúchas teve início com as
reduções jesuíticas. Em 1627,
jesuítas vindos do Paraguai
instalaram reduções na margem
oriental do rio Uruguai.
Diversas expedições foram
organizadas para a captura dos
indígenas catequizados e
acostumados ao trabalho da
lavoura. Entre elas, destaca-se
a expedição comandada por
António Raposo Tavares, que, em
1636, dominou a redução de
Jesus-Maria-José. As missões
foram destruídas, milhares de
índios capturados e o gado solto
no campo. Em 1687, os jesuítas
fundaram novas missões, os Sete
Povos das Missões Orientais, no
noroeste da Província. Antes,
porém, em 1680, foi fundada a
Colónia do Sacramento, nas
margens do Rio da Prata, em
frente a Buenos Aires. A reacção
espanhola foi violenta. A
fundação de Montevideu pelos
portugueses, como ponto de apoio
para Sacramento, não atingiu os
objectivos desejados. Mais bem
armados e em maior número, os
espanhóis não permitiram o
desenvolvimento da colónia
portuguesa. Montevideu foi
conquistada e Sacramento
entregue à sua sorte. Em 1737, o
governador da capitania do Rio
de Janeiro enviou ao Sul uma
expedição de socorro comandada
pelo brigadeiro José da Silva
Pais. Impossibilitado de cumprir
a sua missão, Silva Pais subiu o
litoral e entrou no ancoradouro
da lagoa de Patos, fundando a
Colónia do Rio Grande de São
Pedro, actual cidade do Rio
Grande.
O gado solto pelos jesuítas, em
decorrência das expedições
predatórias, havia-se
multiplicado. Para suprir as
crescentes necessidades de
transporte e alimentação da
população que se deslocou para
Minas Gerais após a descoberta
de minas de ouro, negociantes e
vaqueiros estabeleceram-se na
região e o gado passou a ser
levado, através da antiga trilha
dos Bandeirantes, de Viamão para
Sorocaba, em São Paulo. As
expedições de captura do gado
aprofundaram-se no território e
a presença portuguesa aumentou.
O povoamento intensificou-se com
a promoção da imigração de
casais açorianos, que
desembarcaram no Rio Grande
entre 1740 e 1760. Em 1742, foi
fundada a vila de Porto dos
Casais, hoje cidade e capital,
Porto Alegre. A região, até
então posto militar, foi elevada
a capitania, por D. José I, em
1760. As divergências entre
Portugal e a Espanha, em guerra
na Europa, reflectiram-se nas
colónias. Em 1763, os espanhóis
invadiram grande parte do
território do Rio Grande do Sul,
que ficou sob seu domínio
durante 13 anos. O Tratado de
Santo Ildefonso, assinado em
1777, reduziu o território sob
domínio português a um terço do
tamanho acertado pelo Tratado de
Madrid, em 1750. Novas lutas
entre Portugal e a Espanha
possibilitaram a reconquista das
terras, e em 1801 os Sete Povos
das Missões foram incorporados
ao território gaúcho. Em 1807, o
território foi elevado a
capitania-geral pelo Príncipe
Regente, D. João (futuro D. João
VI), com o nome com o nome de
São Pedro do Rio Grande do Sul,
deixando de ser subordinada à
Capitania do Rio de Janeiro.
Continua no segundo bloco...
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