Nº 10 da 2ª série – Janeiro de 2009
 
Edição e Arte Final:
 
Iara Melo
 
 

 

   Sumário

   Carlos Leite Ribeiro - OS PRIMÓRDIOS DA NACIONALIDADE PORTUGUESA

    Alba Albarello - PALAVRAS

    Amilton M. Monteiro - METAMORFOSE

    Ermindo Gomes Rocio -  A VIDA E AS ÁGUAS

    Gislaine Canales - TRANSBORDANDO

    Graciela da Cunha - "ESCADA DOS SONHOS"

    Ivo Gomes de Oliveira - PROCLAMAÇÃO

    Lairton Trovão de Andrade - LUA AMANTE

    Lígia Antunes Leivas - COM EXCLUSIVIDADE

    Luciano Spagnol - APRENDIZ

    Luiz Poeta - IGUAIS

    Manuela Baptista - CONSTRUTORES DA PAZ

    Priscila L. Coelho - LUZ E SOMBRA

    Rivkah Cohen -  O QUE ACONTECE LÁ FORA ?...

    Sandra Almeida - SENHOR DO TEMPO

    Sávio Assad - TUA SOMBRA & MINHA SOMBRA

   Soninha BB - POESIA, ALIMENTO DA ALMA

   Silvino Potêncio - "... NÓIS FUMO Ó MERCADO DA RÓCAS...! "

 

 

OS PRIMÓRDIOS DA NACIONALIDADE PORTUGUESA

Carlos Leite Ribeiro
 

 

Portugal e Espanha formam uma península chamada Ibérica, no extremo da Europa. Portugal é um país pequeno, pois a sua superfície não vai além de 89.560 Km2. A sua costa é banhada pelo Oceano Atlântico, numa extensão de 845 Km. Milhares de anos antes de se formarem as duas nações com os nomes de Portugal e Espanha, outros países e outros povos houve na Península. Então o homem era um ser de existência rude. Vivia em cavernas e fazia as suas armas e utensílios de pedra, ossos e espinhas de peixe. Muitos anos depois, aprendeu a fazer toscas construções à beira dos lagos. Vários povos invadiram a Península, alguns vindos de muito longe, pela terra ou pelo mar. Os Lígures são os primeiros de que há memória, seguidos pelos Iberos.

Depois vieram os Fenícios e os Gregos. A Fenícia era, então, um país muito progressivo e desenvolveu a civilização em vários pontos da Península. Assim, lentamente, pelo contacto com povos mais adiantados, os indígenas peninsulares iam transformando a sua vida, com a aquisição de novos ensinamentos e costumes. Vieram também os Celtas que nalguns pontos se juntaram aos Iberos, formando os Celtiberos. Da junção dos Iberos e dos Celtas com os Lígures, formaram-se os Lúcios, mais tarde Lusitanos. A Lusitânia ficava entre os rios Tejo e Douro. Os Lusitanos, muito arraigados à sua independência, eram briosos guerreiros e manejavam a espada, o punhal e a lança com grande arte. Usavam cabelos compridos e comiam pão feito de bolota. Viviam em tribos independentes, mas, quando em guerra, todas se uniam e elegiam então os seus chefes comuns. Mais tarde, vieram os Cartagineses, oriundos da poderosa cidade do Norte de África, chamada Cartago, que era uma colónia Fenícia. Estabeleceram-se na Península, onde estiveram mais de 300 anos.

Quando no ano 201, antes de Cristo se submeteram a Roma, com a qual andaram em guerra, os Romanos tomaram conta da Ibéria. Nem todos os povos da Península receberam de bom grado o jugo de Roma. As atrocidades cometidas pelos seus soldados motivaram muitas revoltas, sobretudo dos povos do interior. Os Lusitanos, ao verem as suas terras em perigo, e temendo perder a sua independência, ergueram-se em luta aberta contra o invasor.

Depois de vencerem várias forças romanas, o general Galba prometeu-lhes boas condições de paz, se depusessem as armas. Os Lusitanos já cansados da guerra, aceitaram mas caíram numa armadilha. Cerca de 30.000 Lusitanos caíram vítimas do pérfido general romano. Os que conseguiram escapar, refugiaram-se na Serra da Estrela, chamada então "Montes Hermínios". Entre os que escaparam, encontrava-se um pastor, valente, audaz, temerário, corpo endurecido nas lutas da montanha, que conseguiu reunir 6.000 homens. Era Viriato, que recomeçou a luta contra os Romanos, vingando a chachina de Galba. Venceu todas as forças de Roma, até que impôs condições de paz, que os Romanos aceitaram. Mas os Romanos entraram mais uma vez no caminho da traição. Faltaram ao acordo de paz firmado com Viriato, e de novo lhe abriram luta. Como tornassem a perder, resolveram então subornar três companheiros do valoroso montanês, que mataram o seu chefe enquanto ele dormia. Só desta forma vil, é que os generais romanos conseguiram vencer Viriato. Depois da morte de Viriato, os Lusitanos passaram a ser comandados por Sertório, um romano exilado, que à frente dos bravos Lusitanos, venceu todos os generais que Roma enviou para o combater. Os Lusitanos estimavam-no muito. O seu lugar-tenete Perpena, mau e invejoso, matou-o à traição, durante um banquete. Por fim, os Romanos pacificaram a Península, cujos povos aceitaram todos os seus usos e costumes. Nela se mantiveram centenas de anos, deixando numerosos vestígios da sua civilização, como estradas, monumentos, aquedutos, que ainda hoje podemos admirar. Os povos bárbaros invadiram o Império Romano, que para sempre se extinguiu com toda a sua civilização. Aqueles povos entraram depois na Ibéria e devastaram tudo o que encontraram, espalhando a peste e a fome. Os que mais se distinguiram nestas destruições foram os Alanos, os Vândalos e os Suevos. Os Visigodos também vieram fixar-se na Ibéria, onde dominaram os outros povos bárbaros.

Convertidos ao Cristianismo, os Visigodos fizeram da Península um grande reino, que durou quase 300 anos. Aproveitando-se das lutas que começaram a dividir os Visigodos, os Muçulmanos, vindos do Norte de África, invadiram a Península. Rodrigo, rei dos Visigodos, foi derrotado na batalha de Guadalete, na qual perdeu a vida. Então, os Muçulmanos tomaram conta da Península, excepto uma parte das Astúrias, onde se refugiou um grupo de visigodos, chefiados por Pelágio. Este combateu os Mouros e venceu-os na batalha de Covadonga. Assim nasceu o primeiro reino cristão da Península Ibérica, chamado em princípio das Astúrias e depois de Leão. Devido às lutas contra os Mouros, formaram-se mais tarde, outros reinos cristãos, como Castela, Navarra e Aragão. Na altura, era rei de Leão Afonso VI, que por morte de seu irmão, rei de Castela, ficou a governar os dois reinos. Afonso VI, rei de Leão e Castela, batalhou muito contra os Mouros, alargando os seus reinos até ao rio Tejo. Henrique, cavaleiro francês, auxiliou-o nestas lutas. Como recompensa pelos seus feitos, o monarca deu-lhe em casamento sua filha D. Teresa, e o governo do Condado Portucalense Que começava ao norte e estendia-se do rio Minho para sul, em alguns pontos até ao rio Tejo. D. Henrique combatendo sempre os Mouros, dilatou os seus territórios. Depois, partiu numa cruzada à Palestina, ficando sua mulher D. Teresa, a governar o Condado Portucalense, que continuava a depender do rei de Leão e Castela. Por morte de D. Henrique, como seu filho Afonso Henriques ainda era menino de três anos, ficou a governar o Condado, sua mulher, a D. Teresa. Seguiram-se algumas lutas entre as duas irmãs (de Leão e Castela e a do Condado Portucalense), pois ambas ambicionavam alargar as suas terras e formar assim um reino independente. Falecida D. Urraca (de Leão e Castela), seu filho Afonso VII foi aclamado rei de Leão e Castela.

Logo invadiu Portugal, para que sua tia, D. Teresa lhe prestasse vassalagem, bem como seu primo Afonso Henriques, já armado cavaleiro em 1125, na Catedral de Samora (hoje Espanha). Afonso VII cercou-o em Guimarães (Minho).

E assim começou a Fundação de Portugal ...

http://www.carlosleiteribeiro.caestamosnos.org

 


 

Sumário

 
 
 


Alba Albarello
 
 
A palavra deu a vida.
Para o mundo.
Com frases pronunciadas,
Pela reflexão.
Representam,
Vontades e pensamentos
Acontecem...
Assediadas,
Confiadas,
Por todos os lados.
Não nascem amarradas
Não brotam atadas.
Podem espantar,
Não foram feitas
Para dividir.
Mas para cultivar.
O destino.
É a construção.
É a união
E  a ponte
Não para reprimir.
De seus conjuntos,
Carregam o amor
E a informação,
Também o perdão,
Estrela da expressão,
Interminável.
Seu fado
É dialogar,
Escrevendo-as
Com amor
E sinceridade
Na tábua,
Do seu coração

Alba Albarello - Erechim - RS

http://www.caestamosnos.org/Autores/Alba_Albarello.htm

 

Sumário


 

METAMORFOSE
 

 

Amilton M. Monteiro


 
Já não suporto mais essa antipática
Fatoração de xis e de mais xis...
Lá se foi o tempo em que a Matemática
Roubou-me as horas e me faz feliz!
 
Agora, só frequento a aula prática
Que o Mestre Amor me dá, sem quadro ou giz,
Sem contas, sem cadernos, nem didática,
E até sem a extração de uma raiz...
 
E há plena liberdade no ambiente
De minha encantadora nova escola,
Onde só dois alunos dão “presente”:
 
Este que apenas quer poetizar...
E outro que é ela, quem me passa a cola,
Pois que, em amor, também se usa colar...]
 
São José dos Campos/SP

http://www.caestamosnos.org/Autores/Armilton_Monteiro.htm

 

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A VIDA E AS ÁGUAS

 

ermindo Gomes rocio

 
Águas revoltas que descem o seu leito,
em correntes barrentas e tão ruidosas,
levando vil ira em seu dorso contrafeito,
cativa elas são de tormentas insidiosas.

Águas que são no seu leito desta feita,
límpidas correntes tranqüilas e calmas,
no seu sereno percurso vão ali desfeita,
todas as mil coisas mundanas das almas.

Também sujeito as intempéries da paixão,
este meu amor como as águas também vai,
hoje tão sereno, tranqüilo, amanhã turbilhão.

Preso nesta corrente tenho fincado no peito,
sufocando o meu coração na dor deste gai,
esta vã esperança de ainda ser o seu eleito.

 

http://www.caestamosnos.org/Autores/Ermindo_Gomes_Rocio.htm

 

 

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Gislaine Canales

 
Glosando Maria Theresa Cavalheiro

TRANSBORDANDO...

MOTE:

Se o peito de amor transborda
e as mãos não se vêem sozinhas,
dentro em nós um Deus acorda
ao som de mil campainhas!

Se o peito de amor transborda
de tanto amor que ele tem,
a nossa ânsia concorda
sempre em transbordar, também!

Se estamos juntos, então,
e as mãos não se vêem sozinhas,
unimos ao coração,
as razões, tuas e minhas!

Grande sensação aborda
nossos seres, loucamente...
dentro em nós um Deus acorda
e ama apaixonadamente!

Os versos saem cantando,
mais lindos, nas entrelinhas
e os corações saltitando
ao som de mil campainhas!

http://www.gislainecanales.com

http://www.caestamosnos.org/autores/gislaincanales.htm

 

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"Escada dos sonhos"
 

Graciela da Cunha


E pelos degraus da vida
Fui trilhando meu caminho
Por entre dores e partidas
Colhi flores tirei espinhos
 
Devagar e com paciência
Cumprindo minha missão
Amor e benevolência
Minha alma em adição
 
Com corrimão de sonhos
Em momento menos risonho
Quero chegar bem perto
Percorrer os degraus
 
Da minha alma que dança
Imaginando uma escada
Feita no ar com flores
Grinalda de amor e alegria

 

PROCLAMAÇÃO

(IGdeOL)
 

Uma porção de poeta germina em minha alma
Nesta noite quente e estrelada dos meus dias
E vou rabiscando o pensamento de alegrias,
Que me derrama sobre o ser agradável calma.

Verdade que neste poema com rigor proclamo
Quão bom e útil o obstáculo que transponho
Na travessia lúcida deste claro sonho
Para tombar nos braços de quem tanto amo.

Meu ser desponta no firmamento infindo
Com a audição sonora de suaves acordes
Da inspiração sublime que me vem fluindo.

Agora sou o escriba de um poema lindo
E percebo no íntimo dos seus olhos verdes
Pétalas de amor sobre nós dois caindo.

http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Ivo_Gomes_Oliveira/Index.html

 

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 LUA AMANTE

Lairton Trovão de Andrade
 

Banhe com raios de luz,
Lua cheia, Lua amante,
Meu Amor que está distante,
Pois o amor em mim reluz.

Eis que vivo em soledade,
Sem a voz dela escutar,
Sem  o mais doce folgar,
– Comigo  vive a saudade.

Dê-lhe coração contente
Com aquele amor romântico
E que tudo seja cântico
De um pulsar feliz e ardente.

Mesmo que o mundo se acabe,
Sem deixar sinal de vida,
Há de ser minha querida
Na eternidade – ela sabe.

Lua cheia, Lua amante,
Oh, Lua dos namorados,
Escute, pois, meus cuidados:
"Para ela, amor brilhante"!

Janeiro de 2009.

http://www.caestamosnos.org/autores/lairtondeandrade.htm

 

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Com exclusividade

 

Lígia Antunes Leivas

 

Rigor de inverno... Frio gélido!
Mês em que se plantam hortênsias, ainda se podam árvores.
Ventos fortes e jacarandás em confronto. Vergam-se alguns galhos.
Quase em duelo com o tempo, a noite trama um acordo de paz.
Ciosas do dever, estrelas executam o ritual ...guardam a rua deserta.

Da minha janela a tudo assisto.
Nas letras esqueço as intempéries... todas!

Casa vazia... a orquestra toca 'o silêncio'.
Ponteiros cumprem o compromisso... sem descanso.

Fios (não os vejo!) mantêm-me prisioneira
da fala aveludada vinda nem sei de onde.
Surpresas tantas para um coração quase sem nada...
Sentimentos tantos!... Arrebatamento!

Chegaste!!!

Para ti - e somente para ti, meu 'ben'-amado! -
tributo toda a festa em meu novo mundo!

http://www.caestamosnos.org/ligaamigoscen/Ligia/Ligia_Leivas.htm

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Luciano Spagnol


Me ensina a desenhar o amor no teu coração
A ter asas para voar com infinita emoção
A cantar como o rouxinol pra ti, uma canção
A navegar no teu olhar firme no timão
A ter coragem nos riscos de ter o amor
A aceitar as lágrimas ou risos se assim for
A mergulhar no teu hálito úmido de calor
A entender a tua linguagem corporal
A sonhar o sonho de forma racional
A ser um ouvinte da alma quando diz:
Vá em frente, não tenha medo de ser feliz!
Ensina-me!... Faça de mim aprendiz...
 
Luciano Spagnol
Rio, 07/01/2009
www.poesiaempauta.fst.br

http://www.caestamosnos.org/Autores/Luciano_Spagnol.htm

 

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IGUAIS


Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros
Às 15 h e 42 min do dia 31 de dezembro de 2008 do Rio de Janeiro,
especialmente para a revista Gruta da Poesia - Iara Melo - Portal CEN


Nós somos carne, corpo, sangue, terra e pó,
Mas Deus nos deu felicidade em abundância;
Só vive triste quem não sabe viver só
E é infeliz quem não controla a própria ânsia.
 
Nós somos roupa, sedução e elegância,
Mas somos frágeis... e se alguém nos rouba a cena,
A nossa vã e traiçoeira intolerância
Afasta a nossa coerência mais amena.
 
Todos discutem uma vida mais singela
Mas o destino se rebela à intenção
Dessa feição que projetamos sobre a  tela,
Onde o prazer não reproduz a emoção.
 
Deus nos ensina a metafísica da vida,
Mas toda vez que a matéria nos atrai,
O nosso vôo não se acostuma com a descida
E nosso corpo desmorona quando cai.
 
As nossas dores alicerçam-se nas mágoas
Que construímos quando nossas vaidades
São barcos frágeis ao sabor de tantas águas
Movendo trôpegas e vãs ansiedades.
 
Por sermos sempre sonhadores, entretanto,
Quando os desejos nos impelem a sonhar,
O coração passa a sentir todo o encanto
Que nos iguala e no ensina o que é amar.

http://www.luizpoeta.com

 

http://www.caestamosnos.org/autor/luizpoeta.htm

 

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CRONSTRUTORES DA PAZ

 Manuela Baptista

 

Eu queria

Que este ano fosse
Aquilo que nós sonhamos
E não houvesse fome
Ódio, inveja, guerra
Entre os seres-humanos
Eu queria
Que a fraternidade
Deixasse de ser
Uma palavra vã
Que na terra brilhasse
A estrela da concórdia
E a esperança no amanhã
Eu queria
Que o brilho das luzes
Iluminasse o espírito dos homens
E os deixasse ver
Toda a miséria existente
Ao seu redor e que tantos
Pretendem esconder
Eu queria
Que o amor reinasse
Em todos os corações
E unidos, de mãos dadas
Todos os países, todas as nações
Começássemos a construção 
De um mundo melhor
Eu queria
Que esta geração fosse capaz
De ficar na memória
Das gerações futuras
Como a geração
Dos construtores da paz.

http://www.caestamosnos.org/Autores/Manuela_Batista.htm

 

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Luz e sombra

Priscila L. Coelho


Um lado meu é sombrio
Onde habita a solidão
É um lado muito frio
Que gela meu coração

As sombras deste meu lado

Assombram-me subitamente
Espectros do passado
Assaltando meu presente...

Mas há outro lado em mim
Leve, fresco, iluminado
Tem o aroma de jasmim
E um colorido engraçado

Nesta imensa claridade
Pulsa a vida com vigor
Vivificando a amizade
Alimentando o amor

Lados opostos parecem
Mas um com outro combina
A luz na sombra escurece
A sombra na luz ilumina

Em meio à ambiguidade
Sou eu um todo acoplado
A luz é a eternidade
A sombra...  Apenas um lado!

http://www.caestamosnos.org/Autores/Priscila_Loureiro_Coelho.htm

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O que acontece lá fora?
A verdade, coitada,
é sempre apresentada
 pela metade!

Vejo parte do rosto dela,
como quem foi proibida
de sair pela vila,
a aparecer na janela!

Os argumentos,
de tão fracos, não vingam,
são em pedaços, em nacos,
que mal se sustentam!

Que mundo mais estranho!
Prefiro voltar-me para dentro,
onde não há grito,
o menor risco
em tudo que planto.

Um gesto de amor
é compreendido como carinho,
não existe engano!
Meu coração ouve os ecos
seja do que for!

O que existe lá fora,
que o sonho não voa,
a alma chora,
e a ação tanto magoa..!?

rivkahcohen

http://www.rivkah.com.br

http://www.caestamosnos.org/Autores/Rivkah_Cohen.htm

 

 

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Senhor do Tempo

Sandra Almeida

As nuvens desdenham
e desenham desalinhadas
na imensidão do universo
restos que meus olhos
insistem ver.

Impregnando meu corpo
com os últimos e claros
raios solares que queimam
minha pele e minha alma.

Ouço um lamento rouco
soberbo, fingindo ser:
o
hoje
o
ontem
e inventa sorrindo
o
amanhã!

http://www.caestamosnos.org/Autores/Sandra_Almeida.htm

 

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Tua Sombra & Minha Sombra


(Sávio Assad)
 


Lembro do corpo lindo a espreitar meu corpo,
Lembro da noite calada, no silêncio do meu quarto,
Lembro de suas mãos acariciando meus olhos.

Vejo o reflexo de seu vulto, mirando meu vulto,
Vejo meu corpo arrepiando de desejos e êxtase,
Vejo nossos olhos em nossos olhos, olhando.

Sinto sua respiração em meu rosto, suado
Sinto seu corpo deslizando junto ao meu, calado
Sinto o calor de nossa alma exalando labaredas.

Sombra da minha sombra, assombra meus sonhos,
Invade meus pensamentos, incertos, insanos e perversos,
e deite em meu colo, sinta o meu hálito e adentre na escuridão.

Niterói - RJ - 04/01/2009

http://www.caestamosnos.org/Autores/Savio_Assad.htm

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POESIA, ALIMENTO DA ALMA

SoninhaBB


Entre dores e alegrias
vou construindo fortalezas
usando bem as palavras
tentando diminuir as fraquezas
 
Entre versos e rimas
vou cuidando do meu caminho
alimentando minha alma
como um frágil pergaminho
 
Entre amores e decepções
vou purificando o coração
fortalecendo o espírito
usando letrinhas como lição
 
Entre o tosco e delicado
vou usando a poesia
assim como uma relíquia
lapidando-me todo dia
 
Entre o sedento e satisfeito
só o poema me alimenta
busco nutrição para a alma
tirando o que me atormenta
 

http://www.caestamosnos.org/Autores/Sonia_Regina.htm

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“...Nóis fumo ó mercado da Rócas ...”

 

S. S. Potêncio


Nóis fumo ó mercado da Rócas,
P'ra fazê um troca-troca, da nossa literatura...
Ali xiguêmo, à pois intão!?...
E foi com muita emoção, que fizêmo a transação!
Purquê nois tem lá muita cultura..
- Pendurada no cordel, tinha versos em papel...
P'ra fazê um troca-troca, da nossa literatura...
Tinha poema rimado, tinha livro já usado, e disco de pedra e vinil.
Tinha muita poesia, de gente que nós nem sabia
Que um dia lá existia!...
Era um tár de Luis d’ Camões, e outro de Luis Carlos Guimarães...
E outro Da Cunha Lima, que das leis ele tá por cima!...
Até do Camara Cascudo, lá tinha de um todo,... um tudo!
Foi uma beleza pura!...
- fazê lá um troca-troca, da nossa literatura...
- Nóis fumo ó mercado da Rócas,
Et fizêmo lá um troca-troca, da nossa literatura...
De repente, por entre a gente...
Do mercado da Ribeira, xigou uma turma inteira,
Com mãos e braços repletos, de panfletos com sonetos...
Do tar Machado de Assis,... que escreveu pelos Brasis,
E até lá du Santos Reis, também vimo aparecê...
Um porreta estrangeiro, que por ser um português,
Ali virou nosso freguês!
À  pois... Nóis fumo ó mercado da Rócas,
P'ra fazê um troca-troca, sem gastá nem um tostão...
Purquê isso nois não tinha não, só um trocado na mão!,...
Da venda do outro dia, quando fumo em romaria...
Ao bairro da Cidad'Alta, onde Sebo lá não falta,
P'ra fazê a transação...
- Intremo na Conceição, ali por trás da Igreja.
Assim nóis lá discubrimo, que  tem livro que é um mimo...
Tem até lá obra primo, do prémio da literatura...
Fiquemo até cum inveja!
De tanta literatura, de cordel e do pincel,
Pois lá tem também pintura...
P'ra fazê um troca-troca, c’ua nossa literatura...
Muita coisa nóis ali vimo,  é bestial, é massa!... é sensacional,
Poder viver em Natal...
-  à despois que nóis viêmo de Portugal.


http://www.caestamosnos.org/Autores/Silvino_Potencio.htm

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O meu muito obrigada a todos, até a próxima edição.

Participem enviando os vossos trabalhos para

iarameloportalcen@sapo.pt

 

 

 


Foto topo da página:
Grutas de Alvados - Portugal

Fundo Musical: Valsa Cigana -
Marisa Cajado/Cancioneiros do Infinito
Arranjo - Sibélius


Formatação e Arte Final: Iara Melo

 

 

 

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