Portugal e Espanha formam uma península
chamada Ibérica, no extremo da Europa.
Portugal é um país pequeno, pois a sua
superfície não vai além de 89.560 Km2. A
sua costa é banhada pelo Oceano
Atlântico, numa extensão de 845 Km.
Milhares de anos antes de se formarem as
duas nações com os nomes de Portugal e
Espanha, outros países e outros povos
houve na Península. Então o homem era um
ser de existência rude. Vivia em
cavernas e fazia as suas armas e
utensílios de pedra, ossos e espinhas de
peixe. Muitos anos depois, aprendeu a
fazer toscas construções à beira dos
lagos. Vários povos invadiram a
Península, alguns vindos de muito longe,
pela terra ou pelo mar. Os Lígures são
os primeiros de que há memória, seguidos
pelos Iberos.
Depois vieram os
Fenícios e os
Gregos. A Fenícia era, então, um país
muito progressivo e desenvolveu a
civilização em vários pontos da
Península. Assim, lentamente, pelo
contacto com povos mais adiantados, os
indígenas peninsulares iam transformando
a sua vida, com a aquisição de novos
ensinamentos e costumes. Vieram também
os Celtas que nalguns pontos se juntaram
aos Iberos, formando os Celtiberos. Da
junção dos Iberos e dos Celtas com os Lígures, formaram-se os Lúcios, mais
tarde Lusitanos. A Lusitânia ficava
entre os rios Tejo e Douro. Os
Lusitanos, muito arraigados à sua
independência, eram briosos guerreiros e
manejavam a espada, o punhal e a lança
com grande arte. Usavam cabelos
compridos e comiam pão feito de bolota.
Viviam em tribos independentes, mas,
quando em guerra, todas se uniam e
elegiam então os seus chefes comuns.
Mais tarde, vieram os Cartagineses,
oriundos da poderosa cidade do Norte de
África, chamada Cartago, que era uma
colónia Fenícia. Estabeleceram-se na
Península, onde estiveram mais de 300
anos.
Quando no ano 201, antes de Cristo se
submeteram a Roma, com a qual andaram em
guerra, os Romanos tomaram conta da
Ibéria. Nem todos os povos da Península
receberam de bom grado o jugo de Roma.
As atrocidades cometidas pelos seus
soldados motivaram muitas revoltas,
sobretudo dos povos do interior. Os
Lusitanos, ao verem as suas terras em
perigo, e temendo perder a sua
independência, ergueram-se em luta
aberta contra o invasor.
Depois de vencerem várias forças
romanas, o general Galba prometeu-lhes
boas condições de paz, se depusessem as
armas. Os Lusitanos já cansados da
guerra, aceitaram mas caíram numa
armadilha. Cerca de 30.000 Lusitanos
caíram vítimas do pérfido general
romano. Os que conseguiram escapar,
refugiaram-se na Serra da Estrela,
chamada então "Montes Hermínios". Entre
os que escaparam, encontrava-se um
pastor, valente, audaz, temerário, corpo
endurecido nas lutas da montanha, que
conseguiu reunir 6.000 homens. Era
Viriato, que recomeçou a luta contra os
Romanos, vingando a chachina de Galba.
Venceu todas as forças de Roma, até que
impôs condições de paz, que os Romanos
aceitaram. Mas os Romanos entraram mais
uma vez no caminho da traição. Faltaram
ao acordo de paz firmado com Viriato, e
de novo lhe abriram luta. Como tornassem
a perder, resolveram então subornar três
companheiros do valoroso montanês, que
mataram o seu chefe enquanto ele dormia.
Só desta forma vil, é que os generais
romanos conseguiram vencer Viriato.
Depois da morte de Viriato, os Lusitanos
passaram a ser comandados por Sertório,
um romano exilado, que à frente dos
bravos Lusitanos, venceu todos os
generais que Roma enviou para o
combater. Os Lusitanos estimavam-no
muito. O seu lugar-tenete Perpena, mau e
invejoso, matou-o à traição, durante um
banquete. Por fim, os Romanos
pacificaram a Península, cujos povos
aceitaram todos os seus usos e costumes.
Nela se mantiveram centenas de anos,
deixando numerosos vestígios da sua
civilização, como estradas, monumentos,
aquedutos, que ainda hoje podemos
admirar. Os povos bárbaros invadiram o
Império Romano, que para sempre se
extinguiu com toda a sua civilização.
Aqueles povos entraram depois na Ibéria
e devastaram tudo o que encontraram,
espalhando a peste e a fome. Os que mais
se distinguiram nestas destruições foram
os Alanos, os Vândalos e os Suevos. Os
Visigodos também vieram fixar-se na
Ibéria, onde dominaram os outros povos
bárbaros.
Convertidos ao Cristianismo, os
Visigodos fizeram da Península um grande
reino, que durou quase 300 anos.
Aproveitando-se das lutas que começaram
a dividir os Visigodos, os Muçulmanos,
vindos do Norte de África, invadiram a
Península. Rodrigo, rei dos Visigodos,
foi derrotado na batalha de Guadalete,
na qual perdeu a vida. Então, os
Muçulmanos tomaram conta da Península,
excepto uma parte das Astúrias, onde se
refugiou um grupo de visigodos,
chefiados por Pelágio. Este combateu os
Mouros e venceu-os na batalha de
Covadonga. Assim nasceu o primeiro reino
cristão da Península Ibérica, chamado em
princípio das Astúrias e depois de Leão.
Devido às lutas contra os Mouros,
formaram-se mais tarde, outros reinos
cristãos, como Castela, Navarra e
Aragão. Na altura, era rei de Leão
Afonso VI, que por morte de seu irmão,
rei de Castela, ficou a governar os dois
reinos. Afonso VI, rei de Leão e
Castela, batalhou muito contra os
Mouros, alargando os seus reinos até ao
rio Tejo. Henrique, cavaleiro francês,
auxiliou-o nestas lutas. Como recompensa
pelos seus feitos, o monarca deu-lhe em
casamento sua filha D. Teresa, e o
governo do Condado Portucalense Que
começava ao norte e estendia-se do rio
Minho para sul, em alguns pontos até ao
rio Tejo. D. Henrique combatendo sempre
os Mouros, dilatou os seus territórios.
Depois, partiu numa cruzada à Palestina,
ficando sua mulher D. Teresa, a governar
o Condado Portucalense, que continuava a
depender do rei de Leão e Castela. Por
morte de D. Henrique, como seu filho
Afonso Henriques ainda era menino de
três anos, ficou a governar o Condado,
sua mulher, a D. Teresa. Seguiram-se
algumas lutas entre as duas irmãs (de
Leão e Castela e a do Condado
Portucalense), pois ambas ambicionavam
alargar as suas terras e formar assim um
reino independente. Falecida D. Urraca
(de Leão e Castela), seu filho Afonso
VII foi aclamado rei de Leão e Castela.
Logo invadiu Portugal, para que sua tia,
D. Teresa lhe prestasse vassalagem, bem
como seu primo Afonso Henriques, já
armado cavaleiro em 1125, na Catedral de
Samora (hoje Espanha). Afonso VII
cercou-o em Guimarães (Minho).
A palavra deu a vida.
Para o mundo.
Com frases pronunciadas,
Pela reflexão.
Representam,
Vontades e pensamentos
Acontecem...
Assediadas,
Confiadas,
Por todos os lados.
Não nascem amarradas
Não brotam atadas.
Podem espantar,
Não foram feitas
Para dividir.
Mas para cultivar.
O destino.
É a construção.
É a união
E a ponte
Não para reprimir.
De seus conjuntos,
Carregam o amor
E a informação,
Também o perdão,
Estrela da expressão,
Interminável.
Seu fado
É dialogar,
Escrevendo-as
Com amor
E sinceridade
Na tábua,
Do seu coração
Já não suporto mais essa antipática
Fatoração de xis e de mais xis...
Lá se foi o tempo em que a Matemática
Roubou-me as horas e me faz feliz!
Agora, só frequento a aula prática
Que o Mestre Amor me dá, sem quadro ou giz,
Sem contas, sem cadernos, nem didática,
E até sem a extração de uma raiz...
E há plena liberdade no ambiente
De minha encantadora nova escola,
Onde só dois alunos dão “presente”:
Este que apenas quer poetizar...
E outro que é ela, quem me passa a cola,
Pois que, em amor, também se usa colar...]
Águas revoltas que descem o seu leito,
em correntes barrentas e tão ruidosas,
levando vil ira em seu dorso contrafeito,
cativa elas são de tormentas insidiosas.
Águas que são no seu leito desta feita,
límpidas correntes tranqüilas e calmas,
no seu sereno percurso vão ali desfeita,
todas as mil coisas mundanas das almas.
Também sujeito as intempéries da paixão,
este meu amor como as águas também vai,
hoje tão sereno, tranqüilo, amanhã turbilhão.
Preso nesta corrente tenho fincado no peito,
sufocando o meu coração na dor deste gai,
esta vã esperança de ainda ser o seu eleito.
Uma porção de poeta germina em minha alma
Nesta noite quente e estrelada dos meus dias
E vou rabiscando o pensamento de alegrias,
Que me derrama sobre o ser agradável calma.
Verdade que neste poema com rigor proclamo
Quão bom e útil o obstáculo que transponho
Na travessia lúcida deste claro sonho
Para tombar nos braços de quem tanto amo.
Meu ser desponta no firmamento infindo
Com a audição sonora de suaves acordes
Da inspiração sublime que me vem fluindo.
Agora sou o escriba de um poema lindo
E percebo no íntimo dos seus olhos verdes
Pétalas de amor sobre nós dois caindo.
Rigor de inverno... Frio gélido!
Mês em que se plantam hortênsias, ainda se podam
árvores.
Ventos fortes e jacarandás em confronto. Vergam-se
alguns galhos.
Quase em duelo com o tempo, a noite trama um acordo de
paz.
Ciosas do dever, estrelas executam o ritual ...guardam a
rua deserta.
Da minha janela a tudo assisto.
Nas letras esqueço as intempéries... todas!
Casa vazia... a orquestra toca 'o silêncio'.
Ponteiros cumprem o compromisso... sem descanso.
Fios (não os vejo!) mantêm-me prisioneira
da fala aveludada vinda nem sei de onde.
Surpresas tantas para um coração quase sem nada...
Sentimentos tantos!... Arrebatamento!
Chegaste!!!
Para ti - e somente para ti, meu 'ben'-amado! -
tributo toda a festa em meu novo mundo!
Me ensina a desenhar o amor no teu coração
A ter asas para voar com infinita emoção
A cantar como o rouxinol pra ti, uma canção
A navegar no teu olhar firme no timão
A ter coragem nos riscos de ter o amor
A aceitar as lágrimas ou risos se assim for
A mergulhar no teu hálito úmido de calor
A entender a tua linguagem corporal
A sonhar o sonho de forma racional
A ser um ouvinte da alma quando diz:
Vá em frente, não tenha medo de ser feliz!
Ensina-me!... Faça de mim aprendiz...
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros
Às 15 h e 42 min do dia 31 de dezembro de 2008 do Rio de
Janeiro,
especialmente para a revista Gruta da Poesia - Iara Melo -
Portal CEN
Nós somos carne, corpo, sangue, terra e pó,
Mas Deus nos deu felicidade em abundância;
Só vive triste quem não sabe viver só
E é infeliz quem não controla a própria ânsia.
Nós somos roupa, sedução e elegância,
Mas somos frágeis... e se alguém nos rouba a cena,
A nossa vã e traiçoeira intolerância
Afasta a nossa coerência mais amena.
Todos discutem uma vida mais singela
Mas o destino se rebela à intenção
Dessa feição que projetamos sobre a tela,
Onde o prazer não reproduz a emoção.
Deus nos ensina a metafísica da vida,
Mas toda vez que a matéria nos atrai,
O nosso vôo não se acostuma com a descida
E nosso corpo desmorona quando cai.
As nossas dores alicerçam-se nas mágoas
Que construímos quando nossas vaidades
São barcos frágeis ao sabor de tantas águas
Movendo trôpegas e vãs ansiedades.
Por sermos sempre sonhadores, entretanto,
Quando os desejos nos impelem a sonhar,
O coração passa a sentir todo o encanto
Que nos iguala e no ensina o que é amar.
Que este ano fosse
Aquilo que nós sonhamos
E não houvesse fome
Ódio, inveja, guerra
Entre os seres-humanos
Eu queria
Que a fraternidade
Deixasse de ser
Uma palavra vã
Que na terra brilhasse
A estrela da concórdia
E a esperança no amanhã
Eu queria
Que o brilho das luzes
Iluminasse o espírito dos homens
E os deixasse ver
Toda a miséria existente
Ao seu redor e que tantos
Pretendem esconder
Eu queria
Que o amor reinasse
Em todos os corações
E unidos, de mãos dadas
Todos os países, todas as nações
Começássemos a construção
De um mundo melhor
Eu queria
Que esta geração fosse capaz
De ficar na memória
Das gerações futuras
Como a geração
Dos construtores da paz.
Lembro do corpo lindo a espreitar meu corpo,
Lembro da noite calada, no silêncio do meu quarto,
Lembro de suas mãos acariciando meus olhos.
Vejo o reflexo de seu vulto, mirando meu vulto,
Vejo meu corpo arrepiando de desejos e êxtase,
Vejo nossos olhos em nossos olhos, olhando.
Sinto sua respiração em meu rosto, suado
Sinto seu corpo deslizando junto ao meu, calado
Sinto o calor de nossa alma exalando labaredas.
Sombra da minha sombra, assombra meus sonhos,
Invade meus pensamentos, incertos, insanos e perversos,
e deite em meu colo, sinta o meu hálito e adentre na
escuridão.
Nóis fumo ó mercado da Rócas,
P'ra fazê um troca-troca, da nossa literatura...
Ali xiguêmo, à pois intão!?...
E foi com muita emoção, que fizêmo a transação!
Purquê nois tem lá muita cultura..
- Pendurada no cordel, tinha versos em papel...
P'ra fazê um troca-troca, da nossa literatura...
Tinha poema rimado, tinha livro já usado, e disco de pedra e
vinil.
Tinha muita poesia, de gente que nós nem sabia
Que um dia lá existia!...
Era um tár de Luis d’ Camões, e outro de Luis Carlos
Guimarães...
E outro Da Cunha Lima, que das leis ele tá por cima!...
Até do Camara Cascudo, lá tinha de um todo,... um tudo!
Foi uma beleza pura!...
- fazê lá um troca-troca, da nossa literatura...
- Nóis fumo ó mercado da Rócas,
Et fizêmo lá um troca-troca, da nossa literatura...
De repente, por entre a gente...
Do mercado da Ribeira, xigou uma turma inteira,
Com mãos e braços repletos, de panfletos com sonetos...
Do tar Machado de Assis,... que escreveu pelos Brasis,
E até lá du Santos Reis, também vimo aparecê...
Um porreta estrangeiro, que por ser um português,
Ali virou nosso freguês!
À pois... Nóis fumo ó mercado da Rócas,
P'ra fazê um troca-troca, sem gastá nem um tostão...
Purquê isso nois não tinha não, só um trocado na mão!,...
Da venda do outro dia, quando fumo em romaria...
Ao bairro da Cidad'Alta, onde Sebo lá não falta,
P'ra fazê a transação...
- Intremo na Conceição, ali por trás da Igreja.
Assim nóis lá discubrimo, que tem livro que é um mimo...
Tem até lá obra primo, do prémio da literatura...
Fiquemo até cum inveja!
De tanta literatura, de cordel e do pincel,
Pois lá tem também pintura...
P'ra fazê um troca-troca, c’ua nossa literatura...
Muita coisa nóis ali vimo, é bestial, é massa!... é
sensacional,
Poder viver em Natal...
- à despois que nóis viêmo de Portugal.