Revista "Aquilo
que a Gente Sente"
Junho de 2010
Participantes: Membros
da
Liga dos
Amigos
do Portal CEN
Edição e Arte Final: Iara Melo

SONHO
Alba Albarello
O sonho é um tirocínio que é ser
dono de dizer o que realmente
sonhou.
É serenar envolvendo a vida,
seguindo seus dados e lendas.
Sempre o meu devaneio é um
conhecimento de imaginação
leviana localizando durante a
estação e encontrar-se sonhando.
Pensamos quando acordamos é
sempre uma expressão de atitudes
que foram
formadas durante o dia.
Possuo muitos amigos com a
apresentação que encontro de
vários sonhos e na noite do
sono, amanhecendo o dia eu
lembro perfeitamente o que
sonhei.
Principalmente o que desejo
fazer, mas o sonho te diz e o
resultado é sempre diferente e
revelador de desejos. Forma essa
interpretação, como uma
ferramenta desenvolvida em todos
os sonhos, que sempre eu acho um
“tremor”.
Em geral tudo aparece estranho
nesse sono.
Para mim o sono não é uma
função, somente aparece durante
a viela, com bastantes energias
e memórias.
Sempre sonho com pessoas amigas
e parentas, principalmente meu
“pai” minha “mãe”, que já se
apagaram as memórias, aparecem e
outras fases que sempre sonhamos
estabelecendo as nossas vidas.
Sonhos engraçados, pesadelos,
festas e assim por diante, cheio
de alucinações e um grande
TREMOR.
Muitas vezes é de alguns
segundos, ocorrendo vários
sonhos e sempre lembrado com
certas situações.
***
TREMOR
Alba Albarello
Tremular...
a vida permanente,
como a luz e a imaginação.
Em delírios...
pelo bem e pelas cicatrizes
acontecidas em meu peito.
E logo as lágrimas,
pergunto-me então,
que fazer com o que apareceu,
basta a esperança,
a poesia e os místicos da alma.
Na girândola do corpo,
que sangrou em oferenda.
A vida foi uma caixinha de
surpresas,
perfeita em plena salvação.
O precioso sangue,
nos salvou.
Por que estou bem certa,
semeando a alegria, para
florir a paz e a gratidão.
Com 100 mil meiguices e
esperanças.
Com 100 mil configurações de
amizades,
Com 100 mil almas reveladas,
Com 100 mil demonstrações de
amizades,
Com 100 mil do bom senso para
dizer:
OBRIGADA PELOS 100 mil de
VISITAS, pelo sol
da esperança brilhar, que eu
estou com gratidão e
agradecendo,
pela presença de cada nome
santificado.
***
TERNURA
Alba Albarello
A vida é assim,
abrir o coração, sentir a alma
a impressionar.
Através do que estou pensando,
vícios, dominam o significado,
da tua ausência.
Não há palavras que ilustram,
meu coração está raciocinando.
Ocultei uma ternura,
amedrontada em perdê-lo,
e hoje acontece o desconforto
deste amor por tê-lo disfarçado.
Sabia que és, quem buscava por
todos os caminhos que andei,
tolerar o tempo de justar.
Viva o mundo que viver, que
saiba o que praticar e o que
desejar,
basta você mudar, através do
tempo e espaço,
no pensamento tudo saber,
o mágico de teu caminho.
Imagino na estrela, um céu
brilhar,
conforme o luar.
Os jardins são seus sonhos.
nem sempre as borboletas se
encontram.
Suaves murmúrios que me fazem as
cores,
escorram o pomar secreto do
coração,
da tua alma, fragrância
almejante das rosas,
é pétalas de sorrisos como o
vento forte e seguro.
Que saiba o que faz e o que
quer.
Passe o tempo que passar,
no pensamento.

PASSEI PELO TEMPO
(Ari Santos de Campos)
Passei pelo tempo, após o
nascer:
fui tudo do nada enquanto
vivi,
passei pelo tempo em baixo
saber,
contudo de tudo um pouco
aprendi.
Passei pelo tempo, sem
merecer,
fui tudo do nada e de tudo
fugi,
passei pelo tempo sem me
acender
nas luzes do tempo que não
possuí.
Passei pelo tempo insano,
perdido,
fiz tudo com nada, em tombos
parti
ao longo do tempo e a nada
regrido.
Passei pelo tempo de onde
emergi,
fui tudo sem nada, infante,
vencido,
passei pelo tempo em sonhos
- morri.
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Ari_Campos/

Coisas de crianças
Benedita Azevedo
Jorge depois de vender o
engenho, trabalhava ora
de tropeiro, ora de
verdureiro. Tinha uma
tropa de animais que
levava e trazia
mercadorias de um lado
para o outro. Às vezes
chegava com dez animais
carregados de lavicas,
traíras abertas pelas
costas, salgadas e secas
ao sol. Descarregava no
depósito de mercadorias
e amontoava os cofos [k’ofus]
, espécie de cesto
tecido com as palhas de
coco babaçu, uns sobre
os outros. No outro dia,
carregava os animais e
levava para a cidade
onde entregava as
encomendas aos
comerciantes e comprava
tudo que lhe
encomendavam em
Anajatuba, localidade
onde comprava os peixes.
Nessas andanças, ele
ficava a maior parte do
tempo fora de casa. Flor
assumia praticamente
sozinha, a educação dos
oito filhos vivos. “Uma
escada”, dizia ela. Com
diferença de dois anos
entre eles. Naquela
época, Marina tinha doze
ou treze anos. Adorava
tomar banho de Rio e
junto com as irmãs
atravessavam para a
outra margem, onde
apanhavam mangas, quando
as do quintal delas
acabavam. Vestiam saias
largas, enchiam de
frutas, amarravam uma
ponta da saia à outra e
nadavam de volta.
Aquelas mangas tinham
sabor especial.
Uma vez as meninas
viram a mãe conversando
com o Sr. Serafim, um
velhinho de cabelos
brancos, magro, que
andava curvado para
frente, o dono das
mangas. Ficaram aflitas,
imaginando o castigo que
teriam ao chegar a casa,
pois dona Flor não
admitia nenhum deslize.
Ela pedia desculpas
pelas peraltices das
filhas, que ela
descobrira pegando
mangas na plantação
dele. Ele dizia
bondosamente: - Não se
incomode Dona Flor, são
coisas de crianças.
Marina,
corajosamente, procurou
a mãe e prometeu que
nunca mais pegaria as
mangas do Senhor
Serafim. Se foi por
isso ou pela bondade do
velhinho que não se
incomodou, ela nunca
soube por que a mãe,
daquela vez, não as
castigou.
Praia do Anil, Magé - RJ
LANÇADO EM 11/06/2010,
"SILÊNCIO DA TARDE"
DE BENEDITA AZEVEDO:

Lábios de mel, tal
Iracema.
Benedita Azevedo
Quando eu
estudava no ginásio, na
turma do primeiro ano
científico, que ficava
frente à minha, havia um
jovem que sempre
entrava, na minha sala
de aula, na hora do
recreio, para conversar.
Sentava-se a meu lado e
questionava por que eu
não descia na hora do
recreio? Dizia-lhe que
preferia ler a matéria
que o professor
explicara, para fixar
melhor o conteúdo. Eu
sempre aprendi, melhor
quando lia o texto, logo
a seguir à explicação do
professor e também, por
não ter tempo de estudar
outra hora devido ao
trabalho.
Ele ficava me
olhando e dizia que eu
tinha os lábios de mel,
tal qual os de Iracema.
Eu gostava de ouvir
aquilo, mesmo tendo
namorado e ele não sendo
o tipo de homem que me
despertasse interesse.
Era magro, moreno, rosto
fino, olhar ansioso e
ficava me rodeando o
tempo todo. Mas era
respeitoso e conversava
sobre tudo. Era muito
inteligente.
Acabei me
acostumando a conversar
com ele, na hora do
recreio, e sentia falta
no dia em que não
aparecia. Depois das
férias de julho não
voltei ao colégio, pois
me casaria em agosto e
não continuaria a
estudar. Nunca mais o
vi. Mesmo assim, às
vezes, me lembro daquele
seu jeito de tentar me
convencer a sair
consigo, mesmo que fosse
para o pátio, na hora do
recreio.
Praia do Anil, Magé - RJ
Benedita Azevedo

A
EXISTÊNCIA DAS JANELAS
Eliane Arruda - CE
Normalmente,
uma janela aberta
prenuncia senões de
liberdade, embora hoje,
nas grandes cidades,
esses recortes na parede
das casas, dos
apartamentos, contenham
grades de ferro ou
alumínio, impedindo a
entrada de intrusos:
gatos, calangos e
gatunos, os últimos
apropriando-se,
gratuitamente, do que
não lhes pertence.
Pensemos
numa casa sem nenhum
recorte de janela! Sem
dúvida, é penumbrosa,
abafada, triste...
Comparável à solidão de
uma deserta sepultura, e
quem pretende mofar,
enclausurar-se, sem
receber do vento o
sopro, e do sol ou do
luar as fascinantes
centelhas?
Embora
contendo feias grades e
impedindo a entrada de
alguém, descortina (a
janela) nesgas de
paisagens, seja urbana,
rural, serrana ou
celestial, e vemos
pessoas e carros
movimentando-se; casas,
telhados e edifícios;
árvores ou seus galhos
agitados pelo vento. Ao
longe, trechos do céu
com uma mostra de azul,
dependendo da hora do
dia, podendo estar
revestido com nuvens
densas ou um véu feito
com nuvens esgarçadas;
revoadas ou aviões
rasgando o cerúleo, sem
falar no colírio
derramado pelo sol e
pela lua quando resolve
bailar, prateada, no
céu.
Na noite
calma, nos momentos de
reclusão que precedem a
chegada do sono, nada
existe melhor que se
contemplar o céu
ornamentado com estrelas
coriscantes, o vento
acariciando-nos
suavemente a pele,
enquanto o espaço
reservado ao céu e à
terra é invadido pela
beleza do luar.
Em épocas
mais antigas, as janelas
tinham uma conotação bem
romântica, pois donzelas
ali ficavam apreciando
o movimento de rapazes
pela rua, ou aguardando,
logo mais à noite,
naquele local, uma
serenata, já que os
homens mais antigos,
inteligentemente,
declaravam seu amor à
donzela amada,
dedilhando as cordas de
um violão.
Muitos
poetas, dramaturgos,
artistas plásticos,
compositores musicais
inspiraram-se tendo por
base uma janela. Era de
uma delas que a
personagem principal do
conto infantil,
conhecida como Dona
Baratinha, cantando,
perguntava aos bichos
que na sua rua passavam:
“Quem quer casar com a
senhora baratinha que
tem fita no cabelo e
dinheiro na caixinha”? E
a Baratinha casou com o
Dom Ratão que, depois,
caiu na panela do feijão
e, viúva, continuou a
sua faina de cantar à
janela.
Os poetas
mencionam as “janelas da
alma e do coração”,
provavelmente, através
delas, percebem o que é
belo e sublime nesta
vida. Quem consegue
enxergar por essas
janelas livres, sem
grades, alcança um
patamar superior, onde
sopra a verdadeira
poesia.
Que nossas
janelas interiores, cada
vez mais, escancarem-se
para que possamos
enxergar os contornos do
sublime!
***
EMOÇÕES E EMOÇÕES!
Eliane Arrruda – CE
Será que,
neste mundo, alguém já
pensou em contabilizar a
gama de emoções que
permeiam as regiões mais
recônditas da alma
humana?
Provavelmente, em cada
faixa etária, em cada
sexo, não brotem com a
mesma intensidade. Que
provoca emoções em uma
criança, um adolescente,
um idoso, um amante, um
homem de negócios?... O
momento, com certeza,
contribui para o acervo
vigente.
Por falar em
momento, pensemos em um
jogo da Copa do Mundo
envolvendo nações
diferentes! As almas
entornam patriotismo,
competitividade,
angústia, expectativa,
preocupação... Um deles
saindo vitorioso, os
patrícios choram,
abraçam-se, pulam,
cantam expressando
alegria. São poucas as
pessoas que controlam os
seus jorros de emoção
nesses instantes.
Diante de
uma alma desafeta , como
reagem os indivíduos?
Alguns mantêm um
controle muito grande
para não sair de si e
dizer ou fazer o que não
devem. O sábio, o
inteligente deve tudo
fazer para não fabricar
um inimigo, pois o ódio,
instigando uma alma,
pode afastá-la da
racionalidade, avultando
o plano das emoções
destrutivas.
Diante de
uma criança, as emoções
mais puras e ternas
reinam. Aflorando, com
relação aos infantes,
indevidas e
inescrupulosas emoções,
configura-se uma pessoa
com sérios problemas de
conduta, caso de
acompanhamento
psicológico e religioso,
já que, nas pessoas
normais, as crianças
provocam bons
sentimentos.
O poeta
aprecia liberar suas
emoções em forma de
poemas, uma vez que uma
bela flor, um céu
desnudo, uma noite
alvejada pela prata do
luar o emocionam, assim
como a pessoa que mexe
forte no seu delicado
coração.
Emocionar-se
com o belo, o puro, o
leve da existência é
incentivar o gosto de
viver. Em contrapartida,
inflar-se com emoções
negativas é impedir que
flua a vida normalmente.
O ser humano construído
com o cerne das emoções
negativas, não deve ser
considerado “pessoa
grata”, e sim algoz e
destrutivo. Daí, o
indivíduo que procura,
nesta vida, deixar tudo
por menos ser agradável
e inteligente.
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 |
Glosando
Luiz Antonio Cardoso
Gislaine Canales
APENAS
MOTE:
Meu corpo colado ao
teu...
Dois seres. Um
sentimento!
Sonho que sobreviveu
Apenas em pensamento...
Meu corpo colado ao
teu...
em nosso amor diferente,
como Julieta e Romeu,
amando-nos loucamente!
Era só felicidade,
dois seres. Um
sentimento!
Numa só identidade
vivendo àquele momento!
Mas o grande amor
morreu,
virando sonho
somente,
sonho que sobreviveu
para sempre, em minha
mente!
Eu esqueço a nostalgia
e me embalo neste
alento,
que vem alegrar meu dia
,
apenas em pensamento...
***
Glosando Luiz
Antonio Cardoso
Gislaine Canales
SOU?
MOTE:
Eu, você: todo um amor.
Reinava a felicidade!
Distantes... hoje sou
dor...
Sou solidão... sou
saudade!
Eu, você: todo um amor,
o paraíso na Terra,
ao sentir todo o calor
que um amor eterno
encerra!
Entre nós dois todo o
dia
reinava a felicidade!
As noites, só de
alegria...
Bendita realidade!
O destino ditador
nos separou, sem razão.
Distantes... hoje sou
dor...
nem tenho mais coração!
Eu, já, nem me
reconheço,
nem sei quem sou na
verdade.
O fim do amor deu-me um
preço:
Sou solidão... sou
saudade!
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NESGAS DO PASSADO...
Ilda Maria Costa
Brasil
Num fim de tarde, à
beira do mar,
concentrei meu olhar
nos movimentos das
ondas, as quais
espumavam
velozmente. Esses
eram atraentes e
misteriosos. Cada um
parecia traçar uma
história. Havia
altivez, coragem,
independência,
força, naturalidade
e beleza.
O momento
permitiu-me
extravasar minhas
tristezas, isto é,
abrir as comportas
que sufocavam meu
peito. Lágrimas,
dores e mágoas
uniram-se na
construção de uma
história de
liberdade e de
reencontro. Aos
poucos, fui me
sentindo mais
tranquila e leve.
Muitos foram os anos
em que reprimi
minhas emoções,
acreditando estar
sendo forte e
corajosa; todavia,
hoje, sei que minha
atitude representava
medo do insucesso e
receio de cometer
erros dos quais
poderia vir a me
arrepender.
A magia das cores
que passaram a
ocupar o céu
levou-me a um
passado longínquo e,
consequentemente, a
reviver alguns
momentos gostosos de
minha adolescência:
as Tunas, uma
pequena praia de
água doce,
praticamente nativa
que recebia, no
verão, poucos
banhistas, mas que
nos acolhia com
carinho; o Colégio
Nossa Senhora do
Calvário; as aulas
de matemática e de
geometria do
Professor Hermeto
Disconzi, o qual nos
transmitiu o gosto
pelas exatas; as
reuniões de estudo
na casa da Marli e
da Ledi Beladona; os
trabalhos de
pesquisa à sombra do
arvoredo na casa da
Josélia Vieira da
Cunha; as pescarias
no açude do seu
Antônio Beladona; as
férias na Fazenda
Santa Bárbara; as
bagunças na Glorinha
Cantarelli, quando
devorávamos o pomar
e algumas garrafas
de refrigerantes; os
encontros na casa do
Zé Nelson Moraes
antes da visita à
Caixa D’Água; as
brincadeiras com
água na sanga que
passa embaixo da
ponte dos trilhos;
os bate-papos na
frente do Hotel
Central dos pais do
Cláudio Magoga; as
caminhadas nos
trilhos até a ponte
seca; as reuniões
com o seu Paulo
Mostardeiro para
redigirmos a coluna
social do Jornal
Restinguense, assim
como as
participações no
Grêmio Estudantil do
Colégio Nossa
Senhora do Calvário
como secretária dos
Presidentes Cláudio
Magoga, Hélio
Friedrich, Ledi
Beladona, Arlindo
Roso de Vargas, José
Nelson Moraes e
Alberi Vargas. O
nosso viver era um
mar de felicidade!
As lembranças são
muitas; todavia, a
que me traz mais
felicidade é a de
termos pressionado a
diretoria do Clube
Seco para permitir a
participação de
nossos colegas
negros no baile de
formatura do
científico que o
colégio realizaria
no local.
Sentimo-nos
vitoriosos, pois, em
plena década de 60,
quebramos o
preconceito.
Por um instante,
achei que estava
chovendo, mas, ao
passar a mão no
rosto, percebi que
lembranças e
lágrimas haviam se
entrelaçado. Como
seria bom
reencontrar meus
ex-colegas! Alguns,
certamente, foram
audaciosos e
realizaram seus
sonhos; outros,
receosos de
cometerem erros ou
de vivenciarem
derrotas, não se
arriscaram,
limitando-se à
construção de
histórias sem
aventuras e sem
recomeços.
Neste momento, uma
grande certeza, a de
que essas nesgas do
meu passado não
serão apagadas da
minha memória e que
a história da
adolescência de meus
ex-colegas fazem
parte da minha
própria história.
***
INQUIETAÇÕES...
Ilda Maria Costa
Brasil
Há três noites meu
sono tem sido alvo
de inquietações, as
quais, ainda, não
consegui
identificá-las.
Passado? Presente?
Futuro? Não sei.
Algo está a gerar-me
uma intensa dor no
peito. Sinto que
muito tenho a
desvendar, mas o que
fazer para me
tranquilizar e
continuar a minha
caminhada?
Enquanto não
adormeço, através de
leituras, busco os
tesouros da alma,
com os quais
compartilho sonhos,
alegrias e
conhecimentos, já
que esses me
alimentam,
constantemente, com
luzes e com
esplendores
espirituais.
Preciso detectar
minhas angústias e,
consequentemente,
compreendê-las. Esta
procura está a me
perturbar.
Concentro-me, a fim
de focalizar a
atenção nessas
inquietações, pois
desejo recuperar a
minha paz interior.
A presença diária,
em meus pensamentos,
de algumas emoções e
de alguns elementos
da natureza, como o
vento, o mar, o ar,
a brisa, as nuvens,
os pássaros, as
flores, o tempo, o
espaço e a
musicalidade,
conferem a mim,
pessoa, um caráter
fluido,
projetando-me fortes
impressões líricas e
sensoriais.
Minhas inquietações
estão a despertar-me
encanto,
sensibilidade,
fantasia e
subjetividade.
Ideias e pensamentos
transformam-se em
símbolos e em
imagens passíveis de
serem evocadas e
sugeridas por meio
de harmonias entre
sons, perfumes e
cores que
transcendem o
imediato e o
material para
revelar o mistério,
o vago e o oculto da
vida interior.
Quanta sensibilidade
aflorou neste
momento? Essa está a
dar-me as respostas
desejadas e a
trazer-me ternura
por coisas simples,
pequenas e naturais,
assim como a
refletir sobre as
minhas ações e sobre
os meus gestos, com
percepção e com
equilíbrio. Sendo
fator responsável
pelo reencontro da
leveza e da
suavidade de meus
sentimentos.
Entre o concreto e o
abstrato, o sono
chega com magia e
encanto.
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EU SÓ QUERIA
DIZER-LHE...
Iraí Verdan
Nada tinha para
comemorar...
Não era o começo de
Primavera?!
Chovia uma chuva miúda e
fria;
Era o Outono que estava
pra chegar.
Nada tinha para
comemorar...
Nem havia uma canção
Preparada pra cantar.
Nenhuma orquestra
afinada
Pra uma sinfonia,
celebrar...
Nada tinha para
comemorar...
Mas, eu queria
dizer-lhe,
Apenas, três pequenas
palavras,
Guardadas pra festejar
A insensatez do nosso
momento.
Nada tinha para
comemorar...
Era o final da
Primavera.
Como a flor querendo
desabrochar,
Eu só queria dizer-lhe
Três pequenas palavras -
Eu só queria dizer-lhe:
Eu te amo!
Magé, RJ.
***
IRAÍ VERDAN CONVIDA:

***
QUE SEJA ETERNO
(Para o Dia dos
Namorados)
Iraí Verdan
Querido, enquanto
estamos juntos,
Nesse dia a dia, digo:
Eu te amo!
Nesse vai e vem...
Que não termina nunca!
Vens e vais...
E eu sempre te recebo.
Com as distâncias,
Não me incomodo mais.
Solitária, digo ao nosso
Amor:
"Que seja eterno,
enquanto dure!...".
Magé, RJ
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Irai_Verdan/
Querias saber...
eis-me.
Lígia Antunes
leivas
Querias saber
quem sou eu 'na
real' (?) e por
que me
escondo?...
Sou apenas a
exatidão de um
nome no registro
de algum
cartório civil
(depois que me
separei nem isso
sei mais
direito... qual
meu nome?...),
mas, deixa pra
lá... coisas do
destino sem
qualquer
desatino.
E penso eu que a
alegria é
metáfora na
(in)consistência
do acaso... se
bem que me
esforço ao
máximo para ver
o lado alegre de
todas as
coisas...
reconheço porém:
às vezes a gente
cansa...
Vivo apaixonada
pela espera e
espero
apaixonada pela
vida... já que
esta é um
adiamento eterno
que se espera na
eterna esperança
que se adia.
Viver é esperar
e adiar. Essa é
a rotina que faz
o mundo rodar.
Quem for meu
amigo, poderá
contar comigo
pro que der e
vier (sou
capricorniana...
mergulho de
ponta-cabeça no
que me
motiva...) e
deverá pensar
que ninguém está
neste mundo para
ser explicado ou
compreendido,
mas para
fascinar-se,
apaixonar-se,
encantar-se...enfim,
para amar...
porque o resto é
tão-somente isso
mesmo: resto!
Há em mim um
certo quê de
niilismo... mas
em contrapartida
há uma tendência
forte de pensar
que 'a vida é
bela!' - essas
coisas da
dualidade...
eterna dualidade
que habita o ser
humano.
Eis o que sei
dizer de mim
mesma... nada
mais é preciso.
Pelotas, RS, BR
***
Um
bandoneon
faz a
noite!
Lígia
Antunes
leivas
Segredos
na noite
enfeitiçada
...bailam
acordes
ao som
de um
bandoneon
La
Cumparsita...
Olhares
faíscam
na
penumbra
Sorrisos
convidam
desejos
escondidos
A media
luz...
Coração
(arrebatado!!!)
lateja...
mistérios,
fantasias
braços
cingidos
aos
sonhos
inteiros!
Corrientes...
Face,
corpo,
pele,
poros
dançam
ardentes
compassos
à
volúpia
do tango
abraçados!
Sur...
Uno...
(Tão
nosso o
tempo,
o mundo,
a
madrugada
coreografados
nestes
passos!)
Mi
Buenos
Aires
querido!...
E o
bandoneon
alucinado
suspira
notas
derradeiras
no
romper
de mais
outra
alvorada!
Adiós,
Pampa
Mia!...
Pelotas,
RS, BR |
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Ligia_Leivas/

O ABRIGO DO POETA É O QUE
ELE SENTE
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros – às
8h e 36 min do dia 21 de
janeiro de 2010 do Rio de
Janeiro
Não sei cantar a morte... me
perdoa...
Se voa, toda alma é
passarinho;
O ninho do amor é o que ele
doa
Para quem necessita de
carinho.
Só sei falar da vida: Vem
comigo !
O abrigo do poeta é o que
ele sente ;
Se mente, é porque vê, no
seu amigo
Ausente... o que ele deixa
de presente.
Não fujo do real, apenas
minto
E invento, nesta dor que às
vezes sinto,
A minha mais perfeita
companhia
E mesmo que acabe o vinho
tinto,
E a tela se desfaça, eu
repinto
A vida, outra vez, de
fantasia.
***
ISTO... ISSO
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros
Tu és isto: epidérmica
verdade
Que me beija, que me abraça,
me cativa...
E eu sou isso: um silêncio,
uma saudade
Que te vê real, amiga,
amante... viva.
Eu te sinto...te desejo e,
se não vens,
Fecho os olhos e te evoco,
ah... eu insisto
E te tenho com tudo isso que
tu tens;
Meu amor, sinceramente gosta
disto.
Quando eu finjo que te vejo,
estou sentindo
No meu sonho o teu amor mais
verdadeiro
E se assim eu sou feliz,
mesmo mentindo,
Eu repito este sonho
passageiro
Somos isto: um contato, um
encontro
Que ocorre dentro de um
devaneio,
Quando a vida é sempre esse
desencontro
Com o amor que nunca diz
porque é que veio

TIVESSE EU
Tito Olívio
Tivesse eu asas de condor
altivo
E penas de aço faiscando
lume;
Tivesse o aroma do melhor
perfume,
Que se insinua e traz o amor
cativo;
Tivesse eu chama que
passasse ao crivo
E de um só salto me levasse
ao cume;
Pudesse amar sem padecer
ciúme
Reinventado em infernal
motivo!...
Ia pedir a sobra dum
carinho,
Como perdida ave sem ter
ninho,
Que cai do alto ramo a cada
passo,
Só para ser a flor do teu
cabelo,
Rico adereço ou colar
singelo
E ser menino de oiro em teu
regaço.
***
JACARANDÁS
Tito Olívio
Pintaram minha rua de lilás,
Em pinceladas fortes,
curvilíneas,
Para ofuscar as pétalas
sanguíneas
Dos loendros e hibiscos, lá
atrás.
São os jacarandás, bocas
floríneas.
Em cada ano, Maio sempre
traz
Campainhas de perfume
pertinaz,
Trepando pelas ramas
longuilíneas.
Tendo vivido juntos, tão
diversos
Foram nossos destinos!
Floram versos,
Que, a quem por aqui passa,
enchem de encanto
E pintam minha rua de
beleza;
Não têm os meus poemas, sem
grandeza,
A paz que eles espalham
neste canto.
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Formatação e
Arte Final:
Iara Melo

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