Revista "Aquilo que a Gente Sente"

Junho de 2010

Participantes: Membros da Liga dos

 

Amigos do Portal CEN

 

Edição e Arte Final: Iara Melo

 


 

 

 

SONHO

 



Alba Albarello
 


O sonho é um tirocínio que é ser dono de dizer o que realmente sonhou.
É  serenar  envolvendo a  vida, seguindo seus dados e lendas.
Sempre o meu devaneio é um conhecimento de imaginação  leviana  localizando durante a estação e encontrar-se sonhando.
Pensamos quando acordamos é sempre uma expressão de atitudes que foram
formadas durante o dia.
Possuo muitos amigos com a apresentação que encontro de vários sonhos  e na noite do sono, amanhecendo o dia eu lembro perfeitamente o que sonhei.
Principalmente o que desejo fazer, mas o sonho te diz e o resultado é sempre diferente e revelador de desejos. Forma essa interpretação, como uma ferramenta desenvolvida em todos os sonhos, que sempre eu acho um “tremor”.
Em geral tudo aparece estranho nesse sono.
Para mim o sono não é uma função, somente aparece durante a viela, com bastantes energias e memórias.
Sempre sonho com pessoas amigas e parentas, principalmente meu “pai” minha “mãe”, que já se apagaram as memórias, aparecem e outras fases que sempre sonhamos estabelecendo as nossas vidas.
Sonhos engraçados, pesadelos, festas e assim por diante, cheio de alucinações e um grande TREMOR.
Muitas vezes é de alguns segundos, ocorrendo vários sonhos e sempre lembrado com certas situações.
 

 

***

 

TREMOR

Alba Albarello

Tremular...
a vida permanente,
como a luz e a imaginação.
Em delírios...
pelo bem e pelas cicatrizes
acontecidas em meu peito.
E logo as lágrimas,
pergunto-me então,
que fazer com o que apareceu,
basta a esperança,
a poesia e os místicos da alma.
Na girândola do corpo,
que sangrou em oferenda.
A vida foi uma caixinha de surpresas,
perfeita em plena salvação.
O precioso sangue,
nos salvou.
Por que estou bem certa,
semeando a alegria, para
florir a paz e a gratidão.
Com 100 mil meiguices e esperanças.
Com 100 mil configurações de amizades,
Com 100 mil almas reveladas,
Com 100 mil demonstrações de amizades,
Com 100 mil do bom senso para dizer:
OBRIGADA PELOS 100 mil de VISITAS, pelo  sol
da esperança brilhar, que eu estou com gratidão e agradecendo,
pela presença de cada nome santificado.
 

 

***

 

TERNURA

Alba Albarello

A vida é assim,
abrir o coração, sentir a alma a  impressionar.
Através do que estou pensando,
vícios, dominam   o significado, da tua ausência.
Não há palavras que ilustram,
meu coração está raciocinando.
Ocultei uma ternura,  amedrontada em perdê-lo,
e hoje acontece o desconforto deste amor por tê-lo disfarçado.
Sabia que és, quem buscava por todos os caminhos que andei,
tolerar o tempo de justar.
Viva o mundo que viver, que saiba o que praticar e o que desejar,
basta você mudar, através do tempo e espaço,
no pensamento tudo saber,
o mágico de teu caminho.
Imagino na estrela, um céu brilhar,
conforme o luar.
Os jardins são seus sonhos.
 nem sempre as borboletas  se encontram.
Suaves murmúrios que me fazem as cores,
escorram o pomar secreto do coração,
da tua alma, fragrância almejante das rosas,
é pétalas de sorrisos como o vento forte e seguro.
Que saiba o que faz e o que quer.
Passe o tempo que passar,
no pensamento.

 

 

 

 

PASSEI PELO TEMPO


 



(Ari Santos de Campos)

Passei pelo tempo, após o nascer:
fui tudo do nada enquanto vivi,
passei pelo tempo em baixo saber,
contudo de tudo um pouco aprendi.
 
Passei pelo tempo, sem merecer,
fui tudo do nada e de tudo fugi,
passei pelo tempo sem me acender
nas luzes do tempo que não possuí.

Passei pelo tempo insano, perdido,    
fiz tudo com nada, em tombos parti
ao longo do tempo e a nada regrido. 
 
Passei pelo tempo de onde emergi,
fui tudo sem nada, infante, vencido,  
passei pelo tempo em sonhos - morri.

http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Ari_Campos/

 

 

 


    
Coisas de crianças

Benedita Azevedo


     Jorge depois de vender o engenho, trabalhava ora de tropeiro, ora de verdureiro. Tinha uma tropa de animais que levava e trazia mercadorias de um lado para o outro. Às vezes chegava com dez animais carregados de lavicas, traíras abertas pelas costas, salgadas e secas ao sol. Descarregava no depósito de mercadorias e amontoava os cofos [k’ofus] , espécie de cesto tecido com as palhas de coco babaçu, uns sobre os outros. No outro dia, carregava os animais e levava para a cidade onde entregava as encomendas aos comerciantes e comprava tudo que lhe encomendavam em Anajatuba, localidade onde comprava os peixes.
 
    Nessas andanças, ele ficava a maior parte do tempo fora de casa. Flor assumia praticamente sozinha, a educação dos oito filhos vivos. “Uma escada”, dizia ela. Com diferença de dois anos entre eles. Naquela época, Marina tinha doze ou treze anos. Adorava tomar banho de Rio e junto com as irmãs atravessavam para a outra margem, onde apanhavam mangas, quando as do quintal delas acabavam. Vestiam saias largas, enchiam de frutas, amarravam uma ponta da saia à outra e nadavam de volta. Aquelas mangas tinham sabor especial.
 
    Uma vez as meninas viram a mãe conversando com o Sr. Serafim, um velhinho de cabelos brancos, magro, que andava curvado para frente, o dono das mangas. Ficaram aflitas, imaginando o castigo que teriam ao chegar a casa, pois dona Flor não admitia nenhum deslize.
 
    Ela pedia desculpas pelas peraltices das filhas, que ela descobrira pegando mangas na plantação dele. Ele dizia bondosamente: - Não se incomode Dona Flor, são coisas de crianças.
 
    Marina, corajosamente, procurou a mãe e prometeu que nunca mais pegaria as mangas do Senhor Serafim.  Se foi por isso ou pela bondade do velhinho que não se incomodou, ela nunca soube por que a mãe, daquela vez, não as castigou.
 
Praia do Anil, Magé - RJ
 

LANÇADO EM 11/06/2010, "SILÊNCIO DA TARDE"

 

DE BENEDITA AZEVEDO:

 

 

 
Lábios de mel, tal Iracema.

Benedita Azevedo

         
        Quando eu estudava no ginásio, na turma do primeiro ano científico, que ficava frente à minha, havia um jovem que sempre entrava, na minha sala de aula, na hora do recreio, para conversar. Sentava-se a meu lado e questionava por que eu não descia na hora do recreio? Dizia-lhe que preferia ler a matéria que o professor explicara, para fixar melhor o conteúdo. Eu sempre aprendi, melhor quando lia o texto, logo a seguir à explicação do professor e também, por não ter tempo de estudar outra hora devido ao trabalho.
 
        Ele ficava me olhando e dizia que eu tinha os lábios de mel, tal qual os de Iracema. Eu gostava de ouvir aquilo, mesmo tendo namorado e ele não sendo o tipo de homem que me despertasse interesse. Era magro, moreno, rosto fino, olhar ansioso e ficava me rodeando o tempo todo. Mas era respeitoso e conversava sobre tudo. Era muito inteligente.
 
        Acabei me acostumando a conversar com ele, na hora do recreio, e sentia falta no dia em que não aparecia. Depois das férias de julho não voltei ao colégio, pois me casaria em agosto e não continuaria a estudar. Nunca mais o vi. Mesmo assim, às vezes, me lembro daquele seu jeito de tentar me convencer a sair consigo, mesmo que fosse para o pátio, na hora do recreio.
 
Praia do Anil, Magé - RJ
Benedita Azevedo
 
 
 

 
 

 

 

A EXISTÊNCIA DAS JANELAS
 
Eliane Arruda - CE
 

            Normalmente, uma janela aberta prenuncia senões de liberdade, embora hoje, nas grandes cidades, esses recortes na parede das casas, dos apartamentos, contenham grades de ferro ou alumínio, impedindo a entrada de intrusos: gatos, calangos e gatunos, os últimos apropriando-se, gratuitamente, do que não lhes pertence.
            Pensemos numa casa sem nenhum recorte de  janela! Sem dúvida, é penumbrosa, abafada, triste... Comparável à solidão de uma deserta sepultura, e quem pretende mofar, enclausurar-se, sem receber do  vento o sopro, e do sol ou do luar as fascinantes centelhas?
            Embora contendo feias grades e impedindo a entrada de alguém, descortina (a janela)  nesgas de paisagens, seja urbana, rural, serrana ou celestial, e vemos pessoas e carros movimentando-se; casas, telhados e edifícios; árvores ou seus galhos agitados pelo vento. Ao longe, trechos do céu com uma mostra de azul, dependendo da hora do dia, podendo estar revestido com nuvens densas ou um véu feito com nuvens esgarçadas; revoadas ou aviões rasgando o cerúleo, sem falar no colírio derramado pelo sol e pela lua quando resolve bailar, prateada, no céu.
            Na noite calma, nos momentos de reclusão que precedem a chegada do sono, nada existe melhor que se contemplar o céu ornamentado com estrelas coriscantes, o vento acariciando-nos suavemente a pele, enquanto o espaço reservado ao céu e à terra é invadido pela beleza do luar.
            Em épocas mais antigas, as janelas tinham uma conotação bem romântica, pois donzelas ali ficavam  apreciando o movimento de rapazes pela rua, ou aguardando, logo mais à noite, naquele local, uma serenata, já que os homens mais antigos, inteligentemente, declaravam seu amor à donzela amada, dedilhando as cordas de um violão.
            Muitos poetas, dramaturgos, artistas plásticos, compositores musicais inspiraram-se tendo por base uma janela. Era de uma delas que a personagem principal do conto infantil, conhecida como Dona Baratinha, cantando, perguntava aos bichos que na sua rua passavam: “Quem quer casar com a senhora baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha”? E a Baratinha casou com o Dom Ratão que, depois, caiu na panela do feijão e, viúva, continuou a sua faina de cantar à janela.
            Os poetas mencionam as “janelas da alma e do coração”, provavelmente, através delas, percebem o que é belo e sublime nesta vida. Quem consegue enxergar por essas janelas livres, sem grades, alcança um patamar superior, onde sopra a verdadeira poesia.
            Que nossas janelas interiores, cada vez mais, escancarem-se para que possamos enxergar os contornos do sublime!
 
 
***
 
EMOÇÕES E EMOÇÕES!
 
Eliane Arrruda – CE
 

            Será que, neste mundo, alguém já pensou em contabilizar a gama de emoções que permeiam as regiões mais recônditas da alma humana?
            Provavelmente, em cada faixa etária, em cada sexo, não brotem com a mesma intensidade. Que provoca emoções em uma criança, um adolescente, um idoso, um amante, um homem de negócios?... O momento, com certeza, contribui para o acervo  vigente.
            Por falar em momento, pensemos em um jogo da Copa do Mundo envolvendo nações diferentes! As almas entornam patriotismo, competitividade, angústia, expectativa, preocupação... Um deles saindo vitorioso, os patrícios choram, abraçam-se, pulam, cantam expressando alegria. São poucas as pessoas que controlam os seus jorros de emoção nesses instantes.
            Diante de uma alma desafeta , como reagem os indivíduos? Alguns mantêm um controle muito grande para não sair de si e dizer ou fazer o que não devem. O sábio, o inteligente deve tudo fazer para não fabricar um inimigo, pois o ódio, instigando uma alma, pode afastá-la da racionalidade, avultando o plano das emoções destrutivas.
            Diante de uma criança, as emoções mais puras e ternas reinam. Aflorando, com relação aos infantes, indevidas e inescrupulosas emoções, configura-se uma pessoa com sérios problemas de conduta, caso de acompanhamento psicológico e religioso, já que, nas pessoas normais, as crianças provocam bons sentimentos.
            O poeta aprecia liberar suas emoções em forma de poemas, uma vez que uma bela flor, um céu desnudo,  uma noite alvejada pela prata do luar o emocionam, assim como a pessoa que mexe forte no seu delicado coração.
            Emocionar-se com o belo, o puro, o leve da existência é incentivar o gosto de viver. Em contrapartida, inflar-se com emoções negativas é impedir que flua a vida normalmente. O ser humano construído com o cerne das emoções negativas, não deve ser considerado “pessoa grata”, e sim algoz e destrutivo. Daí, o indivíduo que procura, nesta vida, deixar tudo por menos ser agradável e inteligente.
 

http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Eliane_Arruda/

 

 

 

  Glosando Luiz Antonio Cardoso
Gislaine Canales
 
APENAS
 
MOTE:
 
Meu corpo colado ao teu...
Dois seres. Um sentimento!
Sonho que sobreviveu
Apenas em pensamento...
 
Meu corpo colado ao teu...
em nosso amor diferente,
como Julieta e Romeu,
amando-nos loucamente!
 
Era só felicidade,
dois seres. Um sentimento!
Numa só identidade
vivendo àquele  momento!
 
Mas o grande amor morreu,
virando  sonho somente,       
sonho que sobreviveu
para sempre, em minha mente!
 
Eu esqueço a nostalgia
e me embalo neste alento,
que vem alegrar meu dia ,
apenas em pensamento...


 
 
***


Glosando Luiz Antonio Cardoso
Gislaine Canales
 
SOU?
 
MOTE:
 
Eu, você: todo um amor.
Reinava a felicidade!
Distantes... hoje sou dor...
Sou solidão... sou saudade!
 
Eu, você: todo um amor,
o paraíso na  Terra,
ao sentir todo o calor
que um amor eterno encerra!
 
Entre nós dois todo o dia
reinava a felicidade!
As noites, só de alegria...
Bendita realidade!

O destino ditador
nos separou, sem razão.
Distantes... hoje sou dor...
nem tenho mais coração!
 
Eu, já, nem  me   reconheço,
nem sei quem sou na verdade.
O fim do amor deu-me um preço:
Sou solidão... sou saudade!



http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Gislaine_Canales/

 

 

 

 

 

NESGAS DO PASSADO...

Ilda Maria Costa Brasil

 
Num fim de tarde, à beira do mar, concentrei meu olhar nos movimentos das ondas, as quais espumavam velozmente. Esses eram atraentes e misteriosos. Cada um parecia traçar uma história. Havia altivez, coragem, independência, força, naturalidade e beleza.
O momento permitiu-me extravasar minhas tristezas, isto é, abrir as comportas que sufocavam meu peito. Lágrimas, dores e mágoas uniram-se na construção de uma história de liberdade e de reencontro. Aos poucos, fui me sentindo mais tranquila e leve. Muitos foram os anos em que reprimi minhas emoções, acreditando estar sendo forte e corajosa; todavia, hoje, sei que minha atitude representava medo do insucesso e receio de cometer erros dos quais poderia vir a me arrepender.
A magia das cores que passaram a ocupar o céu levou-me a um passado longínquo e, consequentemente, a reviver alguns momentos gostosos de minha adolescência: as Tunas, uma pequena praia de água doce, praticamente nativa que recebia, no verão, poucos banhistas, mas que nos acolhia com carinho; o Colégio Nossa Senhora do Calvário; as aulas de matemática e de geometria do Professor Hermeto Disconzi, o qual nos transmitiu o gosto pelas exatas; as reuniões de estudo na casa da Marli e da Ledi Beladona; os trabalhos de pesquisa à sombra do arvoredo na casa da Josélia Vieira da Cunha; as pescarias no açude do seu Antônio Beladona; as férias na Fazenda Santa Bárbara; as bagunças na Glorinha Cantarelli, quando devorávamos o pomar e algumas garrafas de refrigerantes; os encontros na casa do Zé Nelson Moraes antes da visita à Caixa D’Água; as brincadeiras com água na sanga que passa embaixo da ponte dos trilhos; os bate-papos na frente do Hotel Central dos pais do Cláudio Magoga; as caminhadas nos trilhos até a ponte seca; as reuniões com o seu Paulo Mostardeiro para redigirmos a coluna social do Jornal Restinguense, assim como as participações no Grêmio Estudantil do Colégio Nossa Senhora do Calvário como secretária dos Presidentes Cláudio Magoga, Hélio Friedrich, Ledi Beladona, Arlindo Roso de Vargas, José Nelson Moraes e Alberi Vargas. O nosso viver era um mar de felicidade!
As lembranças são muitas; todavia, a que me traz mais felicidade é a de termos pressionado a diretoria do Clube Seco para permitir a participação de nossos colegas negros no baile de formatura do científico que o colégio realizaria no local. Sentimo-nos vitoriosos, pois, em plena década de 60, quebramos o preconceito.
Por um instante, achei que estava chovendo, mas, ao passar a mão no rosto, percebi que lembranças e lágrimas haviam se entrelaçado. Como seria bom reencontrar meus ex-colegas! Alguns, certamente, foram audaciosos e realizaram seus sonhos; outros, receosos de cometerem erros ou de vivenciarem derrotas, não se arriscaram, limitando-se à construção de histórias sem aventuras e sem recomeços.
Neste momento, uma grande certeza, a de que essas nesgas do meu passado não serão apagadas da minha memória e que a história da adolescência de meus ex-colegas fazem parte da minha própria história.


***
 
INQUIETAÇÕES...

Ilda Maria Costa Brasil
 

Há três noites meu sono tem sido alvo de inquietações, as quais, ainda, não consegui identificá-las. Passado? Presente? Futuro? Não sei. Algo está a gerar-me uma intensa dor no peito. Sinto que muito tenho a desvendar, mas o que fazer para me tranquilizar e continuar a minha caminhada?
Enquanto não adormeço, através de leituras, busco os tesouros da alma, com os quais compartilho sonhos, alegrias e conhecimentos, já que esses me alimentam, constantemente, com luzes e com esplendores espirituais.
Preciso detectar minhas angústias e, consequentemente, compreendê-las. Esta procura está a me perturbar. Concentro-me, a fim de focalizar a atenção nessas inquietações, pois desejo recuperar a minha paz interior.
A presença diária, em meus pensamentos, de algumas emoções e de alguns elementos da natureza, como o vento, o mar, o ar, a brisa, as nuvens, os pássaros, as flores, o tempo, o espaço e a musicalidade, conferem a mim, pessoa, um caráter fluido, projetando-me fortes impressões líricas e sensoriais.
Minhas inquietações estão a despertar-me encanto, sensibilidade, fantasia e subjetividade. Ideias e pensamentos transformam-se em símbolos e em imagens passíveis de serem evocadas e sugeridas por meio de harmonias entre sons, perfumes e cores que transcendem o imediato e o material para revelar o mistério, o vago e o oculto da vida interior.
Quanta sensibilidade aflorou neste momento? Essa está a dar-me as respostas desejadas e a trazer-me ternura por coisas simples, pequenas e naturais, assim como a refletir sobre as minhas ações e sobre os meus gestos, com percepção e com equilíbrio. Sendo fator responsável pelo reencontro da leveza e da suavidade de meus sentimentos.
Entre o concreto e o abstrato, o sono chega com magia e encanto.

 

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EU SÓ QUERIA DIZER-LHE...

Iraí Verdan

Nada tinha para comemorar...
Não era o começo de Primavera?!
Chovia uma chuva miúda e fria;
Era o Outono que estava pra chegar.

Nada tinha para comemorar...
Nem havia uma canção
Preparada pra cantar.
Nenhuma orquestra afinada
Pra uma sinfonia, celebrar...

Nada tinha para comemorar...
Mas, eu queria dizer-lhe,
Apenas, três pequenas palavras,
Guardadas pra festejar
A insensatez do nosso momento.

Nada tinha para comemorar...
Era o final da Primavera.
Como a flor querendo desabrochar,
Eu só queria dizer-lhe
Três pequenas palavras -
Eu só queria dizer-lhe: Eu te amo!

Magé, RJ.
 

***

IRAÍ VERDAN CONVIDA:


***

QUE SEJA ETERNO
(Para o Dia dos Namorados)

Iraí Verdan

Querido, enquanto estamos juntos,
Nesse dia a dia, digo: Eu te amo!
Nesse vai e vem...
Que não termina nunca!
Vens e vais...

E eu sempre te recebo.
Com as distâncias,
Não me incomodo mais.
Solitária, digo ao nosso Amor:
"Que seja eterno, enquanto dure!...".

Magé, RJ

 

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Querias saber... eis-me.

Lígia Antunes leivas
 

Querias saber quem sou eu 'na real' (?) e por que me escondo?...

Sou  apenas a exatidão de um nome no registro de algum cartório civil (depois que me separei nem isso sei mais direito... qual meu nome?...), mas, deixa pra lá...  coisas do destino sem qualquer desatino.

E penso eu que a alegria é metáfora na (in)consistência do acaso... se bem que me esforço ao máximo para ver o lado alegre de todas as coisas... reconheço porém: às vezes a gente cansa...

Vivo apaixonada pela espera e espero apaixonada pela vida... já que esta é um adiamento eterno que se espera na eterna esperança que se adia.
Viver é esperar e adiar. Essa é a rotina que faz o mundo rodar. Quem for meu amigo, poderá contar comigo pro que der e vier (sou capricorniana... mergulho de ponta-cabeça no que me motiva...) e deverá pensar que ninguém está neste mundo para ser explicado ou compreendido, mas para fascinar-se, apaixonar-se, encantar-se...enfim, para amar... porque o resto é tão-somente isso mesmo: resto!

Há em mim um certo quê de niilismo... mas em contrapartida há uma tendência forte de pensar que 'a vida é bela!'  - essas coisas da dualidade... eterna dualidade que habita o ser humano.

Eis o que sei dizer de mim mesma... nada mais é preciso.

Pelotas, RS, BR
 

***
 

Um bandoneon faz a noite!

Lígia Antunes leivas


Segredos na noite enfeitiçada
...bailam acordes
ao som de um bandoneon
                                 La Cumparsita...

Olhares faíscam na penumbra
Sorrisos convidam
desejos escondidos
                         A media luz...

Coração (arrebatado!!!)
lateja... mistérios, fantasias
braços cingidos aos sonhos inteiros!
                                               Corrientes...

Face, corpo, pele, poros
dançam ardentes compassos
à volúpia do tango abraçados!
                                       Sur...  Uno...

(Tão nosso o tempo,
o mundo, a madrugada
coreografados nestes passos!)
                                       Mi Buenos Aires querido!...

E o bandoneon alucinado
suspira notas derradeiras
no romper de mais outra alvorada!
                                           Adiós, Pampa Mia!...


Pelotas, RS, BR

 

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O ABRIGO DO POETA É O QUE ELE SENTE
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros – às 8h e 36 min do dia 21 de janeiro de 2010 do Rio de Janeiro

Não sei cantar a morte... me perdoa...
Se voa, toda alma é passarinho;
O ninho do amor é o que ele doa
Para quem necessita de carinho.
 
Só sei falar da vida: Vem comigo !
O abrigo do poeta é o que ele sente ;
Se mente, é porque vê, no seu amigo
Ausente... o que ele deixa de presente.
 
Não fujo do real, apenas minto
E invento, nesta dor que às vezes sinto,
A minha mais perfeita companhia
 
E mesmo que acabe o vinho tinto,
E a tela se desfaça, eu repinto
A vida, outra vez, de fantasia.
 
***

ISTO... ISSO
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros
 
Tu és isto: epidérmica verdade
Que me beija, que me abraça, me cativa...
E eu sou isso: um silêncio, uma saudade
Que te vê real, amiga, amante... viva.
 
Eu te sinto...te desejo e, se não  vens,
Fecho os olhos e te evoco, ah... eu insisto
E te tenho com tudo isso que tu tens;
Meu amor, sinceramente gosta disto.
 
Quando eu finjo que te vejo, estou sentindo
No meu sonho o teu amor mais verdadeiro
E se assim eu sou feliz, mesmo mentindo,
Eu repito este sonho passageiro
 
Somos isto: um contato, um encontro
Que ocorre dentro de um  devaneio,
Quando a vida é sempre esse desencontro
Com o amor que nunca diz porque é que veio
 
 
 

 

 
 
 
 

 
 
TIVESSE EU
Tito Olívio
 
Tivesse eu asas de condor altivo
E penas de aço faiscando lume;
Tivesse o aroma do melhor perfume,
Que se insinua e traz o amor cativo;
 
Tivesse eu chama que passasse ao crivo
E de um só salto me levasse ao cume;
Pudesse amar sem padecer ciúme
Reinventado em infernal motivo!...
 
Ia pedir a sobra dum carinho,
Como perdida ave sem ter ninho,
Que cai do alto ramo a cada passo,
 
Só para ser a flor do teu cabelo,
Rico adereço ou colar singelo
E ser menino de oiro em teu regaço.

***

JACARANDÁS
Tito Olívio
 
Pintaram minha rua de lilás,
Em pinceladas fortes, curvilíneas,
Para ofuscar as pétalas sanguíneas
Dos loendros e hibiscos, lá atrás.
 
São os jacarandás, bocas floríneas.
Em cada ano, Maio sempre traz
Campainhas de perfume pertinaz,
Trepando pelas ramas longuilíneas.
 
Tendo vivido juntos, tão diversos
Foram nossos destinos! Floram versos,
Que, a quem por aqui passa, enchem de encanto
 
E pintam minha rua de beleza;
Não têm os meus poemas, sem grandeza,
A paz que eles espalham neste canto.
 
 
 
 
 

 

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