Revista "Aquilo
que a Gente Sente"
Outubro de 2010
Participantes: Membros
da
Liga dos
Amigos
do Portal CEN
Edição e Arte Final: Iara Melo

Dissipando o silêncio
Benedita Azevedo
E o silêncio do inverno se dissipa
ao brotarem as flores do jardim
e o gorjeio do pássaro antecipa
as lembranças do cheiro de alecrim.
Deixemos as saudades nos levar
pelas trilhas de outrora, mas voltemos
a contemplar as flores a brotar...
Alegrando o ambiente onde vivemos.
O repicar dos sinos na alegria
de ter uma família que nos ama...
Na falta dela pense o que seria!
Essa melancolia que ora brota
São apenas momentos de uma dama
Cheia de sonhos lindos, ninguém nota.

Espera de Um Sim
Eliane Arruda
A noite surge, traz-me solidão
E a saudade de quem eu não tive,
Já não me sopram os ventos da ilusão,
E não me sinto em nenhum declive.
Na solidão, eu crio os meus fantasmas
E as palavras que não vêm de ti,
pensando em flores e em belas tardes,
achando plúmbeo o passar dos dias.
Tu exististe bem mais no desejo
Que realmente juntinho de mim,
E o que não houve deixa muita sede.
Ainda resta em mim uma esperança:
De proferires verdadeiro SIM,
E eu surpresa... Igual a uma criança.
***
DESISTÊNCIA
Eliane Arruda
No meio do caminho, desisti,
Não mais me animava a trajetória.
Achei que já não tinha mais sentido
Ficar correndo atrás de parca história.
Um dia, o amor se acaba e, de repente,
Achamos que foi uma breve chama,
Assim, logo a apaga qualquer vento,
Depois, não mais se acende, nem na cama!
E há, nesses momentos, um perigo:
A ocorrência de um novo amor,
E o outro, para sempre, no jazigo!
Amor, se for bem forte, sobrevive,
Sem nada desbotar-lhe as belas cores.
Deixar que enfraqueça, sempre evite!
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Eliane_Arruda
Festejos em Pétalas e Flores
Iara Melo
E as borboletas insistem em
te beijar,
Inebriadas pelo aroma que
há-de ti,
Acarinham-se mutuamente, em
festa tocam-se,
Sussurros entoam, embalam-te
rimas, ritmos encantos,
Acalorando-me alma,
Defronte espetáculo sem fim...
Íris oculares longínquas,
silenciosas,
Em deleite, absorvem,
refletem, Luzir do
arco-íris teu. Múltiplas cores misturam-se,
separam-se, vislumbram, Ao toque do vento que
refresca, folhas, flores,
Frutos do teu "ventre".
Sementes caem no teu útero,
em terra enterras, germinam.
Novos filhos semeados,
gerarão,
Eternizando espetáculo
infindável, transmutável,
infinito,
Havendo o mesmo, dentre
outro espectador,
Enternecido num outro palco,
no mesmo átrio,
em outras vidas. Não morrerás, transmutarás,
E de ti gerações brotarão,
Em mesma terra, em outras
terras,

AMOR IMPOSSÍVEL OU
IMPOSSÍVEL AMOR?
Ilda Maria Costa
Brasil
Olhar suplicante...
sorriso sedutor
deslocam-se de um
lado ao outro
na busca de amenizar
ressentimentos e
mágoas.
Anos passados,
feridas abertas;
cicatrização lenta e
dolorosa.
Coração humano -
infidelidade
latente;
impossível amor.
Momentos tristes,
lembranças
decepcionantes;
amor impossível.
Olhar suplicante...
sorriso sedutor,
as portas deste
coração
estão fechadas a ti
para sempre.
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Ilda_Brasil

PRIMAVERA
Iraí Verdan
Um grande amor
Não necessita de muitas
palavras...
Um grande amor
Não necessita de quase
nada!
Direi ao meu amor,
então:
Ontem, eu era o Outono!
Amadurecida,
Esquecida,
Com ares de supuração...
Com o ocaso
Fazendo o "Termo
final...".
Como o desaparecer
Do sol no ocidente
Desiludida, mas,
Não me dando por
vencida,
Deixando para traz
A melancolia,
Fugi do declínio da
vida!
Hoje, sou a Primavera!
Faço o reverso
Da minha antiga
história...
Refaço o caminho da
volta,
Pra encontrar
A juventude perdida.
Caminho em passos largos
À procura da aurora da
minha vida...
Recolho as flores da
alegria,
Dos meus anos dourados
Serena, altiva, feliz
Dou-te os abraços
guardados.
Silêncios
guardam segredos
Lígia Antunes
Leivas
Há um segredo
estranho atrás
dessas portas
com trancas de
silêncios.
- Quem sabe
injúrias
enterradas?
ou alguma canção
que nasceu em
nós?
- Quem sabe o
drama dos que
amaram e se
separaram sem
achar as
constelações
preciosas?
ou os lábios
constrangidos
que não se
abriram para
declarar todo o
amor guardado?
Talvez por trás
dessas portas
tenha ficado
alguma lágrima
tão minha que
teu beijo deixou
sem qualquer
resguardo
Nada revelará
esse segredo
nem prece nem
lamento nem
pedido algum
...silêncios não
concedem perdão.
Mas... dou de
ombros (às vezes
a dor parece tão
sem sentido...
...)
E o sol insiste
em chegar-se
pelas frestas
...quem sabe
porque só possa
me ver vestida
com as raras
plumas
escondidas
dentro desta
alma cinza.
***
Convite para ser
feliz
Lígia Antunes
Leivas
A
beira-mar nos
espera.
Vamos
pro sul ou pro
norte, não
importa. O mar
com sua magia. O
marulho das
ondas como
companheiro. Os
pássaros do mar
(não era este o
título daquele
poema?) vão com
a gente. Céu
rosicler (tua
cor preferida).
Nuvens com
filetes dourados
(lembras aquele
quadro?) e nós,
pés molhados
nessa água (é
bom pra tudo -
sempre dizes),
abrindo todos os
pensamentos de
nossa mente... O
vento nos
ajudando...
Seremos
felizes... vais
ver!
De
volta, leves,
com 'ar' de quem
esteve com os
anjos,
encontraremos a
mesa posta.
'Frango à
xadrez', torta
de leite
condensado na
sobremesa (assim
disseste de tuas
preferências
gastronômicas).
Simples... bem
simples. Ah! o
detalhe
importante: luz
de velas!
Brancas e
amarelas!...
Algumas flores
do campo... E o
'Don Giovanni'
tinto seco, bem
ao teu sabor!
Ao som
de Vinicius,
Tom, Toquinho,
Chico, o 'Bolero
de Ravel' e
tangos de
Gardel,
dançaremos...
Serás
feliz mais de
uma vez...
( um dia
escreveste que
ser feliz é
simplesmente
esperar a
felicidade...)
Ela terá
chegado nesta
noite!
***
Sob o mesmo céu
Lígia Antunes
Leivas
Por muito tempo
fiquei sem prumo
perdida e só não
distinguia o
rumo
e sobre mim,
silencioso e
triste,
prostrou-se o
mal, quase
punhal em riste.
Jamais julguei
ter a paixão
assim
motivo (in)justo
de impor-se um
fim
eis que quem ama
humanamente o
faz
sem nem pensar
que tudo se
desfaz.
Se a distância,
o não-encontro,
a dor
se o calvário
deste louco amor
nos impediram a
vida sob um
mesmo teto,
se o chão não
temos, se tudo é
dissabor,
(por Deus!)temos
estrelas, um céu
compensador
a nos cobrir com
a vastidão do
afeto.
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Ligia_Leivas

O ABRIGO DO POETA É O QUE
ELE SENTE
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros –
Especialmente para a revista
“Aquilo que a gente sente “,
belissimamente organizada
pelo carinho de Iara Melo -
Portal CEN -19 de outubro de
2010 do
Rio de janeiro - Brasil
Não sei cantar a morte... me
perdoa...
Se voa, toda alma é
passarinho;
O ninho do amor é o que ele
doa
Para quem necessita de
carinho.
Só sei falar da vida: Vem
comigo !
O abrigo do poeta é o que
ele sente;
Se mente, é porque vê, no
seu amigo
Ausente... o que ele deixa
de presente.
Não fujo do real, apenas
minto
E invento, nesta dor que às
vezes sinto,
A minha mais perfeita
companhia
E mesmo que acabe o vinho
tinto,
E a tela se desfaça, eu
repinto
A vida, outra vez, de
fantasia.

DESENCANTO
Tito Olívio
Talvez que eu não devesse
olhar pra ti,
Nem dar-te meus floridos
pensamentos,
Passear como louco nos
conventos,
Em cujos corredores me
perdi.
As mil palavras lindas que
escrevi
Em brancas folhas, de altos
sentimentos,
Tornaram-se punhais desses
tormentos,
Que por desilusões tanto
sofri.
E podia enfrentar ventos
medonho
Nas ondas pardacentas dos
teus sonhos,
Rastejar por caminhos e
sendeiros!…
Para quê, afinal, meu Santo
Deus,
Se teus olhos brilhantes são
ateus
E desta fé por ti fogem
ligeiros?
Trovas de Vânia Maria
Souza Ennes
Eu não mudo de país,
nem de cidade ou estado,
porque aqui sou bem
feliz...
exatamente... ao seu
lado!!!
Romântico e apaixonado,
meu pensamento flutua,
vai ao céu... volta
zoado:
Vive no mundo da lua!
Acalmar gesto impulsivo
num conflito sem razão:
Medicinal... curativo...
é a humildade e o
perdão!
Reconheço que a razão
me exerce extremo
fascínio,
mas, se acerta o
coração...
perco o rumo e o
raciocínio!
Mãos que orientam
crianças,
seja na escrita ou
leitura,
mostram sinais de
alianças
de nobreza e de ventura!
Educação e cultura,
seriedade e competência
é alvo certo de ventura
que aguardamos com
urgência!
Quero um planeta
perfeito,
sem guerra, sem
corrupção.
Povo justo e satisfeito,
respeitando seu irmão!
Quando sopra o vento
sul,
a trova viaja e vai
fundo.
Seu caminho é o céu
azul…
Espalha-se pelo mundo!
Encantada olho os
pinheiros,
Formosos! Iguais? não
há.
Dos poetas são os
parceiros
que versam o Paraná.
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Vania_Ennes/index.html
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Formatação e
Arte Final:
Iara Melo
Fundo Musical: Encontros e
Despedidas
Fernando Brant/Milton Nascimento

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