Revista "Aquilo
que a Gente Sente"
Julho de 2010
Participantes: Membros
da
Liga dos
Amigos
do Portal CEN
Edição e Arte Final: Iara Melo

MEU RIO
Alba
Albarello
As aventuras fascinantes de
minha infância com 7 anos de
idade.
Olhando hoje o espaço que
aparecia no rio da água que
existia na área central de
nossa cidade, hoje não
existem mais e sim lindos
edifícios.
A poluição da água indica
seus usos que foram
prejudicados, aumentando a
fertilidade desfrutando a
sua riqueza.
Esse rio a profundidade era
imensa num lago com um
enorme volume de água,
nascente influenciada por
diversos fatores.
Era apaixonada por uma série
de atividades.
Os meus estudos sempre
foram em Escolas escolhidas
pelo meu pai, minha mãe e
minha avó Beatriz, os que
sempre procuravam ver o que
eu fazia.
Eu era muito danada, meu pai
no seu escritório de
advocacia bem no centro de
nossa cidade e perto do
grande rio, que estou com
uma lembrança muito clara na
minha cabeça.
A parte que nós residíamos
esse rio ia para bem longe,
hoje não existe mais.
Na minha infância quando
fazia artes, minha mãezinha
dizia que no rio estava
cheio de rãs e sapos e eles
gritavam comigo, sabiam das
minhas artes e começavam a
fazer grande barulho, ficava
muito impressionada com essa
gritaria.
Não sabia certo se era
gritaria ou cantaria.
Dava um jeito de conseguir
PÃES e atirava dentro do
esquema aguado onde estavam
as rãs e os sapos, a fim de
serem alimentados e não
gritados.
Passei hoje onde isto
acontecia e lembrei-me do
enorme rio. Não existe mais
esse rio e sim uma bela
cidade com seus edifícios
altos e com vários andares.
O rio se foi, minha idéia
ficou clara e bem lembrada.
MEU RIO
Alba Albarello
O meu rio
as vezes é belo
as vezes
turva-se e se agita e vai
longe.
A água corrente,
anda sem responder,
endurecem nos montes
nada sabem dizer.
Nascidos de fontes encadeadas,
seguiram seu curso tortuoso,
ora aproximando-se
ora afastando-se entre si.
Recebendo seus próprios
afluentes
polindo os rochedos
para não se ferir nas
quedas,
aprofundando as águas.
Encontraram-se
embora trazendo
marcas diferentes
numa curva de seus caminhos.
Sentiram que possuíam
o mesmo calor
e a mesma
composição essencial.
Podem agora dividi-los
em mil canais
ninguém mais
os separará.
As linfas
uniram-se
na sua
predestinação.

Benedita Azevedo
Carta a meus pais
Queridos pais!
Hoje, dia ensolarado, quente de me fazer trocar a blusa ao entrar no quarto,
após comprar o pão da manhã... Senti muita saudade de vocês! Engraçado,
sempre são da infância. Numa época em que se queixavam das dificuldades de
cuidarem dos oito filhos vivos. Eu devia ter dez anos. Mas, são minhas
melhores lembranças. Com muita frequência sonho com aquele tempo.
O sol tremendo ao se alongar a vista pela janela. Tu, Mamãe, sempre às
voltas com as costuras. Eu a rodear-te pedindo que me ensinasses a fazer os
vestidos das bonecas de pano. O que fazias com carinho, a despeito de todos
teus afazeres: cuidar de tantos filhos. Distribuir tarefas e
supervisioná-las com firmeza. Fazer as costuras com datas apertadas para
entrega. Acompanhar o trabalho das pessoas na enorme horta à beira do rio.
Cuidar das moças com os namorados, uma enorme preocupação das mães daquele
tempo. As mães eram as guardiãs da honra das filhas mulheres. Tinham de
prestar contas aos maridos, se algo de errado acontecesse. Aos irmãos mais
novos era recomendada a vigilância dos mais velhos, que, quase sempre, era
negociada com balas e biscoitos.
Uma das lembranças mais frequentes de ti, mamãe, talhando as costuras e eu a
juntar os retalhos para fazer os vestidos das bonecas. A minha casinha era
sob a mesa, onde cortavas as roupas. Eu mesma fazia os cabides, com
pedacinhos do galho da goiabeira, amarrados pelo meio, com um pedacinho de
fio. Eles eram apoiados num fio maior, estirado por dois pregos, na lateral
da mesa, por baixo. Não lembro se alguma das minhas irmãs ficava ali, em meu
refúgio, costurando as roupas das minhas filhas de pano, olhando-te sentar e
levantar da máquina para arrumar a costura na mesa.
Papai, tu após vender o engenho viraste tropeiro. Chegavas com aqueles
animais carregados e chamava o “Pé de Curica” (pés aleijados, virados para
dentro), como era conhecido o Sr. Antônio, empregado da família. Ele te
ajudava a tirar as cargas e guardava no quarto de depósito. Depois levava os
burros e jumentos para beberem água no rio e lavá-los.
Tu sentavas na cadeira preguiçosa de lona e contavas as histórias e
dificuldades das estradas. Mamãe deixava a sala de costura e ia até o quarto
ver as mercadorias. Mas logo voltava e os dois conversavam enquanto ela
costurava.
Tínhamos muita fartura na casa. Tu sempre trazias novidades: Latas de
marmelada, goiabada, doce de leite, balas de leite... Ainda sinto o sabor
daquela bala rolando na boca de um lado para o outro e a caldinha descendo
pela garganta.
Um dia chegaste com pêras, maçãs e uvas, que eu só conhecia da cartilha do
grupo escolar. Naquela época, era difícil aparecerem na região nordeste onde
morávamos. Hoje, já de colhem duas safras por ano, às margens do São
Francisco. Não querias que bancássemos "os bestas", se víssemos aquelas
frutas fora de casa, era o que dizias.
Mamãe, tu achavas besteira gastar dinheiro com aquilo, se tínhamos ali no
quintal: manga espada, laranja-da-baia, caju amarelo e vermelho, lima da
pérsia, goiaba à vontade, bacuri, açaí, pitomba, tamarindo (só de lembrar
minhas glândulas salivares já se derreteram). Mas, meu querido pai, tu
querias que os filhos conhecessem também, aquelas frutas diferentes, que
víamos nos livros de leitura do primeiro ano.
Obrigada meus queridos, por me passarem essa visão de ir além daquilo que
nos cercava. De que não nos deveríamos submeter a ninguém de maneira
humilhante. Que deveríamos buscar sempre o melhor em qualquer situação. Que
deveríamos ser sujeitos da nossa própria história. Os dois estão juntos no
andar de cima, mas seus exemplos permanecem com cada um de nós.
***
Esta saudade só nossa
que surge sem se esperar,
faz-nos voltar ao passado,
brotando em qualquer lugar.
Nascendo de uma lembrança
por um dos nossos sentidos,
emerge de onde descansa.
Por uma imagem ou ruído,
um sabor, cheiro ou de um toque,
trás à mente uma saudade
à que a sensação convoque.
Despertados num momento
que aqui, até abrevio,
de algo que já foi gravado
no decorrer da existência,
trás sensação de vazio.
Mas, na verdade acredito,
que a saudade dá vazão;
com fragmentos lembrados
em Tabula Rasa gravados
alimentando a ilusão.

DEPOIS...
ELIANE ARRUDA - CE
Depois do sol nascer, a
terra inteira
Embebe raios mornos,
fascinantes...
Parece compreender que é
passageiro
O sonho que embala aquele
instante.
Olhando uma manhã, que
contemplamos?
O vento acariciando os
arvoredos,
A alma nossa enchendo-se de
planos
Pra o dia atravessar forte
e sem medo.
Abrimos a janela da razão,
Já que muitos batentes
subiremos,
A que novo porvir
levar-nos-ão?
Depois do sol nascer, o
mundo onírico
Afasta-se... O real é dos
espertos,
Que evitam desencontros,
agonias...
***
PEQUENA E GRANDE
ELIANE ARRUDA - CE
O amor, palavra
diminuta formada por quatro
letras, não deve ser
compreendido, unicamente,
como relacionamento afetivo
e carnal entre um homem e
uma mulher, mas sim uma
projeção entusiástica, de
reconhecimento e satisfação
diante de tudo o que existe
no planeta, inclusive do
reino animal.
A felicidade não
se encontra no acúmulo de
riquezas ou de pessoas
importantes como amigas,
mas na capacidade que se tem
de valorizar o que existe,
criação de Deus ou positiva
do homem, já que o último é
autor, também, da nefasta.
Amando e propagando as
sublimes e divinais.
Quem ama o dia
claro, com o sol se
derramando em centelhas
douradas sobre a terra,
conduz aquela alegria para o
seu mundo interior, podendo
erguer, por esse motivo, a
poesia, da mesma forma com a
noite limpa e enluarada.
Quem ama as flores
acariciadas por inquietos
colibris sente alegria
diante do cenário, quando
sabemos da indiferença de
muitos para com a natureza.
Há quem critique
o amor de uma pessoa por
seus pássaros, cães, gatos
ou cavalos... Nesse caso,
quem está com a razão: o
amoroso ou o que faz a
crítica? Que se pode pensar
de um ser humano que não ama
os animais, as flores, as
belezas naturais? Talvez,
seja esse tipo de pessoa que
destrói, devasta a natureza,
sem pensar que, no mundo,
existem as outras pessoas e
dela precisam.
Quem ama o
próprio ser humano tem por
ele consideração, não pensa
em prejudicá-lo, matá-lo,
mas em fazer tudo a fim de
ajudá-lo a ser feliz. O
egoísta, ao contrário, supõe
que o mundo gira apenas em
torno da sua pessoa, assim
sendo espera que os louros
da existência sejam
unicamente para ele, e os
outros “ que se danem”!
Com relação ao
amor filial, paternal e
carnal, todos fazem parte da
existência e devem ser
somados aos outros tipos de
amor para que cada um
sinta-se feliz e bem
resolvido, passando, por
isso, a agradecer,
diariamente, a Deus pela sua
vida, a dos outros e o
legado belo, inteligente e
criativo que deixou ao ser
humano
Em tudo precisa
haver, como passada inicial,
a presença do amor, embora
possa uma das suas formas
ser mais forte que outra.
Entre um homem e uma mulher,
quando é verdadeiro,
constrói e destrói um lar,
desafia familiares e as
pessoas contrárias. É
invencível! Se alguém fica
em dúvida, com relação a uma
pessoa, uma religião, uma
profissão, não se pode
pensar em algo verdadeiro,
sério, já que a opção
verdadeira não desperta
nenhuma dúvida.
O ideal seria
que o homem do século atual
fosse mais aberto ao amor em
plenitude, contribuindo para
a melhora humana no contexto
mundial.
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Eliane_Arruda/

 |
Glosando Gislaine
Canales
Gislaine Canales
VERSOS NO MAR
Mote:
Nesta vida tão
inquieta,
o meu consolo é
pescar.
Sou Pescadora –
Poeta,
que pesca versos no
mar!
Nesta vida tão
inquieta,
tão cheia de
sobressalto,
minha causa
predileta
é navegar em mar
alto!
Para fugir da
tristeza,
o meu consolo é
pescar,
pois encontro só
beleza
quando estou a
navegar!
Eu sinto, no mar, um
esteta,
meu eterno
companheiro:
sou Pescadora –
Poeta,
pesco nele o tempo
inteiro!
Em cardumes, vejo os
versos,
vejo os versos a
boiar,
sou Yemanjá de
Universos,
que pesca versos no
mar!
***
Glosando Flávio
Roberto Stefani
Gislaine Canales
AO AMOR
Mote:
Em ternura plena e
extrema,
nossos sonhos se
cruzaram!
E a noite se fez
poema...
E os versos também
se amaram!...
Em ternura plena e
extrema,
nos entregamos os
dois,
numa carícia
suprema,
sem antes e sem
depois.
Nesse momento tão
lindo,
nossos sonhos se
cruzaram,
vivemos o amor,
sorrindo,
por todos que já se
amaram.
De amor, então, fiz
meu lema.
em beijos eu li teus
versos,
e a noite se fez
poema...
Unindo os sonhos
dispersos.
Poesia, carinho e
amor
abraçados, se
irmanaram...
Nos amamos com
fervor,
e os versos também
se amaram!...
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Gislaine_Canales/

DUETO IARA MELO/LUIZ
POETA
Êxtase nas Águas
Iara Melo
Gosto de sentir
tuas gotas caindo
por sobre o meu corpo,
levando consigo
alguma tristeza
que porventura
esteja em minha alma.
Gosto de saltitar
Chapinhando por entre
As poças que tu formas,
Sou pássaro sedento de ti.
Na correnteza acompanho
o teu seguir,
Levanto o meu rosto
Para que possas tocar-me por
inteiro,
Não incomodas-me
Faz-me bem
Não és gotas de lágrimas,
És jorro de Vida!
Não és choro dos céus
és natureza a banhar-me
por inteiro,
És sedução
Magia límpida
que envolve-me
Água,
És Vida!!!
***
Lacrichovendo
Sob inspiração do poema "
Êxtase nas águas ",
da minha lírica irmã Iara
Melo
Quando da lágrima brota
Um riso, serenamente,
E outro olhar logo nota
A emoção que se sente...
Há que se ver na corrente
Do olhar um gesto de amor
Que fortalece a semente
Que logo se torna flor.
Assim é a natureza
Da alma que revigora
Na lágrima , toda beleza
Do olhar que sorri ou chora.
O pranto é chuva que passa
E o sol... bem
discretamente,
Se abre em luz, desembaça
A névoa triste da mente.
A lágrima cristalina
Tem seu tempo e tem seu fim,
Quando tu sofres, menina,
Tu choras dentro de mim.

PENSAR, FALAR E
FAZER...
Ilda Maria Costa
Brasil
Na 5ª Feira
fui surpreendida com
uma intimação:
– Vovó, neste
fim de semana tu
ficas comigo na
minha casa?!... A
Fox ganhou cinco
meninas e um menino.
Eu preciso cuidar
dos meus bichinhos!
Respirei
fundo e a convidei
para vir para a
minha casa. Ela
ignorou minhas
palavras e
perguntou:
– Pode ou
não? Eu quero ficar
com os meus
cachorrinhos.
Fica... Fica, Vovó!
Terminei
cedendo aos seus
caprichos e, na
sexta-feira, à
noite, feliz da
vida, veio
buscar-me.
Assim que
chegamos, o pai e a
madrasta viajaram.
Ela, bastante
segura, assumiu as
honrarias da casa.
De imediato, pediu
uma pizza e foi
arrumar a mesa.
Após, pediu que a
acompanhasse, pois
estava na hora de
alimentar os
cachorros, adultos e
“crianças”.
Vimos um
pouco de TV e,
depois, fomos
dormir.
O sábado
começou cedinho.
Acordamos com os
gritinhos dos
filhotes. Antes de
tomarmos café, os
bichos foram,
carinhosamente,
alimentados.
Ao longo da
manhã, fizemos
duetos, poemas e
crônicas; à tarde,
caminhamos um pouco
pelo bairro,
cuidamos dos
bichinhos, jogamos
bola com a
participação do
Shadow e da Fox e,
fizemos mais umas
produções. Ao
dormir, estávamos
exaustas.
O domingo
amanhecera nublado.
Após o café,
limpamos a casinha
dos filhotes,
conversamos,
jogamos, lemos e
brincamos. O Shadow
nos deu o cansaço.
No mínimo descuido
nosso, ele pegava a
bola e se mandava
para o fundo do
quintal.
Antes do
almoço, a Vica fez
uma deliciosa torta
de banana.
À tarde,
retomamos nossos
escritos, brincamos
com os cachorros e
lemos alguns Contos
de Fada.
Victória, no
último fim de semana
do mês de abril,
tirou-me da rotina.
Esse, além de ter
sido bem
movimentado, foi
extremamente
agradável e
divertido; um fazer,
falar e pensar.
***
POSTURA NIILISTA!
Ilda Maria Costa
Brasil
Numa fria
manhã
porto-alegrense, na
Rua dos Andradas,
próximo à Galeria
Chaves, reencontrei
Clarice, ex-colega
do colegial. Naquela
época, ela era toda
doçura e
simplicidade. Ao
vê-la,
surpreendi-me, nada
tinha da antiga
menina; era só
altivez.
Suas palavras
demonstraram-me uma
postura
excessivamente
niilista. Era eu
para cá, eu para lá;
griffes e griffes;
viagens e mais
viagens (Grécia,
Japão, França e
Estados Unidos).
Nos poucos
minutos
compartilhados,
enfrentei uma
avalanche de EUS.
Quantas grandezas e
superioridade!
Ufa! Sua
imagem
individualista e
consumista
assustou-me.
Ao
despedir-nos, a
certeza de que
Clarice,
infelizmente,
romperá com um lindo
passado para viver
um presente sem
conceitos
humanitários e
solidários. Seu dia
a dia estava,
totalmente, voltado
para si. Sua maior
preocupação era
satisfazer desejos e
metas consumistas
que pudessem super
valorizá-la.
Pensei em
sacudi-la, mas
silenciei-me,
deixando o local
bastante triste.
Meu Deus, o
que teria levado
Clarice a deixar de
ver e compreender o
verdadeiro sentido
da vida?
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Ilda_Brasil/
Às vezes
somos assim...
Lígia
Antunes Leivas
Tem dias que sou
porta fechada
luz apagada
fogão sem gás
panela sem comida
roupa rasgada
casa empoeirada
cama esquecida
Tem dias que...
nem quero saber quem
sou
se faz frio ou se
faz sol
se faz calor ou se
chove
se terei água para
beber
algum jornal para
ler
uma calça para
vestir
alguém a quem possa
curtir
Tem dias que durmo
sem sonhos
Tem dias que o que
quero mesmo
é poder explodir o
mundo!
Pelotas, RS, BR
***
Sob o céu de PELOTAS
(Homenagem aos 198
anos de minha
cidade, dia 7.7.10)
Lígia
Antunes Leivas
Caminho por tuas
ruas
nelas sentindo
arraigadas
as raízes do meu
destino.
Respiro teu ar
densamente úmido,
às vezes tão
fatigante
mas sempre suave
bálsamo
para minhas
energias.
Passeio tranquila
por entre teus
prédios
soberbos,
históricos,
sorvendo a magia
de cada recanto,
sentindo minha vida
em seu dia-a-dia
cada vez mais presa
a teu doce encanto!
E assim, Pelotas
querida,
minha princesa
excelsa,
vou vivendo meu
tempo
neste berço
embalante,
nesta terra natal
sempre por mim tão
amada!
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Ligia_Leivas/
A CAUDA DO COMETA
Tito Olívio
Qual planeta, girei cortando
o espaço,
sedento por um beijo e um
abraço,
em órbitas de luz nos céus
perdidas,
por entre meteoritos
deslizantes,
mas Lua e Sol não podem ser
amantes,
pois Deus lhes fez as rotas
desunidas.
Tu, que eras bola em fogo
refulgente,
ficaste em pó e gelo, de
repente,
seguindo outro percurso,
novo rumo,
em busca de galáxias de
outras eras,
e eu, pobre astro de núcleo
de quimeras,
segui teu rasto de poeira e
fumo...
Quisera ser estrela... e ser
poeta,
e não passo de cauda de
cometa!...
MÁ SORTE
Tito Olívio
Manhosa, sempre a sorte me
iludiu.
Ladina, serigaita, de voz
rouca,
Acena-me a sorrir, em
compadrio,
Mas só para adoçar a minha
boca.
E eu deixo-me levar, porque
confio,
Até porque desejo coisa
pouca,
Mas ela é traiçoeira, como
um rio,
E a todos os meus rogos se
faz mouca.
E assim o tempo vai passando
E eu espero, em cada volta
do destino,
Que ela suspenda esse
desatino
De não me dar o amor que
estou sonhando.
E diz minha má sorte: - Essa
mulher
É mais forte do que eu, pois
não te quer.
Os trovadores passam, as
trovas ficam...
Por Vânia Maria Souza
Ennes
Presidente da UBT
Estadual do Paraná
A palavra, matéria prima
vital do trovador,
manifesta-se diante da
capacidade de escrever
construtivamente e
desponta para escancarar
os mistérios que nascem
do fundo de um coração
poetizado.
O poder mágico do
trovador é inventar,
pensar coisas belas,
abrir a porta dos
sonhos, eternizar
momentos, filosofar,
demonstrar humor,
aproximar o tempo,
chorar num ombro amigo,
interagir com a
espiritualidade... É ser
forte na capacidade de
atuar em assuntos do
passado, do presente e
do futuro.
Assim sendo, a mente do
trovador reveste-se de
especial colorido quando
põe seus neurônios para
agir e, imediatamente,
transfere os sentimentos
para o papel. A trova é
força indiscutível da
sensibilidade interior
de cada poeta e
exterioriza-se em
valiosas mensagens no
momento em que se torna
pública, no intuito de
suavizar as adversidades
da vida, amenizar as
durezas da existência e
melhorar os caminhos da
humanidade.
O ato de escrever trovas
é algo fascinante e,
seguramente, não vai
acabar em inércia capaz
de fazer cães e gatos
roncarem de tanto sono,
porque ela é clara,
transmite bons fluídos,
renova e reinventa
sentimentos!
Descobrir as táticas de
escrever trovas é um ato
de conhecimento que
significa perceber as
forças das relações
entre o mundo da
natureza e o mundo dos
homens, o mundo real e o
imaginário. E, ato de
sabedoria, ao conduzir o
homem a uma abertura de
horizontes mentais que
se dá pela criatividade
do conjunto de palavras
que seleciona, para
formar seu acervo
trovadoresco. Enfim, a
trova quando rica em
sabedoria, nobre na
mensagem e estética na
beleza, é capaz de
emocionar pela magia e
continua viva, mesmo
após a partida do
trovador para o mundo
celeste! Portanto, a trova é
eterna e eterniza o
trovador!
Trovas de Vânia Maria
Souza Ennes
Trovador vive e é eterno
se despede e não se vai.
Deixa trovas no caderno,
mesmo do céu, nos
distrai!
Eu viveria outra vez
esta vida e outras mais,
com saúde, lucidez...
e trovas mais radicais!
Em tédio avassalador,
daqueles que não tem
cura,
num minuto o trovador
transforma tudo em
ventura!
Trovador de conteúdo,
estro diferencial,
traz consigo, antes de
tudo,
riqueza espiritual.
Deus é o Trovador que
injeta
no homem força vital,
sabiamente dá ao poeta
a fortaleza moral!
Trovador, por
excelência,
tem nas veias o
otimismo:
faz as trovas com
sapiência
e dá lições de
altruísmo!
Nunca morre o trovador,
se afasta fisicamente...
Sobrevivem trova e autor
no dia-a-dia da gente!
http://www.caestamosnos.org/Liga_Amigos_CEN/Vania_Ennes/index.html
Livro de Visitas
Recomende
Índice
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Formatação e
Arte Final:
Iara Melo

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