XII Antologia Virtual
Primeiro Bloco

PARTICIPANTES
- (PRIMEIRO
BLOCO):

|
Adélia Einsfeldt |
 |
Agamenon Souza |
 |
Amélia Luz |
 |
António Barroso (Tiago) |
 |
António Boavida Pinheiro |
 |
Antonio Vendramini Neto |
 |
Aparecida L M Perez |
 |
Ariovaldo Carvazan |
 |
Berenice Guedes |
 |
Candy Saad |
 |
Carlos Couto |
 |
Carlos Lúcio Gontijo |
 |
Cida Rios |
 |
Claudio Príncipe dos Poetas |
 |
Cléo Reis |

ADÉLIA
EINSFELDT
Chora o menino
o brinquedo
perdido
barco de papel
navega lonjuras
flutua nas águas
do rio da
infância.
Correm
apressadas
as horas, os
anos
trazem
desenganos
já não é mais
menino
prepara seu
destino
a vida lhe
ensinou.
O brinquedo
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_a/Adelia_Einsfeldt.htm

Confesso
amargurado,
envelheci
precocemente
São tantos os
conceitos que
não compreendo
mais
Valores que
norteavam o
procedimento
humano
Perderam o
sentido no meio
dos mortais
Vejo a ÉTICA
desfigurada pelo
engodo
traiçoeiro
Vejo homens em
conluio de
servis
interesseiros
Como pragas que
se alastram
embotando a
visão
Em condutas
vergonhosas,
lamentável
aberração.
Vejo aqueles que
maquinam de
forma tão sutil
Rebuscando
armadilhas para
um tropeço vil
Que por vezes
escancara as
raias do absurdo
Só restando uma
saída, seja
cego, surdo,
mudo.
Mas existem
aqueles loucos
de loucura tão
pungente
Que acreditam
ser possível
salvar a nossa
mente
Da tortura tão
em voga sem
perder a
condição
De ser gente
decente sem de a
ÉTICA abrir mão.
Por isso,
acredito, já não
passo de um
louco
Acreditando nos
motivos que
movem estes
poucos
Que colocam
atrevidos a
ÉTICA por
condição
Para erguer toda
decência, não há
outra solução.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_a/Agamenon_Souza.htm

O vendaval
passou pela
cabeça do
filósofo...
Suas idéias
saíram livres,
giratórias,
quais folhas de
papel ao sabor
do vento!
Achadas assim ao
acaso foram
lidas
conservadas,
discutidas,
ensinadas,
violentadas,
desenvolvidas,
repudiadas!
Surpreso, como
um servo, voltou
ao seu trabalho,
de profundas
reflexões
esperando novos
ventos
que assanhassem
novos
pensamentos
capazes de
arrombar as
portas do mundo
através do
silêncio
misterioso das
bibliotecas...
Histórias
viajaram para
todos os lados
textos invadiram
a nossa lucidez
mostrando as
misérias da
tragédia
humana...
O monólogo
interior, o
questionamento,
ou a questão da
vida por si
mesma
à procura de
novos ângulos
que nos
permitissem
a explicação da
nossa solidão
existencial!
Inquietos
Aristóteles e
Platão
dialogavam,
deitados num
mesmo divã numa
sala de Viena,
tentando
desvendar os
mistérios da
mente humana!
Amélia Luz –
Pirapetinga/MG

Partir, quebrar
laços de
amizade,
Lenço branco a
acenar uma
saudade
Para um cais que
se esfuma, na
lonjura,
Com lágrimas
rolando dentro
da alma,
Há uma dor que
cresce, e não se
acalma,
Sentida na
amurada da
amargura.
Partir levando
uma arma por
bagagem,
No peito, imensa
fé, forte
coragem
P’ra vencer esse
medo que o
tomou,
Mas saber que o
querer é muito
forte
E o poder, que
vai para além da
morte,
É bandeira que a
história lhe
ensinou.
Chegar, é
momento de longo
abraço,
E entre dois
peitos, não
haver espaço
Para contar
segredos ou
desejos,
Chegar, é ver,
de novo, o sol
nascer,
É como desfolhar
o malmequer,
Cobrir todas as
pétalas de
beijos.
Chegar, abrir
p’ra vida uma
janela,
Amar a luz
brilhante duma
estrela
Que pisca,
intermitente,
pelos céus,
Chegar, será,
talvez, terna
emoção
Que faz
ajoelhar, em
oração,
E dizer: -
obrigado, meu
bom Deus.

Quisera ler a
tua poesia
Com o sabor de
ode à liberdade,
Quisera eu
sentir em cada
dia
Esse prazer
enfim, essa
verdade.
E sorvendo os
teus versos
sentiria,
Nesse sentir de
paz e de
amizade,
Como um Sol
brilhante, que
então viria,
E amainasse
enfim, a
tempestade.
Poeta entusiasta
e irreverente,
Poeta que nos
canta o que se
sente,
Poeta que
anuncia um um
dia novo,
Poeta que
escolhes as
palavras,
Poeta que em
teus versos
desagravas,
Poeta que,
digamos..., és
do povo...
Durante as
primeiras
décadas do
Século passado,
a especulação
imobiliária se
espalhava pela
cidade do Rio de
Janeiro. Com
isso,
formaram-se
diversos morros
e favelas no
cenário urbano
carioca.
O samba que
havia nascido no
centro da cidade
galgaria as
encostas dos
morros e se
alastraria pelos
subúrbios.
Estes locais
formaram o
celeiro de novos
talentos
musicais e da
consolidação do
samba urbano.
Foram inovações
tão importantes
que perduram até
os dias atuais
dentro do samba,
mais tarde,
alçados à
condição de
"nacional".
O grande
propulsor dessas
mudanças foi o
bairro de
Estácio de Sá,
de origem
popular e com
grande
aglomeração de
pretos e
mulatos; onde
nasceu o reduto
dos “antigos
malandros”
considerados
naquela época
pelas classes
dominantes, como
"perigosos";
muito diferente
dos atuais, não
cabendo mais uma
rotulação,
tamanha foi à
modificação
acontecida.
Naqueles tempos
a figura do
“malandro” era
entendida apenas
como uma pessoa
esperta e,
muitos deles,
com um extremo e
refinado gosto
musical,
compondo um
samba no simples
olhar para uma
mulata descendo
ladeira abaixo.
Naquele local,
ainda vivia o
ultimo
remanescente de
uma época.
É de manhã no
último reduto
Sol a pino como
manda o figurino
O botequim abriu
suas portas
Para receber o
famoso malandro!
Chegou cheio de
pose e prosa...
Terno de linho
branco... Rosa
na lapela...
Chapéu panamá
com moldura
preta
Sapato bicolor
com salto
carrapeta
Passos de forma
cadenciada na
chegada...
Saudou o velho
garçom no balcão
Naquelas gírias.
Com aquela fala
macia...
Sentou-se
naquela mesa...
Pediu uma
cerveja
Jogou um pouco
para as almas
Epaminondas...
Cadê o repórter?
Aí do seu lado
mestre
Trouxe à grana?
Que bom...
Agora vou
falar...
Fui boêmio cheio
de bravata
Do tempo da
gravata
Também bacana,
lá de
Copacabana.
Amigo da noite e
de Noel
Com jeito
moleque
Do samba de
breque...
Do tempo que
escrevia música
no papel...
De embrulho ou
de pão e com a
mão...
Recinto ritmado
e perfumado
Morena carioca
rebolando
Tudo
preparado...
Para despertar o
velho malandro
Ficou em
polvorosa
Vendo aquela
diva gostosa.
Velhos tempos...
Água na boca...
Inspiração
divina...
Rabiscos no
guardanapo
Versos
benditos... De
samba enredo
Escolas na
avenida
Nos dias de
glória.

Oníricas
lembranças
Que a alma
descortina
Nas densas
madrugadas
Em vales e
colinas.
De dia só
alegria,
De noite a
depressão.
Eu teço
fantasias
E temo a
solidão.
Nos sonhos eu me
perco
Da minha própria
essência;
Outras vezes,
sanguessugas
Tiram-me a
consciência.
A garganta
apertada...
Boca seca
trancada...
Livrar-me dessa
agonia,
Ser feliz um
dia.
Trazer-te junto
a mim,

ARIOVALDO
CAVARZAN
Restarão
lembranças
guardadas em
retinas de
afetos,
Reminiscências
plantadas em
searas de
coração,
Marcas deixadas
em caminhos
trilhados,
Benquerenças de
amigo e saudades
de irmão.
Ficarão
ausências
sentidas em
esperas
gravadas,
Impreenchíveis
vazios fincados
em solo de
emoção,
Sonhos buscados
em quimeras
baldadas,
Ritos marcados
em clamores em
vão.
Restarão pétalas
de outono,
caídas em relva,
E secas hastes
penadas, em
altivas
palmeiras,
Até
desprender-se ao
encontro do
chão.
Ficarão
claridades em
semblantes
felizes,
E solidões
lapidadas em
ausências de
amor.
Restará a fé, em
vivazes e
imortais flamas,
Bruxuleando o
sentido
evolvente da
vida,
Nas almas
soprada pelo
Criador.
Ela se chamava
Amparo:
A todos tinha um
sorriso, um
carinho!
A todos, uma
palavra
prestimosa!
- Mas seus
olhos... Como
eram tristes!...
Ela sorria!
Acalentava o
pranto
Dos que pediam o
amor/sorriso!
Cantava, ria,
consolava a
todos!
- Mas os seus
olhos... Como
eram tristes!...
A voz suave, a
palavra branda,
A canção mansa
em seu lábio
nascia!
Docemente,
aconselhava...
Ria...
- Mas os seus
olhos... Como
eram tristes!...
Os olhos negros
de Amparo eram
suaves...
Mas eram noites
escuras... Sem
luar...
Brilhavam... Mas
havia lágrimas
ao vê-los!
- Os olhos de
Amparo... Como
eram tristes!...
Ninguém poderia
jamais negar
Que era uma
mulher alegre,
singular!
Sorriso
constante e
terno
linguajar...
- Mas os seus
olhos... Como
eram tristes!...
Aonde ela
chegava, reinava
a alegria!
Alegrava a todos
e distribuía
Um carinho de
mãe, quase de
santa!
- Mas os seus
olhos... Como
eram tristes!...
Da sua alegria a
lembrança
ficará!
De seus cuidados
e de seu
carinho...
De sua voz doce,
não se
esquecerá!...
- Mas...
Repararam nos
seus olhos
tristes?...
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_b/Berenice_Guedes.htm

Quando a lua
derrama seu
brilho...
Uma estrela
me inspira
um verso
Busco as
rimas no teu
perfume
Roço teus
lábios num
breve
beijo...
Algo forte
vem de
dentro de
nós
Os corações
batem no
mesmo
compasso
Teu suspiro
quente toca
minha pele
Nossos olhos
se encontram
traduzindo
todo encanto
do amor
Embriagados
em lindas
quimeras
Enlaçados em
nossos
braços
Vemos a lua
se esconder
Tu beijas
minh'alma
apaixonada
Eu busco dos
versos o
desfecho.
Candy Saad
Publicado no
Recanto das
Letras
Código do
texto:
T2325842

E pensando no
amor, remoçou. E
de novo a
feminilidade, o
sorriso que a
muito não
aparecia, brotou
em seus lábios.
E voltou o
brilho nos
olhos, a pele
opaca, sem vida,
ficou viçosa, os
ombros antes
arqueados, se
aprumaram,
movimentos
graciosos, que
estavam
adormecidos,
afloraram.
Enfim, uma nova
mulher, sem
resquícios
daquela de olhar
sofrido e
desesperançado.
Agora, pensava
ela, não teria
mais a incômoda
companhia da
solidão. Os fins
de semana, tão
tristes e
longos, se
tornariam
alegres. As
lágrimas que
viviam banhando
seu rosto,
finalmente
secariam. Para
sempre.
Já se conheciam
a tempos, por
mensagens,
telefonemas e
e-mails. E o que
ouvira dele, até
agora, lhe dava
a plena
convicção, sem a
menor sombra de
dúvida, ser
mesmo ele, o
grande amor de
sua vida. Se
questionou,
porque essa
alegria tão
efusiva? Porque
essa ansiedade
característica
de adolescente?
Seria carência?
Não, não podia
ser carência,
era a vida lhe
dando nova
chance de ser
feliz. Um novo
amor. Um
recomeço. Seu
peito agora
estava tomado
por um
sentimento que
conhecia bem,
idêntico aquele
proporcionado
pelo amor do
passado. Amor
que iluminara
seus dias,
preenchera todas
as lacunas, mas
que um dia
partiu, fazendo
estragos, que
ela considerava
irreparáveis.
Finalmente
chegou o dia do
primeiro
encontro. O
peito prestes a
explodir de
tanta
felicidade. Se
produziu com
afinco. Melhor
roupa, melhor
perfume,
melhores jóias,
maquiagem
caprichada para
esconder a
olheira da noite
mal dormida.
Estava linda,
deslumbrante. Se
conheceriam,
olhariam nos
olhos. Beijos
ardentes.
Abraços
apertados...
Lá se foram
quatro horas,
três taças de
vinho. Mudou de
lugar para não
ver o relógio na
parede. Já não
se incomodava
com os olhares
curiosos dos
garçons. O rosto
suava, maquiagem
sendo repetidas
vezes retocada.
O que teria
acontecido,
porque não
atendia o
celular?
Acidente? Não
eram verdadeiras
suas promessas,
suas juras de
amor?
Buscou
desesperadamente
por respostas,
em vão, ele
nunca mais
entrou em
contato. Era
como se nunca
tivesse
existido... E
novamente o
desalinho, o
desarranjo, a
dor, a angústia,
o velho
sofrimento...
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_c/Carlos_Couto.htm

“Na minha
casa
encontrar-me-ás
profundo/
Servindo-te
café e
bebidas
finas/ Com a
fé de
sagradas
hóstias
pagãs/
Especiarias
temperadas
nas manhãs
do meu
peito.”
(Versos do
poema Aroma
de Mãe,
editado em
1993, no
livro Aroma
de Mãe).
As pessoas,
feito os
sinos, só se
deixam de
tanger,
expor seu
canto e seu
lamento, se
a igreja
ruir. E a
igreja dos
seres
humanos são
a família e
os amigos à
sua volta;
por isso a
amizade,
fenômeno tão
difícil de
ser
alcançado,
deve ser
preservada
como se
fosse uma
estrada, uma
trilha ou um
caminho, ao
qual somos
obrigados a
visitar vez
por outra,
antes que os
cipoais e
ervas
daninhas do
cotidiano o
destruam.
Estamos na
era da
informática,
com toda uma
parafernália
para que a
vida ganhe
mais calor
através da
comunicação
entre as
pessoas.
Além do
mais, somos
uma espécie
de árvore e
nunca
desejamos
que nossos
frutos se
percam
maduros no
chão, sem
encontrar
sequer a mão
de um amigo
que o colha
e o
saboreie,
provando o
gosto de
nosso
aprendizado
e
experiências.
Não podemos
continuar
solidários
apenas no
câncer e na
extrema-unção.
A verdadeira
solidariedade
está na
participação
e no milagre
do amor. Ir
ao encontro
do amigo de
que se
esqueceu e
que tomou na
doença e no
leito é
quase que
cumprir um
ato
simbólico de
penitência,
querendo
curar com
afago as
feridas que
necessitam
de esmerados
cuidados
médicos.
Ademais,
quando
internado em
hospital, o
doente
encontra
forças para
reagir é
dentro de si
mesmo, onde
o que o
reanima é a
lembrança da
orquestra da
vida – às
vezes,
sonora;
outras vezes
desafinada -
que o espera
lá fora; é o
reencontro
com a
alegria de
estar vivo e
a esperança
de caminhar
de novo com
aqueles que
com ele
caminham e
caminhavam.
Minha mãe me
falava que,
entre os
vivos, a
ausência não
faz festa.
Uma sala, um
salão de
danças, não
enche, não
se aquece
nem se
completa sem
o vozerio de
pessoas
agrupadas,
irmanadas,
trocando
idéias,
ensinando e
aprendendo,
exalando
flertes e
desejos –
sinais que
só podem ser
materializados
de corpo
presente,
não
bastando,
portanto,
aquele
desculpar
sempre
oficial,
mesmo que
carregado de
sinceridade:
por motivo
de força
maior não
pude
comparecer...
Hoje, todos
nós sabemos
que a vida é
feita de
prioridades
e saber
elegê-las é
quase um
dom, uma
magia capaz
de nos fazer
felizes ou
infelizes.
Lamentavelmente,
o Brasil e
os
brasileiros
padecem do
mal de não
saber
discernir
suas
prioridades
e acabamos
sempre
comprando o
de que não
precisamos
com o
dinheiro que
não temos.
Dessa forma,
quando um
amigo do
peito
convidá-lo
para uma
festa, uma
solenidade
importante
na vida
dele, não se
faça de
rogado. Não
se entorpeça
no canto
materialista
do viver
para juntar
– exercício
solitário,
que lhe
acabará
atrofiando
os braços,
os abraços e
a dádiva de
dividir a
felicidade
de suas
conquistas
e, ao mesmo
tempo,
vibrar com a
vitória
alheia. Não
arrume
desculpas
nem
evasivas,
pois tudo na
vida requer
esforço,
cobra-nos o
passo, a
energia da
vontade e da
volúpia; e
nisso
inclui-se
até o
atendimento
ao chamado,
à convocação
de um amigo.
Confessando-nos
sem tempo
disponível é
o mesmo que
confidenciarmos
nossa falta
de métodos
e, ao final,
com tantas
desculpas,
tantas
escusas e
negativas,
terminamos
solitários,
passamos a
temer a
decepção dos
laços e
enlaces, do
dispêndio do
zelo que nos
exige a
manutenção
de uma
amizade, de
um
relacionamento,
onde
aprendemos o
valor da
doação, do
perdão, da
entrega, do
ceder, do
absorver,
fatores que,
juntos,
abrandam o
nosso
egoísmo
natural e o
transforma
em dosado
amor próprio
– em um
gostar de si
mesmo – como
condição
essencial
para
podermos
saber o que
estamos
oferecendo
aos outros.
Uma coisa é
definitiva:
mexer com
gente é
sempre uma
surpresa,
porque cada
pessoa é
como se
fosse um
mundo novo,
com seu
sistema
solar, suas
galáxias,
ecossistemas,
céus e
infernos e,
como
astronauta,
devemos
aproximarmo-nos
de cada
indivíduo,
buscando
nele, como o
faria
qualquer
desbravador
do espaço
sideral,
algum rastro
de ida,
algum sinal
de que
podemos
retirar a
armadura
protetora e
baixar a
guarda,
porque ao
seu redor a
atmosfera
tem oxigênio
respirável,
gente de
verdade não
morde
(apenas
arranha) e
na esquina,
no final da
rua, tem um
bar, chope
gelado,
tira-gosto,
música no ar
e a aposta
mútua na
possibilidade
de se erguer
a difícil
babel da
amizade
sincera, em
que os
objetivos
podem ser
diferentes e
até
diversos,
mas o
sentido é o
mesmo:
quebrar a
solidão e
não correr o
risco de se
tornar
cliente de
um “tele ou
disque-amizade”
qualquer – a
um passo do
divã do
analista.
Poeta,
escritor e
jornalista
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_c/Carlos_Lucio_Gontijo.htm
Sou céu
sem
nuvem
Sou água
turva
Que
borbulha
na fonte
Sou
universo
sem
mundos
Sou anel
sem
brilhante.
Sou meu
bem,
Sou meu
mal...
Sou flor
sem
semente
Sou
ostra
sem
pérola
Sou
navio
sem
navegante,
Sou
canção
sem
toada
Sou
verso
sem rima
Sou
pássaro
em
revoada
Sou
coração
alado
Sou boca
sem
beijo
CLAUDIO
PRÍNCIPE DOS
POETAS
Feito
renovo,
broto, que
floresce,
não se
esquece,
tatuado no
coração.
O doce,
gosto da sua
pele,
me invade,
na mais
sublime,
sensação.
Desejos,
loucura e
paixão,
me desnuda,
na sua
timidez.
Ao delírio
no toque da
mão,
beijos,
abraços amor
se refez,
Feito
semente, se
espalha,
corpo, alma,
e coração.
Dois, seres
em brasas,
vivendo a
mais linda
tentação.
Dengos,
gestos,
delicadeza,
a cada
segundo, um
recomeço,
Horas que
passam,
perfeitas,
lhe
sentindo,
delirante
sobre meu
peito,
Febre, que
não se cura,
calor, que
não se
apaga,
Amor, suave,
sem ruptura,
agindo, do
corpo a
alma,
Feito
fantasia se
mostra,
de tão lindo
que acontece
A cada dia
se renova,
a cada
instante
mais cresce.
Amor
perfeito,
sem
definição,
sem que se
possa
comparar,
Um amor além
da
perfeição,
além do que
se pode
amar.
Claudio
Príncipe dos
Poetas
Já não nego
o meu céu
interior,
mel da
cultura que
semeamos
saudade dos
versos
vividos
amigos que
abraçamos
Revivo a
cada dia
neste mundo
a
Filosofia
Universal
que
partilhamos
em colóquios
profundos
Relembro
ideais
juntos
realizados
Solidifico o
psiquismo
que uniu
nossas almas
Glorifico o
amor que
fortaleceu
meu coração
e balsamizou
as dores da
lida
Louvo a
Poesia -
ensinou-me a
sublimar a
Vida,
e o tempo ao
revelar que
a ausência
não
enfraquece o
Afeto
Divinizo o
sonho - que
pode tornar
eterna a
juventude!


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