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Os
pioneiros
do
Cinema
Trabalho
e
pesquisa
de
Carlos
Leite
Ribeiro
Auguste
Lumière
(1862-1954)
e
Louis
Lumière
(1864-1948)
nascem
em
Besançon,
na
França.
Filhos
de
um
fotógrafo
e
proprietário
de
indústria
de
filmes
e
papéis
fotográficos,
eram
praticamente
desconhecidos
no
campo
das
pesquisas
fotográficas
até
1890.
Após
frequentarem
a
escola
técnica,
realizam
uma
série
de
estudos
sobre
os
processos
fotográficos,
na
fábrica
do
pai,
até
chegarem
ao
cinematógrafo.
Louis
Lumière
é o
primeiro
cineasta
realizador
de
documentários
curtos.
Seu
irmão
Auguste
participa
das
primeiras
descobertas,
dedicando-se
posteriormente
à
medicina.
Cinema
mudo
- A
apresentação
pública
do
cinematógrafo
marca
oficialmente
o
início
da
história
do
cinema.
O
som
vem
três
décadas
depois,
no
final
dos
anos
20.
Há
mais
de
100
anos
ocorreu
a
primeira
exibição
pública
das
produções
dos
irmãos
Lumière,
em
28
de
dezembro
de
1895,
no
Grand
Café,
em
Paris.
Apenas
35
pessoas
assistiram
à
projeção
de
dez
filmes
de
dois
minutos
de
duração
cada
um,
no
dia
28
de
dezembro
de
1895.
Os
criadores
do
cinema
os
irmãos
Auguste
e
Louis
Lumère,
sócios
e
companheiros
em
todas
as
empreitadas.
A
saída
dos
operários
das
usinas
Lumière,
A
chegada
do
trem
na
estação,
O
almoço
do
bebé
e O
mar
são
alguns
dos
filmes
apresentados.
As
produções
são
rudimentares,
em
geral
documentários
curtos
sobre
a
vida
quotidiana,
com
cerca
de
dois
minutos
de
projeção,
filmados
ao
ar
livre.
Primeiros
filmes
-
Pequenos
documentários
e
ficções
são
os
primeiros
géneros
do
cinema.
A
linguagem
cinematográfica
se
desenvolve,
criando
estruturas
narrativas.
Na
França,
na
primeira
década
do
século
XX,
são
filmadas
peças
de
teatro,
com
grandes
nomes
do
palco,
como
Sarah
Bernhardt.
Em
1913
surgem,
com
Max
Linder
–
que
mais
tarde
inspiraria
Chaplin
– o
primeiro
tipo
cómico
e,
com
o
Fantómas,
de
Louis
Feuillade,
o
primeiro
seriado
policial.
A
produção
de
comédias
se
intensifica
nos
Estados
Unidos
e
chega
à
Inglaterra
e
Rússia.
Na
Itália,
Giovanni
Pastrone
realiza
superproduções
épicas
e
históricas,
como
Cabíria,
de
1914.
Em
1896
os
Lumière
equipam
alguns
fotógrafos
com
aparelhos
cinematográficos
e os
enviam
para
vários
países,
com
a
incumbência
de
trazer
novas
imagens
e
também
exibir
as
que
levam
de
Paris.
Os
caçadores
de
imagens,
como
são
chamados,
colocam
suas
câmaras
fixas
num
determinado
lugar
e
registram
o
que
está
na
frente.
A
Inglaterra,
O
México,
Veneza,
A
cidade
dos
Doges
passam
a
integrar
o
repertório
dos
Lumière.
Coroação
do
Czar
Nicolau
II,
filmado
em
Moscovo,
é
considerada
a
primeira
reportagem
cinematográfica.
Desde
que
o
homem
cria
imagens,
que
inventa
processos
para
fixar
a
realidade.
A
Câmara
negra
na
Idade
Média;
a
“camera
oscura”
na
Renascença
permitiam
projetar
imagens
virtuais;
mais
tarde,
serão
as
lanternas
mágicas
que
farão
sonhar.
Assim.
O
fim
do
século
XIX
assistiu
ao
nascimento
do
cinematógrafo
concebido
pelo
espírito
inventivo
de
alguns
pioneiros.
O
casamento
da
técnica
e da
arte
lançou
uma
forma
de
espetáculo,
que,
do
divertimento
de
feira,
passou
para
as
criações
complexas
gerada
por
uma
indústria
colossal.
Em
1895,
os
irmãos
Lumière
foram
os
primeiros
a
pôr
em
funcionamento
uma
máquina
que
assegurava
de
modo
satisfatório
as
duas
funções
do
cinema:
o
registo
do
movimento
e a
projeção
de
filmes.
O
registo
do
movimento
real
não
era
possível
antes
do
aparecimento,
entre
1870
e
1890,
de
placas
fotográficas
suficientemente
sensíveis.
A
obtenção
de
películas
de
celuloide,
no
decénio
1880-1890,
permite
enfim
chegar
ao
filme
propriamente
dito.
T.
Edison,
com
o
seu
kinetógrafo,
em
1890,
regista
então
autênticas
curtas-metragens
de
vinte
metros
que
o
espectador
só
pode
observar
individualmente.
O
cinematógrafo
dos
irmãos
Lumière
é,
pois,
o
primeiro
aparelho
a
resolver
de
uma
maneira
simples
o
problema
da
projeção.
Quando
filma,
a
máquina
decompõe
o
movimento
por
uma
série
de
fotografias
instantâneas,
obtidas
à
razão
de
24
por
segundo
no
cinema
sonoro,
e de
14 a
20
para
o
cinema
mudo.
A 24
imagens
por
segundo,
o
filme
é
imobilizado
por
detrás
da
objetiva
da
câmara
durante
1/48
de
segundo,
com
a
objetiva
aberta
nesse
momento,
a
película
é
impressionada.
Durante
o
intervalo
seguinte
com
a
mesma
duração,
o
filme
avança
o
correspondente
a
uma
imagem,
encontrando-se
então
fechado
o
obturador.
Na
projeção,
procede-se
da
mesma
maneira
com
uma
lâmpada
por
detrás
do
filme.
Devido
ao
fenómeno
da
persistência
retiniana,
a
alternância
entre
iluminação
do
ecrã
e
“pretos”,
não
é, a
uma
velocidade
de
desenrolamento
suficiente,
apercebida
como
tal.
Quando
do
nascimento
do
cinema,
o
único
processo
fotossensível
utilizável
era
a
transformação,
pela
ação
da
luz,
de
sais
de
prata
metálica,
dando
origem
a
imagens
a
preto
e
branco.
Muito
cedo
se
pôs
a
ideia
de
colorir
os
filmes,
primeiro
à
mão,
depois
mecanicamente.
Mas
este
método
não
soluciona
de
modo
algum
o
problema
fundamental:
registar
e
produzir
as
“cores"
Naturais.
Tenta-se o
processo
technicolor.
Mas
suas
imagens
monocromáticas
são
aplicadas
por
pressão
num
filme
virgem.
A
complicação
da
câmara,
a
sensibilidade
das
operações
de
tiragem,
reservavam
o
techicolor
só
para
filmes
que
contavam
com
um
grande
orçamento.
Em
1935,
a
Kodak
lança
o
Kodachrome,
filme
inversível
que
fornece
diretamente,
durante
a
revelação,
três
imagens
coloridas
sobrepostas.
O
mesmo
acontece
com
o
Agfacolor,
em
1936.
Doravante,
já
não
é
necessária
a
câmara
especial.
Continua,
no
entanto,
a
ser
deficiente
partir
de
um
original
inversível.
A
última
etapa
será
ultrapassada
com
o
Agfacolor
negativo-positivo,
em
1939,
o
primeiro
filme
que
permite
fazer
cinema
a
cores
por
um
processo
comparável
ao
preto
e
branco.
Depois
da
Segunda
Guerra
Mundial,
o
processo
monopack
impor-se-á
definitivamente.
Em
1927,
começa
a
aparecer
o
som
nos
filmes,
o
que
aumenta
o
custo
de
produção
e
reduz
a
sua
difusão,
devido
à
incompreensão
da
língua
utilizada.
Em
1975,
aparece
o
processo
Dolby,
que
adaptado
ao
som
óptico, permitiu
a
redução
do
ruído
de
fundo
e o
aumento
de
volume
da
banda
que
está
a
correr.
Nos
Estados
Unidos,
Griffith
codifica
a
linguagem
da
imagem
em
“Nascimento
de
uma
nação”;
enquanto
Mack
Senneti
inventa
o
cinema
burlesco
com
Charlie
Chaplin,
Buster
Keaton
e
Harold
Llovd.
O
“star-system”
é
todo-poderoso
a
partir
de
1818
e
Hollywood
atrai
grandes
cineastas
estrangeiros
como
Stroheim
eStemberg.
A
partir
de
1927,
a
comédia
musical
parte
à
conquista
dos
ecrãs.
A
comédia
ligeira
(ou
comédia
americana)
impõe-se
com
Capra,
o
filme
negro
“Gangsters"
(no
policial)
com
Hawks.O
Western
adquire
fama
com
Ford
e a
superprodução,
com
Cecil
B.
de
Mille
e
Fleming.
Realizadores
como
Walsh,
Cukor,
Wyler,
Vidor,
iniciam
carreiras
prolíficas,
enquanto
brilham
nas
fachadas
dos
cinemas
nomes
de
grandes
vedetas,
como
Greta
Garbo,
Marlene
Dietrich,
Mae
West,
Bette
Davis,
Gary
Cooper,
Cary
Grant,
Humphey
Bogart
e
muitos
outros.
O
desenho
animado
populariza-se
com
Disney,
e
Welles,
com
o
“Mundo
a
seus
pés”,
em
1941,
denuncia
o
poder
dos
monopólios.
A
Segunda
Grande
Guerra
consolida
a
posição
dominante
do
cinema
americano.
Contudo,
Hollywood
é em
breve
agitada
por
uma
crise
moral
e
política,
ou
seja
o
“maccarhysmo”
de
1947
a
1952;
e
uma
grave
crise
económica.
No
plano
artístico,
os
realizadores
mais
em
voga
continuam
a
ser
Ford
e
Hawks,
mas
igualmente
Huston,
Wilder,
Donen,
Minnelli,
Mankiewicz,
Hitchock,
Kazan
e
alguns
mais.
Durante
este
período,
o
cinema
europeu
brilha
essencialmente
em
França
e na
Itália,
com
Pagnol,
Guity,
Vigo,
Clair,
Carné,
Renoir,
etc.
Trabalho
e
pesquisa
de
Carlos
Leite
Ribeiro
(baseado
em
revistas
da
especialidade
dos
anos
80)
–
Marinha
Grande
Portugal
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